sábado, 29 de agosto de 2015




No dia 31 de maio de 2011, meses após deixar o Palácio do Planalto, o petista Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Cuba pela primeira vez como ex-presidente, ao lado de José Dirceu. O presidente Raúl Castro, autoridade máxima da ditadura cubana desde que seu irmão Fidel vergara-se à velhice, recebeu Lula efusivamente. O ex-presidente estava entre companheiros. Em seus dois mandatos, Lula, com ajuda de Dirceu, fizera de tudo para aproximar o Brasil de Cuba – um esforço diplomático e, sobretudo, comercial. Com dinheiro público do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, o Brasil passara a investir centenas de milhões de dólares nas obras do Porto de Mariel, tocadas pela Odebrecht. Um mês antes da visita, Lula começara a receber dinheiro da empreiteira para dar palestras – e apenas palestras, segundo mantém até hoje.
Naquele dia, porém, Lula pousava em Havana não somente como ex-presidente. Pousava como lobista informal da Odebrecht. Pousava como o único homem que detinha aquilo que a empreiteira brasileira mais precisava naquele momento: acesso privilegiado tanto ao governo de sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, quanto no governo dos irmãos Castro. Somente o uso desse acesso poderia assegurar os lucrativos negócios da Odebrecht em Cuba. Para que o dinheiro do BNDES continuasse irrigando as obras da empreiteira, era preciso mover as canetas certas no Brasil e em Cuba.
A visita de Lula aos irmãos Castro, naquele dia 31 de maio de 2011, é de conhecimento público. O que eles conversaram, não – e, se dependesse do governo de Dilma Rousseff, permaneceria em sigilo até 2029. Nas últimas semanas, contudo, ÉPOCA investigou os bastidores da atuação de Lula como lobista da Odebrecht em Havana, o país em que a empreiteira faturou US$ 898 milhões, o correspondente a 98% dos financiamentos do BNDES em Cuba. A reportagem obteve telegramas secretos do Itamaraty, cujos diplomatas acompanhavam boa parte das conversas reservadas do ex-presidente em Havana, e documentos confidenciais do governo brasileiro, em que burocratas descrevem as condições camaradas dos empréstimos do BNDES às obras da Odebrecht em Cuba. A papelada, e entrevistas reservadas com fontes envolvidas, confirma que, sim, Lula intermediou negócios para a Odebrecht em Cuba. E demonstra, em detalhes, como Lula fez isso: usava até o nome da presidente Dilma. Chegava a discutir, em reuniões com executivos da Odebrecht e Raúl Castro, minúcias dos projetos da empreiteira em Cuba, como os tipos de garantia que poderiam ser aceitas pelo BNDES para investir nas obras.

Parte expressiva dos documentos obtidos com exclusividade por ÉPOCA foi classificada como secreta pelo governo Dilma. Isso significa que só viriam a público em 15 anos. A maioria deles, porém, foi entregue ao Ministério Público Federal, em inquéritos em que se apuram irregularidades nos financiamentos do BNDES às obras em Mariel. Num outro inquérito, revelado por ÉPOCA em abril, Lula é investigado pelos procuradores pela suspeita de ter praticado o crime de tráfico de influência internacional (Artigos 332 e 337 do Código Penal), ao usar seu prestígio para unir BNDES, governos amigos na América Latina e na África e projetos de interesse da Odebrecht. Sempre que Lula se encontrava com um presidente amigo, a Odebrecht obtinha mais dinheiro do BNDES para obras contratadas pelo governo visitado pelo petista. O MPF investiga se a sincronia de pagamentos é coincidência – ou obra da influência de Lula. Na ocasião, por meio do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-presidente negou que suas viagens fossem lobby em favor da Odebrecht e que prestasse consultoria à empresa. Segundo Lula, suas palestras tinham como objetivo “cooperar para o desenvolvimento da África e apoiar a integração latino-americana”.
*THIAGO BRONZATTO, NA REVISTA ÉPOCA.

Eles começam assim.

Não se enganem. Estas pústulas comunistas não fazem estas ameaças de graça. É tudo orquestrado. No fundo é isto mesmo que eles querem ( vide CUBA).

Porque hoje é Sábado, uma bela mulher.

A bela atriz Gloria Pires

Os militares no xadrez do impeachment.

