sábado, 28 de abril de 2012

Destilaria de ódio.



Parece que a CPI do Cachoeira e Cia Ilimitada se transformou numa destilaria de ódios onde políticos sedentos de vingança vão tentar tirar a forra.
Lula mal esconde o prazer de ver o nome de Marconi Perillo envolvido nesta mixórdia atual, afinal, ele teve a extrema ousadia de desmentí-lo quando afirmou que de nada sabia acerca do mensalão. Perillo , na época, foi sucinto ao discordar de Lula, lembrando que 3 meses antes do escândalo estourar havia alertado o presidente deste problema.
Vi hoje o semblante do ex-garotão Collor se retorcer de ódio ao jorrar palavras contra a imprensa como se ela fosse a culpada pelos fatos vergonhosos que se repetem neste país...
Collor, quero lembrá-lo de uma coisa: quem conduziu como gado a multidão de caras-pintadas às ruas para bradar pelo seu impeachment não foi a imprensa, mas sim a militância deste governo do qual hoje você é um aliado tão alienado.
Se dependesse de mim, sua participação nesta Comissão Parlamentar de Inquérito seria vetada...me causa espanto e vergonha.
PS: hoje não existem mais cara-pintadas porque não interessa ...a militância que cassou Collor quer mais é que o PT permaneça indefinidamente no poder.
*Mara Montezuma Assaf, por e-mail, via Resistência Democrática
COMENTO: Mara está certa! Mas esqueceu de dizer que este país se tornou um paraíso de patifes. O reino do mau caráter.
Não precisa ser decente e honesto para ser aliado do governo. O importante é ser aliado! Aí as transgressões e os crimes que tenham praticado tornam-se, automáticamente, meros "malfeitos"...
É impressionante como tem gente medíocre e "ficha suja" neste governo.
É bem verdade que nada disso tira a culpa daqueles que estando na oposição cometeram ou venham cometer crimes comuns ou eleitorais.
Para todos a lei! Mas isto é uma utopia. A lei não se aplica aos aliados. Já aos oposicionistas sim! E não só a lei, mas a infâmia, a perseguição e utilização de todos os métodos mais abjetos para desmoralizar. É uma velha tática esquerdopata.
Todos que se opõem a este desgoverno esquerdopata estão,de uma forma ou de outra, monitorados pela "Polícia Política" governista que envergonha àqueles que respeitam e tem plena consciência dos deveres e a ética aplicável ao mister da Polícia Administrativa.
Só os tolos não percebem. Só os viciados, como os que hoje estão sendo investigados na CPI, não acreditaram. Que se rebentem, então!
Este país está podre. Qualquer pessoa pode ser vítima do grupo dominante, às vezes até sem ter culpa direta ou dolo.
O que eles querem é aniquilar a oposição e atingir o totalitarismo. Collor também gosta disso, mas sabe que não tem muita força pois será um dos primeiros a ser escorraçado para fora do sistema socialista que querem implantar no país.
O PT odeia Collor. Só o tolera enquanto usa seu Jornal e suas emissoras de rádio e televisão para fazer propaganda governamental enganosa. Já ele sabe muito bem, que se não bajular, perderá breve as suas concessões pois os petistas são vorazes, e não perderiam tempo em aniquilá-lo. Se ainda não o fez é porque ainda não encontraram respaldo total na sociedade para tornar o país numa grande Venezuela.

Ainda sobre cotas raciais.

Sabem aquele princípio de que todos são iguais perante a Lei? Podem esquecer. Graças ao STF, que no dia 25 validou por unanimidade a tese de que o sistema de cotas raciais nas universidades é constitucional, esse princípio sagrado do Direito e da Democracia virou letra morta. A partir de agora, está instituído oficialmente que há, no Brasil, cidadãos e cidadãos – ou cidadãos e "afro-descendentes".
Lembram ainda daquela conclusão científica, a que se chegou depois de anos de estudo, e que foi considerada um importante avanço humanista quando divulgada há alguns anos, segundo a qual o conceito de "raça" foi descartado como uma ficção racista que não tem nada a ver com a biologia e quem tem raça, portanto, é cachorro? Pois é. Podem esquecer isso também. De acordo com as incelenças togadas do STF, o racismo é algo que deve ser não execrado, mas aplaudido. Abaixo Nelson Mandela! Abaixo Martin Luther King! Viva Hitler! Viva Goebbels! Viva Gobineau!
Quem acompanhou a votação da matéria no STF sabe do que estou falando. O principal tribunal do país, que já decidira mandar às favas a Constituição em nome da "união homoafeativa" – revogando, assim, o Artigo que trata da organização familiar e instituindo uma terceira categoria sexual –, resolveu por bem avalizar a separação racial no Brasil. E com argumentos, digamos, "progressistas", "do bem". Vejamos os votos de cada magistrado.
O presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, justificou seu voto dizendo que “os erros de uma geração podem ser revistos pela geração seguinte e que é isto que está sendo feito”. Espero sinceramente que Ayres Britto esteja correto. Tanto que não perdi ainda a esperança de que a próxima geração corrija o que o STF fez na última quinta-feira. Aguardo o dia em que os pósteros restituirão a igualdade de todos perante a Lei.
Ainda assim, fiquei intrigado com essa reedição da teoria do pecado original: a que "erros de gerações passadas" o ministro estaria se referindo? Se está falando da escravidão, acho justo que se corrija esse erro histórico. Poderíamos começar exigindo indenizações dos descendentes dos faraós por séculos de escravismo no Egito. Ou, se não quisermos retroceder tanto no tempo, dos mercadores de escravos africanos, muitos dos quais – vejam que coisa! – eram... negros! Quem vai corrigir os erros de gerações passadas de donos de escravos, como era – descobriu-se há pouco – Zumbi dos Palmares? Os descendentes de imigrantes japoneses?
Outro jurisconsulto, Ricardo Lewandowski, afirmou que o sistema de cotas em universidades “cria um tratamento desigual com o objetivo de promover, no futuro, a igualdade”. Entendi. É a famosa tese de que é necessário promover a desigualdade agora em nome de uma igualdade num futuro indeterminado... É, já tentaram isso antes, e deu no que deu. Por que não garantir a igualdade hoje, e ponto final?
Luiz Fux disse que “não se trata de discriminação reservar algumas vagas para determinado grupo de pessoas”, e afirmou: "É uma classificação racial benigna, que não se compara com a discriminação, pois visa fins sociais louváveis". Ah, bom! Anotem aí: separar as pessoas pela cor da pele, criando um tribunal de pureza racial, não é discriminação, mas uma "classificação racial benigna"… E isso porque, como diz o ministro Fux, "visa fins sociais louváveis". Que fins sociais seriam estes? Favorecer, com 20% das vagas garantidas, quem se declarar, e for considerado, "negro" ou "pardo"... Muito louvável, não?
Seguindo o voto do relator, Rosa Weber disse que o sistema de cotas “visa dar aos negros o acesso à universidade brasileira e, assim, equilibrar as oportunidades sociais”. Pensei que o sistema que visa a dar aos estudantes – negros ou não – acesso às universidades já tinha sido criado: chama-se vestibular. Também acreditava que ser negro no Brasil era uma questão mais de opinião do que de cor de pele propriamente dita. Mas deixa pra lá. E quanto ao mérito pessoal? Deixa pra lá também.
Outra ministra, Cármen Lúcia, justificou seu voto favorável às cotas citando duas histórias pessoais sobre marcas deixadas pela desigualdade na infância. Reminiscências pessoais, sobretudo se forem da infância, são uma arma infalível. Espero que Carmen Lúcia tenha sido pelo menos original, e não tenha apelado para estórias como a da amiguinha negra que foi barrada numa festinha de aniversário... Até porque não é com cotas raciais que se vai resolver esse tipo de coisa.
Em seu voto, o ministro Joaquim Barbosa citou um julgamento da Suprema Corte americana que validou o sistema de cotas para negros nos Estados Unidos. Joaquim Barbosa é o único ministro do STF que poderia ser considerado negro. Deve ser por isso que ele resolveu citar a Suprema Corte dos EUA, país onde as relações raciais são um tantinho diferentes. Lá, eles tiveram segregação nas escolas, as leis Jim Crow e a Ku Klux Klan. Aqui, tivemos samba, feijoada e carnaval. Se Barbosa tivesse se lembrado que estava votando para institucionalizar o racismo no Brasil, um país de mestiços, e não nos EUA, talvez tivesse mudado seu voto.
Já Cezar Peluso não acha que a reserva de vagas segundo o critério racialista fira o princípio da meritocracia. Segundo ele, o que impede as pessoas de entrarem nas universidades não é uma educação de baixa qualidade, mas a cor da pele, ou a auto-declarada cor da pele. É o fato, enfim, de ser "afro-descendente", e não a pobreza ou outras dificuldades econômicas. Argumento perfeito. Quer dizer o seguinte: se Peluso tivesse nascido com a tez um pouco mais escura, ou com o cabelo pixaim, não teria chegado a ministro do STF. Do mesmo modo, se Pelé tivesse nascido branco, não teria sido Pelé. Muito lógico, não?
O único ministro que esboçou alguma crítica ao modelo de cotas, tal como já adotado há alguns anos pela UnB, foi Gilmar Mendes. Ele tentou argumentar que tal sistema pode gerar distorções e perversões. Pode, não, ministro: já está gerando. Irmãos gêmeos já foram separados na UnB pelo critério racialista – um havia se declarad
o “afro-descendente”; outro, não. Mendes também votou pela constitucionalidade das cotas.
Celso de Mello, por sua vez, disse que “ações afirmativas estão em conformidade com Constituição e com Declarações Internacionais subscritas pelo Brasil”. Foi seguido por Marco Aurélio Mello. Surge daí uma dúvida: se as cotas estão conformes à Constituição, certamente não estão com o Artigo 5, que diz que todos são iguais perante a Lei. Quanto a declarações internacionais subscritas pelo Brasil, gostaria de saber em qual delas está escrito que se deve privilegiar indivíduos pela cor da pele. Porque foi isso, senhores, que os ministros acabaram de aprovar!
Li que, durante a votação no STF, um índio presente na platéia teve de ser retirado pelos seguranças porque estava perturbando a sessão, gritando que deveriam ser reservadas cotas semelhantes também para índios. Eu, que tenho cá uma gota de sangue índio, já estou pensando em protocolar um pedido para ser beneficiado por esse sistema maravilhoso. Só estou na dúvida se, pelo critério das cotas, eu teria direito a 50%, ou a 25%, ou a 15% das mesmas, já que minha ascendência indígena se perde nas brumas do tempo... Como ocorre com a maioria dos brasileiros, que, como dizia Gilberto Freyre, trazem todos, mesmo o loiro de olhos azuis, a marca do negro, sou um ser racialmente tão definido quanto a sexualidade de muitos artistas.
Tenho uma sugestão aos senhores ministros do STF: por que não criar, estimulados pelo índio que queria apito, cotas para pessoas que se declararem incolores, ou sem raça definida? Ou para torcedores do Ferroviário? Por que não? Estes, pelo menos, eu sei que existem. Ao contrário da auto-declarada "raça" batizada de "afro-descendente", algo real somente na cabeça de militantes políticos e dos juízes do STF rendidos ao politicamente correto.
* Por Prof. Gustavo no Blog do Contra

