sábado, 9 de novembro de 2013

Ele não sabia!

"Ficha-suja" trabalhava no Gabinete de Renan. 
Estado revelou nesta quinta o aumento do apadrinhamento em nomeações de funcionários comissionados na gestão do atual presidente do Senado; que emprega 12 filiados do PMDB de Alagoas.
O Senado determinou a demissão do assistente parlamentar júnior Nerigleikson Paiva de Melo do gabinete do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. Em junho, ele havia sido admitido no escritório político de Renan em Alagoas.
Nery, como é conhecido, perdeu a vaga na Câmara de Maceió em 2009 sob acusação de trocar dinheiro e combustível por votos nas eleições de 2008. À época, ele era do PV. A exoneração do auxiliar de Renan foi assinada pela diretora-geral adjunta do Senado, Ilana Trombka, e publicada nesta quinta-feira, 7, no Diário Oficial da União.
O Estado revelou na edição desta quarta que, sob a gestão Renan, o Senado tem mais funcionários admitidos por apadrinhamento do que por mérito. A Casa tem 3.241 funcionários comissionados, nomeados por indicação, e 2.991 servidores efetivos, que em geral entraram por concurso público. A reportagem apontou que Renan emprega em seu gabinete 12 filiados e ex-filiados ao seu partido em Alagoas, entre eles Nery.
O Ministério Público Federal em Brasília abriu inquérito civil no mês passado para investigar o loteamento partidário nas nomeações de comissionados no Senado. A investigação parte da suspeita de possível abuso na contratação de um "número exacerbado" de indicados, em "prejuízo aos cofres públicos".
Após os protestos de junho, a Casa aprovou resolução que proíbe a nomeação, para cargos em comissão, de condenados, em decisão transitada em julgado ou de órgão colegiado, por delitos previstos na Lei da Ficha Limpa. Além de ter de apresentar certidões negativas de órgãos, como a Justiça, o pretendente tem de declarar que não tem vínculo de parentesco com senador ou servidor.
A cassação do mandato do ex-vereador e agora ex-auxiliar de Renan, que recebia salário de cerca de R$ 4,3 mil por mês, foi por decisão unânime do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL). Nery recorreu, sem sucesso, ao Tribunal Superior Eleitoral. Segundo a resolução do Senado, é vedada a contratação de condenados por "corrupção eleitoral ou captação ilícita de sufrágio".
*Por Fábio Fabrini e Ricardo Brito - Agência Estado

Cleptocracia.

Nossa sorte é que as notícias não têm cheiro. Nem cheiram bem as boas notícias, nem cheiram mal as más notícias. Se isso não fosse verdadeiro hoje só conseguiríamos ler as manchetes de um dos principais jornais do país, usando mascara contra os gazes fétidos emitido pelos atuais governos, municipal, estadual e federal. Sem entrar em detalhes, apenas transcrevo cinco delas: PF vê repasse de R$ 19.1 milhões do cartel de trens; Contrato da Petrobrás com Odebrecht é investigado; Grupo é suspeito de fraudar IPTU; recomendação do TCU de parar sete obras; OSX aprova pedido de recuperação judicial. Acabou... apenas o espaço da primeira página, amanhã tem mais. Até quando toda essa podridão vai continuar? Os nosso "nobres parlamentares" não demonstram nem curiosidade sobre esses fatos. O Congresso Nacional mostra sim, um poder discricionário que ultrapassa seus limites legais, éticos e morais, e em conluio com o Executivo formam uma cleptocracia perfeita, onde até a oposição, diga-se de passagem, desnecessária, foi extinta.  
*Humberto de Luna Freire Filho, médico

Rosemary Noronha quebra o silêncio: 'não fiz nada de errado'.

Em sua primeira entrevista depois da eclosão do escândalo, Rosemary Noronha, a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, se diz perseguida e injustiçada por ser amiga do ex-presidente Lula.

Rosemary Noronha sabia desfrutar o poder quando era chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Amiga íntima do ex-presidente Lula, ela empregava parentes na administração, intermediava negócios milionários para amigos e familiares, hospedava-se em aposentos de luxo mundo afora e tinha um talento especial para ganhar cortesias — de diárias em resorts de luxo a ingressos para shows de artistas consagrados. Rose era cortejada por servidores graduados e empresários por um motivo bem simples: ela abria as portas dos gabinetes mais poderosos, inclusive o mais importante deles, no 3º andar do Palácio do Planalto. Desconhecida do grande público, Rose levava uma vida de rainha. Foi assim até novembro do ano passado, quando a Polícia Federal desbaratou uma quadrilha que defendia interesses privados no governo em troca de propina. Seis pessoas foram presas. Outras doze, indiciadas. Apontada como protagonista da teia criminosa que mercadejava pareceres de órgãos técnicos, Rose perdeu o emprego, a influência e o prumo. Caiu do pedestal e sumiu do mapa.