O xadrez da política é um jogo que se joga em dois tabuleiros. Por cima da mesa movimenta-se o jogo dissimulado das aparências que pautam o olhar dos leigos. Por baixo da mesa movimentam-se as peças decisivas que definem o curso de acontecimentos que somente se revelam como atitudes públicas dos jogadores quando as decisões precisam ser postas em prática.
Um exemplo disso foi a movimentação invisível dos operadores do Palácio do Planalto na montagem da estratégia do “acordão” com Renan Calheiros, descrito no editorial de hoje (http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,sobre-o-acordao,1746584) do Estadão.
Os manuais de gestão de crise ensinam que não há como vencer a avalanche midiática negativa decorrente de um escândalo de grandes proporções que ganha as manchetes diárias até que os fatos se esgotem. Na impossibilidade de ignorar ou minimizar os acontecimentos adversos, aquele que é alvo do prejuízo deve submergir, observar os acontecimentos, planejar a reação e a escolha do momento de emergir, pondo em prática a estratégia definida na invisibilidade.
O governo identificou na prisão de José Dirceu o fato de maior magnitude da fase presente da operação Lava Jato, avaliando que, por enquanto, as revelações subsequentes teriam, como estão tendo, impacto menor. Identificou, também, que o principal movimento do seu inimigo estaria nas manifestações do domingo passado (16/08).
O momento escolhido para voltar à tona foi o intervalo entre a prisão de José Dirceu e as manifestações. Os objetivos traçados foram: a) construir alianças e acordos com Renan Calheiros, veículos da grande mídia e lideranças empresariais para que o governo pudesse retomar a iniciativa; e, b) tentar minimizar o impacto das manifestações pelo impeachment e demonstrar que governo e PT não estão mortos e conseguem mobilizar setores da sociedade em defesa de sua permanência no poder.
No tabuleiro de cima, o argumento esgrimido para sustentar tal movimentação é o de que a remoção de Dilma do cargo provocaria um trauma institucional e semearia mais instabilidade e incerteza para a democracia e a recuperação da economia. No tabuleiro de baixo, somente no futuro a sociedade saberá o quanto está custando aos cofres públicos a mobilização das tropas mercenárias do petismo.
Nesse meio tempo, outros atores também movimentavam suas peças por baixo do tabuleiro. Essa movimentação tornou-se visível na mudança de atitude do PSDB em relação ao impeachment, que teve como principal protagonista o ex-presidente FHC, que enquadrou as lideranças tucanas em torno da adesão unificada à tese do impeachment.
Num contexto de desacordo entre os tucanos e desses com o PMDB sobre a melhor forma de remover Dilma do cargo, o que teria levado FHC a mudar de posição e tomar essa atitude?
A reposta está num post de de “O Antagonista” (http://www.oantagonista.com/posts/militarizando-fhc), informando que: “Fernando Henrique Cardoso decidiu que o PSDB deve caminhar para o impeachment juntamente com o PMDB, porque os militares fizeram chegar aos seus ouvidos que a eventual cassação do mandato de Dilma Rousseff, com a convocação de novas eleições e um interregno de meses, poderia acarretar riscos para a estabilidade institucional.”
Militares da ativa são proibidos de fazer política. No tabuleiro de cima. Por definição constitucional, no entanto, não podem ficar alheios a eventuais riscos de instauração de um ambiente político que possa ameaçar a ordem pública e a estabilidade das instituições democráticas.
Assim, tudo indica que, com discrição que a sabedoria recomenda, os militares “fizeram chegar” aos ouvidos de FHC que o impeachment de Dilma se apresenta com a solução mais adequada para o impasse e a crise sem fim que decorrem da continuidade do governo petista sob a presidência de Dilma Rousseff.
Que riscos à ordem e estabilidade institucionais poderiam estar vislumbrando os militares?
Em primeiro lugar, o risco de uma presidência interina (caso a chapa Dilma/Temer seja cassada pelo TSE) de Eduardo Cunha, envolvido na Lava Jato e capaz de usar todas as armas de que dispõe para se defender. O risco aqui é de instabilidade institucional. Essa hipótese foi explicitada no tabuleiro visível dos argumentos esgrimidos por FHC para enquadrar os tucanos em torno da defesa do impeachment.
Há, no entanto, no jogo invisível do tabuleiro de baixo, outro argumento não explicitado, mas bastante plausível e forte o suficiente para enquadrar não apenas os tucanos em torno da defesa do impeachment como melhor saída para a crise sem fim que se projeta com a permanência do petismo no poder.
O argumento adicional implícito ao cenário de eventual instabilidade institucional provocada pela presidência interina de Eduardo Cunha é o da possível desordem pública patrocinada pelo petismo recém alijado do poder e, por isso com sangue nos olhos, em plena eleição do novo presidente até a realização de novas eleições, no curtíssimo prazo noventa dias que prevê a lei.
Pessoalmente, concordo com o ponto de vista de Augusto de Franco sobre as bravatas de Lula e dos chefes do MST e da CUT sobre botarem seus exércitos na rua, de armas na mão, para defender a permanência do PT no poder. Esse discurso foi providencialmente tornado público às vésperas das três grandes mobilizações da sociedade contra o PT. As tropas do lulopetismo são mercenárias. Lula mesmo já choramingou abertamente que não consegue mais mobilizar ninguém sem pagar.
A história e a teoria política clássica, desde Maquiavel, atestam que exércitos mercenários se desagregam, desertam e terminam invariavelmente derrotados no enfrentamento com exércitos que lutam voluntariamente pela causa da liberdade.
No entanto, no ambiente de uma campanha eleitoral na qual Lula e o PT estariam lutando pela sobrevivência, logo após serem alijados do poder por uma eventual condenação pelo TSE, não seria prudente ignorar o fato de que esse é um contexto que, excepcionalmente, possibilitaria a mobilização do petismo. Mesmo fora do governo, não se pode descartar que o PT deve dispor de muito dinheiro escondido, além da máquina dos sindicatos, se não para vencer uma eleição, certamente para melar o pleito recorrendo à desordem pública.
Sermos governados pelo PMDB e seus cúmplices (até agora Temer está fora da Lava Jato), não é motivo de alegria para ninguém. Porém, dadas as circunstâncias, esse pode ser o mal menor.
“A guerra é a continuação da política por outros meios”, disse o general alemão Carl von Clausewitz, expoente da teoria da guerra moderna. Para desgosto dos defensores da intervenção militar, a boa notícia que nos revela “O Antagonista” no post antes referido, é que os militares brasileiros (da ativa), estão apostando suas fichas na solução constitucional do impeachment.
Mas, o PT que não se atreva a romper com a ordem pública e institucional. Não custa lembrar que é atribuição constitucional das Forças Armadas defendê-las em nome da preservação da democracia.
O governo petista moveu suas peças e botou a ponta do nariz acima da linha d’água. Porém, o avanço o movimento mais relevante do momento conjuntural foi o passo adiante dado por atores políticos relevantes, na direção do impeachment. Agora é foco nos movimentos de Michel Temer e seus correligionários.