Parceria

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Cotas para o STF, já!

“Se, no vestibular, quem sabe mais pode ser preterido por quem sabe menos em nome da justiça racial, por que não no Supremo Tribunal Federal? ”
*Reinaldo Azevedo.

Um país em perigo.

O que ocorre neste país é algo mais que perigoso. Os que se encastelaram no poder herdaram e se apoderaram dos mecanismos legais e administrativos necessários para a estabilização econômica, política e social do país.
Cinicamente, perpetraram uma apropriação indébita e deitaram o rolaram na boa fase econômica brasileira.
Mesmo assim, são tão burros, que querem quebrar a agricultura brasileira, atividade que mais nos traz divisas e que mais se desenvolve.
Entre eles, formaram uma espécie de "máfia", composta de todo tipo de gente desqualificada, que se agarram ao poder de uma forma irracional. E agindo desta forma, já que são capazes de tudo, poderão quebrar o país.
Se permanecerem no poder em Brasília  vão continuar a transformar crimes em "mal feitos", burrice em "equívocos" , mentira e safadeza em "meras bravatas".
O país está sob administração de gente perigosa e dissimulada.É tanta mentira, tanta safadeza, roubalheira, tanta enganaçao no dia a dia desta República, que mais nos parece gente inconsequente, beirrando a loucura típica dos esquerdopatas.
Fãs dos totalitaristas e sanguinários Chavez, irmãos Castro além de outras pústulas, que presidem republiquetas, eles espalham notícias e boatos levando ao povão uma sensação que estamos num verdadeiro paraíso.
A última do "poste" foi o teatrinho da "Tia Dilma" com os bancos. Usando os bancos estatais para fazer média, ela induz ao povo ter "peitado" os grandes bancos nacionais. 
Os bancos estatais e particulares,como se fora um jogo de cartas marcadas,  fazem de conta que baixaram juros e o povão vai se endividar mais ainda, a exemplo do país que já tem uma impagável dívida interna de quase 2 trilhões de Reais, sem falar na dívida externa que ainda persiste.
Com a conivência da base aliada, da qual fazem parte políticos e grande parte da imprensa, vão destruindo os principais segmentos da sociedade brasileira que ainda prezam pela dignidade, educação, moralidade e respeito.

Cabral está fugindo de Fernando Cavendish que já mandou o seu recado!

A Delta principal construtora investigada na CPI do Cachoeira não pediu pra sair do consórcio do Maracanã integrado pela Odebrecht e Andrade Gutierrez pelos motivos que vêm sendo colocados publicamente. Ontem, antes de à noite a notícia vir à tona, eu conversei longamente com um deputado que faz parte da base apoio a Sérgio Cabral no Rio de Janeiro. Vou repetir as palavras dele: ”Cabral está atordoado. Está apavorado. Se a CPI quebrar o sigilo telefônico de Fernando Cavendish vai encontrar ligações de Cabral quase que diárias nos últimos 6 anos”. Segundo o deputado, o que levou de fato a Delta a deixar o Consórcio Maracanã 2014 é que Cabral não recebe e nem atende os telefonemas de Fernando Cavendish desde que o escândalo estourou.
Um dos braços-direitos de Cabral, seu secretário de Governo, Wilson Carlos foi designado pelo governador para conversar com seu amigo e tentar acalmá-lo. Cavendish já ameaçou e disse que não vai cair sozinho. Um dos recados que mandou para Cabral, através de Wilson Carlos, foi direto: ”Não se joga uma amizade fora da maneira que ele está fazendo. A primeira casa em Mangaratiba eu sei como ele conseguiu provar a renda para comprar, mas a segunda não tem jeito. Eu arrebento com ele se continuar fugindo de mim”.
Régis Fichtner foi então chamado para apagar o início de incêndio entre Cabral e Cavendish. Passou a Wilson Carlos a incumbência de dar o seguinte recado a Cavendish: ”Fala com o amigo Fernando para deixar a temperatura baixar. Agora não dá pra Cabral encontrar com ele. É entregar o ouro ao bandido. Nós do PMDB e do PT temos o controle da CPI. Vamos deixar essa coisa restrita ao Centro-Oeste”.
À noite a Delta anunciou a saída do consórcio confirmando o que deputado havia me antecipado. Segundo o deputado, a ordem dada pelos marqueteiros a Cabral é deixar Régis Fichtner e Pezão tratando do assunto e ficar quieto porque comissão de sindicância tentará a todo o custo dizer que a Delta sempre teve o mesmo percentual de obras no estado, mesmo que a matemática e a realidade mostrem o contrário.
Em tempo: E é bom destacar, como mostram todos os jornais hoje, que a Delta está deixando o consórcio do Maracanã por pressão das outras duas empreiteiras.
*Recebido por e-mail, via resistência democrática

quinta-feira, 26 de abril de 2012

CPI com Protógenes pode ter credibilidade?

Cachoeira, em pessoa, intermediou conversa entre Protógenes e diretor da Delta! E o agora deputado é membro da CPI!!!
Ai, ai… A CPI do Cachoeira conta com ao menos uma grande piada: chama-se Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), o predileto do apresentador de televisão Paulo Henrique Amorim, cuja altitude moral é conhecida.
Pois é… Não é que Carlinhos Cachoeira — o próprio, em pessoa! — intermediou um encontro de Protógenes com Cláudio Abreu, aquele diretor enrolado da Delta? E quem participa das negociações? Ora, o araponga Dadá, o faz-tudo de Cachoeira, que atuou também em algumas das ilegalidades comandadas por Protógenes na Operação Satisgraha.
Emblema: Protógenes e Dadá combinam de ir juntos para Goiânia, numa carro alugado por Dadá. O agora deputado estava indo para a cidade dar uma palestra sobre combate à corrupção, sabem? Num carro pago por Cachoeira! Leiam o que informam Alfredo Junqueira e Fábio Frabrini, no Estadão:
O contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo desde fevereiro, intermediou contatos telefônicos entre o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) e o então diretor da Delta Construções no Centro-Oeste, Cláudio Abreu.
Gravações feitas pela PF no dia 8 de maio de 2009, durante as investigações sobre as atividades do grupo liderado por Cachoeira, mostram o contraventor avisando ao executivo que ele receberia uma ligação do parlamentar. Protógenes foi confirmado ontem como representante do PCdoB na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que vai investigar as ligações do contraventor entre políticos e empresas.
Cachoeira explica que seu braço direito, o araponga Adalberto Matías Araújo, o Dada, está a caminho da casa do deputado. A missão de Dadá era colocar Protógenes e Abreu em contato pelo telefone. “Fica com o rádio ligado que o menino tá te ligando aí agora, do Protógenes, o Protógenes vai falar com você agora”, diz Cachoeira.
O então diretor da Delta afirma que ainda não recebeu o telefonema, mas vai ficar esperando. Duas horas depois, os dois voltam a se falar. Eles, então confirmam que o deputado vai conversar pelo telefone, por intermédio de Dadá. Depois, Abreu ainda comenta que está com problemas para fechar o preço para vencer uma licitação na cidade de Trindade, em Goiás.
Protógenes, que só viria a ser eleito em outubro de 2010, havia acabado de ser afastado da Polícia Federal, acusado de ter cometido irregularidades quando comandava o inquérito da Operação Satiagraha.
Dez dias depois, em outra ligação telefônica gravado pela PF, Dadá e Protógenes combinam ir juntos a Goiânia. O delegado afastado explicou ao braço direito de Cachoeira que iria dar uma palestra na cidade. Ele pretendia chegar cedo, pois queria “almoçar lá com aqueles amigos”. Os dois combinam de viajar juntos num carro que seria providenciado pelo araponga.
(…)
*Por Reinaldo Azevedo

Melhor assim.

