sábado, 31 de janeiro de 2015

Seca, promessa e poeira.




Racionamento de água em São Paulo, volumes mortos no Rio, torneiras secas em Minas...
Guardadas as devidas proporções, o “Sul Maravilha” vive, agora, drama semelhante à estiagem histórica do Nordeste.
E é exatamente sobre a seca no Nordeste que eu quero falar, pois desde o esvaziamento das torneiras no abastado Sudeste, a mídia esqueceu-se completamente da estiagem perene do outro lado do país.
E falo sobre a seca no Nordeste porque é mais grave, porque é mais antiga, porque é mais injusta, porque é mais negligenciada.
Ao contrário do Sudeste, a falta de chuvas no semi-árido nordestino não é um problema transitório, mas uma catástrofe constante, que castiga, há séculos, o sertanejo, e condena toda uma região ao sofrimento, à humilhação, e ao atraso econômico.
Em 1877, o imperador Dom Pedro II, com a hipocrisia típica dos poderosos, chegou a afirmar que venderia as jóias da Coroa para acabar com o sofrimento dos nordestinos.
Desde a realeza até a República, muitos foram os governantes que se valeram da retórica da seca para manipular os incautos, chegar ou se manter no poder.
Políticos de todos os escalões – de coronéis locais a presidentes da República – fizeram, da seca no Nordeste, uma indústria; dos miseráveis, sua mão de obra, dos analfabetos, famintos e sedentos, seu curral eleitoral.
Para curar o mal da seca, os políticos prometeram todo tipo de remédio: de cacimbas a carros pipas. Todos inócuos.
Até a faraônica transposição do São Francisco a maior promessa de campanha do então candidato Lula ficou pelo caminho, e, há 12 anos, só serve para enriquecer empreiteiras, políticos e burocratas corruptos. Desde que a obra saiu do papel, o orçamento da transposição mais que duplicou. E não há expectativa de conclusão.
Lula foi o terceiro nordestino a ocupar a presidência da República desde a redemocratização. Quando menino, sentiu, na pele, o flagelo da seca. Teve dois mandatos para cumprir a promessa que fez aos conterrâneos que o elegeram: acabar com a seca no Nordeste.
Deixou o sonho virar poeira.
O ex-retirante que virou presidente preferiu o assistencialismo a conta-gotas a levar água para o sertão. 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Perfil do militante do caos.

É o cara que se escandaliza com Bolsonaro, mas não vê problema algum em Graça Foster, em Dilma, em Lula.
É o cidadão que se preocupa com os centavos da passagem de ônibus, mas ignora os milhões da Petrobras.
É a moça que defende o aborto, mas considera a palmada um crime hediondo.
É aquele que odeia os judeus e quer a destruição do Estado de Israel, mas faz campanha contra o racismo e xinga os adversários de nazistas.
É aquele que acusa Bolsonaro de ser apologista do estupro, mas ignora o professor que defendeu o estupro de Rachel Sheherazade.
É aquele que chama empresário de sonegador, mas aceita a maquiagem fiscal da Dilma.
É aquele que protesta quando morre um traficante, mas festeja quando morre um policial militar.
É aquele que não se importa em destruir a vida do adversário, se isso for importante para a causa ou o "partido".
É aquele que passa a odiar sua cidade quando a maioria não vota em sua candidata.
É aquele que chama o caso Celso Daniel de “crime comum”.
É aquele que usa a expressão “ação penal 470” para se referir ao mensalão.
É aquele que prega a estatização do financiamento eleitoral.
É aquele que usa a palavra “estadunidense”.
É aquele que tem uma grande simpatia pelos nanicos da linha auxiliar do PT.
É aquele que não vê nada demais no fato de o PIB per capita da Coreia do Sul ser de 32 mil dólares e o da Coreia do Norte, de 1.800 dólares. Afinal, a Coreia comunista é mais igualitária.
É aquele que apoia o movimento gay, mas também apoia o regime cubano, que já fez campos de concentração para homossexuais.
É aquele que acredita em governo grátis, mesmo quando o País trabalha até maio só para pagar impostos.
É aquele que odeia a censura, mas quer o controle social da mídia.
É aquele que faz tudo para acabar com a família e a igreja, pois sabe que elas são os principais focos de resistência ao poder do Estado e dos movimentos sociais.
No fundo ele sabe que o país está sendo saqueado, exaurido, violentado – mas diz que o problema é o Bolsonaro.
É aquele que nunca perdoa.
Pax et Lux et Bonum!
Publicado originalmente no Jornal  de Londrina, por Paulo Briguet em 19.12.2014.

Governo tem rombo de R$ 17,24 bi em contas de 2014, pior desempenho desde 1997.

Puxada por um grande déficit da Previdência, as contas do governo central ficaram negativas pela primeira vez no acumulado de um ano desde o início da série histórica.