Petralha fura boneco de Lula presidiário e militantes assediam manifestantes, causando tumulto,


Conforme relatado por Marcello Reis, fundador da organização Revoltados ON LINE, o “Pixuleco”, boneco que representa Lula com vestimentas de presidiário, teria sido furado com uma faca por uma petista em meados da tarde de ontem, sexta-feira.
A mulher foi encaminhada à Delegacia e diversos militantes gritaram palavras de ordem no local, ampliando o tumulto. “Estamos recolhendo ele para evitar que rasguem e estamos nos dirigindo à delegacia.”

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Dilma quer aproveitar os 7% de popularidade para recriar a CPMF… Não passaria no Congresso!


Oba!

O governo teve uma ideia do balacobaco, já que está sem dinheiro: recriar a CPMF. Parece que, desta feita, será sem disfarce. Nem se vai dizer que é para financiar a Saúde, o que é um jeito, leitor, de enfiar a mão no seu bolso pretextando motivos humanitários, sabem como é…
Desta feita, não seria assim: é tungada mesmo. Em momento de recessão como o que vivemos, e a nossa ainda é crescente, arrancar ainda mais dinheiro da sociedade é obra de gênios. Deve ser o jeito que a presidente tem de ser pró-cíclica, já que ela não sabe em que isso é diferente de ser anticíclica. Por menor que seja o imposto, todo mundo sabe onde vai parar: nos preços.
Notaram? Este é um governo que não consegue cortar gastos. Não adianta. Segundo informa a Folha, há uma divergência entre Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) nesse particular: o primeiro prefere o caminho do novo imposto, o outro ainda pensa em reduzir despesas.
Não é a primeira vez que o governo especula sobre o assunto. Em janeiro, já estimulou esse debate. Quem deu início à conversa foi o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Diante da reação negativa dos agentes econômicos, houve um recuo. Agora, o assunto volta a circular.
Sim, durante a campanha eleitoral, a então candidata Dilma Rousseff negou a intenção de recriar o imposto. Em entrevista ao SBT Brasil, em setembro do ano passado, foi explícita: “Não, eu não penso em recriar a CMPF porque acredito que não seria correto”.
Pois é… Não seria o primeiro estelionato.
Se bem que, vamos convir, né? A popularidade de Dilma não deve cair abaixo dos atuais 7% de ótimo/bom. De certo modo, ela pode tomar a medida antipática que quiser…
Há só uma pedra nada irrelevante no meio do caminho: o Congresso terá de concordar. E, hoje, uma proposta com esse conteúdo não seria aprovada nem debaixo de chicote.

Sem crise.

                                           
                                        Crise política terá pausa para compras em Nova Iorque.
De quinta até terça-feira haverá uma pausa na crise política. Eduardo Cunha, Renan Calheiros e mais um grupo de deputados e senadores vão estar em Nova Iorque para um encontro da União Interparlamentar (UIP). Não foi informado ainda quantos parlamentares farão parte da comitiva. Vale lembrar que na última viagem internacional de Cunha e Renan, a Israel e à Rússia, carregaram 20 senadores e deputados. Vale lembrar que embarcam na quinta e o encontro acontecerá só na segunda-feira. Portanto, sexta, sábado e domingo têm agenda livre, podem ir às compras. Cunha vai incluir na comitiva deputados que precisa que continuem do seu lado. 

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Aécio Neves e Geraldo Alckmin estão em "guerra".

Aécio Neves e Geraldo Alckmin estão em guerra.
Leiam na coluna de Josias de Souza:
"O PSDB vive em dois universos. No oficial, os líderes tucanos jamais discutem. No paralelo, eles quase nem se falam. Quando conversam, se desentendem falando o mesmo idioma".
O Brasil morreu e os tucanos, como dois urubus, brigam para ver quem fica com a carniça. ( O Antagonista )
COMENTO: Por isso que eu não acredito que enquanto o PMDB der apoio ao PT, os petralhas não perderão o poder.
E o PSDB não ajuda em nada para mudar o país. O Alckmin, com todo respeito que ele merece, só tem pensado em si próprio enquanto o Aécio continua devagar “quase parando”...

Coisas que só acontecem no Brasil.



De uns tempos para cá temos assistido a disputa entre traficantes e milicianos por cada conjunto habitacional novo do Minha Casa, Minha Vida. Hoje todos os conjuntos, sem exceção, são dominados por traficantes ou milicianos. Mas agora surge essa novidade. O Morro do Jordão foi "vendido" por R$ 3 milhões pela milícia Liga da Justiça para o Comando Vermelho. E o Estado o que faz? Nada, simplesmente nada. O terror está se espalhando, a ousadia dos criminosos crescendo, mas enquanto isso o policiamento continua diminuindo por falta de dinheiro. Socorro! 

Mentiras sinceras.