Por 274 a 184, com duas abstenções o relatório de Paulo Piau (PMDB-MG), que modificou o texto do Senado, foi aprovado pela Cãmara dos Deputados. Estão sendo votados os destaques. Depois, texto final segue para sanção de Dilma. 5,3 milhões de produtores rurais podem dormir com a certeza de que poderão continuar fazendo a agricultura mais sustentável e mais produtiva do planeta. Parabéns aos deputados e aos senadores. Pêsames para o PT, PPS, PV e PSOL que votaram contra a comida na mesa dos brasileiros. Pêsames para Marina Silva que, lá de Cambridge, está tuitando para cobrar um veto de Dilma, como se Dilma fosse a Ong do Planalto a serviço dos seus desígnios.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

PT terá de devolver dinheiro do fundo partidário, decide TSE

Tribunal decide que PT deverá devolver o dinheiro gasto com bebidas
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou nesta terça-feira (24) que o PT devolva R$ 9 mil aos cofres públicos e R$ 50 mil ao fundo partidário, após apontar irregularidades nas contas do partido de 2006. O G1 procurou o advogado do partido após o julgamento, mas não conseguiu localizá-lo.
De acordo com o relator da prestação de contas da sigla, ministro Marcelo Ribeiro, o dinheiro que deverá ser devolvido ao erário teria sido gasto com bebidas alcoólicas.
“Não é aceitável que as receitas do Fundo Partidário sejam gastas com bebidas alcoólicas, ainda que fossem componentes de buffet contratado para a inauguração da sede nacional do partido”, afirmou.
* Débora Santos - Do G1, em Brasília

Lula a eminência parda da CPI.

Lula já deu ordem: não é para investigar crime nenhum. ele só quer a CPI para atacar a oposição e a imprensa.


Lula já deixou claro o que quer. O papel dos petistas na CPI não é investigar coisa nenhuma — até porque a investigação a fundo não interessa ao PT. A obrigação que ele impôs ao partido é dar um jeito de incriminar a oposição, livrar a cara dos companheiros e do governo e, muito importante!, atacar a imprensa por seu suposto conluio com o esquema Cachoeira, que teria levado à denúncia do mensalão. Ele sabe que se trata de uma versão fraudulenta, mas está acostumado. Essa mentira é irmã gêmea da outra, aquela segundo a qual nunca existiu mensalão. Ou por outra: Lula quer é chicana. Assim subiu na vida e se tornou o homem mais poderoso da República. Tarde demais para mudar. Vai conseguir? Não sei!

Brasília está tensa. O diz-que-diz-que é frenético. A indústria de vazamentos continua em operação. Ora mira de um lado, ora mira de outro. Por enquanto, o chamado jornalismo investigativo se concentra nos recortes de diálogos que vão sendo vazados, mas começou a corrida por informações que estejam fora dessa área de controle. Todos os reportes sabem que Cachoeira é, por exemplo, um homem meticuloso e costuma documentar as conversas que mantém com políticos e seus prepostos. Aquela fita em que aparece acertando uma segunda doação de R$ 100 mil ao deputado petista Rubens Otoni (PT-GO), então candidato à Prefeitura de Anápolis, é da lavra, nota-se pela posição da câmera, dos “Estúdios Cachoeira de Artes Visuais”. Sabem como é… Quem grava conversa com peixinho também grava com peixão.

Outra suposição, que muita gente dá como certa, é a de que é praticamente impossível que um esquema tão azeitado e com tantas ramificações tenha ficado fora da eleição presidencial. Cachoeira, bom jogador — especialista nessa área —, não é do tipo que faz apostas para perder. No seu ramo de negócios, é preciso ganhar sempre. Outra fonte gigantesca de preocupação é a Delta, cuja idoneidade o governo conhecia desde 2010, quando a Controladoria Geral da União e a PF descobriram uma série de pilantragens no Ceará. Mesmo assim, depois daquilo tudo, o governo fechou novos contratos de quase R$ 800 milhões com a empresa. Há quem esteja convencido de que a Delta era usada para fazer acertos com políticos nos Estados, sim, mas especialmente no governo federal. Seria, nessa hipótese, um valerioduto ampliado e mais sofisticado.

Jornalistas habituados à investigação também se esforçam para ter acesso aos documentos da Operação Las Vegas. Dela pouco se sabe. Mas há quem assegure que ali já estavam evidências cabeludas de muita falcatrua agora descoberta pela Monte Carlo. Naquela investigação haveria evidências incontestes do ecumenismo cachoeirístico no que respeita a partidos, Poderes da República e políticos. Cachoeira, aliás, começa a ser visto também como um representante de categoria, entenderam? Ele seria, assim, um líder de classe da contravenção espalhada Brasil afora, quase um porta-voz, um chefe de sindicato. Não está sozinho; é uma legião. E isso significaria estar em permanente contato com as células do jogo Brasil, com sua enorme capacidade de comprar consciências.

O desafio da CPI do Cachoeira.

A CPI criada para investigar os negócios do contraventor Carlos Cachoeira tem um grande desafio: desvendar o segredo do sucesso da empreiteira Delta, que tem na raiz de sua impressionante trajetória amizades influentes e pagamentos a políticos em troca de obras em governos e estatais.
SOCIEDADE – A investigação sobre um esquema ilegal de jogos comandado por Cachoeira (à esq.) revelaram que a Delta, do empresário Fernando Cavendish (à dir.), usa políticos e dinheiro sujo para expandir seus negócios.

VEJA publicou em maio do ano passado uma reportagem exclusiva mostrando o que já parecia ser muito mais que uma simples coincidência: a empreiteira Delta fora alçada à condição de maior parceira do governo federal no mesmo ano em que contratou os serviços de consultoria do deputado cassado e ex-ministro José Dirceu. A Delta, mostrou a reportagem de VEJA, além de multiplicar sua carteira de obras, expandira sua atuação para setores nos quais não tinha experiência, como óleo e gás. Na ocasião, dois ex-sócios da empresa forneceram a primeira pista para desvendar essa impressionante história de sucesso. Segundo o depoimento deles, a empreiteira usava a influência que mantinha junto a políticos para obter vantagens. O próprio presidente da empresa, Fernando Cavendish, explicou como agia e qual era o preço a ser pago. Ele disse que com "6 milhões de reais comprava um senador". Sua explicação seguinte ficaria famosa: "Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas pra c…". A conversa, gravada pelos ex-sócios, foi classificada como simples bravata por Cavendish. Não era. Ela era reveladora de um método.
A Delta vai aparecer como figura de proa na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada na semana passada no Congresso Nacional, em Brasília, para investigar as relações do contraventor Carlos Cachoeira – preso por comandar um esquema ilegal de exploração de jogos – com políticos e empresas que têm contratos com a administração pública. A construtora figurará como a principal acusada no esquema baseado em pagar propina em troca de favores e contratos em governos. Segundo a Polícia Federal, a empreiteira usou os tentáculos de Cachoeira para corromper autoridades nos governos de Tocantins, Distrito Federal e Goiás. Cavendish e a Delta tiveram sua ação restrita a essas três unidades da Federação? Não. O esquema atuou também no âmbito federal, usando o mesmo método de subornar políticos e servidores públicos para obter contratos. A engrenagem funcionou ativamente dentro de ministérios no governo passado e engolfou até mesmo a Petrobras, a maior e a mais poderosa das estatais brasileiras. A Petrobras é o principal dínamo dos investimentos públicos do país, protagonismo acentuado com a descoberta das reservas de petróleo no pré-sal. No governo Lula, foi aparelhada politicamente por militantes do PT, que ganharam o controle de cargos de diretoria. O aparelhamento político de estatais, como sempre, termina em prejuí­zo para a empresa e os contribuintes.
PROPINA – Em maio do ano passado, reportagem de VEJA revelou que o ex-ministro José Dirceu foi contratado para prestar consultoria à Delta. Sócios da empreiteira, José Quintella e Romênio Machado revelaram a natureza do trabalho encomendado ao ex-ministro: abrir as portas do governo e de estatais.

No fim de 2008, a Petrobras convidou a Delta para duplicar o parque de expedição de diesel na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Um convite inusitado, uma vez que a empreiteira era especializada em obras rodoviárias e construção civil. Para suprir a carência técnica e se habilitar, a Delta comprou a Sigma, empresa que já tinha diversas parcerias com a estatal. Depois dessa negociação, a empreiteira assinou um contrato com a Petrobras no valor de 130 milhões de reais. A aproximação entre a Delta e a Sigma foi feita pelo engenheiro Wagner Victer, auxiliar do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que é compadre de Cavendish. O negócio parecia bom para todos os envolvidos. A Petrobras contratou a obra por um preço considerado baixo, a Delta se cacifou para atuar no bilionário ramo do petróleo e os donos da Sigma ficariam ainda mais ricos. Mas nem tudo correu como se esperava. Cavendish e seus sócios se desentenderam ao cabo de disputas financeiras. Dos ex-sócios inconformados partiu a revelação, certamente de alto interesse para a CPI instalada na semana passada, segundo a qual, para conseguir o contrato na Petrobras, a Delta teria pago propina. Sob a condição de anonimato, um deles contou a VEJA que a Sigma, além de servir como fachada técnica para as operações da Delta, funcionou como caixa para quitar faturas em que a própria Delta preferia não aparecer como devedora. Para ocultar o pagamento de propina, segundo o relato gravado do ex-sócio, que diz temer por sua segurança, a Sigma foi orientada a simular a contratação de serviços para justificar a saída da propina. Os diretores da Delta indicavam o valor e os funcionários da estatal a ser beneficiados. A fatura era então encaminhada a José Augusto Quintella e Romênio Marcelino Machado, ex-donos da Sigma que continuaram na empresa. Seguindo orientações de Cavendish, eles providenciavam notas frias para justificar os gastos com a propina. Essas notas eram assinadas por Quintella e Machado e por Flávio Oliveira, diretor da Delta. Só funcionários da área operacional da Petrobras, segundo o ex-sócio, receberam 5 milhões de reais. Um volume ainda maior teria sido pago a dirigentes da empresa. Desse mesmo caixa saíram os recursos para pagar os trabalhos de consultor prestados por José Dirceu.