Em dezembro, as contas do Governo Central registraram superávit de 1,039 bilhão de reais

                                Em dezembro, as contas do Governo Central registraram superávit de 1,039 bilhão de reais.              (Ivan Pacheco/VEJA.com)
As contas da presidente Dilma Rousseff fecharam 2014 com um déficit primário de 17,242 bilhões de reais. O resultado do chamado governo central, que reúne as contas do Tesouro Nacional, INSS e Banco Central, registraram o pior desempenho da série histórica que teve início em 1997. Foi o primeiro déficit da série e corresponde a 0,34% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, o superávit acumulado foi de 76,993 bilhões de reais, ou 1,59% do PIB.
O rombo histórico das contas do governo, divulgado pelo Tesouro nesta quinta-feira, consolidou um processo de forte deterioração fiscal que a presidente Dilma tenta agora reverter para retomar a confiança no país. Apesar das pedaladas fiscais (atrasos nos pagamentos de despesas) que ainda ficaram para 2015 e receitas extraordinárias, o resultado de 2014 ficou distante da última previsão do governo, de fechar o ano com um superávit de 10,1 bilhões de reais. No início do ano, o governo prometeu fazer um superávit de 80,7 bilhões de reais nas contas do governo central.
O resultado reflete uma combinação de aumento de despesas, queda forte da arrecadaçãopor causa da atividade econômica fraca e desonerações tributárias em volume elevado. 
Dados do Tesouro mostraram que as despesas subiram 12,8%, para 1,013 trilhão de reais, enquanto as receitas avançaram apenas 3,6%, totalizando 1,031 trilhão de reais.
A Previdência foi, de longe, o setor que mais contribuiu para o rombo anual. Separadamente, as contas do Tesouro tiveram um superávit de 39,570 bilhões de reais, o do INSS um déficit de 56,698 bilhões de reais e o resultado das contas do Banco Central foi negativo em 114,8 milhões de reais.
Dezembro - Apenas em dezembro, as contas do governo central registraram um superávit de 1,039 bilhão de reais, decepcionando mais uma vez. No final do ano passado, o ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, havia garantido que o superávit seria de dois dígitos, o que não ocorreu. O resultado de dezembro é pior para o mês desde 2008, quando as contas fecharam com déficit primário. Para não ser responsabilizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo conseguiu que o Congresso Nacional aprovasse uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que permite o descumprimento da meta.
(Com Estadão Conteúdo)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Mantega queria abafar rombo da Petrobras.

Mantega queria abafar rombo da Petrobras. Conselheiros ameaçaram denunciar estatal na CVM, se perdas de R$ 88,6 bi não fossem divulgadas.

(Valor) R$ 88,6 bilhões é a cifra que os brasileiros devem ter em mente, a partir de agora, para avaliar o tamanho do problema provocado pela gestão da Petrobras nos últimos anos - não apenas por corrupção, mas também por ineficiência, orientação política e risco do próprio negócio. Esse número foi apurado após um pente-fino em 52 empreendimentos da estatal, que tiveram como fornecedores empresas citadas na Operação Lava-Jato. O valor foi obtido a partir de um estudo individual de cada ativo, como se não fizessem parte da mesma companhia. Portanto, ele exclui as sinergias da operação conjunta - fato que pode levar a uma redução do ajuste e, num extremo pouco provável, torná-lo desnecessário.
A partir desse número, a diretoria da Petrobras terá de chegar a um entendimento com sua auditora, a PricewaterhouseCoopers, sobre o efetivo ajuste nas demonstrações financeiras - se ele será feito e qual seu montante. Os R$ 88,6 bilhões representam a diferença entre o valor pelos quais os ativos estão registrados no balanço da Petrobras e o preço que um terceiro aceitaria pagar por eles, conceito conhecido como "valor justo".
A divulgação dessa cifra bilionária dominou as discussões da reunião do conselho da Petrobras, presidida pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, na segunda feira, que durou quase dez horas. O Valor apurou que representantes do governo não queriam inicialmente divulgar o número, ainda não definitivo. Os conselheiros independentes ameaçaram denunciar o caso à CVM e renunciar aos cargos caso o dado não fosse divulgado. A decisão de informar prevaleceu, porque a cifra, apurada nas avaliações de duas empresas independentes - Deloitte e BNP - foi considerada, ao final, um "fato relevante". A Petrobras espera publicar seu balanço completo, auditado, no fim de maio.
Valor também apurou que a presidente da estatal, Graça Foster, deve ser substituída quando ficar claro que ela não teve envolvimento no esquema de corrupção. Na avaliação do Planalto, o afastamento de Graça, neste momento, poderia deixar dúvidas sobre sua participação nas irregularidades.
Investidores se decepcionaram com o fato de a Petrobras não ter realizado a tão aguardada baixa contábil em seu balanço e venderam ações da estatal, que lideraram a lista de baixas de ontem na bolsa de São Paulo - Petrobras PN caiu 11,2% e ON, 10,47%. Em nota, o presidente da gestora americana Aurelius Capital Managment, Mark Brodsky, afirmou que a empresa corre o risco de entrar em default técnico.
*http://coturnonoturno.blogspot.com.br/2015/01/mantega-queria-abafar-rombo-da.html

Estelionato eleitoral na educação.