Na semana passada, um ano depois da ação da PF, Rose quebrou o silêncio a que tinha se submetido por orientação de advogados e petistas graúdos. Em conversa com VEJA, a poderosa de outrora, conhecida pela arrogância no trato com subordinados, se disse inocente e injustiçada. Apresentou-se ainda como vítima de trapaças de excompanheiros e de insinuações maliciosas da imprensa. “Não fiz nada de errado. E tenho certeza disso. Sou inocente.” Magra e com aparência bem cuidada, Rose conversou por quase uma hora com a reportagem, num shopping paulistano, sempre mantendo o olhar fixo no interlocutor. Firme na forma e frágil no conteúdo, rebateu as acusações de modo genérico. Mostrou-se também bastante magoada. Um dos motivos é a ligação com o ex-presidente Lula. Segundo Rose, os dois jamais tiveram uma relação de intimidade. “Minha relação com ele é de amizade, fidelidade, e totalmente profissional. As nossas famílias se conhecem desde que as crianças eram pequenas.”

Porque hoje é Sábado, uma bela mulher.

A bela atriz e apresentadora Fernanda Lima

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Collor perde outra Ação Indenizatória: Augusto Nunes ganha mais uma medalha

O site Consultor Jurídico publicou nesta terça-feira uma reportagem sobre a mais recente derrota  judicial sofrida por Fernando Collor. Pela sexta vez, o ex-presidente moveu uma ação indenizatória contra o colunista, agora por sentir-se injuriado pelo post aqui publicado em 14 de maio de 2012 com o título O farsante escorraçado da presidência acha que o bandido vai prender o xerife.  Perdeu de novo.
Collor achou que merecia receber R$ 500 mil para compensar os estragos na imagem provocados pelo artigo, sobretudo por um trecho que afirma o seguinte: “O agora senador Fernando Collor, destaque do PTB na bancada do cangaço, quer confiscar a lógica, expropriar os fatos, transformar a CPMI do Cachoeira em órgão de repressão à imprensa independente e, no fim do filme, tornar-se também o primeiro bandido a prender o xerife”.
Confira abaixo a reportagem do Consultor Jurídico. E leia na seção Vale Reprise a íntegra do texto que originou a ação ─ e garantiu ao colunista mais uma medalha de ouro:
A Justiça de São Paulo rejeitou mais um pedido de indenização do senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) contra a Editora Abril e o jornalista Augusto Nunes, colunista da revista VEJA. Em abril, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou um pedidosemelhante por causa da publicação de textos que acusam o senador de ter gasto, em um mês, R$ 40 mil em verbas indenizatórias do Senado.
Dessa vez, Collor alegou que foi ofendido em um texto de Augusto Nunes publicado no blog do jornalista. Diz o ex-presidente que os termos “bandido”, “chefe de bando” e “farsante”, empregados em publicação de 14 de maio do ano passado, foram empregados com o intuito de denegrir seu nome. Ele pediu, inicialmente, R$ 500 mil em indenização.
Na sentença, a juíza Andrea Ferraz Musa, da 2ª Vara Cível do Foro de Pinheiros, disse que, em um estado democrático, o jornalista tem o direito de exercer a crítica, ainda que de forma contundente. Ela acolheu os argumentos dos defensores de Nunes e da Abril, Alexandre Fidalgo e Otávio Breda, do escritório EGSF Advogados.
“Embora carregada e passional, não entendo que houve excesso nas expressões usadas pelo jornalista réu, considerando o contexto da matéria crítica jornalística. Assim, embora contenha certa carga demeritória, não transborda os limites constitucionais do direito de informação e crítica”, disse a juíza.
No texto publicado na internet, Augusto Nunes trata da atuação de Fernando Collor na chamada CPI do Cachoeira. Na ocasião, o senador aproveitou a exposição do caso para criticar a imprensa, e por ela foi criticado. No pedido de indenização, Collor alegou que foi absolvido de todas as acusações de corrupção pelo Supremo Tribunal Federal e que há anos vem sendo perseguido pela Abril.
A juíza, entretanto, considerou irrelevante a decisão do STF. “As ações políticas do homem público estão sempre passíveis de análise por parte da população e da imprensa. O julgamento do STF não proíbe a imprensa ou a população de ter sua opinião pessoal sobre assunto de relevância histórica nacional”, justificou.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Covardia da polícia petista.