Quintella e Machado não quiseram dar detalhes sobre o caso a VEJA. "Essa história será devidamente esclarecida no momento oportuno", disse Quintella, em nome dos antigos donos da Sigma. Os dois conhecem de perto a Delta. Foram eles que contaram a VEJA que Cavendish contratou, em 2009, o deputado cassado e ex-ministro José Dirceu como consultor com o objetivo de azeitar negócios junto à Petrobras, que era comandada por José Sergio Gabrielli, integrante da corrente política de Dirceu. Foi em uma reunião com Quintella e Machado que Fernando Cavendish fez seus notórios comentários sobre os preços e as vantagens de comprar autoridades. Na mesma conversa, gravada, Cavendish traçou o caminho até o cofre da Petrobras: "A Reduc foi convidada pelo jogo político da Delta. A gente foi convidado por uma articulação, um pedido que foi para cá, foi para lá…".

A Petrobras não quis se pronunciar sobre os fatos narrados por Cavendish e seus ex-sócios. A Delta diz que ganhou o contrato legalmente e não pagou propina. A CPI instalada na semana passada certamente terá meios de obter de Cavendish e da própria Petrobras informações mais consistentes sobre como o jogo político levava determinadas empresas a obter contratos na estatal no tempo em que Dirceu e Gabrielli reinavam. A Delta passou a existir como empreiteira de grande porte e alcançou o posto de maior fornecedora de serviços do estado brasileiro no governo Lula. Um "jogo político" que a CPI faria aos brasileiros o enorme benefício de elucidar. Não é pouca coisa. Segundo as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público que levaram Carlos Cachoeira à prisão, o contraventor funcionava como captador de negócios e lobista destacado da Delta Construções. Cachoeira operava em sintonia com Cláudio Abreu, designado formalmente pela empreiteira como seu representante para a Região Centro-Oeste. Os dois cuidavam de obter contratos junto aos governos do Distrito Federal, Goiás e Tocantins. Abreu tinha também missões junto a órgãos do governo federal. Foi ao cumprir uma dessas missões que ele emplacou a Delta como a principal parceira do Ministério dos Transportes e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Diretores da Delta passaram a visitar quase diariamente as dependências do ministério durante a gestão do senador Alfredo Nascimento, demitido no ano passado do cargo de ministro pela presidente Dilma Rousseff.

Na semana passada, Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit demitido no bojo do episódio que levou à queda do ministro Alfredo Nascimento, se disse vítima de uma trama que teria sido tecida contra ele exatamente por ter oferecido obstáculos aos interesses da Delta no órgão. Estranha linha de defesa. Foi na gestão de Pagot que a Delta mais do que dobrou seu faturamento em contratos com o Dnit, alcançando 658 milhões de reais em 2010. É quase 90% de tudo o que a empreiteira faturou no governo federal. Que obstáculo, então, foi esse? Suposta vítima de uma conspiração, Pagot, lembre-se, foi quem reuniu empresários no Ministério dos Transportes para ouvir uma explanação do deputado Valdemar Costa Neto, do PR, réu no processo do mensalão. Entre os convidados por Pagot estavam empreiteiros e consultores. Costa Neto falou da importância para o PR de tirar do papel obras bilionárias de restauração de rodovias federais. Muitos dos participantes da reunião, inclusive concorrentes da Delta, ficaram sabendo mais tarde que, se fossem escolhidos para fazer as obras, deveriam entregar ao partido propinas de 4% a 5% do valor de cada fatura paga. A investigação jornalística tem de se contentar com as informações recebidas e checadas das fontes que participaram da reunião. A CPI tem força e os meios legais para passar a limpo essa história.

A Polícia Federal sustenta que recursos públicos oriundos da parceria entre a Delta e Carlinhos Cachoeira alimentaram um duto que serviu para irrigar o bolso de políticos e autoridades que os ajudavam na conquista de contratos. Entre 2010 e 2011, empresas-fantasma criadas por Cachoeira receberam da Delta nada menos que 40 milhões de reais. Ras­trean­do o caminho do dinheiro, os policiais e promotores descobriram que parte dele foi parar na contabilidade de empresas que no mesmo período fizeram repasses a políticos – doações eleitorais declaradas, inclusive. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) estão entre os que receberam doações de campanha de empresas cujas contas foram irrigadas com recursos que Cachoeira recebia da Delta. Na semana passada, Cavendish foi assertivo em uma entrevista à Folha de S.Paulo. Ele disse que dá dinheiro a políticos para receber, em troca, informações sobre licitações. "Por que megaempresas fazem doações a campanhas? Vão ter informação. Não é toma lá dá cá." O método da Delta é conhecido. Para ganhar os contratos, a empresa joga o preço lá embaixo. O pulo do gato vem depois, quando a parceria já está em vigor. Em alguns casos, a empresa não executa os serviços certa de que não será incomodada pelos órgãos contratantes comandados por políticos de partidos aquinhoados com doações. Dessa forma, sobra dinheiro para abastecer os cofres da empresa e para remunerar os amigos no poder. Outra prática é inflar contratos com reajustes e aditivos. Conforme revelado por VEJA, a presidente Dilma Rousseff, antes de demitir a cúpula dos Transportes, deu um pito nos seus integrantes justamente em razão do excesso de aditivos contratuais: "Vocês precisam de babá".

O procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, diz que os aditivos que inflam os contratos não têm outro nome: "É roubalheira mesmo". Incentivador da CPI do Cachoeira, o ex-presidente Lula sabe dos riscos embutidos na investigação de aliados. Na quarta-feira, ele perguntou a peemedebistas: "E o Serginho, como está?". Ele se referia a Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro. Cabral é padrinho de casamento de Cavendish. Conheceram-se em 2000 e se tornaram amigos inseparáveis. O fortalecimento dessa relação foi acompanhado pelo crescimento vertiginoso da Delta em contratos com a administração fluminense. Em dez anos, a empresa conseguiu 2,2 bilhões de reais com o estado do Rio. A maior parte – 1,4 bilhão – veio depois que Cabral assumiu o governo, em 2007. Em 2003, a Delta faturou 228 milhões de reais, entre clientes públicos e privados. Em 2010, 3,5 bilhões de reais, um crescimento de 1 400%. O ritmo das doações também aumentou. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Delta doou, legalmente, meros 60 000 reais em 2002. Em 2010, doou 2,3 milhões – metade para o PT, metade para o PMDB.

* Veja.com - Com reportagem de Alessandra Medina e Ana Luiza Daltro

Demóstenes ajudou Cachoeira a 'nomear' prima em MG

Escutas telefônicas da Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) intercedeu diretamente junto a seu colega, Aécio Neves (PSDB-MG), e arrumou emprego comissionado no governo de Minas para uma prima do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Mônica Beatriz Silva Vieira, a prima de Carlinhos Cachoeira, assumiu em 25 de maio de 2011 o cargo de diretora regional da Secretaria de Estado de Assistência Social em Uberaba.
Do pedido de Cachoeira a Demóstenes até a nomeação de Mônica bastaram apenas 12 dias e 7 telefonemas. São citados nos grampos o deputado federal Marcos Montes (PSD), ex-prefeito de Uberaba, e Danilo de Castro, articulador político de Aécio em seu Estado e secretário de Governo da gestão Antonio Anastasia (PSDB), governador de Minas. Eles negam envolvimento na nomeação.(viafanzine)



Angolano mediou doação de Cachoeira a Lula.


Ex-assessor e amigo do peito de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda do governo passado, Rogério Buratti, que pode ser convocado à CPI do Cachoeira, apontou o angolano Roberto Kurzweil como intermediário da suposta doação de R$ 1 milhão à campanha presidencial em 2002, sob o compromisso de o presidente legalizar os bingos. O doador, disse Buratti, foi o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
CAIXA DOIS
A doação de Cachoeira, que revelou Rogério Buratti à CPI dos Bingos, seria para o caixa dois (“recursos não contabilizados”) da campanha.
JOGO DA MEMÓRIA
Na operação Xeque-Mate da PF, até Vavá, irmão de Lula, se enrolou nos bingos de Dario Morelli Filho, compadre preso do ex-presidente. (Coluna do Claudio Humberto)

A Delta, ou o Cachoeira, teria dado uma grana a campanha de Marta Suplicy

Charge original de sponholz
Mantendo providencial distância do rolo da CPI mista do Cachoeira no Congresso, Marta Suplicy recebeu, em 2004, um senhor empurrão da Delta Construções na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
A empreiteira de Fernando Cavendish doou 415 000 reais ao comitê de campanha do PT na capital paulista.
Naquele ano, a Delta distribuiu 1,7 milhão de reais a candidatos e partidos políticos em todo o país.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Suposto envolvimento de Ministros, mancha o Poder Judiciário.