No apagar das luzes de 2014, o governo federal decidiu mudar as regras do financiamento do ensino superior, uma das bandeiras de campanha do PT, sem justificativa, sem negociação com os estudantes ou com as instituições de ensino envolvidas.

As novas regras estabelecidas pelo Ministério da Educação para o Fies prevêem que o subsídio estatal será concedido apenas aos alunos que obtiverem uma nota mínima de 450 e que não tirem zero na redação no Enem. Além disso, o governo alterou os pagamentos para as universidades estabelecendo um intervalo mínimo de 45 dias, feitos mensalmente anteriormente. Com isso, ao final do ano, essa instituições terão recebido o pagamento das mensalidades apenas de janeiro a julho. As demais serão reembolsadas somente em 2016!

A irresponsabilidade do governo é tamanha que não deixou tempo hábil para que os estudantes pudessem se preparar, ou seja, as regras foram mudadas no meio do jogo prejudicando milhares de jovens, que não sabem se vão conseguir efetivar as matrículas, e promovendo um verdadeiro calote às universidades. 

Para piorar a situação, o site do Ministério da Educação (MEC) ficou dias fora do ar impossibilitando que os estudantes pudessem solicitar a renovação dos contratos. Muitos dos alunos que ficarão de fora do Fies são de baixa renda. Até o momento apenas os estudantes com contratos já existentes podem solicitar o aditamento. Novos alunos terão de esperar pela boa vontade do MEC.

Em tão pouco tempo o governo Dilma trai novamente o seu eleitor descumprindo mais uma promessa de campanha! Uma bandeira forte do marketing do PT, que era não mexer NUNCA nos programas sociais. 

Apesar de ter negado durante meses, todos sabíamos da necessidade de um ajuste fiscal num governo irresponsável, que gasta além dos limites e ainda que gasta mal. Mas por que não começar os cortes no próprio Executivo, excluindo ministéros, cortando cargos, diminuindo o orçamento? 

Não, o governo da "Pátria Educadora" optou por cortar o efetivo para a Educação: foi justamente o ministério que mais sofreu cortes no seu orçamento. 

Fica a pergunta: isso pode, Dilma?

Dossiê PT.


O PT vive fazendo alarde contra a ditadura de 64. Será que é porque, atualmente, a DITADURA é monopólio do PT?

O PT censura e ataca todos aqueles que se opõem contra os objetivos do partido: sua perpetuação no poder.
Sua principal moeda de troca é o patrocínio das estatais nas mídias. Quem não fizer o jogo do governo, perde milhões em publicidade. 
Só se esquecem que barganham com o nosso dinheiro, proveniente do nosso suor.

Também é mais que sabido que o aparelhamento da máquina pública é utilizado de forma criminosa pelo PT. 
Atacaram Joaquim Barbosa de todas as formas, ameaçando-o até de morte (aliás, onde está o processo contra o criminoso?) http://on.fb.me/1pp19v4
Tentaram retirar o Juiz Sérgio Moro das investigações do Lava Jato e atacam impiedosamente Venina Velosa após a mesma ter delatado esquema de corrupção na Petrobras, envolvendo o ex-presidente Lula.
Ataques a Rachel Sheherazade e Paulo Eduardo Martins por criticarem o PT abertamente terminaram em CENSURA contra o SBT.
Celso Daniel não teve a mesma chance. Foi eliminado após descobrir esquema de corrupção do PT em Santo André. Ministro Chefe da Secretaria de Dilma, Gilberto Carvalho está envolvido: http://on.fb.me/1xYPyvW
Vejam ameaça velada à BAND nas eleições 2014: http://on.fb.me/1tqXoNM

PT é pura hipocrisia. Reclama da ditadura do passado, mas tenta implantar outra pior ainda.
Errata: pedimos desculpas pelo erro no nome da Rachel Sheherazade que saiu errado na imagem.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Dilma e o discurso desconectado da realidade.

