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As de autoria de terceiros terão suas fontes declaradas ao final de cada postagem.
O secretário de Finanças da gestão Gilberto Kassab (PSD), Mauro Ricardo Machado Costa, que chefiou os fiscais acusados de causar prejuízo de até R$ 500 milhões à Prefeitura, mandou arquivar, em 28 de dezembro do ano passado, uma denúncia anônima sobre o esquema revelado na quarta-feira pela operação que prendeu quatro funcionários públicos.
O objeto da denúncia também era a cobrança de propina para a emissão de certificado de quitação do Imposto sobre Serviços (ISS), segundo informa o portal de tendência lulopetista MSN com base em informações no Estadão.
Nenhuma farsa dura para sempre, avisou em 23 de abril o post abaixo reproduzido, inspirado nas semelhanças que transformaram Eike Batista e Lula numa dupla muito afinada. Nesta quarta-feira, o império imaginário de Eike sucumbiu ao peso de uma dívida sem garantias que soma U$ 5,1 bilhões. “Pedido de recuperação judicial”, como o formulado pela petroleira OGX, é o nome do velho e inconfundível calote quando praticado por gente fina.
A tapeação chegou ao fim. O candidato a empresário mais rico do mundo faliu. O ex-presidente continua empinando seus malabares. Mas está condenado a descobrir, não importa quando, que acabou a freguesia dos camelôs de palanque. Lula é Eike amanhã, previne o texto que se segue:
Lula é o Eike Batista da política. Eike é o Lula do empresariado. Um inventou o Brasil Maravilha. Só existe na papelada que registrou em cartório. Outro ergueu o Império do X. No caso, X é igual a nada.
O pernambucano falastrão que inaugurava uma proeza por dia se elogia de meia em meia hora por ter feito o que não fez. O mineiro gabola que ganhava uma tonelada de dólares por minuto se louvou o tempo todo pelo que disse que faria e não fez.
O presidente incomparável prometeu para 2010 a transposição das águas do São Francisco. O rio segue dormindo no mesmo leito. O empreendedor sem similares adora gerúndios e só conjuga verbos no futuro. Estava fazendo um buquê de portos. Iria fazer coisas de que até Deus duvida. Não concluiu nem a reforma do Hotel Glória.
Lula se apresenta como o maior dos governantes desde Tomé de Souza sem ter concluído uma única obra visível. Eike entrou e saiu do ranking dos bilionários da revista Forbes sem que alguém conseguisse enxergar a cor do dinheiro.
Lula berrou em 2007 que a Petrobras tornara autossuficiente em petróleo o país que, graças às jazidas do pré-sal, logo estaria dando as cartas na OPEP. A estatal agora coleciona prejuízos e o Brasil importa combustível. Eike vivia enchendo milhões de barris com o mundaréu de jazidas que continuam enterradas no fundo do Atlântico.
Político de nascença, Lula agora enriquece como camelô de empresas privadas. Filho de um empresário admirável, Eike adiou à falência graças a empréstimos fabulosos do BNDES (com juros de mãe e prestações a perder de vista), parcerias com estatais (sempre prontas para financiar aliados do PT com o dinheiro dos pagadores de impostos) e adjutórios obscenos do governo federal.
Lula só poderia chegar ao coração do poder num lugar onde tanta gente confia nos eikes batistas. Eike só poderia ter posado de gênio dos negócios num país que acredita em lulas.
É natural que tenham viajado tantas vezes no mesmo jatinho. É natural que se tenham entendido tão bem. Nasceram um para o outro. Os dois são vendedores de nuvens.
Se os black blocs formassem um grupo organizado, coeso, com um centro decisório, seus membros poderiam estar rindo de orelha a orelha — escondidas debaixo de um capuz, é claro! José Eduardo Cardozo, o Garboso, encontrou-se com os secretários de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, e do Rio, José Mariano Beltrame, para discutir medidas para conter a violência.
E sabem o que eles combinaram?
Nada!
Acho que a reunião pode ter servido para marcar outra reunião. Entre as ações, estaria a adoção de um protocolo comum de ação entre as duas polícias, seja lá o que isso signifique.
Afirmar ser possível uma estratégia comum supõe que, do outro lado, exista também um discurso organizado. Mas não há nada. Tudo se resolve com certa simplicidade: cumprimento da lei. Eis uma boa ideia. Desde, é claro, que não se tope com algum “juiz para a democracia” que considere que coibir mascarados é coisa de estado autoritário…
Nem mesmo uma declaração política forte contra a violência existe. Foi uma reunião em torno do nada para decidir coisa nenhuma. Leiam o que informa Gabriel Castro, na VEJA.com.
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniu nesta quinta-feira com o secretários de Segurança de São Paulo, Fernando Grella Vieira, e do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, para traçar um plano de ação no combate aos grupos de vândalos que têm atuado em protestos. Após o encontro, o trio anunciou intenções de realizar um trabalho integrado, especialmente na área de inteligência. Mas, de concreto, quase nada foi decidido
Foram duas horas de reunião. No encontro, os secretários de Segurança defenderam mudanças na legislação. Cardozo se comprometeu a agendar um encontro com os presidentes do Conselho Nacional de Justiça, Joaquim Barbosa, e do Conselho Nacional do Ministério público, Rodrigo Janot, para sugerir novas regras que permitam um combate mais duro aos grupos criminosos que atuam em manifestações.