STF E STJ COVIS DE BANDIDOS DE TOGA COM A FALÊNCIA DEFINITIVA DO PODER JUDICIÁRIO?
Divulgada na Internet uma suposta ordem do STF para que a Polícia Federal lhe entregasse toda a documentação das operações Monte Carlo (Demóstenes vrs Cachoeira) e Las Vegas (Cachoeira vrs Cúpula do Judiciário).A mesma fonte denuncia que nos bastidores do Covil de Bandidos – poder público – corre a informação do envolvimento, em maior ou menor grau, de nove ministros do STJ e quatro do STF com esses escândalos de corrupção.O fato de supostamente e inexplicavelmente o STF ter ordenado que não ficasse nenhuma cópia de qualquer documento de posse da Polícia Federal (me engana que eu gosto) agrava e muito que as denúncias possam ter embasamento real.Esse cenário institucional – embasamento real – poderá definir a falência definitiva do Poder Judiciário no país.Diante dessa suposição, se comprovada totalmente ou parcialmente verdadeira, qual será a reação da sociedade? Qual será a reação das Forças Armadas diante da suposta Falência do Poder Judiciário? Qual será a reação da banda boa do Poder Judiciário e da Polícia Federal, absolutamente desqualificada por essa ordem do STF que é totalmente ilegal e denuncia um hediondo abuso de poder porque não foi submetida previamente ao seu plenário para ser votada?Estamos diante – se comprovado – de um gravíssimo cenário de desordem institucional que poderá ter três consequências prováveis:- Um abafa geral o que significaria a formalização pública do Regime Fascista Civil com o aval das Forças Armadas e a desqualificação formal do Poder Judiciário como defensor da ordem legal no país, ficando ainda absolutamente comprovada que o termo Covil de Bandidos é a única qualificação possível para o poder público, - Uma dura reação nascida no próprio poder público para promover a destituição desse Regime Fascista Civil disfarçado com o apoio da Polícia Federal e das Polícias Civil, Militar e com total apoio de oficiais das Forças Armadas - não vendidos ao poder executivo - e a convocação de novas eleições gerais,- Uma reação social – podendo descambar para uma guerra civil com a convocação das milícias petistas pela presidente para saírem às ruas – em larga escala com o apoio de instituições civis e das Forças Armadas, impondo através de uma junta civil-militar a destituição do desgoverno petista e do destituição do Congresso Nacional, com a prisão de todos os envolvidos e o consequente cancelamento de qualquer foro privilegiado,- Será que a Sra. Hillary Clinton está acompanhando pela mídia a comprovação do teor da sua absurda idiotice ao declarar em entrevista coletiva que o governo brasileiro estaria dando um exemplo para o mundo sobre o combate à corrupção?- Será que as malas e os passaportes italianos já estão prontos para partir levando de lembrança o crucifixo do gabinete presidencial?
*Geraldo Almendra, por e-mail, via Resistência Democrática

Relator da CPI é "ligado" a Zé Dirceu.

Deputado Odair Cunha (PT-MG)
Foto:Luiz Alves-Ag. Câmara
O PT demorou, demorou e, enfim, escolheu como relator da "CPI do "Cachoeira" o Deputado Odair Cunha. Justo um Deputado ligado ao "consultor" José Dirceu.
Terá sido escolhido " a dedo"?
Acredito que não foi uma escolha mas uma indicação de Zé Dirceu que, óbviamente, tem interesses profissionais e polítiticos "em jogo" na CPI.
E, explico: Zé Dirceu foi consultor da Delta, empresa que será um dos objetivos de investigação(?) da CPI. Ao mesmo tempo, Zé Dirceu tem a intenção óbvia de, em comunhão com seu Chefe Luiz da Silva, destruir as carreiras políticas de Demóstenes e Marconi Perillo.
Não obstante, esta será uma CPI onde a oposição, se for inteligente e hábil, terá tudo para abrir a caixa preta do PT.
E foi por isso que o PT escolheu um relator que sempre viveu fora dos holofotes e que deve ter se  coprometido a uma fidelidade canina aos objetivos de seu partido, sejam estes éticos ou não. 
Uma coisa é incontestável: Nos bastidores de Brasília todos dizem que caberá a Zé Dirceu e Luiz da Silva "dá as cartas" e que a ordem primeira é blindar os petistas e seus "amigos" atolados até o pescoço no lamaçal da corrupção.

No Rio Grande no Norte, poderá surgir mais um escândalo no Judiciário.

Reportagem de Felipe Luchete, na Folha, mostra que o Ministério Público do Rio Grande do Norte investiga um suposto esquema de fraudes no pagamento de precatórios organizado dentro do Tribunal de Justiça do Estado. Os desvios ultrapassaram R$ 11 milhões, segundo o Tribunal de Contas do Estado, que também apura o caso.
A ex-chefe da divisão responsável pelos pagamentos, Carla Ubarana Leal, disse em depoimento que entregou dinheiro proveniente das fraudes a desembargadores durante cinco anos.
Ela afirmou que entregava envelopes com dinheiro aos ex-presidentes do TJ Osvaldo Cruz (2007-2008) e Rafael Godeiro (2009-2010), em salas e na garagem do tribunal. Ambos negam envolvimento.
“A verba vinha do banco. Chegou R$ 90 mil, eu já separava a parte do desembargador Osvaldo, botava dentro da bolsa. A entrega era feita a ele todo final de tarde, no Tribunal de Justiça, em um envelope pardo amarelo, em notas de R$ 100, para fazer o menor volume possível”, disse Leal.
A servidora chefiava o setor desde 2007, mas foi afastada em janeiro após ser alvo de operação do Ministério Público e da Polícia Civil. Segundo as investigações, ela tinha ajuda do marido, George de Araújo Leal, e de outras três pessoas. O casal está em prisão domiciliar, após negociar delação premiada – medida em que o preso tem benefícios com a colaboração.
Os precatórios são dívidas do poder público reconhecidas pela Justiça, que devem ser pagas cronologicamente.
MODUS OPERANDI
Em depoimento, Carla disse que o grupo ganhou com rendimentos de uma conta na qual eram depositados valores de alguns processos. Os valores entravam e saíam para pagar todos os processos, mas não havia controle da origem do dinheiro em cada caso. Bastava haver fluxo em caixa.
A reportagem de Felipe Luchete revela que o esquema teria começado quando a servidora descobriu uma “sobra” de R$ 1,6 milhão que não estava vinculada a nenhum processo. Segundo ela, Cruz, à época presidente do TJ, pediu que ela tentasse dividir o dinheiro “sem dono”. Carla diz que passou a distribuir valores para contas de uma empresa do marido e de três “laranjas”.
A partir de então, usou cheques e guias de pagamento duplicadas. Em alguns casos, os dois desembargadores sob suspeita teriam assinado pedidos de transferência direta aos beneficiados.
A investigação ficará a cargo do Superior Tribunal de Justiça e do CNJ Conselho Nacional de Justiça.
A corregedora do Conselho, ministra Eliana Calmon, já anunciou que pretende punir os desembargadores, mas a única pena a que estão incursos é uma verdadeira benção. O máximo que pode lhes acontecer é aposentadoria precoce, com salários integrais e o direito de seguir trabalhando como advogados.
Ah, Brasil…
*Enviado por Carlos Newton

E o governo não sabia...

Após constatação de fraudes, Delta celebrou 31 novos contratos com o governo federal, no valor de R$ 758 milhões
Após ser apontada como líder de um esquema de corrupção que desviou milhões de reais dos cofres da União e veio a público em agosto de 2010 - na Operação Mão Dupla, feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) com a Polícia Federal (PF) - a construtora Delta continuou assinando contratos de alto valor com órgãos federais. Desde que o governo tomou conhecimento das graves irregularidades cometidas pela empreiteira em obras de rodovias no Ceará, foram assinados 31 novos contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no valor total de R$ 758 milhões.
A Operação Mão Dupla identificou fraudes em licitações, superfaturamento, desvio de verbas, pagamentos de propina, pagamentos indevidos e uso de material de qualidade inferior ao contratado em obras de infraestrutura rodoviária sob o comando do Dnit feitas pela Delta e outras 11 empreiteiras. A investigação resultou na prisão do então superintendente do Dnit no Ceará, Joaquim Guedes Martins Neto, que, segundo a CGU, tinha, em 2008, “rendimento incompatível com a renda auferida pelo agente público”, e do diretor da Delta Aluízio Alves de Souza.
Na época, a CGU informou que detectara “um prejuízo estimado em R$ 5 milhões aos cofres públicos da União, afora o risco social decorrente da execução de obras de infraestrutura rodoviária fora das devidas especificações técnicas”. No sábado, o ministro da CGU, Jorge Hage, reconheceu que as irregularidades apontadas pela Mão Dupla são graves. Mas isso não impediu que o Dnit celebrasse novos contratos com a Delta, sendo três deles (no valor total de R$ 9,6 milhões) no Ceará, onde foram detectadas as irregularidades em 2010. Trata-se da conservação e da recuperação de trechos das BRs 116, 437 e 230.
Os contratos firmados desde agosto de 2010 são para construção, duplicação, adequação ou manutenção de 19 rodovias em 17 estados. Além disso, em setembro de 2010, através de consórcio com outras duas empresas, a Delta conseguiu fechar com a estatal Valec um contrato de R$ 574,5 milhões para tocar as obras do lote um da Ferrovia Oeste-Leste, na Bahia. O Dnit e a Valec são ligados ao Ministério dos Transportes.
A empreiteira ganhou destaque recentemente no noticiário por suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela PF em fevereiro na Operação Monte Carlo. Hoje, a CGU promete abrir processo administrativo contra a Delta. O resultado dessa investigação poderá tornar a empresa inidônea, o que implica a proibição para firmar novos contratos com o governo federal. Além do Ceará, foram assinados contratos entre o Dnit e a Delta para obras em Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Dos 31 contratos, apenas um, de R$ 115 milhões, em Goiás, foi paralisado. Desse valor, o Dnit já pagou R$ 8,8 milhões à Delta.
Vinte e cinco contratos, no valor de R$ 611,7 milhões, constam como ativos. Outros três foram cadastrados no início de 2012 e totalizam R$ 13,6 milhões, mas as obras ainda não começaram. Dois contratos, no valor de R$ 17,8 milhões, já foram concluídos. Desse montante, R$ 15,6 milhões foram pagos à construtora, segundo o próprio Dnit. Em agosto de 2010, na Operação Mão Dupla, a PF cumpriu 52 mandados de busca e apreensão, 23 de prisão temporária e um de prisão preventiva. Houve ainda o afastamento cautelar de oito servidores públicos e sequestro de bens em Fortaleza e no interior do Ceará. A CGU analisou oito contratos e detectou irregularidades em sete, referentes a quatro obras, dentre as quais duas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Uma delas é a duplicação de uma ponte na BR-304, sobre o Rio Jaguaribe, no município de Aracati, orçada em R$ 30 milhões. A obra foi iniciada pela Delta em 2002 e, por sete anos, as fundações permaneceram de molho nas águas do rio, enquanto a travessia era feita pela ponte velha. A Delta, que desistiu de construir a ponte, alegou “elevação dos custos que dificultaram a realização do projeto inicial previsto no edital”. Segundo Hage, o processo admistrativo disciplinar contra o então superintendente regional do Dnit no Ceará e outros seis servidores pode resultar em demissão. Na última sexta-feira, o Ministério Público Federal propôs ação penal contra os servidores do Dnit no Ceará e contra a Delta por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa com base nos resultados da Operação Mão Dupla. Procurado para manifestar-se sobre a assinatura dos contratos, o Dnit informou, por meio da assessoria, que vai esperar a decisão da Justiça e da CGU para tomar medidas em relação à Delta. “A empresa não é considerada inidônea ainda”, destacou a assessoria.
O grande número de contratos com órgãos públicos obtidos pela Delta se refletem em seu faturamento. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que até 100% dos ganhos da construtora vêm de contratos com o setor público. Entre as seis maiores empreiteiras do Brasil, a Delta é a única que se dedica quase exclusivamente à construção de pontes, viadutos, estradas, túneis, aeroportos e projetos de saneamento. A construtora teria realizado obras para a iniciativa privada nos anos de 2007, 2008 e 2011, mas manteve um percentual acima de 97% de projetos destinados a prefeituras, estados e União. Os maiores percentuais de crescimento da Delta ocorreram em 2006/2007 (67%) e em 2009/2010 (51%).
*Por André de Souza, no O Globo