O Discurso de Dilma ESTÁ desconectado da Realidade. Tanto Que Ela demonstrou desconforto, nervosismo e gaguejou o ritmo TODO. Estilo Dilma venceu a eleição defenestrando SEUS opositores e ágora recorre Ao 'João Santana "Para Que Ministros vendam Esse Brasil de Ilusão Que foi forjado Durante a Campanha De:.. De: Não se vence COM Palavras Uma crise Económica, presidente Não É com Uma Continuação da mentira Que a INFLAÇÃO vai Diminuir OE Pais voltar vai a Crescer.
Como E Que DEPOIS de s uspender R $ 10 bilhões em Direitos trabalhistas se PODE Falar que eles São intocáveis? Como E Que o Brasil Quer ser Uma pátria educadora retirando Recursos Fazer MEC e bolsas de ensino.
A presidente escolhe Muito Bem Como Palavras Para tentar Esconder O Que VEM por ai. Mas se DEPOIS de tanta maldade com o bolso da classe de Mídia, com OS DIREITOS do trabalhador, com o aumento nsa tributos, com Uma Suspensão de Direitos estudantis, com Uma escalada dor Juros e Fazer IOF, ELA AINDA Fala em reequilíbrio fiscal 'gradual', E Porque Muita maldade AINDA VEM por ai.
* Ronaldo Caiado, via Facebook

Temer admite: mudança trabalhista foi pensada antes da eleição.

O vice-presidente Michel Temer (PMDB)
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) (Marcio Ambrosio/Futura Press)


Vice-presidente afirmou que questão foi discutida 'no passado'. Sobre a eleição na Câmara, disse que não crê que Eduardo Cunha seja alvo de perseguição.

Bruna Fasano

O vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB, admitiu nesta segunda-feira que o pacote de endurecimento de regras para a concessão de benefícios como o seguro-desemprego foi desenhado antes da campanha eleitoral do ano passado. Mas saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff, negando que ela tenha mentido durante a corrida eleitoral – a petista, mesmo já trabalhando em um pacote de ajustes, insinuava que seus adversários pretendiam alterar a legislação que garante direitos trabalhistas.
Questionado se as alterações anunciadas teriam sido discutidas antes da eleição, afirmou: “Os ajustamentos começaram a ser examinados no passado e agora vão ser implementados”. E prosseguiu: “São variações mais do que naturais”. Temer participou de debate na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na capital paulista.
Reportagem desta segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo informa que os ajustes começaram a ser traçados antes das eleições. Ainda em agosto, o governo reduziu em 8,8 bilhões de reais a previsão de gasto com o abono salarial para 2015 – como consta no Projeto de Lei Orçamentária Anual deste ano, enviado naquele mês pelo Planalto ao Congresso. Segundo o jornal, um integrante do governo afirmou que tal previsão foi feita já com base nas novas regras, que seriam anunciadas apenas depois do pleito.
Em meio ao vale-tudo promovido pelo PT para frear o "furacão Marina" em setembro de 2014, Dilma sugeriu que a adversária pretendia acabar com direitos trabalhistas em vigor e disparou uma frase cunhada pela sua equipe de marketing para chacoalhar a militância petista nas redes sociais: "Nem que a vaca tussa", esbravejou. A expressão foi usada à exaustão pela campanha, numa ofensiva pela desconstrução da imagem de Marina – cuja candidatura minguou vertiginosamente na sequência. Na reta final do primeiro turno, uma vaquinha malhada chegou a ser mote de sindicalistas alinhados à então presidente-candidata para uma “mobilização nacional” em defesa dos trabalhadores.
Câmara – Temer comentou ainda a disputa pela presidência na Câmara dos Deputados, que será decidida em eleição no próximo domingo. O vice-presidente apoia a candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto da presidente Dilma. “Tenho certeza de que, ao final desta semana, feita a eleição, a Câmara se pacificará em torno do candidato eleito”, afirmou o peemedebista.
O vice-presidente também falou sobre a gravação, tornada pública por Cunha, em que o nome do parlamentar é citado numa negociata. Para Temer, o candidato do partido não é alvo de perseguição dos adversários. “É natural que ocorram acidentes e incidentes. Nesta última semana, há um agravamento desses incidentes”, disse.

Quem?


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dilma, a Desaparecida do Cerrado, e a "recessão de salvação" como nova utopia.

Por Reinaldo Azevedo

Enquanto o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendia em Davos as medidas ditas de austeridade aplicadas no Brasil, fazendo um discurso que os petistas costumavam chamar de “neoliberal”, a presidente Dilma Rousseff, a Desaparecida, deu as caras na Bolívia: compareceu à terceira posse de Evo Morales, o índio de araque, que se vangloriou de os “Chicago’s boys” não mandarem em seu país. Nota: na língua ideológica de Evo, Levy é um “Chicago’s boy”. 

Qual presidente Dilma está no governo? A que sustenta Levy ou a que vai puxar o saco de bolivarianos? Convém não confundir esse ecletismo com pluralidade. Pode ser, e tudo indica que seja, falta de clareza. Dilma parece tentada a tocar cítara e flauta ao mesmo tempo, coisa que Paulo, o apóstolo, não recomendava. 