Entre as propostas, estão a elevação da pena para o crime de dano (cuja pena máxima atualmente é de seis meses) e a aplicação de um agravante em caso de agressão a policiais. “O policial precisa ter uma garantia de que, quando ele apresenta alguém em uma delegacia, aquilo termine em uma ação penal”, afirmou Beltrame.
Cardozo disse que as autoridades de segurança vão acompanhar de perto as atividades dos grupos violentos para prevenir ataques, e negou que isso signifique um monitoramento de movimentos sociais pacíficos. Os órgãos de inteligência, afirmou o ministro, vão “prevenir práticas ilícitas por meio de sanções legalmente estabelecidas”.
O ministro afirmou também que pode acionar a Polícia Federal para coibir a atuação de grupos violentos. “Não podemos concordar com as situações de abuso e de ilegalidade que vêm ocorrendo em algumas manifestações”, disse.
Por outro lado, o grupo concordou em criar um protocolo unificado para padronizar a atuação das polícias do Rio e de São Paulo durante os protestos. O objetivo é impedir abusos e facilitar a negociação com os manifestantes.
Maior financiador de campanha dos governos Lula-Dilma vem tornando-se sinônimo de sonegação, cartel e carnes com vermes.
Por Fabiano Portilho
Lula e o "garoto-propaganda" Friboi, o ator Global Tony Ramos
Como o maior frigorífico do setor de carne bovina do mundo, a Friboi tornou-se dona de uma avalanche de denuncias: tais como sonegação, cartel e carnes com vermes.
Empresa muito ligada ao ex Presidente Lula e a atual Presidente Dilma Rousseff, o Grupo Friboi deu um salto quântico, tornando-se o maior e mais poderoso frigorífico do mundo. A Friboi, durante os últimos anos, foi comprando toda a sua concorrência ou quebrando-as, transformando-se numa espécie de Grupo EBX do ramo da carne para o PT.
Sendo a maior financiadora da campanha de Lula e Dilma, chegou a doar a vultuosa quantia de mais de 40 milhões de reais à campanha petista, nas últimas eleições.
Depois da quebra de Eike Batista, Grupo Friboi é o próximo da fila
Presidente Dilma Roussef, com medo de mais informação negativa, está de olho na JBS. Governo quer impedir que efeito Eike se repita na empresa de Goiás.
Não é apenas o resultado da pesquisa Serpes/O Popular que tem desestimulado o empresário Júnior do Friboi (PMDB). Após a onda de quebradeira das empresas de Eike Batista, o Governo Federal está de olho nos passos do grupo, o JBS, do pré-candidato goiano.
Conforme fontes no Planalto, a presidenta Dilma Rousseff (PT), com medo de mais desgastes, teria orientado que agentes públicos fiquem atentos aos movimentos do grupo JBS. Em todo país, existem hoje pelo menos 30 promotores de Justiça se debruçando sobre questões legais do grupo.
Depois que foram divulgados áudios de conversas em que José Batista Júnior, então dono do Friboi, relata como sua empresa e outras três (Independência, Mataboi e Bertin) agem para controlar o preço da arroba do boi em pelo menos cinco Estados no país.
O JBS caiu na mira de vários órgãos fiscalizadores de que usa gado de fazendas que utilizam trabalho escravo, investigações quanto à sonegação de impostos e monopólio de mercado. No começo do ano, Joesley Batista, irmão de Júnior, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por sonegar R$ 10 milhões em dois anos.**
Nem mesmo com o garoto propaganda e ator Global, Tony Ramos dizendo e propagando a qualidade de "primeiro mundo" da carne Friboi, o produto conseguiu escapar de uma ou outra de denuncia sobre a falta de higienização no interior da embalagem, dessa vez foram encontrados vermes no produto.
A OGX, a mega empresa que Eike se gabava nas rodas políticas e empresariais, quebrou. Suas ações valem hoje centavos. Como a JBS, ela tem recursos públicos investidos, caso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A articulação em defesa de Eike e JBS se cruza: Lula, quando presidente, teria garantido aos dois inúmeros benefícios. Não se sabe o que o presidente teria em troca. Uma das recomendações foi de que a JBS empregasse Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central na gestão de Lula, mas que ficou sem função com Dilma. Meirelles também não tem uma função específica ou tradicional na empresa, conforme noticiou a revista “Exame”, mas mesmo assim é bem remunerado para dizer que presta consultorias ao grupo.
O BNDES já perdeu R$ 359 milhões com as empresas de Eike. Por isso, no mercado, já existe uma onda de boatos de que a JBS estaria no mesmo caminho. Espalham pela internet informações de que a empresa teria dificuldades financeiras. Daí as propagandas com Tony Ramos em excesso e o uso da imagem de Henrique Meirelles.