A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou hoje (6/11) moção de repúdio ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, do PT, e ao secretário de Saúde local em protesto a ação truculenta contra uma jovem de 15 anos grávida que foi presa ao reclamar da demora do atendimento em um hospital público da capital federal. A moça, relatou Mandetta, já estava esperando há mais de oito horas e, ao pedir de forma mais incisiva para ser atendida, foi algemada e levada por três policiais militares para um camburão, conforme reportagem desta quarta-feira do jornal Correio Braziliense. “Esse fato retrata hoje, sem maquiagem, o tratamento do SUS, da saúde pública, que vem sendo usada como marketing eleitoral, tentando esconder do povo as mazelas desse sistema. Votamos na Comissão de Seguridade Social uma nota de repúdio ao governador do Distrito Federal, pedindo providências”, disse Mandetta no plenário da Câmara Federal nesta tarde.

Perderam!




Vinicius Motta - 
Folha de SP
 
Quem passou da infância à vida adulta nas décadas de 1980 e 1990 acostumou-se ao padrão. Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil nunca perdiam. Alinhados às boas causas, eram reputados como reserva de sabedoria de nossa vida pública corrompida. 

Tratava-se, obviamente, de uma fábula. O primeiro compromisso desses artistas sempre foi com seus legítimos interesses profissionais e empresariais. A qualidade intrínseca de suas intervenções na política e no debate de ideias jamais se aproximou do seu desempenho como letristas. 

A influência que exerciam nos palanques nacionais indicava a rarefação de nossa esfera pública. A conversão de capital cultural em capital político não é certa nem imediata nas democracias consolidadas, que separam muito bem esses campos. 

Celebre-se, portanto, como sinal de amadurecimento do país a derrota esmagadora do (ex-)grupo Procure Saber, encabeçado pelo trio de ouro da MPB, no debate das biografias não autorizadas. 

A causa era decerto ingrata. O grupo propunha-se a convencer a opinião pública de que biografias só poderiam circular mediante autorização do biografado ou de seus familiares. Não há meio de aceitar essa cláusula sem ferir a liberdade de expressão, consagrada na Carta de 88. 

Sim, a liberdade de expressão é também a liberdade de injuriar, caluniar e difamar. Para esses males, a lei determina remédios. Mas é sobretudo a liberdade de criticar e contar histórias e versões menos abonadoras sobre quem quer que seja. E de oferecê-las ao crivo do debate público. 

Habituados a despertar solidariedade automática nos círculos intelectuais e políticos, Chico, Caetano e Gil talvez pensassem que iriam levar mais esta. O tempo passou na janela, mas eles não notaram. 

O Brasil começa a descobrir que, como políticos e intelectuais, eles são apenas bons compositores e empresários.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Líder do PSDB pede a Janot investigação sobre contratos do BNDES com Cuba e Angola.

O líder do PSDB no senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), protocolou nesta segunda-feira (4) uma representação para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apure se houve ilegalidade por parte do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ao não permitir acesso aos contratos firmados entre o BNDES e os governos de Cuba e Angola. A representação foi motivada por reportagem da Folha que revelou, em abril, a decisão do ministro Fernando Pimentel, titular da pasta, de classificar como secretos os documentos sobre os empréstimos às duas nações, o que não ocorreu com contratos de outros 13 países beneficiados por financiamentos do banco estatal.
Na ocasião, o governo alegou que os contratos com Cuba e Angola continham informações “estratégicas” e eram “cobertos por sigilo comercial”. Apenas em 2012, o BNDES desembolsou US$ 875 milhões para os dois países. Segundo a representação, é preciso apurar se houve conflito com os princípios constitucionais de publicidade e transparência no uso de recursos públicos. A reportagem da Folha tentou obter os contratos de financiamento por meio da Lei de Acesso à Informação, mas teve seu pedido negado, já que os documentos foram classificados como secretos.
O senador pede à Procuradoria-geral da República a “imediata abertura de procedimento administrativo” para apurar a conduta do ministro Fernando Pimentel, a instauração de um inquérito administrativo para averiguar “prática de atos de improbidade administrativa”, além da requisição da divulgação pública dos termos dos financiamentos feitos a Cuba e Angola.O requerimento sugere ainda o oferecimento de denúncia criminal em face de Fernando Pimentel “se for o caso”.
*Por Renata Agostini, na Folha

De máfias e aliados.