A presidente Dilma Rousseff vai pouco a pouco, à sua maneira, fazendo um arremedo de mea culpa para tentar recuperar a credibilidade perdida. Mas como não é de sua natureza admitir erros, não consegue passar a sinceridade de seus atos, pois na verdade eles são insinceros.
Ontem depois de uma desastrada declaração do ministro do Planejamento Nelson Barbosa de que cerca de 10 ministérios serão exterminados, sem que pudesse dizer quais deles por absoluta falta de planejamento, foi a vez de a Presidente admitir que o governo errou “ao só perceber que a crise econômica era muito maior do que se esperava entre os meses de novembro e dezembro do ano passado”, depois que já havia sido reeleita, portanto.
Com isso ela quer convencer os incautos de que todas aquelas promessas que fez durante a campanha eleitoral eram “mentiras sinceras”, prometeu o impossível por que, àquela altura, não sabia que era impossível. Ao contrário da citação de Jean Cocteau - “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez” -, a presidente Dilma, ao deparar-se com o impossível, entrou em crise.
 “Até o fim de setembro, vamos apresentar uma reforma administrativa. “[...] A redução de dez ministérios como referência é a meta. Vamos avaliar com todos os ministros, com todos os órgãos envolvidos, tanto do ponto de vista de gestão como do ponto de vista político, de eficiência das políticas públicas”, anunciou o ministro Barbosa, assumindo uma atitude que durante a campanha eleitoral os candidatos de oposição, tanto o tucano Aécio Neves quanto o socialista Eduardo Campos, anunciavam e eram ridicularizados por Dilma.
Em declarações de agosto de 2014, apenas dois meses antes das eleições, a presidente dizia que quem defendia a reforma administrativa com a redução de ministérios tinha uma “imensa cegueira tecnocrática”. Para Dilma àquela altura, pastas menores como a de Direitos Humanos, Políticas de Promoção da Igualdade Racial, de Políticas para Mulheres e da Pequeno e Micro Empresa tinham “objetivos políticos e são fundamentais para implementar programas de políticas públicas”.
Agora, pela boca de Barbosa – note-se que não foi o chefe do Gabinete Civil Aloisio Mercadante quem anunciou a reforma, mas o ministro do Planejamento ao lado de Gilberto Kassab, ministro das Cidades – o governo busca, com a redução dos ministérios, ganhar produtividade, do ponto de vista de gestão, melhorando o funcionamento de cada ministério, evitando superposição de áreas.
Assim como custaram a compreender que a crise econômica era mais grave do que supunham, custaram também a aceitar que a estrutura montada é uma das razões da má gestão governamental. Provavelmente poderão fazer agora pequenas alterações por que vários partidos já deixaram a base do governo, e haverá menos cargos para preencher.
Outra decisão anunciada é a extinção de cerca de mil cargos em comissão. Como eles são cerca de 23 mil, a “reforma” extinguirá menos de 5% dos cargos existentes, o que é nada diante do tamanho da burocracia estatal. Houve momentos de crise em que o governo chegou a pensar em acabar com esses cargos em comissão, mas é através deles que o aparelhamento político da máquina pública é feito. 
Uma pesquisa acadêmica da cientista política Maria Celina Soares D'Araujo, da PUC-Rio, (“Elites burocráticas, dirigentes públicos e política no Poder Executivo do Brasil, 1995-2012”) sobre os ocupantes de cargos de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) níveis 5 e 6 e de Natureza Especial (NE) - 1.146 nomeações nos governos Fernando Henrique, 1.150 no primeiro governo Lula da Silva e 1.198 no segundo e 1.233 nomeações entre 1º de janeiro de 2011 até o fim de dezembro de 2012 no governo Dilma Rousseff – coloca luz sobre as relações partidárias, sindicais e políticas das nomeações e traz uma novidade intrigante, diante da crise de relacionamento entre ela e o PT: a presidente Dilma faz o mais partidário dos governos petistas.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Manifestantes protestam contra visita de Dilma a Catanduva. Comércio apóia e fecha as portas.

Acima, o governador tucano Alckmin, ao lado da sorridente Dilma, a quem protege da garoa, como bom serviçal. 
Esta é a oposição do PSDB de Alckmin. Melhor, no entanto, foi que o governador não mandou espancar os manifestantes anti-Dilma.  
Abaixo o video que registra manifestações populares ocorridas hoje em Catanduva, interior de São 
Paulo, tudo em protesto contra a visita de Dilma Roussef à cidade.


Dilma foi entregar casas do seu programa Minha Casa, Minha Vida.
Os manifestantes desfilaram com bandeiras, faixas de protesto e vaias.
À medida que a passeata percorria as ruas centrais de Catanduva, os comerciantes iam fechando as portas das suas lojas para apoiar os protestos.

Para sustentar o PT e sua base aliada, Petrobras pagava mais do que o dobro de tudo que comprava e contratava, afirma auditoria do TCU.

Superfaturamentos sistêmicos que podem chegar à metade daquilo que a Petrobras, a maior empresa do país, gastava com suas bilionárias obras e aquisições. É o que apontam os primeiros indícios de investigações inéditas em andamento para analisar mais de R$ 30 bilhões em contratos da estatal nos últimos anos com as empresas envolvidas na Operação Lava Jato.

A primeira mostra dos absurdos valores que a estatal pagava a essas empresas causou choque entre ministros e auditores do TCU (Tribunal de Contas da União). O normal era desembolsar mais que o dobro do que custava. Em alguns casos, chegou a pagar 13.834% a mais. A análise foi feita em parte de um contrato de R$ 3,8 bilhões da estatal com um consórcio formado pelas empresas Camargo Corrêa e Cnec para a construção de uma das plantas da refinaria Abreu e Lima (PE).

Quando fazia auditorias para apontar os preços elevados da Petrobras –o que vem ocorrendo desde 2007– o TCU usava como parâmetro preços de referência do mercado. No caso dessa obra, o TCU já havia apontado indícios de preços elevados e sugeriu ao Congresso Nacional suspender a obra em 2010. O então presidente Lula vetou a medida e a obra seguiu.