Dilma teria juntado o quebra cabeça e informado a um grupo dentro do Planalto seu receio. Não quer ser pega de surpresa por mais nada.
Vice Presidente, Michel Temer no ato de filiação ao PMDB do proprietário da Friboi, Junior da Friboi
Deputado do PT recebeu R$ 100 mil em doação de empreiteira da Máfia do Asfalto
Devanir Ribeiro aparece como suposto beneficiário de propina de grupo que fraudou licitações em 78 municípios em São Paulo.
O deputado federal Devanir Ribeiro (PT/SP) recebeu, em 2010, R$ 100 mil em doações de campanha da Scan Vias Construções e Empreendimentos Ltda, empreiteira do Grupo Demo - controlado pelo empresário Olívio Scamatti, acusado pelo Ministério Público de liderar a Máfia do Asfalto.
O nome Devanir aparece em uma planilha de Ilso Donizete Dominical, contador da organização criminosa que teria se infiltrado em pelo menos 78 municípios da região noroeste de São Paulo para fraudar licitações com recursos de emendas parlamentares.
O documento é uma tabela Excel de quatro colunas, 81 linhas e 22 nomes. Devanir teria recebido R$ 45 mil em agosto e novembro de 2011, segundo as anotações.
Para os promotores que denunciaram Scamatti e outros 29 empresários, lobistas e servidores públicos à Justiça como integrantes da Máfia do Asfalto, a planilha representa “indicativo de possível contabilidade do pagamento de propina a alguns parlamentares”.
A Máfia do Asfalto foi desmantelada em abril pela Operação Fratelli, missão integrada da Polícia Federal, Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal.
Nos computadores da Scan Vias, sediada em Monções (SP), apreendidos pela força tarefa, um documento expõe longa série de emendas parlamentares, inclusive duas de autoria de Devanir, que somam R$ 7,7 milhões. Uma delas (R$ 2,18 milhões) destinada a “Apoio à Política Nacional de Desenvolvimento Urbano” e a outra (R$ 5,52 milhões) para “Apoio ao Projeto de Infraestrutura Turística”.
O apenso 8-A dos autos da Operação Fratelli contém detalhes da investigação que aparentemente mostram laços estreitos de Devanir com Olívio Scamatti, que está preso há quase 8 meses, por ordem judicial.
Nesse apenso, volume II, o Ministério Público transcreve diálogos de Olívio Scamatti com um irmão dele, Pedro.
Por exemplo, no dia 28 de maio de 2010, às 10h18, o empreiteiro diz que na noite anterior “foi na festa de Fernandópolis (SP) e se encontrou com o deputado Devanir e o pessoal da Valec”.
Scamatti diz a Pedro: “Valec é os contratantes, Valec é o governo. O seu Luiz (prefeito) conseguiu uma zona franca aqui em Fernandópolis igual à zona franca de Manaus, o Devanir conseguiu e vai desviar uma moto da ferrovia prá passar perto, e os caras tavam aí prá fazer o projeto, aí eu bati um papão com os caras. Foi muito bom.”
Em outro grampo, Scamatti conversa com um homem não identificado. Eles falam sobre Devanir.
“Ó, tem do Devanir de cem mil teu, que tá aí, certo?”, diz Scamatti.
O interlocutor do empreiteiro responde. “Não, do Devanir você fez também. É, do Devanir você fez também. Você já até fez, é recape, já acabou. Pode ver e fala com o Marco, se eu coloquei algum obstáculo.”
Procurado pela reportagem do Estado, a assessoria de imprensa do deputado federal Devanir Ribeiro informou que ele “não vai se manifestar”.
*Fausto Macedo e Ricardo Chapola - O Estado de São Paulo
O senador Alvaro Dias usou a tribuna do Senado ontem, dia 28, para levantar um sério problema que vem se acentuando no Brasil: as sucessivas tentativas de cerceamento da liberdade de expressão, em especial nas redes sociais.
Dias citou os casos de censura sofridos por mim e pelo Fabio Pannunzio, censuras decretadas pela justiça. Citou ainda o mais novo caso, e mais estarrecedor ainda que os nossos, o do blogueiro Joselito Muller.
Joselito tem um blog de sátira e fez uma brincadeira com a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, que em vez de entrar na justiça, colocou a Polícia Federal no Rio Grande do Norte para coagir o jornalista.
A PF chamou seu advogado para uma conversa, a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) pediu que revelasse seu nome, enfim, fica tentando aterrorizar o blogueiro com a óbvia intenção de intimidá-lo.
Conversei com o Joselito e posso afirmar a vocês e à ministrinha, essa coação não vai produzir resultado outro senão revelar o caráter autoritário e arbitrário dessa gente do PT, gente que não está acostumada com a democracia.
O senador Alvaro Dias é um incansável defensor da liberdade de expressão. Foi a primeira voz, ao lado do então senador Arthur Virgílio, a se levantar contra a censura ao Prosa e Política no Senado e em seu site (veja aqui), e faz isso com todos os casos que toma conhecimento.