Máfias do tipo das mais recentes, como a do ISS ou a do Asfalto, que se formam para assaltar os cofres públicos, têm origem na ação dos aliados, como foi o caso do golpe da votação relâmpago para aumentar o IPTU na cidade de São Paulo. Em breve, ou quando a Prefeitura mudar de partido, ou melhor, de padrinho, poderemos assistir a uma investigação que dará origem a um processo, que irá só até a metade porque ninguém devolve o que roubou, o qual denunciará a formação de outra máfia que teve origem num dos cargos concedidos agora pelo poste prefeito aos vereadores aliados que concordaram com o assalto do IPTU. Aliados servem para isso, apoiar maldades, fraquezas ou incompetências em troca de favores. E esses favores sempre são muito mais do que nós, pobres mortais, supomos. Ou alguém acredita que o ministro, o secretário, o fiscal aliado recebem o ministério, a secretaria ou um departamento apenas em troca de salário, mesmo que esse salário seja ac ima do teto legal? 
VICTOR GERMANO PEREIRA victorgermano@uol.com.br São Paulo

Obama tenta "cozinhar" Israel em banho maria.


O KNESSET DIZ QUE OBAMA TERGIVERSA QUANDO SE TRATA DA OPÇÃO MILITAR CONTRA O IRÃ. ETZACHI HANEGBI, UM CONFIDENTE DE NETANYAHU QUE COSTUMAVA SER MINISTRO PARA ASSUNTOS NUCLEARES, DIZ QUE ISRAEL NÃO SE CONFORMA COM UM ACORDO QUE PERMITA QUE AS CENTRÍFUGAS IRANIANAS CONTINUEM GIRANDO.
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Tzachi Hanegbi (à direita) e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu participam de uma reunião do comitê no Knesset (Parlamento de Israel). (FLASH90 )
“Os líderes dos EUA, até e incluindo o presidente Barack Obama, estão apenas tentando cozinhar Israel em banho-maria quando falam da opção militar contra o Irã”, disse Tzachi Hanegbi, um dos principais membros do partido Likud (União) no Knesset (Parlamento israelense), que é um dos confidentes mais próximos do Primeiro Ministro Benjamin Nentayahu.
Quando Netanyahu ameaça do uso da força no caso de tudo o mais vier a falhar para parar a bomba atômica do Irã, disse Hanegbi, “ele não está fazendo ameaças vazias", e a coisa é para valer, mesmo. Contrastadamente, "quando o orador é o [Secretário de Estado] Kerry ou o porta-voz da Casa Branca, ou até mesmo o presidente Obama e outros, vê-se que eles estão apenas tergiversando e tentando cozinhar Israel em banho-maria”.
“Os norte-americanos estão cheios de ‘boas intenções’, têm sistemas militares preparados e empregados para atacar as usinas nucleares persas, e é claro que Obama compreende que modo como o programa nuclear ilegal e não autorizado do Irã será tratado pelo seu governo será fundamental para o seu legado”, disse Hanegbi à imprensa israelense. No entanto, segundo ele, não demonstra que os EUA exibirão a firmeza necessária nas negociações com os iranianos.
Hanegbi, de 56 anos, que ocupa a chefia da poderosa Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Knesset, serviu no passado como presidente da referida comissão e Ministro da Inteligência e Assuntos Nucleares. Numa extensa entrevista em seu escritório no Knesset, na semana passada, durante a qual ele observou que "estava muito perto de Netanyahu", disse que não tinha dúvidas de que, se tudo o mais falhar, Israel é militarmente capaz de detonar o programa nuclear iraniano, e que ninguém crível "duvida dessa capacidade de Israel" em fazê-lo.
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Barack Obama, à esquerda, e Benjamin Netanyahu, na Casa Branca.
Ele lucubra: "As pessoas têm dúvidas quanto ao resultado [da intervenção militar israelense], quanto tempo [seus efeitos] ela vai durar, e qual será a resposta do Irã... Há muitas variáveis ​​e incógnitas que eu não posso prever ou... [Mas] Nenhuma destas considerações é poderosa o suficiente para me dispor a viver sob a ameaça de um Irã nuclear... O peso de todas estas considerações, em conjunto, e de todos os possíveis desdobramentos negativos, não chega nem perto [do custo] de aceitarmos o Irã como uma potência nuclear".
Questionado várias vezes se achava que tinha chegado o momento de atacar, Hanegbi foi polidamente evasivo. "Há coisas que as pessoas podem pensar, mas não devem dizer em voz alta", disse ele para, em seguida, acrescentar: "Tenho a sorte de não ser eu a ter que tomar essa decisão".
Disse que os iranianos "geralmente acreditam que é a América o seu maior problema, e não Israel... Eles subestimam Israel e não acreditam que temos tal poder, tal coragem ou tal capacidade" para enfrentá-los. Na verdade, porém, disse Hanegbi, "nada impedirá Netanyahu de fazer o que ele acredita que está certo. E ele considera que esta é a maior missão histórica que lhe foi dada... Ou seja, impedir que o Irã de se tornar uma potência militar nuclear".
Referindo-se aos relatos de que o Primeiro Ministro quisera ter atacado o Irã no passado recente, Hanegbi disse que nada poderia tê-lo impedido – nem a pressão dos EUA, dos chefes da segurança de Israel, ou de qualquer outra origem. "Caso ele tivesse achado que a ação militar era fundamental na época, ele teria agido. Ele, todavia, decidiu não fazê-lo porque muito provavelmente havia grandes vantagens em esperar até que Israel chegue o mais perto possível de seus limites de tolerância, tornando a medida mandatória para defesa própria do estado sionista", disse Hanegbi.
Hanegbi, com 56 anos, e um longo tempo de militância política no Likud no Knesset, acabou deixando esse partido para se juntar ao partido Kadima e depois voltar ao Likud antes das eleições de janeiro último, quando reconheceu que Israel não tem os meios para impedir um acordo através das negociações lideradas pelos EUA com Teerã que resulte no levantamento parcial ou total das sanções impostas pela ONU ao Irã sem que se impeça que as centrífugas de Qom e Natanz continuem enriquecendo urânio. A mensagem que Israel está enviando ao mundo, disse ele, é a que deixa claro que o Estado Judeu não poderá de aceitar um arranjo desses.
O novo presidente iraniano, Hassan Rouhani, "está a tentar desfazer o dano causado pelo seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, ao longo dos últimos oito anos, e criar um tipo de abertura, de tentativa de diálogo e aproximação com o Ocidente. Tudo isso tem um propósito, declarado por ele – ou seja, remover as sanções sem que as centrífugas parem de funcionar", disse Hanegbi. "Israel não tem como impedir o Irã de atingir esses objetivos na mesa de negociação, e está apenas tentando deixar claro que a pretensão persa é inaceitável ​​para nós".
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O presidente retirante, Mahmoud Ahmadinejad, à esquerda, entrega o selo oficial de aprovação do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, ao centro, para dá-lo ao presidente Hassan Rouhani, à direita, numa cerimônia oficial de endosso ao novo Presidente, em Teerã, no Irã, em 3 de agosto de 2013.