"Intelequitual" petista é certeza de boas gargalhadas

“As elites espanholas, depois da morte de Franco, foram seduzidas pela idéia de que poderiam recuperar sua presença na América Latina, perdida na guerra contra os Estados Unidos.”
Mauro Santayana, “intelequitual” petista da maior qualidade, evocando espíritos seculares e avisando que Hernán Cortés e Francisco Pizarro incorporaram no Rei Juan Carlos e que a Espanha está prontinha para retomar a América Latina, contando até com a revalidação do Tratado de Tordesilhas para levar também um pedaço do Brasil, tudo isso por causa da heróica decisão da Madame K em roubar a Repsol. Sem esquecer da “zelite”, é claro.
*Por Ricardo Froes

Petralhas virtuais.

Atentai para o nível dos petralhas virtuais! Eu recebo uma média de 10 mensagens (spam) por dia desses canalhas que "trabalham" no bunker do PT na tentativa de jogar fumaça no julgamento do mensalão. Atacam a grande imprensa com a fúria de um stalinista. Sempre respondo a mesma coisa: A "profissão" mais degradante do mundo é petralha virtual. De vez em quando, do outro lado, não é que respondem? Segue uma dessas respostas, de um tal de Indira Demeterco (indirademe@gmail.com), para vocês terem uma noção do nível dessa gente (peço desculpas pelos termos chulos que eu normalmente não usaria aqui) e do que eles pretendem fazer com o Brasil:
"É você é o quê? Um privilegiado, herdeiro dos donatários das capítanias hereditárias? Um membro da elite que suga o trabalho do povo? Um classe média preconceituoso e babaca, que se acha o mais ético do mundo, mas fura o sinal, não respeita faixa de pedestre e corrompe guardas e outros servidores públicos se puder? Me engana, que eu gosto. Quais os valores que você ensina para seus filhos? Você diz pra eles que é legal e bonito mudar as regras do jogo com o jogo em andamento, como fez FHC ao aprovar a emenda da reeleição em proveito próprio? Você ensina para seus filhos, que é bonito comprar votos para aprovar uma emenda (a da reeleição) para continuar mais um tempo no poder? Você ensina para seus filhos que o Brasil sempre foi uma nação decente, justa e sem corrupção até 2002? Que a corrupção começou no país em 2002, com a chegada do PT ao poder? Ora, vai se foder seu FDP,direitista corrupto, preconceituoso, desonesto, falso, hipócrita. Se prepara, que o PT veio para mudar o país e acabar com parasitas como você. Ouça povo nas ruas e veja se ele está satisfeito ou não. Trouxa, babaca."
Pois é. Eis aí um típico petralha virtual. Te manda spam e depois liga a metralhadora giratória de ofensas, provavelmente diante de um espelho, como tio Lênin ensinou. É triste um país que tem gente dessa laia recebendo verba do GOVERNO para espalhar mentiras e ódio autoritário pelas redes sociais e emails. Ou o Brasil se livra da corja petista, ou esta corja acaba de vez com o Brasil.
Para quem tiver interesse, segue meu video sobre os petralhas virtuais.
*Rodrigo Constantino

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A Delta também atuou na Petrobrás.Seu consultor: Zé Dirceu.

“No fim de 2008, a Petrobras convidou a Delta para duplicar o parque de expedição de diesel na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Um convite inusitado, uma vez que a empreiteira era especializada em obras rodoviárias e construção civil. Para suprir a carência técnica e se habilitar, a Delta comprou a Sigma, empresa que já tinha diversas parcerias com a estatal. Depois dessa negociação, a empreiteira assinou um contrato com a Petrobras no valor de 130 milhões de reais. A aproximação entre a Delta e a Sigma foi feita pelo engenheiro Wagner Victer, auxiliar do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que é compadre de Cavendish. O negócio parecia bom para todos os envolvidos. A Petrobras contratou a obra por um preço considerado baixo, a Delta se cacifou para atuar no bilionário ramo do petróleo e os donos da Sigma ficariam ainda mais ricos. Mas nem tudo correu como se esperava. Cavendish e seus sócios se desentenderam ao cabo de disputas financeiras. Dos ex-sócios inconformados partiu a revelação, certamente de alto interesse para a CPI instalada na semana passada, segundo a qual, para conseguir o contrato na Petrobras, a Delta teria pago propina. Sob a condição de anonimato, um deles contou a VEJA que a Sigma, além de servir como fachada técnica para as operações da Delta, funcionou como caixa para quitar faturas em que a própria Delta preferia não aparecer como devedora. Para ocultar o pagamento de propina, segundo o relato gravado do ex-sócio, que diz temer por sua segurança, a Sigma foi orientada a simular a contratação de serviços para justificar a saída da propina. Os diretores da Delta indicavam o valor e os funcionários da estatal a ser beneficiados. A fatura era então encaminhada a José Augusto Quintella e Romênio Marcelino Machado, ex-donos da Sigma que continuaram na empresa. Seguindo orientações de Cavendish, eles providenciavam notas frias para justificar os gastos com a propina. Essas notas eram assinadas por Quintella e Machado e por Flávio Oliveira, diretor da Delta. Só funcionários da área operacional da Petrobras, segundo o ex-sócio, receberam 5 milhões de reais. Um volume ainda maior teria sido pago a dirigentes da empresa. Desse mesmo caixa saíram os recursos para pagar os trabalhos de consultor prestados por José Dirceu.” ( VEJA)

Sarkozy e Hollande passam ao segundo turno.

Paradoxalmente, o direitista Sarkozy é o melhor para os esquerdistas latinos
Questão de lógica – O mais novo reduto do esquerdismo mundial atende pelo nome de América Latina. Nessa porção do continente descoberto por Cristóvão Colombo deveriam estar os chefes de Estado que mais torcem pela vitória do direitista Nicolas Sarkozy na eleição presidencial francesa, cujo primeiro turno acontece neste domingo (22). Pode parecer um absurdo em termos de ideologia política, mas essa é a realidade. Até mesmo alguns socialistas menos festeiros admitem isso.
Sem reconhecer oficial e deliberadamente os efeitos colaterais da crise econômica que abala a zona do euro, os governantes esquerdistas da América do Sul precisam deixar de lado a cartilha ideológica e torcer com afinco pela vitória de Sarkozy, que tem como principal adversário o socialista François Hollande, que seguirá para o segundo turno da eleição presidencial francesa (6 de maio) com chance concreta de vitória.(Ucho.info)

Presidente do TJ-SP quer imprensa tutelada.

A dita dura – A semana terminou com um assunto que passou despercebido do grande público, mas representa uma ameaça ao Estado Democrático de Direito. Após reunião com a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon (STJ), o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, disse que a imprensa patrocina uma campanha para “enxovalhar” o Judiciário.
A declaração de Sartori foi acompanhada de uma explicação no mínimo evasiva. De que juízes que receberam pagamentos vultosos não são alvo de investigação. “Investigação é um termo parcial, um termo pejorativo e um termo perverso para enxovalhar a magistratura e isso é uma campanha que vem sendo feita por dois jornais do Estado de São Paulo, que são a ‘Folha de S. Paulo’ e ‘O Estado de S. Paulo’. Embora às vezes a reportagem saia no contexto, a manchete sempre é depreciativa, sempre enxovalha a magistratura. E isso nós não podemos admitir. Eu não vou admitir e vou defender até a morte”, afirmou o presidente do TJ paulista.
Ao criticar o trabalho dos profissionais da mídia, o desembargador Ivan Sartori sugeriu que, a exemplo do CNJ, seja criado um conselho para controlar os jornalistas. “Eu vou falar. Temos o CNJ e vocês não querem o Conselho Nacional de Jornalismo. Ia ter mais responsabilidade”, disse o magistrado.
Péssimos profissionais existem em qualquer segmento laboral, inclusive no jornalismo. Acontece que o papel da imprensa é, pelo menos para os que não aderiram à chapa-branca, monitorar o Estado e todos os seus Poderes, pois só assim a sociedade estará minimamente protegida do absurdo que é a relação entre os cidadão e os governantes. Se alguns integrantes do Judiciário se valem das quase incompreensíveis filigranas da lei para engordar o patrimônio, cabe à imprensa revelar tais fatos, pois do contrário a democracia continuará sendo corroída.
A exemplo da expressão “bandidos de toga”, usada pela ministra Eliana Calmon para se referir a magistrados transgressores, no universo do jornalismo há também os que empunham penas putrefatas, que colocam uma suposta credibilidade a serviço da inverdade, como se alguns imundos tostões justificassem as nódoas de uma consciência pesada.
Ao defender a criação de um órgão para patrulhar a imprensa, o desembargador Ivan Sartori, que deste noticioso merece o devido respeito, mostra que no momento de tal declaração seu conhecimento jurídico sofreu um repentino apagão, pois garante a nossa Carta Magna que “é livre a manifestação do pensamento, desde que vedado o anonimato”. Se alguém, integrante do Judiciário ou não, se sentir ultrajado em sua dignidade por uma notícia supostamente inverídica, que recorra ao fórum mais próximo.
Quando a ministra Eliana Calmon dispara acusações na direção da magistratura, não o faz com o objetivo de pasteurizar as críticas, mas de apontar o dedo àqueles que transformam a folclórica cegueira da Justiça em olhar fixo no universo das ilicitudes. Pior fica a situação do Judiciário quando um processo contra um órgão do Estado demora quarenta anos para alcançar a instância superior. Isso sim é banditismo escancarado.
* Ucho.info

Delírio de JK.