Sobre Maria do Rosário, a ministra dos direitos dos humanos petistas, a fala do senador foi muito boa, vale escutar no vídeo abaixo:
O primeiro contato que tive com o autoritarismo petista foi em 2003, quando escrevi algumas críticas ao programa Fome Zero (Alguém viu o fome zero por ai?), fui questionada pela assessoria do então ministro José Graziano e ao responder (minharesposta ao Ministério de Segurança Alimentar) citei palavras de Frei Betto.
Esse Frei de mentira, então secretário especial do presidente Lula e proprietário dos miseráveis do Brasil, me ligou pedindo uma série de informações sobre minhas fontes, caso contrário, disse ele, entraria com processo contra mim.
Explico isso no texto “Achei o Fome Zero!“. Ao ver que o que tinha escrito podia ser comprovado, não retornou, apenas enviou-me cartilhas do agora morto programa Fome zero, como na época foi previsto por mim.
Já expus a questão aqui algumas vezes. Mas que se volte ao ponto, ué, se isso se mostra necessário. O governo Dilma promoveu nesta quarta uma cerimônia de comemoração dos 10 anos do “Bolsa Família”. Em si, já se trata de uma fraude. As práticas reunidas sob a rubrica “Bolsa Família” estavam em curso no governo FHC.
O que o petismo fez foi reuni-las, o que, no caso, foi uma boa medida. Mas não criou nada. O convidado de honra do evento foi Lula. Falou, como de hábito, pelos cotovelos. Disse que são preconceituosos os que afirmam que os pobres recorrem ao Bolsa Família porque não querem trabalhar. Mas esperem aí: quem acha? Quase ninguém, que se saiba!
Afirmou o ex-presidente:
“O que essa crítica denota é uma visão extremamente preconceituosa no nosso país. Significa dizer que a pessoa é pobre por indolência, e não porque nunca teve uma chance real em nossa sociedade. É tentar transmitir para o pobre a responsabilidade pelo abismo social criado pelos que sempre estiveram no poder em nosso país”.
Que coisa! Já demonstrei aqui dezenas de vezes que o primeiro a dizer que os programas de bolsas deixavam os pobres vagabundos foi Lula. E o fez de maneira explícita, arreganhada. No vídeo abaixo, ele aparece em dois momentos: exaltando o Bolsa Família, já presidente da República, e no ano 2000, quando chamava os programas de assistência direta (como o Bolsa Família) de esmola. Vejam.
Pobre vagabundo
Mas foi bem mais explícito. Nos primeiros meses como presidente, Lula era contra os programas de bolsa que herdou de FHC. Ele queria era assistencialismo na veia mesmo, distribuir comida, com o seu programa “Fome Zero”, uma ideia publicitária de Duda Mendonça, que ele transformou em diretriz de governo. Deu errado. O Fome Zero nunca chegou a existir.
Já demonstrei isso aqui. No dia 9 de abril de 2003, com o Fome Zero empacado, Lula fez um discurso no semiárido nordestino, na presença de Ciro Gomes, em que disse com todas as letras que acreditava que os programas que geraram o Bolsa Família levavam os assistidos à vagabundagem. Querem ler? Pois não!
Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.
Notaram a verdade de suas palavras? A convicção profunda? Então…
No dia 27 de fevereiro de 2003, Lula já tinha mudado o nome do programa Bolsa Renda, que dava R$ 60 ao assistido, para “Cartão Alimentação”. Vocês devem se lembrar da confusão que o assunto gerou: o cartão serviria só para comprar alimentos?; seria permitido ou não comprar cachaça com ele?; o beneficiado teria de retirar tudo em espécie ou poderia pegar o dinheiro e fazer o que bem entendesse?
A questão se arrastou por meses. O tal programa Fome Zero, coitado!, não saía do papel. Capa de uma edição da revista Primeira Leitura da época: “O Fome Zero não existe”. A imprensa petista chiou pra chuchu.
No dia 20 de outubro, aquele mesmo Lula que acreditava que os programas de renda do governo FHC geravam vagabundos, que não queriam mais plantar macaxeira, fez o quê? Editou uma Medida Provisória e criou o Bolsa Família! E o que era o Bolsa Família? A reunião de todos os programas que ele atacara em um só. Assaltava o cofre dos programas alheios, afirmando ter descoberto a pólvora. O texto da MP não deixa a menor dúvida:
(…) programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação – “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.° 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação – PNAA, criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde – “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de julho de 2001.
Compreenderam? Bastaram sete meses para que o programa que impedia o trabalhador de fazer a sua rocinha virasse a salvação da lavoura de Lula. E os assistidos passariam a receber dinheiro vivo. Contrapartidas: que as crianças frequentassem a escola, como já exigia o Bolsa Escola, e que fossem vacinadas, como já exigia o Bolsa Alimentação, que cobrava também que as gestantes fizessem o pré-natal! Esse programa era do Ministério da Saúde e foi implementado por Serra.
E qual passou a ser, então, o discurso de Lula?
Ora, ele passou a atacar aqueles que diziam que programas de renda acomodavam os plantadores de macaxeira, tornando-os vagabundos, como se aquele não fosse rigorosamente o seu próprio discurso, conforme se vê no vídeo.