Em obras muito específicas, vários itens do contrato não têm preços de referência. Com a Lava Jato, o juiz Sérgio Moro permitiu que o tribunal tivesse acesso às notas fiscais do consórcio. Para esses itens onde não há referência, o TCU comparou o que a Petrobras pagou com o valor da nota fiscal do consórcio.

É aí que as distorções são gigantescas. Uma tubulação pela qual a Petrobras pagou R$ 24,3 mil foi comprada por R$ 4,3 mil. Em 190 itens analisados, 185 tinham preços de nota inferiores ao que a Petrobras pagava.

Auditores desconfiam que o cartel que atuava na empresa sabia que o tribunal não tinha como comparar os preços desses itens. Nos artigos em que era possível comparar preços, os custos reais da empresa são 6% inferiores às tabelas de preço. Nos que não se podia comparar, a média chegou a 114% a mais.


Em alguns casos, contudo, as distorções apontam para indícios de crime. Ao licitar a obra, em 2010, a Petrobras aceitou pagar por um Compressor a Diesel (250 PCM) R$ 9.684 mensais. As notas do consórcio, contudo, apontam despesas de apenas R$ 70 por mês nesse equipamento. A diferença é tanta que levantou suspeitas de que esse pagamento era apenas uma forma de lavar dinheiro.
*Via Folha

Mais um engodo petista para enganar os bobos.


Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, não informou quais pastas deixarão de existir. 

Durante a campanha, Dilma defendeu a quantidade atual de ministros.

Nelson Barbosa durante anúncio em Brasília
(Ueslei Marcelino/Reuters)
Oito meses depois de assumir seu segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff resolveu admitir aquilo que sempre foi óbvio e era necessário há anos: o Brasil não tem necessidade de ter um dos maiores ministérios do planeta, com pastas pouco produtivas, que apenas aumentam os gastos de custeio da inchada máquina pública. Pressionado a tomar parte no aperto fiscal, o Palácio do Planalto anunciou nesta segunda-feira a intenção de cortar dez pastas. Porém, como não informou quais órgãos da administração direta deixarão de existir, é impossível avaliar hoje qual será o impacto da medida no Orçamento da União - e não será surpresa se a redução de cargos resultar em uma medida muito mais política do que efetiva para a saúde financeira. 


Em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que, com menos ministérios, será possível também reduzir o número de cargos comissionados - hoje, são mais de 20.000 - e de secretarias que integram a estrutura. Barbosa disse que o processo de desidratação vai acontecer até setembro. O objetivo da ação, de acordo com o ministro, é melhorar a "gestão pública". Atualmente, a presidente Dilma Rousseff tem no primeiro escalão do governo 39 cargos com status de ministro - o vice-presidente da República, Michel Temer, acumula a função de articulador político do Palácio do Planalto. 



A medida anunciada hoje é mais uma guinada na contramão do que a candidata Dilma Rousseff pregou na campanha eleitoral, quando passou meses defendendo sua estrutura ministerial. Recentemente, em entrevista ao Programa do Jô, Dilma havia sinalizado a intenção de ter um primeiro escalão mais enxuto. "Cada ministro tem um papel. Criticam muito porque nós temos muitos ministérios. Acho que teremos de ter menos ministérios no futuro", reconheceu, ao ser questionada se sabia de cor o nome de todos os ministros do governo. 



A redução de pastas é também uma cobrança pública dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), como um gesto do governo num contexto em que tenta aprovar uma série de propostas impopulares no Congresso, que aumentam impostos e restringem o acesso a benefícios. 



Barbosa falou a jornalistas ao lado do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, depois da reunião semanal de coordenação política com a presidente. O encontro se deu em meio a especulações sobre o desembarque do vice-presidente Michel Temer do posto de articulador político do governo. "O objetivo da reforma administrativa é o aumento da produtividade no setor público", afirmou Barbosa. O ministro afirmou que o governo vai avaliar com todos os órgãos envolvidos quais ações serão tomadas. 



Participaram da reunião desta segunda também o vice-presidente e os ministros da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo; da Casa Civil, Aloizio Mercadante; da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva; da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha; da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto e das Comunicações, Ricardo Berzoini. 
                   *Veja.com, com agências Reuters e Estadão Conteúdo

Gilmar Mendes manda investigar pagamento suspeito de R$ 1,6 milhão pela campanha de Dilma.

Suspeita é de que a empresa, aberta dois meses antes da eleição, seja fantasma e não teria prestado os serviços. 
BRASÍLIA – O ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pediu para o Ministério Público de São Paulo investigar indícios de irregularidades no pagamento de R$ 1,6 milhão pela campanha de Dilma Rousseff a uma empresa que havia sido aberta apenas dois meses antes das eleições presidenciais. A suspeita é de que a empresa seja fantasma e não teria prestado os serviços referentes ao pagamento. 


Segundo dados encaminhados pela Secretaria de Fazenda de São Paulo, a pedido do TSE, a empresa Angela Maria do Nascimento Sorocaba-ME foi aberta em agosto de 2014 e, em um mês, emitiu notas fiscais eletrônicas no valor de R$ 3,7 milhões, sem o pagamento de impostos. Do total, 1,6 milhão foram emitidos em nome da campanha de Dilma. 



A Secretaria de Fazenda estadual informou que a empresa não foi encontrada no endereço comercial. Foi realizada diligência na residência da proprietária, Angela Maria do Nascimento. Segundo a investigação, ela informou ao órgão que foi orientada a abrir a empresa para funcionar apenas no período eleitoral. Todo o material fornecido à campanha vinha da empresa Embalac Indústria e Comércio Ltda. 