Falar mal da capital da República é fácil. Mas é também necessário. A cidade completou 52 anos. Tempo suficiente para qualquer projeto dessa magnitude dar certo. E Brasília fracassou por completo quando se levam em conta as três razões principais que sustentaram a sua criação.
A capital mudou do Rio para o meio do nada aqui no Centro-Oeste (nem índios viviam na região) porque se considerava necessário isolar os congressistas da suposta má influência dos assuntos paroquiais do antigo balneário. No interior de Goiás, isolados, deputados e senadores teriam mais condições de pensar e refletir sobre o futuro do Brasil. O resultado é tão patético que não merece comentários.
A segunda razão foi a paranoia sobre segurança. A capital no litoral fluminense consistiria em grave vulnerabilidade se o Brasil viesse a ser atacado. Tal bobagem poderia ter sido demolida lá atrás, pois ataques aéreos e ogivas nucleares em foguetes teleguiados não eram algo do outro mundo na década de 50.
Por fim, a mais nobre missão de Brasília no meio do cerrado seria trazer o desenvolvimento para o interior do país. Passaram-se 52 anos e a capital da República não produz nem pregos. OK, estou exagerando, mas é quase isso. O PIB local é 93% de serviços. O governo federal tem de dar R$ 10 bilhões por ano para a cidade não entrar em colapso. A "estado-dependência" é total.
Se metade do dinheiro gasto para construir Brasília -não existe uma cifra oficial - tivesse sido jogada de helicóptero sobre os povoados que existiam por aqui em 1960, o resultado teria sido mais positivo. Com a vantagem de o Rio e adjacências não terem entrado em um período de deterioração sem fim.
Brasília é um erro histórico irreparável. Será viável talvez em 150 anos. É uma festa para os ricos. Mas a um custo enorme para o país, que nada lucra com esse delírio de JK.
*Por e-mail, via Resistência Democrãtica

domingo, 22 de abril de 2012

Titanic à brasileira.

Cachoeira abastece o caixa dois do PT e ainda tenta influir na Assembléia do Rio.

Foto: Ana Araujo
"São quarenta deputados, a 100 cada um, dá 4 milhões. Quando acabar a votação a gente chama os caras. Divide em dois (pagamentos). Na primeira votação, xis. Na segunda votação, o restante."
Do deputado André Luiz (foto menor), dizendo quanto custará a Carlos Cachoeira (foto maior) para subornar metade da Assembléia Legislativa do Rio.
Durante os últimos sete meses, deputados da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro esmiuçaram os meandros do mais barulhento escândalo do governo Lula – aquele em que Waldomiro Diniz, ex-assessor do ministro José Dirceu, foi flagrado pedindo propina ao empresário Carlos Cachoeira. Nesse período, a CPI ouviu sessenta depoentes, analisou documentos e produziu um relatório de 296 páginas, cuja capa é enfeitada por um desenho festivamente exótico de aviões, mesa de negociações e maços de dinheiro. No relatório, lê-se que a CPI descobriu a existência de crimes de corrupção e formação de quadrilha e pediu a prisão preventiva da dupla Waldomiro Diniz e Carlos Cachoeira. A próxima etapa é submeter o relatório ao plenário da Assembléia Legislativa. Nesses sete meses, em paralelo à investigação, aconteceu uma negociação subterrânea na qual o resultado da CPI, que o público em boa-fé acredita ser sagrado, foi colocado no pano verde por alguns de seus responsáveis. No início, negociou-se a CPI por 1 milhão de dólares. Depois, o preço caiu para 750 000 dólares. Nos últimos tempos, a quantia passou a ser cotada em moeda nacional, mas mesmo assim subiu muito.
– Agora vai custar 4 milhões de reais – exigiu o deputado André Luiz, do PMDB do Rio de Janeiro, numa conversa na noite de 16 de setembro, em sua residência no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. O deputado André Luiz estava à vontade. Vestia bermuda e camiseta e calçava um par de chinelos. A conversa deu-se na sala de televisão, onde a peça de decoração que mais chama atenção é um tapete branco com cara de urso. Era noite alta, a televisão exibia o programa Linha Direta, da Rede Globo, e o volume estava excessivamente alto, pois o deputado parecia querer evitar que qualquer microfone captasse a conversa. Seu interlocutor, porém, era o publicitário Alexandre Chaves, sócio de Carlos Cachoeira, que registrou tudo com um gravador digital escondido no bolso do paletó. "Meu objetivo era reunir provas de que estávamos sendo vítimas de uma tentativa de extorsão", explica Alexandre Chaves. Na conversa, o publicitário quis saber a razão do aumento para 4 milhões de reais. Sem constrangimento, o deputado André Luiz explicou que, agora, o relatório da CPI será examinado no plenário da Assembléia e, para mudá-lo, será preciso obter a maioria dos votos de um total de setenta deputados.
A casa do deputado André Luiz no Lago Sul, em Brasília: ali, bem à vontade, de bermuda e camiseta, o parlamentar pediu 4 milhões de reais.
– São quarenta deputados a 100 cada um. Dá 4 milhões.
É antiga a suspeita de que algumas CPIs degeneram em gazuas para parlamentares desonestos, que as usam para chantagear e extorquir suspeitos. Mas é a primeira vez que se revelam os bastidores de uma negociação entre deputados e suas vítimas para moldar o resultado de um inquérito parlamentar. Nas últimas oito semanas, VEJA apurou o caso e trouxe à tona uma transação minuciosa e despudorada, na qual se fala desinibidamente de corrupção. A revista teve acesso a mais de cinco horas de gravações feitas por emissários de Carlos Cachoeira, que negociaram o preço da extorsão com o deputado federal André Luiz e o deputado estadual Alessandro Calazans, do Partido Verde, presidente da CPI na Assembléia do Rio. Além das gravações, VEJA entrevistou acusadores e acusados. A soma de entrevistas e gravações desnuda uma história que compromete deputados estaduais e um federal que mantêm laços políticos com o ex-governador Anthony Garotinho e abre algumas conexões estranhas com o Palácio do Planalto em Brasília – especificamente, com a Casa Civil, comandada pelo ministro José Dirceu.
Foto:Fabio Motta/AE

Bruno Stuckert/Folha Imagem
Marcelo Sereno  e Waldomiro Diniz, que foram colegas de trabalho na Casa Civil: Sereno nem chegou a ser chamado a depor.
As abordagens do deputado André Luiz começaram uma semana depois da instalação da CPI na Assembléia do Rio, em março passado. Seu bote inicial foi no advogado Celso d'Ávila, que trabalhava para Carlos Cachoeira e já foi sócio de um escritório com o ex-ministro Maurício Corrêa, do Supremo Tribunal Federal. O deputado telefonou para o advogado e convidou-o a ir à sua casa no Lago Sul. Na conversa, foi direto ao assunto. Disse que a CPI recém-instalada seria muito dura com Cachoeira, mas que seus amigos poderiam evitar que o nome do empresário aparecesse no rol dos indiciados no relatório final. O preço para tanto: 1 milhão de dólares. A certa altura, enquanto o deputado e o advogado conversavam, outro personagem apareceu na sala. Era o deputado Alessandro Calazans, presidente da CPI. "Sempre que Calazans vem a Brasília, ele dorme aqui na minha casa", explicou André Luiz, querendo, na verdade, certificar o advogado de que tinha tanto poder sobre a CPI que até hospedava seu presidente. "Meu advogado me relatou a conversa, disse que era uma tentativa de extorsão e que não negociássemos nada", conta Cachoeira.
Desse momento em diante, a transação passou por diversas etapas. Querendo recolher evidências da extorsão, os emissários de Cachoeira se empenharam em simular interesse na negociação. Regatearam o preço. Conseguiram reduzir a mordida para 750.000 dólares, equivalente a 2,2 milhões de reais. Mas, como não houve pagamento, o relatório final saído da CPI acabou pedindo a prisão preventiva de Cachoeira. Agora, prestes a ser submetido ao plenário, o preço voltou a subir para 4 milhões de reais. "Vocês vacilaram muito", advertiu André Luiz numa conversa com emissários de Cachoeira. "Antes, era 1 milhão de dólares, 3 milhões de reais..." Na conversa de 16 de setembro, André Luiz explica que nem todos os deputados recebem a mesma quantia. É 100.000 reais por cabeça em média. Conforme a versão que ele deu ao pessoal de Cachoeira, os presidentes de comissão e líderes de bancada, por exemplo, ganham um pouco mais. Os que se limitam a votar como quer o comprador recebem um pouco menos. A divisão desigual não costuma gerar desavença. "É tudo fácil. Não tem nada difícil ali", comentou André Luiz, que já exerceu dois mandatos de deputado estadual.