Janeiro vai chegando ao fim trazendo, adicionalmente, o fantasma da conjugação da falta de água nas regiões metropolitanas mais densamente povoadas do país com a falta de luz. Aquela que exige ser chamada de “presidenta”, no entanto, está muda. Parece imersa em sua perplexidade, sem energia para tocar nem cítara nem flauta. O PT está perdido. Vê desmoronar o seu castelo de cartas e, desta vez, não tem o que dizer porque já não tem mais como culpar… FHC!!! 

A falsa herança maldita de FHC mobilizava a fanfarronice de um partido falastrão, com suas soluções simples e erradas para problemas difíceis. Mas a verdadeira herança maldita, que é a do PT, calou a boca do… PT — e essa, convenham, é a única boa notícia nesses tempos de desolação. 

Nunca antes na história “destepaiz”, para citar o chavão do Babalorixá de Banânia, um governo se desmoralizou com tamanha rapidez. Dilma nem havia ainda tomado posse de seu segundo mandato, e suas promessas de campanha iam, uma a uma, descendo ralo abaixo. As burrices feitas pelo PT — oriundas, reitero, lá dos governos Lula — terão de ser minoradas (nunca corrigidas!) por um período de recessão econômica. E não que tenhamos experimentado, nos últimos quatro anos, uma farra, não é mesmo? 

Convém que a oposição se organize logo — agora, não depois — para ocupar esse vazio de discurso. É preciso definir com celeridade uma narrativa que dê conta da complexidade desse momento. Antes que Levy — que está aí tentando recuperar os escombros deixados pelo PT — passe por arquiteto de uma nova utopia. 

Como horizonte, o país merece um pouco mais do que uma recessão de salvação

Boletim Focus mostra projeção de PIB zero e inflação próxima a 7% para 2015.



Por O EDITOR - Via 
Valor Econômico
Inflação chegando aos 7% e crescimento da economia se aproximando do zero em 2015. Este é o cenário visto pelos analistas de mercado, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central. A mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deu um salto, de 6,67% para 6,99%, na última semana, enquanto a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 0,38% para 0,13% neste ano. Os analistas veem a inflação mais pressionada pelos preços administrados, cuja mediana subiu de 8,2 0% para 8,70%. 

Em 12 meses, a estimativa para o IPCA subiu de 6,66% para 6,69% e para o índice de janeiro houve ajuste de 1,10% para 1,20%. Na semana passada, o IBGE informou que o IPCA-15, prévia da inflação deste mês, subiu 0,89%. Em 12 meses, acumulou avanço de 6,69%. 

Apesar da inflação mais salgada, os analistas não alteraram suas apostas para a taxa básica de juro, que seguem em 12,50% no fim deste ano. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de 11,75% para 12,25% ao ano. Já o PIB deve ter ajuda menor da indústria, uma vez que a estimativa para o aumento da produção industrial neste ano passou de 0,71% para 0,69%. 

O mercado vê um cenário um pouco melhor em 2016, com a inflação menos pressionada, uma taxa de juro menor e um crescimento maior que em 2015, embora o PIB de 2016 tenha sido revisado para baixo. A mediana das estimativas para o IPCA caiu de 5,70% para 5,60%. A estimativa para a Selic permaneceu em 11,50% e a do PIB cedeu de 1,80% para 1,54%, assim como a da produção industrial, de 2,65% para 2,50%. 

Top 5 
Os analistas Top 5, os que mais acertam as previsões, agora veem o IPCA deste ano em 6,86%, ante 6,60% na semana passada, e mantiveram a estimativa para a Selic em 13% ao fim de 2015. Para 2016, a projeções para o IPCA seguiu em 5,60%, mas a da Selic caiu de 12% para 11,75%. 
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A sanha petista.


Qualquer pessoa que saiba somar dois mais dois sabe que o escândalo da Petrobrás tem raízes eminentemente políticas. O enorme esquema de propinas que tomou de assalto e jogou na sarjeta a reputação da maior empresa estatal do País foi urdido com o objetivo de socorrer as finanças do PT e de seus aliados no cada vez mais dispendioso processo eleitoral brasileiro. Pois é exatamente isso que confirmam mais dois depoimentos divulgados esta semana no âmbito da Operação Lava Jato. 

Os defensores de dois investigados que estão presos em Curitiba, o empresário Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, e o advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto, respectivamente em documento encaminhado à Justiça Federal e em entrevista ao jornal Valor, atribuíram a responsabilidade pelo esquema de corrupção na petroleira ao PT e a seu projeto de perpetuação no poder. E o primeiro estendeu-se em considerações que procuram demonstrar que as empreiteiras investigadas são meras "vítimas" de "achaques" dos políticos. 

O documento dos advogados de Mello Almada discorre longamente sobre a "ligação intrínseca" entre a necessidade de o PT "compor-se com políticos de outros partidos" por meio da distribuição de "cargos na administração pública" e também de "recursos a parlamentares". E acrescenta: "O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos". E conclui que "não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobrás, foi escolhida para a geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias". 