O contador da empresa de Angela, Carlos Carmelo Antunes, também contador da Embalac, informou que abriu a nova empresa a pedido dos donos da Embalac, para livrar a empresa principal de custos com impostos. Foram emitidas 29 notas para a campanha referentes ao fornecimento de placas e faixas. 



Na mesma decisão, Mendes informa que, a pedido do TSE, a Secretaria de Fazenda de São Paulo apresentou relatório sobre a atividade da empresa Focal Confecção e Comunicação Visual, que o ministro também suspeita ter recebido dinheiro indevido da campanha. O órgão informou que há “conclusões preliminares, pois devido ao grande volume de documentos apresentados faz-se necessário mais tempo para o aprofundamento das investigações e elaboração de relatório final”. 


MINISTRO PEDIU QUE PGR INVESTIGUE CONTAS DA CAMPANHA


A providência tomada por Mendes faz parte de uma devassa que ele tem comandado nas contas de campanha de Dilma. Na última sexta-feira, ele informou que detectou indícios de que a campanha da presidente foi abastecida com dinheiro desviado da Petrobras. Ele enviou os documentos ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e à Polícia Federal, recomendando a abertura de investigação criminal



Na decisão da semana passada, o ministro afirmou que há suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica – e alerta que as práticas ensejariam abertura de ação penal pública. Mendes também determinou o envio das informações à Corregedoria Eleitoral, para que o órgão examine se há o mesmo tipo de ilegalidade na prestação de contas do PT. 



As contas da campanha da presidente foram julgadas e aprovadas com ressalvas em dezembro de 2014, logo depois da eleição. Ainda assim, Mendes, que é o relator da prestação de contas, manteve o processo aberto, para averiguar eventuais irregularidades. Na decisão da semana passada, o ministro concluiu que houve, em tese, financiamento indireto de campanha por empresa impedida de doar, já que a Petrobras é uma sociedade de economia mista. Portanto, houve violação à regra da Lei dos Partidos Políticos.
                   *Por Carolina Brígido, em O Globo

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Youssef quebra o silêncio e diz que 'nova delação' esclarecerá repasse à campanha de Dilma em 2010.

Apesar do habeas corpus para permanecer em silêncio, doleiro respondeu pergunta e manteve divergência com depoimento de Paulo Roberto Costa. 
O doleiro Alberto Youssef na chegada à sessão da CPI da Petrobras.
Ailton de Freitas / Agência O Globo

BRASÍLIA — O doleiro Alberto Youssef afirmou na acareação com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, nesta terça-feira, que uma nova delação premiada vai esclarecer a divergência entre os dois sobre o repasse de recursos para a campanha da presidente Dilma Roussef em 2010, por meio do ex-ministro Antonio Palocci. Youssef tem habeas corpus para ficar em silêncio, mas quebrou o silêncio e aceitou responder a essa pergunta. 

— Ratifico meus depoimentos dados como réu colaborador. E vou dizer mais ainda. Vou me reservar ao silêncio com referência a esse assunto porque existe investigação desse assunto do Palocci que vai ser revelado e logo vai ser esclarecido. Outro réu colaborador está falando. Eu não fiz esse repasse. Assim que for revelado vocês vão saber — disse Youssef. 

Costa reiterou que, “pelo que se lembra”, o assunto chegou até ele através do doleiro. O ex-diretor da estatal afirmou ainda que foi liberado R$ 2 milhões da cota do PP para contribuir. 

— Pelo que me lembro esse assunto veio através do Youssef de um pedido de R$ 2 milhões e autorizei repassar recursos do PP para a campanha de Dilma Roussef — afirmou o ex-diretor. 

Youssef obteve um habeas corpus do ministro Teori Zavascki do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe garante o direito de não se autoincriminar e de ficar em silêncio. Youssef tinha avisado que ficaria em silêncio logo na primeira pergunta feita pelo relator, Luiz Sérgio (PT-RJ). 

— Eu vou me reservar ao direito ao silêncio por conta do salvo conduto dado pelo Supremo Tribunal Federal. Vou me reservar ao silêncio — disse o doleiro. 

No caso da doação para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), Youssef manteve a versão de que o ex-diretor foi quem lhe trouxe a demanda, mencionando que a solicitação era do ex-ministro Paulo Bernardo. Youssef confirmou ter feito o repasse. Costa disse que, apesar da divergência sobre quem fez o pedido, o importante é que o repasse ocorreu. 

‘PAU MANDADO’
Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa frente a frente na CPI da Petrobras.
Ailton de Freitas / Agência O Globo 
Luiz Sérgio começou perguntando a Youssef quem da CPI o teria intimidado e seria o “pau mandado” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A expressão foi usada pelo doleiro em depoimento em Curitiba ao juiz Sérgio Moro. Youssef, porém, se negou a responder. 

Paulo Roberto Costa já fez juramento e não tem habeas corpus. Ele afirmou que não vai trazer novidades à comissão por já ter prestado 126 depoimentos ao longo do processo. 

— Não vou ter novidade para falar para vocês. Vocês já sabem de tudo. Já conhecem todos os meus depoimentos. Repito. Não tenho novidade para colocar. Todos os pontos já coloquei para o Ministério Público, a Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro — afirmou o ex-diretor. 

Os deputados reclamaram da decisão do habeas corpus concedido pelo ministro Teori. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirmou que o acordo de delação assinado por Youssef afirma que ele renuncia o direito ao silêncio. Com base nisso, afirmou que a CPI deve acionar judicialmente o doleiro para que ele perca a delação. O deputado Carlos Marun (PMDB-RS) afirmou que as decisões do STF têm inviabilizado a comissão. 