Hanegbi disse que estava certo de que a vitória eleitoral de Rouhani em junho foi uma surpresa para o Líder Supremo Ayatolah Khamenei. "Khamenei optou por respeitar a decisão das urnas, mas assumiu que esperava o vencedor vindo de um dos candidatos mais próximo da sua abordagem", disse ele. Mas Khamenei preferiu não intervir nos resultados da eleição, porque ele e o regime "reconheceram que havia algum potencial construtivo na eleição de Rouhani, desde que ele permanecesse leal às posições centrais adotadas pela república islâmica".
Os líderes do Irã "sabem como intervir em eleições, quando querem", disse Hanegbi secamente. "Evidentemente, eles acabaram decidindo que o preço de uma intervenção nas decisões das urnas não valia a pena ser pago, para que as coisas funcionassem. Embora o plano inicial não tenha dado certo, eles reconheceram que este também foi um resultado positivo e que permitiu que Rouhani levasse adiante o que chamamos ser a sua “ofensiva de charme”. Eles veem que isso é eficaz, de modo que estão certamente felizes em respaldá-la".
*FRANCISCO VIANNA (da mídia internacional)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Ministro Barroso pode ter recebido mais de R$ 1 milhão da CBF.

PF descobre que Ministro do STF recebeu R$ 1,1 milhão da CBF.