A imprensa
Notem: o que vai acima não é uma invenção minha. Lula efetivamente achava que políticas assistenciais viciavam os pobres e corrompiam suas respectivas consciências. Lula efetivamente achava que os programas que resultaram no Bolsa Família desestimulavam a plantação de macaxeira… Se alguém achava que um assistido pelo benefício se tornava vagabundo, esse alguém era… Lula!
Não obstante, ele é convidado para o aniversário do programa, faz proselitismo da pior espécie e é poupado de seu próprio passado e de suas próprias palavras.
Quatro ex-funcionários da Prefeitura de São Paulo foram presos hoje acusados de um desvio milionário que pode chegar a pelo menos R$ 500 milhões. O Ministério Público comprovou um rombo de R$ 200 milhões ao longo de três anos. Mas a prefeitura estima que a fraude chegue a R$ 500 milhões pelo tempo em que o grupo atuou no esquema desvendado.
A operação, realizada hoje de manhã e apelidada de "Necator" (um tipo de parasita) pela prefeitura, tem potencial explosivo: iniciada pela administração de Fernando Haddad (PT-SP), ela atinge em cheio a cúpula das finanças da gestão de seu antecessor, Gilberto Kassab (PSD-SP). Ele é aliado de Dilma Rousseff no governo federal. A operação faz parte da ação 'Acerto de Contas', que será implementada por Haddad.
Um dos acusados das supostas falcatruas é o ex-subsecretário da Receita Municipal Ronilson Bezerra Rodrigues. Outro é Eduardo Barcelos, diretor de arrecadação do mesmo órgão. Eles eram da equipe do secretário Mauro Ricardo, de Finanças. Os outros presos são Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral, ex-diretor da divisão de cadastro de imóveis e o agente de fiscalização Luis Alexandre Cardoso de Magalhães.
Os funcionários são acusados de integrar uma quadrilha que recebia propina de grandes construtoras para fornecer a elas certidões de quitação de ISS (Imposto Sobre Serviço) sem que pagassem tudo o que era devido.
O documento precisa ser emitido para que as construções obtenham o habite-se da prefeitura.
O grupo se reunia em um escritório a 300 metros da sede da prefeitura, no centro, apelidado de "ninho".
*Reportagem de MÔNICA BERGAMO - COLUNISTA DA FOLHA
-Comentário de Rui Marangoni:
Esta caindo a casa do traíra safado, sempre disse que o que era dele estava guardado, este pilantra sabia de tudo sim, é como aquele que foi preso por causa do escândalo dos estacionamentos (nos shopping´s) o sujeito ganhava 10 mil reais/mes e tinha patrimônio de milhões e o Kassab nada sabia!!! Aprendeu rapidinho com o "ratao-mor","eu não sabia de nada", diz ele!
Uai, pra quem se jogou no colo dos petralhas, até que isso é pouco, ele nao viu nada ainda!
Escrevi um post sobre um vídeo em que artistas da Globo e outras subcelebridades convocam a população do Rio para um protesto. Uma das, como direi?, depoentes, chamada Bianca Comparato (nunca tinha ouvido falar, mas parece que não só existe como tem ideias muito firmes), defende abertamente os black blocs e as depredações. Diz ela:“[órgãos de imprensa] só reportam o que é que foi quebrado, o que foi destruído. E eu também acho que tem de parar para pensar o que é que está sendo destruído. São casas de pessoas, como (sic) a polícia joga uma bomba de gás dentro de um apartamento? Não! São lugares simbólicos”.
A fala desses bacanas do miolo mole, no entanto, tem muito menos importância do que a de um homem em particular. Justamente o primeiro que fala no vídeo. Reproduzo de novo:
Muito bem. A personagem em questão é o juiz João Damasceno, da 1ª Vara de Órfãos e Sucessões, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Este:
Tento de novo: temos um juiz, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que participa de um vídeo que convoca manifestações e que acolhe as ações dos black blocs, que, afinal de contas, só depredam o que tem de ser mesmo depredado, segundo se entende….
O juiz Damasceno pertence a tal entidade “Associação Juízes para a Democracia”, como se fosse possível haver uma outra, em que juízes fossem contra a democracia. Esse grupo, declaradamentre de esquerda (e sabemos como países socialistas foram verdadeiros reinos de justiça) tem noções muito particulares de direito. Já entrei em alguns embates com eles aqui. Um de seus membros resolveu que, se me ofendesse bastante, elucidaria os absurdos escritos num documento da entidade
Qual foi o busílis de então? Essa associação, composta, reitero, de juízes, teve a ousadia de dizer QUE HÁ, SIM, HOMENS ACIMA DA LEI. Fez isso num documento tornado público em 2011. Escrevi a respeito. Reproduzo trecho do despropósito assinado pelos meritíssimos. Leiam (em vermelho). Volto em seguida.