— Essas decisões estão permitindo que a CPI vire saco de pancadas — protestou Marun. 

Houve um pequeno bate-boca entre o deputado Onyx e alguns dos cinco advogados que acompanham o doleiro e o ex-diretor. Onyx se referiu aos dois como “bandidos”. O advogado João Mestieri cobrou “respeito”. 

PASSADENA
O ex-diretor da Petrobras reafirmou ter recebido propina para não atrapalhar a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. Ele afirmou que os recursos lhe foram repassados por Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano. Costa reiterou algumas vezes que a responsabilidade pela compra é do Conselho de Administração, presidido na ocasião por Dilma Rousseff. 

— Se existe alguém responsável (pela compra da refinaria) o Conselho de Administração e vários órgãos não entenderam isso. A responsabilidade pela compra é do Conselho de Administração. Se o Conselho entendesse que não era bom negocio, morreu e acabou — afirmou. 

Youssef e Costa reiteraram o que já disseram em outros depoimentos sobre os repasses de recursos do esquema. Youssef confirmou que repassava os recursos a parlamentares do PP e a afirmação de que “o Planalto sabia de tudo”. Costa, por sua vez, reiterou nunca ter falado do esquema com Dilma ou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Os dois confirmaram ainda a informação sobre o pagamento de R$ 10 milhões pela construtora Queiroz Galvão para o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, já falecido. Os recursos, nas palavras de Costa, eram um pagamento para que a CPI da Petrobras “não prosseguisse”. 

O ex-diretor disse que optou pela delação premiada por que era uma “parte pequena” do esquema: 

— Esse processo não era do Paulo Roberto. Muita coisa vai ser descoberta. Minha família atentou, olhou com clareza a responsabilidade, que não era só minha, eu era uma parte pequena no contexto geral. Por isso eu fiz (a delação). 

Youssef afirmou que optou pela colaboração por ser apenas uma “peça na engrenagem”. Disse ainda que a outra delação, feita em 2003, “não teve omissão ou mentira”. 

Costa afirmou que cometeu um equívoco em seu depoimento sobre o repasse de recursos para a campanha do senador Humberto Costa (PT-PE). Segundo ele, o pagamento de R$ 1 milhão não foi feito por Youssef, mas pela empresa White Martins.
                    *Por Eduardo Bresciani, em O Globo

Lava Jato encontra indício de repasses ilícitos para Gleisi Hoffmann.

Anotações apreendidas em poder de advogado que trabalhou para campanhas petistas indicam que o dinheiro que irrigava o esquema da Consist no Planejamento abastecia a família da senadora.

Gleisi Hoffmann
(Rodolfo Buhrer/ La Imagem/Fotoareana/Folhapress)


Investigadores da força-tarefa da Operação Lava Jato encontraram indícios de que a senadora petista e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) pode ter sido beneficiária de dinheiro sujo movimentado no escândalo do petrolão pela empresa Consist. As suspeitas de envolvimento da senadora e de seu marido, o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, foram detectadas depois da Polícia Federal e o Ministério Público terem rastreado as movimentações do advogado e ex-vereador Alexandre Romano, preso na mais recente fase da Lava Jato por suspeitas de operar um esquema de pagamento de propina no Ministério do Planejamento. 

 Há indícios de que Romano recebeu 37 milhões de reais em propina de empresas do Grupo Consist em um esquema que beneficiava firmas para a prestação de serviços de informática para gestão de empréstimos consignados. Ao rastrear os pagamentos recebidos pelas empresas do Consist, os investigadores descobriram repasses do advogado Guilherme Gonçalves, que atuou em campanhas políticas do PT e da própria Gleisi, diretamente para a senadora petista. 

Pelas anotações apreendidas em poder do advogado Guilherme Gonçalves, há indícios de que o dinheiro que irrigava o esquema da Consist no Ministério do Planejamento abastecia a família de Gleisi Hoffmann. Nas anotações, a confirmação: "Diversos PT, PB, Gleisi". Em um dos casos, o dinheiro que os investigadores afirmam ser propina chegou até a quitar os salários do motorista da senadora petista, Hernany Mascarenhas. Em depoimento no inquérito da Lava Jato, Guilherme Gonçalves confirmou que utilizava recursos recebidos a título de honorários advocatícios da Consist para pagar "despesas urgentes", como as de Gleisi Hoffmann. Nenhum desses débitos "urgentes", porém, foi ressarcido pelos supostos clientes ou mesmo por cobrado de volta pelo advogado. 

Em uma planilha apreendida no escritório de Gonçalves, os detalhes que podem incriminar Gleisi são mais evidentes: em anotações registradas como "Fundo Consist", há referência a um crédito de cerca de 50.000 reais com "diversos lançamentos de débitos em favor da Senadora e de pessoas a ela ligadas". "Consta anotação de que, do pagamento de cinquenta mil reais de honorários pela Consist a Guilherme em 29/09/2011, ele teria acertado com o ex-Ministro Paulo Bernardo, marido de Gleisi Hoffmann, que ficaria, desta feita, com todo o montante", relata o juiz Sergio Moro após receber o resultado das investigações. 