O advogado de Alberto Youssef desenvolveu o mesmo argumento: "A participação dos políticos e dos agentes públicos foi fundamental no esquema", que foi concebido "para a manutenção de grupos e partidos no poder". E mais: "O esquema alterou os resultados das eleições de 2006, 2010 e, possivelmente, de 2014". 

O Valor revela ainda que outro empresário preso e beneficiado por delação premiada, Augusto Mendonça Neto, da Setal, confessou que entre os anos de 2008 e 2011 pagou propina ao PT na forma de doações para campanha, no total de cerca de R$ 4 milhões. Esses pagamentos foram feitos por intermédio de outro personagem da Lava Jato, Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobrás, cargo para o qual foi indicado pelo notório José Dirceu. 

As revelações do doleiro Youssef, feitas nos termos de acordo de delação premiada, bem como as dos empresários da Engevix e da Setal, não trazem nenhuma novidade ao cenário do maior escândalo de corrupção da história da República. Apenas confirmam e reforçam a evidência de que se trata de mais uma investida do PT, depois do ensaio geral representado pelo mensalão, para comprar aliados e financiar seu projeto de poder. 

É importante atentar, no entanto, para a maliciosa tentativa das empreiteiras de eximir-se de responsabilidade pelo esquema de corrupção na Petrobrás, colocando-se na posição de "vítimas de achaques". O argumento é um primor de cinismo. Sustenta que a chantagem dos operadores do esquema "colocou os empresários, todos, na mesma situação, não por vontade, não por intenção, mas por contingência dos fatos". Mas as empreiteiras não são vítimas do esquema. São cúmplices. 

Pode-se até admitir, no limite da benevolência, que nenhuma delas, em tempo algum, tenha tomado a iniciativa de propor negócios escusos a executivos da Petrobrás, ou de qualquer outra estatal contratante de obras. Mas, diante da imposição de um trambique feita por um delinquente do coturno de Paulo Roberto Costa, as empreiteiras tinham a opção de denunciar o crime, recomendação que seria tranquilamente feita por qualquer assessoria séria de compliance. Preferiram unir-se, no entanto, para formar um clube que garantisse que nenhum dos membros da torpe sociedade levasse vantagem na distribuição dos contratos. Armaram, docemente constrangidos, a "contingência dos fatos" dos quais agora tentam sem o menor pudor se eximir. Não vão escapar tão fácil, como já se viu no julgamento do mensalão.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Após ganhar favor milionário do governo, empresário doa R$ 17 milhões para campanha de Dilma.

Walter Faria, dono da cervejaria Itaipava, conseguiu renegociar em 24 horas empréstimo camarada com o Banco do Nordeste. Cinco dias depois, depositou R$ 5 milhões na conta do comitê da petista.

BRINDE O empresário Faria (ao centro, com o copo ao alto) celebra com petistas a inauguração de sua fábrica na Bahia (Foto: Valter Pontes/Secom)

BRINDE: O empresário Faria (ao centro, com o copo ao alto) celebra com petistas a inauguração de sua fábrica na Bahia. (Foto: Valter Pontes/Secom)
No começo de 2013, o empresário Walter Faria, dono da Cervejaria Itaipava, a segunda maior do país, queria expandir seus negócios ao Nordeste. A primeira parte do plano envolvia a construção de fábricas na região. Ele optou por erguer a primeira em Alagoinhas, na Bahia, em razão de generosos incentivos fiscais. Faltava o dinheiro para a obra, e conseguir crédito não seria uma missão fácil. Faria e seu Grupo Petrópolis, que controla a Itaipava, tinham nome sujo na praça – e uma extensa ficha policial. Deviam R$ 400 milhões à Receita, em impostos atrasados e multas por usar laranjas, além de notas fiscais. Em 2005, Faria fora preso pela Polícia Federal, acusado de sonegação fiscal. Ficou dez dias na carceragem da PF. Três anos depois, em outra operação da PF, Faria acabou denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção ativa, formação de quadrilha e por denúncias caluniosas. Segundo as investigações, Faria armara um esquema para retaliar os fiscais da Receita que haviam autuado sua cervejaria anos antes. Iria difamá-los. Contratara para o serviço ninguém menos que o operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza. A PF encontrou R$ 1 milhão na sede da Itaipavaem São Paulo – dinheiro que, segundo a acusação, serviria para pagar chantagistas. Valério foi preso. Mas Faria perseverou.
Diante dessa ficha, qual banco toparia emprestar dinheiro para Faria e suas empresas? O Banco do Nordeste, o BNB, criado no governo de Getúlio Vargas para ajudar no desenvolvimento econômico da região – mas que, desde então, é usado com alarmante frequência para ajudar no desenvolvimento econômico dos políticos que mandam nele. Desde que o PT chegou ao poder, em 2003, o BNB, custeado com R$ 13 bilhões em dinheiro público, vem sendo aparelhado pelo partido. As previsíveis consequências transcorreram com regularidade desde então. Escândalos, escândalos e mais escândalos. O último deles, em 2012, revelado por ÉPOCAderrubou a cúpula do banco após a PF entrar no caso – e deflagrou uma cascata de investigações dos órgãos oficiais, como a Receita, o Tribunal de Contas da União e o MP. Apesar disso, o aparelhamento petista no BNB perseverou, como Faria perseverara. Ambos perseveraram porque partidos como o PT precisam de empresários como Walter Faria, e empresários como Walter Faria precisam de partidos como o PT.