O Ministro do STF, Luis Roberto Barroso, que ficou ainda mais “famoso” com sua atuação no caso dos Embargos Infringentes do Mensalão, em decisão que agradou os réus condenados do PT, recebeu entre 2002 e 2008, ainda na gestão Ricardo Teixeira, R$ 1.164.877,41 dos cofres da CBF.
Os valores foram creditados em conta corrente no nome de Luis R. Barroso & Associados, ag. 3032, c/c 20020-0.
À época, Barroso, advogando, prestava serviços ao mandatário da CBF.
Vale lembrar que a entidade tem por hábito pagar honorários de processos pessoais de seus dirigentes.
Foi nesse período, também, que Ricardo Teixeira enfrentou duas CPIs, sendo que, numa delas, foi agraciado com atestado médico “suspeito”, que o livrou de depor em momento decisivo das reuniões, situação esta que dificilmente passaria à margem do conhecimento de seu então advogado.
A grande questão, porém, é a origem dos dados – a que tivemos acesso – que estão sendo analisados, desde o ano passado, pela Polícia Federal.
Todos retirados do computador de Marco Polo De Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, e que foi detido, em 2012, por suspeita de espionar adversários e também sua ilibada namorada.
No caso dos arquivos, em que são indicadas as transferências de valores da CBF para o Ministro Barroso, salta aos olhos a indicação de que Del Nero enviou cópia da documentação, com pequeno relatório, ao deputado Vicente Cândido (PT), sócio do dirigente e vice, também da FPF.
barroso cândido
O petista, ex-funcionário do mafioso russo Boris Berezovsky, morto recentemente, luta pela implementação do PROFORTE, com aparente apoio da presidente Dilma Rousseff e esforços do Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que é o plano para anistiar as dívidas fiscais de todos os clubes do Brasil.
Barroso, segundo fontes da PF, seria contrário à ideia.
CONFIRA RELATÓRIO DE TRANSFERÊNCIAS DE VALORES DA CBF PARA A CONTA DO MINISTRO LUIS ROBERTO BARROSO
DataValor Obs
08/10/200225.000,00054/02
08/10/200225.000,00055/02
06/01/2003611,12reembolso
17/01/2003108.400,00051/02
16/01/200330.000,00067/02
17/01/200335.000,0071
21/01/2003217,1reembolso
20/02/2003149,5reembolso
25/04/2003376,07Reembolso
25/07/2003823,32Reembolso
07/11/2003685,83Reembolso
16/01/2004116,3Reembolso
01/05/2004355,56reembolso
27/07/2004403,27reembolso
18/01/200558,72reembolso despesas
30/03/2005100.000,005ª parc/honorarios
31/03/2005100.000,00801
12/05/2005147,37 reembolso
19/01/200610.000,001111
19/01/200610.000,001112
19/01/200610.000,001113
19/01/200615.000,001114
23/03/2006103,2Reembolso
18/04/2006576,45reembolso.
19/07/2006218,3reembolso
07/08/2006114.186,17010/2006
11/09/2006114.186,171291
03/10/200670,8021/06
04/10/2006114.186,171307
04/10/2006114.186,171307
05/01/2007111.689,5113/2006
22/05/2007111.689,5113/2006/proc 433/96
09/11/200788,2108/07
06/12/2007215,8123/07
16/01/20081.293,81reembolso 010/08
08/05/20087.618,33036/08
16/07/20082.224,66074/08

Iniciativa privada tenta suprir a deficiência do Governo.

Empresário banca R$ 250 milhões para construir aeroporto no Vale do Paraíba.
Em uma área equivalente a 278 campos de futebol entre as rodovias Carvalho Pinto e Presidente Dutra, na região de Caçapava (a 123 km de São Paulo), um pelotão de máquinas opera em ritmo frenético para dar espaço ao primeiro aeroporto comercial privado do Brasil.
Bancado por Rogério Penido, dono de uma construtora e pavimentadora que leva o seu sobrenome, em São José dos Campos (SP), o planejamento para o aeroporto começou dez anos antes e foi visto como audacioso por outros empresários da região.

domingo, 3 de novembro de 2013

Deu a "doida" na Mirian Leitão?