"As provas, em cognição sumária, revelam que parte expressiva da remuneração da Consist, cerca de 9,6% do faturamento líquido, foi repassada, por solicitação de Alexandre Romano, ao advogado Guilherme Gonçalves, em Curitiba, que, por sua vez, utilizou esses mesmos recursos para pagamentos associados à Senadora da República Gleisi Hoffmann", conclui Moro, que, por ter encontrado indícios de irregularidades envolvendo a senadora, determinou o envio da investigação para o Supremo Tribunal Federal (STF). Como Gleisi tem direito ao chamado foro privilegiado, ela só pode ser processada no tribunal de Brasília. 

A senadora Gleisi Hoffmann já é alvo de um inquérito no STF depois de ter sido citada pelos delatores Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. Tanto o doleiro quanto o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras apontaram a parlamentar do PT como destinatária de 1 milhão de reais, desviados da Petrobras, e repassado como doação de campanha. Na versão de Youssef, o dinheiro sujo foi entregue a um preposto da petista em um shopping de Curitiba. 

"Desconheço as relações contratuais que o Dr. Guilherme Gonçalves mantém com outros clientes, assim como desconheço qualquer doação ou repasse de recursos da empresa Consist a minha campanha", disse a senadora Gleisi em Nota. "Todo o trabalho do Dr. Guilherme Gonçalves consta nas minhas prestações de contas, aprovadas pela Justiça Eleitoral. Em relação a 2014 ainda existe débito com seu escritório, o que está a cargo do Partido dos Trabalhadores", afirmou.
                   *Por Laryssa Borges, de Brasília, na Veja.com 

BNDES: Conselho de Administração de Lambanças.

As lambanças no BNDES tem o seu retrato fiel na composição do Conselho de Administração do banco: Joaquim Levy, Nelson Barbosa, Aldo Rebelo, Mauro Vieira, José Eduardo Cardozo, Vagner de Freitas, Luciano Coutinho, dois secretários-executivos de ministérios e representantes dos empregado.
Como notou Lauro Jardim, da Veja, como não há ninguém da iniciativa privada pela primeira vez em quatro décadas.
O Antagonista acha especialmente embasbacante que Aldo Rebelo, José Eduardo Cardozo e Vagner de Freitas, o presidente da CUT que ameaçou pegar em armas, façam parte do Conselho de Administração do BNDES.
Vagner Freitas, aliás, é presidente de uma Central de Pixulecos, como já dissemos no post que reproduzimos a seguir:
"A Lava Jato já sabe que a CUT recebeu pixulecos por meio de gráficas de fachada e órgãos de mídia sindical. O MPF também sabe que o nome de Freitas aparece no golpe de R$ 100 milhões contra a Bancoop para financiar campanhas do PT. Freitas dirigiu a cooperativa dos bancários entre 2005 e 2009. Freitas elegeu como seu sucessor João Vaccari Neto numa assembleia forjada. Freitas, como conselheiro fiscal, aprovou as contas fraudadas de Vaccari."

*O Antagonista

Fernando Baiano tentou poupar políticos, mas não colou.

Fernando Baiano, o operador do PMDB no Petrolão tentou ser esperto, mas com a Polícia Federal e o MPF deveria saber que não colaria. Tentou negociar a delação premiada poupando os políticos a quem repassou as propinas recebidas através de contratos da PETROBRAS. Só que o seu acordo não foi aprovado. Agora Baiano finalmente, Baiano se dispõe a falar sobre quem recebeu as propinas repassadas por ele próprio. É aí que entra a turma do PMDB-RJ. Se Baiano falar, Cunha cai e com ele vai muito mais gente, até nomes que ainda não apareceram na Operação Lava Jato, afinal ele distribuía as propinas à turma do PMDB-RJ. 

Calote do governo põe comandantes militares no Serasa.

Forças Armadas não pagam e credores negativam comandantes
Comandantes de unidades das Forças Armadas são as mais recentes vítimas dos calotes do governo Dilma. É que a falta de pagamento ameaça a sobrevivência de fornecedores, que, como forma de pressão, negativam comandantes que assinaram contratos de fornecimento de materiais, inclusive comida. Só na área do Rio de Janeiro, estima-se que o beiço das Forças Armadas na praça ultrapassa R$ 200 milhões.
Os comandantes das unidades militares federais só descobrem que estão inscritos no Serasa quando tentam fazer algum crediário.
Contratos de fornecimento são assinados pelos comandantes em nome das Forças Armadas, e neles constam todos os seus dados pessoais.
Um comandante contou à coluna, que, impedido pelo Serasa de financiar a casa própria, decidiu processar o governo por dano moral.
Jaques Wagner (Defesa) calou. A assessoria pediu “casos específicos” de comandantes negativados. Mas a coluna não entrega suas fontes.

OAB cassa registro de advogado de Zé Dirceu.

José Dirceu: registro na OAB paulista cassado

A seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu nesta segunda-feira cassar o registro de advogado do ex-ministro José Dirceu. Dos 80 integrantes do Pleno, 76 votaram por impedir que o petista, preso na Operação Lava Jato, exerça atividades ligadas à advocacia após aplicarem entendimento de que o Estatuto da Advocacia considera inidôneo o advogado "que tiver sido condenado por crime infamante". O pedido de cancelamento do registro de José Dirceu chegou à OAB-SP depois que um advogado questionou o motivo de o ex-chefe da Casa Civil ainda manter a inscrição 90.792 mesmo depois de ter sido condenado a sete anos e 11 meses de prisão no julgamento do mensalão. Durante a análise desta ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), em 2010, o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-SP chegou a negar a cassação do registro porque o processo a que Dirceu respondia na época ainda permitia a apresentação de recursos por parte da defesa. As suspeitas de envolvimento do petista no escândalo do petrolão não foram levadas em conta pela OAB-SP porque o petista não foi condenado neste caso.