Não é verdade que ninguém está acima da lei, como afirmam os legalistas e pseudodemocratas: estão, sim, acima da lei, todas as pessoas que vivem no cimo preponderante das normas e princípios constitucionais e que, por isso, rompendo com o estereótipo da alienação, e alimentados de esperança, insistem em colocar o seu ousio e a sua juventude a serviço da alteridade, da democracia e do império dos direitos fundamentais. Decididamente, é preciso mesmo solidarizar-se com as ovelhas rebeldes, pois, como ensina o educador Paulo Freire, em sua pedagogia do oprimido, a educação não pode atuar como instrumento de opressão, o ensino e a aprendizagem são dialógicos por natureza e não há caminhos para a transformação: a transformação é o caminho.
Retomo Atenção! O texto não é só cafona e pernóstico. É também perigoso. Aqueles vetustos senhores e aquelas vetustas senhoras, todos togados, estavam apoiando, em 2011, a invasão da reitoria da USP. Pois bem… Em 2013, o prédio está invadido de novo, como vocês sabem. A universidade recorreu à Justiça com um pedido de reintegração de posse. Foi negado. O juiz Adriano Marcos Laroca produziu a seguinte pérola, vandalizando também a língua:
“A ocupação de bem público (no caso de uso especial, poderia ser de uso comum, por exemplo, uma praça ou rua), como forma de luta democrática, para deixar de ter legitimidade, precisa causar mais ônus do que benefícios à universidade e, em última instancia, à sociedade. Outrossim, frise-se que nenhuma luta social que não cause qualquer transtorno, alteração da normalidade, não tem força de pressão e, portanto, sequer poderia se caracterizar como tal.”
O juiz Laroca também pertence à Associação Juízes para a Democracia. Ele, aliás, assina um artigo na revista do grupo cuja capa é esta:
Para essa turma, existe, como se vê, certa contradição entre verdade e justiça. “Ah, Reinaldo, eles estão dizendo que a verdade apenas não basta, que é preciso ter também a Justiça…” Não, senhores! Cumpre-me perguntar: e justiça sem verdade, eles aceitam? Todos os regimes autoritários que se instalaram privilegiaram, ao menos no discurso, a justiça. A verdade podia esperar.
Vejam ali. Há gente com a cara tapada. Há black blocs. Assim, não é de estranhar que o juiz Damasceno seja uma das estrelas de um vídeo que justifica a ação dos mascarados. A pauta da revista é bastante eloquente. Eis os destaques:
Juízes que dizem que “poderes do estado vandalizam” são capazes de qualquer coisa, não? Afinal de contas, o que é que faz dos juízes… juízes??? Não seriam justamente os poderes do estado. Se estes senhores tomam uma decisão e se aqueles que têm de cumpri-las decidirem dar de ombros, mandando-os às favas, eles fazem o quê? Mandam prender! Em nome do quê? Que se saiba, dos “poderes do estado”. E quem vai executar a ordem é a polícia.
Polícia? Então voltemos ao juiz Damasceno, aquele do vídeo, e à imagem lá do alto. Este senhor havia pendurado em seu gabinete a gravura, de Carlos Latuff.
Como se vê, um homem negro está crucificado, alvejado por um policial militar. Que Latuff ache isso, vá lá, isso é com ele. Que um juiz pendure essa imagem em sua sala, eis uma manifestação do mais escancarado e inaceitável proselitismo. Trata-se de uma provocação cretina à Polícia Militar, composta, diga-se, em boa parte, de negros. O órgão especial do TJ mandou retirar a imagem, que foi parar na sala do desembargador Siro Darlan.
Digam-me: esses juízes estão interessados na paz? Pouco me importa a convicção de cada um deles. Envergam a toga para cumprir a lei. Não estão lá para expor suas noções particulares de justiça. Também não têm o direito de usar o aparelho de estado a serviço de suas ideologias. Se a lei não for o seu instrumento, então será o arbítrio.
Tudo aquilo por que um indivíduo comum precisa torcer é para não dar de cara com um membro da Associação de Juízes para a Democracia. Por que não? Vai que o pobre coitado tenha seu direito agravado por uma daquelas pessoas que esses doutores considerem acima da lei… Se for assim, amigo, você já perdeu, mesmo que esteja certo. Afinal de contas, esses iluminados acham que a Justiça é uma instância que pode estar em contradição com a verdade. Se está, a Justiça, que nem sempre é bem servida pela verdade, pode se socorrer, então, da mentira. É só uma questão de lógica.
De um juiz, espera-se que cumpra a lei, não uma cartilha ideológica. De resto, o doutor Damasceno sempre pode abandonar a toga e disputar uma vaga na Câmara dos Vereadores, na Assembleia ou no Parlamento Federal. E dirá o que lhe der na telha. “Juízes, então, não são livres para se manifestar, Reinaldo?” Claro que são, mas sem se esquecer de sua condição, Afinal, nós somos obrigados a fazer o que eles mandam, mas a recíproca não é exatamente verdadeira. Sim, eles também são regulados por códigos. E, até onde sei, participar de eventos que estimulem a depredação, a violência e o desrespeito às leis não lhes é facultado. Ou é? Do mesmo modo, não podem usar salas do tribunal como palanque.
Goebbels, ministro da propaganda nazista, dizia que uma mentira contada mil vezes tornava-se uma verdade inquestionável.