A colunista Míriam Leitão resolveu atacar Reinaldo Azevedo e esse que vos escreve em seu artigo de hoje, mas sem coragem para citar os nomes. Criticou o que chamou de miséria do debate, posando de isenta, neutra, ou pior, acima dos embates ideológicos. É sempre assim: a nova esquerda finge não ser de esquerda.
Logo de cara, tentou mostrar uma postura equidistante dos que demonizam o PT e os que demonizam o PSDB, “acusando-o” de neoliberal:
O Brasil não está ficando burro. Mas parece, pela indigência de certos debatedores que transformaram a ofensa e as agressões espetaculosas em argumentos. Por falta de argumentos. Esses seres surgem na suposta esquerda, muito bem patrocinada pelos anúncios de estatais, ou na direita hidrófoba que ganha cada vez mais espaço nos grandes jornais.
É tão falso achar que todo o mal está no PT quanto o pensamento que demoniza o PSDB. O PT tem defeitos que ficaram mais evidentes depois de dez anos de poder, mas adotoupolíticas sociais que ajudam o país a atenuar velhas perversidades.
O PSDB não é neoliberal, basta entender o que a expressão significa para concluir isso. A ele, o Brasil deve a estabilização e conquistas institucionais inegáveis. A privatização teve defeitos pontuais, mas, no geral, permitiu progressos consideráveis no país e é uma política vencedora, tanto que continuou sendo usada pelo governo petista.
O PT não se resume ao mensalão, ainda que as tramas de alguns de seus dirigentes tenham que ser punidas para haver alguma chance na luta contra a corrupção. Um dos grandes ganhos do governo do Partido dos Trabalhadores foi mirar no ataque à pobreza e à pobreza extrema.
Quanta coisa para rebater! Vejam como a colunista paira acima dessa disputa política. O PT tem defeitos, mas não é só o mensalão. O PSDB tem qualidades, e não é neoliberal. Basta entender o que a expressão significa para concluir isso. É verdade! O PSDB não é neoliberal, como todo liberal diz. Mas notem como Míriam Leitão acha isso BOM, e como lida com o termo como se fosse ruim. Ela está, em sua cabeça, DEFENDENDO os tucanos desse ataque cruel!
O PT mirou no ataque à pobreza? Mesmo? Ao fazer tais concessões patéticas em nome da covarde postura neutra, Míriam está endossando uma mentira! As políticas sociais do PT não são sustentáveis, têm caráter eleitoreiro, criam dependência do estado, são esmolas que compram votos. Mas ela elogia esse lado “humano” do PT, ajudando a propagar uma falácia só para parecer bem na foto, contra os “extremos”. Aqui ela se entrega de vez:
Os epítetos “petralhas” e “privataria” se igualam na estupidez reducionista. São ofensas desqualificadoras que nada acrescentam ao debate. São maniqueísmos que não veem nuances e complexidades. São emburrecedores, mas rendem aos seus inventores a notoriedade que buscam. Ou algo bem mais sonante.
Como assim, “petralhas” e “privataria” são termos equivalentes? Petralhas são petistas quadrilheiros, que justificam quaisquer meios para seus “nobres fins”. Privataria é o que mesmo? Ah sim, os petistas usam isso para chamar qualquer um que defende… as privatizações! Ou seja, vender a Vale é “privataria”. Mas para Míriam Leitão, a isenta, isso é o mesmo que chamar um chefe de quadrilha condenando pelo STF de “petralha”. Como ela é isenta!
Sobre a tentativa de intimidação ou quase censura da ombudsman da Folha contra Reinaldo Azevedo, que até o esquerdista Demétrio Magnoli condenou em sua recente coluna, Míriam toma o partido da mulher (aliás, ela parece usar tal critério, o gênero, como um dos mais relevantes, e voltarei a isso em breve). Ela diz:
Recentemente, Suzana Singer foi muito feliz ao definir como “rottweiller” um recém-contratado pela “Folha de S.Paulo” para escrever uma coluna semanal. A ombudsman usou essa expressão forte porque o jornalista em questão escolheu esse estilo. Ele já rosnou para mim várias vezes, depois se cansou, como fazem os que ladram atrás das caravanas.
Foi um episódio lamentável de Suzana, tentar rotular o jornalista logo em seu primeiro artigo, sendo que ele estava sendo preciso na defesa dos valores democráticos contra os criminosos dos black blocks! Mas vejam: se você coloca os pingos nos is, você é um “rotweiller” que não quer um bom nível de debate. Essa gente cai em contradição com muita facilidade, tentando anular qualquer debate mais sério com discordância desse politicamente correto patético.
Agora vamos ao trecho em que ela me ataca, sem citar meu nome (é que sou um estranho qualquer, sabe, que nem escreve no mesmo jornal que ela há mais de três anos):
Não costumo ler indigências mentais, porque há sempre muita leitura relevante para escolher, mas outro dia uma amiga me enviou o texto de um desses articulistas que buscam a fama. Ele escreveu contra uma coluna em que eu comemorava o fato de que, um século depois de criado, o Fed terá uma mulher no comando. Além de exibir um constrangedor desconhecimento do pensamento econômico contemporâneo, ele escreveu uma grosseria: “O que importa o que a liderança do Fed tem entre as pernas?” Mostrou que nada tem na cabeça.
Em primeiro lugar, a abjeta tentativa de desqualificar o outro com base em suas intenções, e isso de alguém que diz prezar o bom debate: eu busco a fama! Nem vou cobrar de Míriam Leitão explicações sobre sua visível vaidade, aquela produção toda para falar na TV, e a ganância que a levou a abandonar a editora Record pela Intrínseca mesmo depois do sucesso que foi seu livro sobre inflação, premiado até com o Jabuti. Melhor ficar quieto e ignorar a tentativa pérfida de rótulo das minhas intenções.
O artigo sobre a Yellen no Fed foi esse aqui. Reconheço que apelei um pouco no título, mas foi necessário diante da cartada sexual lamentável de Míriam Leitão. Afinal, ela estava enaltecendo a escolha, em boa parte, por causa do gênero. O que isso importa? Yellen é vista por grande parte do mercado como agressiva demais nos estímulos, o que é um perigo sério para novas bolhas à frente.
Eis o ponto. Mas para Míriam, o que importa é que ela seja mulher. E depois tenta desqualificar o meu conhecimento sobre economia! Logo ela, que é jornalista e que certa vez escreveu que não compreendia a Embratel valer menos do que tinha em caixa, ignorando o que tinha do outro lado do balanço, em dívida! Míriam não sabe que alertei para a estagflação brasileira há três anos? Ela devia estar muito ocupada defendendo o estilo de vida dos índios na Amazônia…
Agora vamos à hipocrisia típica da esquerda caviar que Míriam Leitão representa:
Não acho que sou importante a ponto de ser tema de artigos. Cito esses casos apenas para ilustrar o que me incomoda: o debate tem emburrecido no Brasil. Bom é quando os jornalistas divergem e ficam no campo das ideias: com dados, fatos e argumentos. Isso ajuda o leitor a pensar, escolher, refutar, acrescentar, formar seu próprio pensamento, que pode ser equidistante dos dois lados.
O que tem feito falta no Brasil é a contundência culta e a ironia fina. Uma boa polêmica sempre enriquece o debate. Mas pensamentos rasteiros, argumentos desqualificadores, ofensas pessoais, de nada servem. São lixo, mas muito rentável para quem o produz.
Quais foram os dados, os fatos e os argumentos dessa coluna de Míriam? Não os vi! O que vi foram ataques chulos e ridículos a dois articulistas que têm tido destaque ao apontar os absurdos desse desgoverno petista. Para ela, somos da “direita hidrófoba”, seja lá o que isso signifique. Rótulos, desqualificação das intenções, ataques vazios, mas logo depois vem posar de triste com a falta de argumentos? Típico…
Certa vez, em 2006, mandei um email para Míriam Leitão. Não respondeu. Era essa a mensagem:
Cara Miriam Leitão,
 