Foto:Ricardo Leoni/Ag. O Globo
Foto: Ana Araujo
Deputado Picciani, presidente da Assembléia do Rio, e Bispo Rodrigues, que soube de tudo e denunciou a extorsão.
O deputado André Luiz foi a detalhes. "Quando acabar a votação a gente chama os caras. Divide em dois (pagamentos). Na primeira votação, xis. Na segunda votação, o restante." André Luiz informa que o pagamento poderia ser feito no gabinete da deputada estadual Eliana Ribeiro, do PMDB, sua esposa. Para chegar aos quarenta deputados que teriam de ser remunerados, André Luiz explica que algum dinheiro também precisa ser destinado aos deputados que vão anunciar voto contrário. A encenação é assim: eles votam contra, fazem barulho, satisfazem suas bases, mas são remunerados por baixo do pano para que estejam no plenário garantindo quórum mínimo. "Quem vota contra ganha um pouquinho menos", contabiliza André Luiz. Para tranqüilizar seu interlocutor, ele promete que, na hora certa, deixará Brasília e desembarcará no Rio para acompanhar a votação. "Vou sentar no gabinete da minha esposa e ficar manipulando as coisas, chamando fulano, sicrano."
No curso das negociações, André Luiz contou aos homens de Cachoeira que o presidente da Assembléia Legislativa do Rio, o deputado Jorge Picciani, do PMDB, também participa do esquema, mas tem mais interesses na área federal. Explicou que, devido aos interesses federais de Picciani, a CPI logo arrolou dois personagens para ouvir. Um era Rogério Buratti, ex-secretário do ex-prefeito Antonio Palocci e acusado de pedir propina a uma multinacional para intermediar um contrato com a Caixa Econômica Federal. Buratti chegou a ser convocado para depor na CPI, não apareceu e nunca ninguém reclamou. O outro personagem era Marcelo Sereno, que fora colega de Waldomiro Diniz e, na época, ainda trabalhava na Casa Civil. "Picciani sabe que o Marcelo Sereno era caixa do PT no Rio e, se aproveitando disso, negociou cargos para que ele não fosse convocado", explicou André Luiz, numa conversa na manhã do dia 17 de setembro, em Brasília. O nome de Marcelo Sereno apareceu no rol dos indiciados, mas acabou sumindo depois de uma sessão secreta da CPI. "Picciani não tem nenhum cargo no governo federal", garantiu Marcelo Sereno.
A idéia de propor a convocação de Marcelo Sereno foi apresentada pelo deputado estadual Paulo Ramos, do PDT. "O Picciani foi quem mandou o Paulo Ramos pedir a convocação", contou André Luiz. Mas, numa sessão secreta, realizada em 31 de março, o requerimento foi indeferido de goleada – 9 votos contra 1. "Logo depois disso houve duas nomeações negociadas diretamente com a Casa Civil. Uma para um fundo de pensão e outra numa estatal", detalha André Luiz. A próxima bala de Picciani parece já ter sido colocada na agulha. O Supremo Tribunal Federal autorizou a CPI a quebrar o sigilo bancário de Waldomiro Diniz. Picciani, de acordo com os comentários de André Luiz feitos durante uma conversa gravada, estaria esfregando as mãos para trabalhar com a ameaça de vasculhar as contas bancárias do ex-assessor do ministro José Dirceu. "O Waldomiro era um dos caixas do José Dirceu, todos sabem disso, Picciani sabe."
Apesar das evidências de que o deputado André Luiz tinha ascendência sobre os deputados estaduais envolvidos na CPI, os emissários de Cachoeira resolveram pedir provas concretas de seu poder de entregar a mercadoria que estava oferecendo. Pediram três coisas: que o depoimento de Cachoeira fosse tomado em Goiânia, e não no Rio; que duas testemunhas escolhidas por Cachoeira fossem convocadas para depor na CPI; e que uma lista de perguntas, previamente preparadas por Cachoeira, fosse feita às testemunhas durante o depoimento. André Luiz então provou que realmente mandava no pedaço. No dia 5 de abril passado, os membros da CPI desembarcaram em Goiânia para tomar o depoimento de Cachoeira. As duas testemunhas indicadas foram devidamente convocadas. Uma delas, Messias Ribeiro Neto, ex-sócio de Cachoeira, depôs em 30 de março. A outra, Carlos Martins, um empresário em Goiás, compareceu à CPI em 20 de maio. E as cerca de quinze perguntas redigidas pelos advogados de Cachoeira foram integralmente formuladas às testemunhas por membros da CPI.
Houve um momento em que a negociação pareceu correr o risco de desandar. O deputado federal Bispo Rodrigues, do PL do Rio, soube dos achaques no âmbito da CPI e resolveu denunciar. Em conversa com Picciani, seu amigo e presidente da Assembléia, o deputado Bispo Rodrigues contou o que sabia. Picciani comentou que o deputado André Luiz "vivia fazendo isso" quando tinha mandato na Assembléia Legislativa. "Ainda bem que ele foi para Brasília", disse. Passaram-se duas semanas e nada. Bispo Rodrigues voltou a Picciani para reforçar a denúncia e seu pedido de providências. De novo, nada. "Fiz o que minha consciência mandou. Não quero mais falar sobre esse assunto", disse a VEJA o deputado Bispo Rodrigues. Em Brasília, o deputado André Luiz soube da denúncia de Bispo Rodrigues graças à amizade com Picciani. "Picciani me disse que o bispo esteve com ele. O bispo contou tudo. Imagina se o Picciani não fosse meu irmão, meu parceiro. Se é outra pessoa, essa p.... tinha explodido para a imprensa", disse ele, na conversa de 17 de setembro. "Nós formamos um grupo só: Sérgio Cabral, Picciani, eu, Calazans, Paulo Melo." Referia-se ao senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e aos deputados Picciani, presidente da Assembléia, Alessandro Calazans, que preside a CPI, e Paulo Melo, relator da CPI.
Numa negociação, não é incomum que o vendedor, no afã de parecer merecedor do dinheiro e da confiança de seu interlocutor, acabe garganteando vantagens que não tem. Pode ser que, no incontido desejo de colocar a mão no dinheiro, o deputado André Luiz tenha inventado que participa de um grupo influente. As relações entre eles são inequívocas. Em suas viagens a Brasília, os deputados Alessandro Calazans e Paulo Melo costumam ficar hospedados na residência de André Luiz.
– Vamos fechar 100 agora e 100 depois.
A frase acima apareceu no último encontro entre André Luiz e auxiliares de Cachoeira. Foi no dia 6 de outubro passado, à tarde, no gabinete do deputado. André Luiz estava nervoso. Seu filho, conhecido como Andrezinho, candidato a vereador no Rio, perdera a eleição por apenas 1 000 votos e sua campanha deixara dívidas na praça. Em meio ao nervosismo, o deputado André Luiz contou que estava marcado o encontro com Calazans para concluir a negociação dos 4 milhões de reais e retirar o pedido de prisão preventiva de Cachoeira do relatório da CPI – mas exigiu que, desta vez, antes de qualquer movimento, fosse feito um adiantamento de 200.000 reais, com metade à vista e metade depois da reunião. "Estou precisando resolver um negócio", disse ele, referindo-se às dívidas de campanha do filho. "Preciso de 100.000 de pronto. Essa é a minha proposta." Em tom nervoso, despachou uma ameaça a Cachoeira. "Se ele não aceitar, vai perder muito mais do que isso."
A biografia de André Luiz já se cruzou antes com episódios semelhantes. Como atuante membro da Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara Federal, André Luiz conseguiu aprovar a convocação de todos os presidentes de empresas de telefonia. Dias depois dessa decisão, as companhias começaram a ser vítimas de achaque. Os rumores de que por trás das tentativas de extorsão estava o deputado André Luiz chegaram ao presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha, e ao então líder do PMDB, deputado Eunício Oliveira. Por precaução, Eunício afastou André Luiz da comissão do consumidor, mas o deputado conseguiu voltar a integrá-la mais tarde. Os deputados cujas vozes aparecem nas gravações foram ouvidos por VEJA. Por meio de uma nota, Jorge Picciani, presidente da Assembléia, desmente que tenha sido alertado por Bispo Rodrigues de que membros da CPI estavam se envolvendo em corrupção. "Isso é uma piada. O relatório não protege Cachoeira. Agora, se o André Luiz tomou dinheiro de alguém não tenho nada a ver com isso", reagiu Alessandro Calazans, presidente da CPI. O principal protagonista das fitas, o deputado federal André Luiz, fez sua defesa: "Eu estou em Brasília. Não tenho nada a ver com a Assembléia do Rio. Faz muito tempo que não falo com o Picciani. Ele está ligado ao Garotinho. Eu, ao governo federal". As fitas a que a revista teve acesso foram periciadas e sua autenticidade confirmada.
"Picciani foi quem mandou convocar(Marcelo Sereno). Logo depois disso,houve duas nomeações negociadasdiretamente com a Casa Civil."
Do deputado André Luiz, ao comentar que Jorge Picciani, presidente da Assembléia do Rio, fez pressão na área federal.
"Imagina se o Picciani não fosse meu irmão, meuparceiro. Se é outra pessoa, essa p... tinha explodidopara a imprensa."
Do deputado André Luiz, festejando o fato de Bispo Rodrigues tê-lo denunciado justamente para seu amigo Picciani
"Logo depois do primeiro turno das eleições, vou marcar uma reunião no escritório. Vou chamar o Calazans (presidente da CPI). Ele vai ajudar."
Do deputado André Luiz, agendando encontro com emissário de Cachoeira para negociar pagamento de 4 milhões de reais
*Policarpo Junior