Não por acaso, as mentiras inventadas e ditas por esse governo corrupto, hipócrita, demagogo e genocida são constantes e, para ocultar suas mazelas, investe muito mais em marketing que em soluções aos problemas gritantes que saltam das ruas.
Não se pode mais fingir que nada está a acontecer.
O governo Dilma do PT segue como se nada lhe dissesse respeito. Como se os protestos de milhões de brasileiros no mês de Junho não fossem reflexo direto dos desmandos verificados nos últimos 12 anos em que o Brasil foi lançado às trevas. Mas foi, a voz das ruas é a voz de Deus.
Vocês sabem… Como sou um “rottweiler feroz”, não gosto da violência promovida pelos ditos “ativistas e manifestantes”, seja lá o que isso signifique nestes dias. Entre quem quebra tudo e argumenta, prefiro quem argumenta. Entre quem põe fogo em bens públicos e privados e dialoga, prefiro quem dialoga. E acho que mascarados que promovem o caos nas cidades brasileiras são bandidos. Aqueles artistas que fizeram um vídeo convocando um protesto, que conta com um depoimento em favor dos black blocs, não pensam assim. No Brasil, cães furiosos apostam no diálogo, e as pombas da paz, no confronto. Não somos mesmo um país convencional. Ai, ai… Abaixo, vocês lerão algumas palavras estarrecedoras.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai se encontrar com os secretários de Segurança Pública do Rio e de São Paulo — respectivamente, José Mariano Beltrame e Fernando Grella — para discutir as manifestações violentas. Voltarei ao tema na madrugada. Vou demonstrar como Cardozo colaborou, de um modo muito especial, para que a situação chegasse a esse ponto. Pode me aguardar aí, ministro, que a memória é um dos pilares dos que prezam a história. E eu prezo. Neste post, quero chamar a atenção de vocês para a fala de uma outra autoridade: Gilberto Carvalho. Ele é nada menos do que secretário-geral da Presidência. Em trecho de texto do Globo Online, que reproduzo abaixo, de Jaílton Carvalho e Luíza Damé, vocês verão como o sociologismo chulo de Carvalho acaba, objetivamente, dando piscadelas para a violência e para o caos.
Se, ali por volta de junho, Cardozo deu sua cota pessoal de contribuição ao caos, Carvalho agora dá piscadelas à confusão porque ela, em muitos aspectos, é útil ao statu quo. E isso também demonstrarei mais tarde. Leiam o que segue. Volto em seguida. * O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, convocou uma reunião com os secretários de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e de São Paulo, Fernando Grella Vieira, para analisar a situação das mobilizações sociais e discutir estratégias de como lidar com atos de violência que têm acontecido durante as manifestações nos dois estados. Durante a reunião, as autoridades deverão discutir se a investigação dos atos de vandalismo, inclusive os atribuídos ao grupo Black Bloc, podem passar à competência da Polícia Federal.
Cardozo também anunciou nesta terça-feira que tropas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Rio serão enviadas para reforçar a segurança em rodovias em São Paulo. O ministro não revelou o número dos policiais e nem o destino final deles por questões estratégicas. O envio der tropas foi acertado no fim da manhã de hoje, entre autoridades do governo de São Paulo com dirigentes da PRF.
Cardozo defendeu a liberdade de manifestações, mas criticou duramente a violência de alguns protestos. “A liberdade de manifestação está prevista na Constituição e deve ser respeitada por todos, inclusive pelas autoridades policiais. Essa situação não se confunde, evidentemente, com o abuso da liberdade de manifestação. Não se confunde com a depredação, com o vandalismo”, disse Cardozo. “Acho que é legitimo que as pessoas se manifestem. Mas, quando a liberdade de expressão ultrapassa o limite da lei, quando outras pessoas são feridas na sua integridade física e patrimonial, quando há um abuso disso, traduzido em prática de delitos, isso não pode ser aceito pelo Estado.”
Carvalho Também nesta terça-feira, o ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, disse que o governo está preocupado com a violência dos protestos, tanto do lado dos manifestantes quanto dos policiais, mas reconheceu que não há um diagnóstico da situação e do que leva aos ataques. Para o ministro, a polícia tem de agir para evitar destruição do patrimônio público e privado, mas a solução para os atos violentos não pode ser a criminalização dos movimentos nem somente a repressão.
“Ela (violência) é muito mais complexa, agora tem misturado com toda essa questão do crime organizado, a questão dos black blocs. Qualquer pessoa agora tem que ter muito cuidado em analisar essas questões para querer ter um diagnóstico perfeito. De todo modo, nós estamos preocupadíssimos com isso. Desde que as manifestações começaram a derivar para esse caminho da violência, nós ficamos preocupados. Entendemos que não basta criminalizar essa juventude, nós temos de ter um diagnóstico melhor, precisamos entender até que ponto a cultura de violência já vivida na periferia já emigrou para esse tipo de ação”, argumentou Gilberto Carvalho.