Tenho lido e escutado a senhora repetir que o embargo imposto a Cuba pelos Estados Unidos é incoerente pois, pelo critério de ditadura, China não deveria ser então o maior parceiro comercial dos americanos. Venho lembrar-te que, pelo que me consta, o embargo imposto não é pelo fato de tratar-se de uma ditadura, mas sim pelo fato de Fidel Castro ter tomado na marra o controle das empresas americanas no passado, e como reação a tal ato, o embargo foi criado. Creio que seria bastante útil aos seus leitores compreender tal diferença.
 
Escrevi dois artigos sobre Cuba, que você pode encontrar no meu blog: http://rodrigoconstantino.blogspot.com

*Rodrigo Constantino
 

Vários passos atrás.

Com o advento de Raul Castro à frente do Governo Cubano, o exercício de algumas pequenas atividades econômicas individuais foram autorizadas.
Costureiras, cabelereiros (as), mecânicos, pequenos comerciantes e empresas de laser como pequenos restaurantes, salões de dança e cinemas reabriram.
Mas esta "liberalidade capitalista" não durou muito. 
O Governo se sentiu incomodado com as atividades capitalistas que alem de apresentar filmes que mostravam a vida de liberdade no exterior, "incitava a população sonhar com aquele o padrão de vida" apresentado nos filmes estrangeiros.
Decidiu fechar os cinemas.
Também pequenas lojas foram fechadas porque vendiam roupas americanas, como calças jeans e camisetas...algo "capitalista demais" para os padrões cubanos...
Como não tinha melhor argumento, Raul Castro declarou que jamais autorizou aquelas atividades,
E fica o dito pelo não dito...
E Cuba no século XVII