BRASÍLIA (Reuters) - Três dias depois de o Partido da República (PR) anunciar que estava deixando a base aliada do governo, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, se reuniu nesta sexta-feira com o líder do partido na Câmara, Lincoln Portela (MG), e pediu uma revisão da decisão.
O PR, que tem 41 deputados e seis senadores, mostrou nesta semana que o anúncio não era retórico.
Durante a votação da medida provisória 532, dos 32 deputados do PR presentes no plenário na quarta-feira, 30 votaram contra o governo, um se absteve e apenas um deu voto favorável, Luciano Castro (RR), que é um dos vice-líderes do governo na Casa.
E, até agora, 14 deputados da legenda já assinaram o requerimento para abertura da CPI da Corrupção proposto pela oposição.
Ideli chamou Portela e Castro ao seu gabinete e disse que o PR sempre fez parte do projeto do governo e que gostaria que a decisão fosse revista.
"Nós ficamos de analisar. Vimos a proposta com simpatia. Mas preciso conversar com todas as instâncias partidárias, porque tomamos uma decisão colegiada", afirmou Portela à Reuters.
Na avaliação dele, existe a possibilidade de volta à base, mas uma mudança na posição do partido deve demorar. "Ficaria feio se a gente voltasse imediatamente. Essa decisão demorou 45 dias para ser tomada. A gente vai ter que conversar muito", comentou.
Na conversa com Ideli, o PR pediu para ser recebido pela presidente Dilma Rousseff, assim como ela fez com todas as legendas aliadas nessa semana, mas não receberam garantias de que o encontro ocorrerá.
O PR deixou a base por ficar irritado com a postura da presidente que promoveu uma faxina no Ministério dos Transportes, incluindo a saída do ex-ministro e presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), depois de denúncias de irregularidades.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)
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