No segundo mandato de Lula, Faria, segundo fontes do PT e no BNB, tornou-se próximo dos líderes do partido, como o ex-presidente da República e o tesoureiro informal da legenda, João Vaccari. E manteve essas boas relações. Pelas leis da política, a história que se narra a seguir – fundamentada em documentos internos do BNB, relatórios do TCU e entrevistas com os envolvidos – era inevitável. Ainda no começo de 2013, Faria conseguiu obter do BNB um empréstimo de R$ 375 milhões para construir a fábrica na Bahia. Naquele momento, a nova cúpula do BNB, sob o trauma recente do escândalo que derrubara a diretoria anterior, relutava em fazer negócio com Faria. O então presidente do banco, Ary Joel Lanzarin, fez questão de que Faria apresentasse garantias sólidas para o empréstimo. Exigiu uma garantia conhecida como carta-fiança, em que outro banco garante cobrir o valor devido em caso de calote. Para quem empresta, como o BNB, é um ótimo negócio – praticamente zera o risco de calote. Para quem recebe o dinheiro, nem tanto. Uma carta-fiança tem um custo anual, que varia entre 0,5% e 3% do total do empréstimo.

Durante as tratativas, Faria reclamava. Dizia que perderia muito dinheiro com a carta-fiança. Mas capitulou. Ao fim, obteve dois empréstimos, ambos sob as mesmas condições. O de R$ 375 milhões seria destinado à construção da fábrica em Alagoinhas. Outro, fechado depois, em abril de 2014, no valor de R$ 452 milhões, serviria para construir outra fábrica da Itaipava, em Pernambuco. No total, portanto, Faria obteve quase R$ 830 milhões do BNB. Cada empréstimo tinha como principal garantia uma carta-fiança, que cobria integralmente o valor emprestado pelo BNB. Faria teria juros baixos, 11 anos para pagar e dois anos de carência para começar a devolver o dinheiro. Os técnicos do BNB classificaram a operação como segura, em virtude da carta-fiança.

Em conversas com os diretores do BNB, no entanto, Faria não desistia de rever a garantia da carta-fiança. Queria porque queria que o banco abdicasse dela, topando ter como principal garantia as fábricas construídas com o dinheiro emprestado. Faria dizia, nesses encontros, que a exigência da fiança lhe custava o equivalente a 2% do valor dos empréstimos – o equivalente a quase R$ 17 milhões ao ano. Para o BNB, era um pedido aparentemente impossível de atender, como seria para qualquer banco privado. Ainda mais porque, pelo contrato de empréstimo, os juros eram pré-fixados. Ou seja: o BNB não poderia compensar a garantia pior com um aumento nos juros do empréstimo. Segundo as regras do Banco Central e três especialistas de três grandes bancos, se o BNB aceitasse as condições de Faria, teria de rebaixar internamente a classificação de qualidade do empréstimo. Essa medida é obrigatória e forçaria o BNB a reservar dinheiro próprio para pagar ao menos parte da dívida de Faria, caso ele desse calote. No jargão do mercado, isso se chama “provisionamento”. Nenhum banco toparia fazer isso. É um péssimo negócio. “Nunca vi alguém aceitar algo parecido”, diz um economista que trabalha com esse tipo de operação para um grande banco brasileiro.

Mas o impossível é sempre uma possibilidade na política brasileira. Ainda em abril de 2014, Ary Lanzarin, o presidente que tentava moralizar o BNB, deixou o cargo. O PT pressionava para voltar ao comando absoluto do banco. A presidente Dilma Rousseff aceitou. As diretorias do BNB foram entregues novamente a afilhados de políticos petistas, como o ministro da Defesa, Jaques Wagner. Procurado por ÉPOCA, Wagner preferiu não comentar o assunto. O jogo mudara.

Meses depois, no auge da campanha à reeleição de Dilma e dos esforços de arrecadação dos petistas, Faria conseguiu o impossível. No dia 10 de setembro, protocolou o pedido de dispensa da fiança do empréstimo da fábrica na Bahia. Uma semana depois, o pedido foi analisado – numa velocidade espantosa para os padrões de um banco tão lento e burocrático quanto o BNB. Num intervalo de pouco mais de 24 horas, o pedido passou por cinco instâncias do BNB e foi aprovado pelo Conselho de Administração do banco, segundo os documentos obtidos por ÉPOCA. Estava no papel: o BNB aceitara, em tempo recorde, abdicar de uma garantia 100% segura por outras mequetrefes, se comparadas à carta-fiança. De quebra, teve de reservar R$ 3,6 milhões no balanço – o tal “provisionamento” – para cobrir o mau negócio que fechara.