O secretário-geral da Presidência também afirmou que haverá uma cooperação entre Rio e São Paulo, com o encontro de Cardozo com os secretários de Segurança dos estados. “É importante o seguinte: trata-se de um fenômeno social que, para podermos ter uma atuação eficaz, nós temos de ter um diagnóstico mais preciso. E nos falta até agora esse diagnóstico mais preciso. Estamos acelerando isso, estamos em diálogo com a polícia, com as autoridades dos estados, estamos buscando e também com a sociedade, com movimentos juvenis. Porque a simples criminalização imediata, ela não vai resolver”, disse Gilberto Carvalho. (…)
Voltei Afirmar que a cultura da violência da periferia está migrando para os protestos é só a ideologia a serviço da empulhação. Perguntem aos realmente pobres se eles endossam a depredação. Enquanto as autoridades fizerem essa abordagem, o caos nas ruas vai continuar porque não haverá efetivo combate à truculência. Ocorre que também essa avaliação de Carvalho traduz uma deformação de origem e uma utopia. Cuidarei desses temas mais tarde. Nunca pensem que gente como Carvalho já chegou ao limite. Ele sempre pode ultrapassá-lo.
Descolados globais — e outros nem tanto — resolveram, vamos dizer assim, esquentar de novo os protestos no Rio de Janeiro. Vejam aí no arquivo quantas vezes este cão danado aqui apontou que, em Banânia, artista é tratado como pensador — e, infelizmente, muitas vezes, pensadores anseiam a fama de artistas. Os que deveriam buscar aplausos querem ser reconhecidos como filósofos, e alguns “filósofos”, por sua vez, só querem ser aplaudidos…
Abaixo, há um vídeo em que alguns rostos muito conhecidos, outros menos, convocam a população para um protesto. Assistam. Volto em seguida.
Voltei
1: Como vocês viram, um dos alvos da insatisfação é a tal “mídia”. Vocês sabem a quem pertence a agenda que, no fim das contas, criminaliza mesmo é a imprensa. Aliás, o maior “grupo de mídia” do país são as Organizações Globo, que detêm concessões de TV aberta, por assinatura e de rádio, jornal, revista etc. Assina a carteira de trabalho de boa parte do bacanas. Isso não quer dizer que não possam e não devam dizer o que pensam e discordar. Mas, então, que deem nome aos bois. Qual “mídia” trata de modo inadequado os “manifestantes”? Como sabe toda gente, ao contrário do que se anuncia acima, A IMPRENSA TEM SE NEGADO A CRIMINALIZAR ATÉ MESMO OS CRIMINOSOS.
2: Quem não faz a distinção entre manifestantes e bandidos são os atores globais e os outros dois ou três que se manifestam. Notem:a) não há uma só palavra de censura às depredações;b) a polícia é vista como a única responsável pelos confrontos;c) pessoas detidas depredando a cidade são chamadas de “presos políticos”.
3: Uma jovem chamada Bianca Comparato — nunca vi, mas parece ser atriz —, aos 3min23s, defende, as palavras fazem sentido, o quebra-quebra. Transcrevo sua fala (em vermelho):“[órgãos de imprensa] só reportam o que é que foi quebrado, o que foi destruído. E eu também acho que tem de parar para pensar o que é que está sendo destruído. São casas de pessoas, como (sic) a polícia joga uma bomba de gás dentro de um apartamento? Não! São lugares simbólicos”.
Nunca vi a PM jogando bombas de gás dentro de apartamentos, mas Bianca viu. Ok. Mas isso não é o mais importante. É evidente que ela está defendendo a ação de destruição dos black blocs, mas só a dos “lugares simbólicos”. Do quê? Que eu saiba, quebram bancos, lojas, prédios públicos, praças, estações de trem, de metrô… Lugares simbólicos da civilização?
4: Algumas estrelas do vídeo merecem breves considerações:a) Wagner Moura, hoje, é o líder dos engajados no Brasil. Tornou-se uma espécie de garoto-propaganda do PSOL, em especial da linha freixista (de Marcelo Freixo);b) Marcos Palmeira é genericamente a favor de coisas boas, belas e justas, especialmente as ligadas à natureza. Foi uma das estrelas daquele vídeo patéticocontra Belo Monte. Palmeira sabe como cuidar da questão energética brasileira e, como se vê, é um profundo pensador da democracia. Eduardo Campos o quer como candidato ao governo do Rio pelo PSB.c) Camila Pitanga é militante petista e garota-propaganda da Caixa Econômica Federal, em especial do programa Minha Casa Minha Vida. Já está engajada na candidatura de Lindbergh Farias ao governo do Rio.
No dia 17 de junho, no Rio, aconteceu isto aqui, vejam:
Os “artistas”, evidentemente, não disseram uma só palavra de censura ao comportamento dos manifestantes. Linchar policias pode. Mas o silêncio não é o mais grave. No vídeo que convoca um novo protesto, a violência dos vândalos não só é negada como chega a ser bem-vista e estimulada por uma das participantes. Se quem editou as falas manteve a de Bianca Comparato e se todos concordam com o produto final, então é evidente que a endossam.
Eu sou, claro!, um rottweiler feroz. Mansas são as pessoas que acham que “destruir lugares simbólicos”, num protesto, é coisa de gente que só quer um país melhor.