Alguns técnicos do banco não gostaram da solução encontrada. Para demonstrar insatisfação, deixaram claro que a dispensa da fiança não seria inócua para o BNB. Em um documento interno obtido por ÉPOCA, funcionários afirmaram: “O nível de risco atualmente corresponde a 8,75 (AA), quando considerada a fiança bancária. Quando considerada a garantia hipotecária do complexo industrial, passa a ser 6,05 (B)” (leia abaixo). Fica claro que a substituição da fiança só interessava mesmo a Faria. A decisão do BNB também contrariou frontalmente uma das principais cláusulas que permitiram a assinatura do contrato: “Outras instituições financeiras de primeira linha estarão comprometidas com o projeto durante o prazo de 11 anos, visto que a fiança que comporá a garantia da operação terá vigência por todo o período do financiamento”.

No dia 29 de setembro, apenas 12 dias após seu Grupo Petrópolis obter o impossível no BNB, Faria depositou R$ 5 milhões na conta da campanha de Dilma. Até o dia 3 de outubro, a campanha dela receberia outros R$ 12,5 milhões. No total, Faria doou R$ 17,5 milhões. Tornou-se, assim, o quarto maior doador da campanha da presidente. É aproximadamente esse valor que Faria gastaria com as fianças anuais dos dois empréstimos. O pedido para que o segundo empréstimo, o da fábrica em Pernambuco, também seja dispensado da carta-fiança será feito em breve. Segundo fontes na cúpula do BNB, está encaminhado para ser aprovado. 

Procurado por ÉPOCA, o Grupo Petrópolis afirmou, por meio de nota, que a dispensa da fiança gerou economia para a empresa, mas não disse quanto. Afirmou ainda que a fiança foi substituída por outras garantias com “valores até maiores”. Ainda de acordo com a nota, Faria conhece Vaccari, mas negou ter pedido ajuda a ele ou a qualquer pessoa para que a fiança usada no empréstimo do BNB fosse dispensada. Disse, ainda, que todas as doações à campanha da presidente Dilma cumpriram as regras eleitorais. Também por meio de nota, Vaccari disse jamais ter tratado do interesse de qualquer empresa com o BNB. O presidente do BNB, Nelson de Souza, afirmou que a substituição da fiança está prevista nas regras do banco e que nunca esteve com o empresário Walter Faria. Disse, no entanto, que o empresário já esteve com dirigentes do banco para tratar assuntos do interesse dele.
*POR: MURILO RAMOS, COM MARCELO ROCHA, FILIPE COUTINHO E FLÁVIA TAVARES, NA REVISTA ÉPOCA.

José Serra: "Governos de Dilma e Haddad disputam para ver qual o mais inepto!"

Em uma palestra a empresários nesta quinta-feira (22), o senador eleito por São Paulo, José Serra (PSDB), ironizou a falta de capacidade do governo federal de alavancar investimentos e disse que a presidente Dilma Rousseff e o prefeito paulistano, Fernando Haddad, ambos do PT, competem pelo título de gestor mais “inepto”.
Para o tucano, o governo federal tem recurso “e não consegue gastar”. Ele disse que o mesmo acontece em São Paulo. “Veja a prefeitura. Estão preocupados com ciclovias, subsidiar o consumo do crack [numa referência ao programa Braços Abertos, que paga usuários que se disponham a trabalhar]… uma profunda inépcia”, afirmou.

“Aliás, é um concurso: quem é o mais inepto, a prefeitura ou o governo federal?”, disse Serra em seguida. “E veja que pelos últimos secretários apontados [pelo governo Haddad] não há o menor perigo de melhorar”, ironizou. Esta semana, Haddad convidou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), derrotado pelo tucano na última eleição, para a Secretaria de Direitos Humanos. Nesta quarta (21), o prefeito confirmou convite para o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha assumir sua articulação política. Padilha disputou o governo do Estado no ano passado e terminou em terceiro lugar.
O tucano afirmou ainda que a presidente não surpreendeu com as medidas impopulares que teve que adotar logo no início do mandato. “Todo mundo sabia que ela ia ter que fazer o que disse que não faria na campanha: consertar os erros do primeiro mandato.”
*Por Daniela Lima, na Folha.

A inflação dispara, tudo encarece, o povão paga e a Dilma nem aí!

Preço da comida, conta de luz e ônibus aumentam inflação para 6,69%, diz IBGE. É o pobre quem está pagando o preço Dilma.



( Extraído do Valor Econômico) O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu para 0,89% em janeiro, depois de registrar 0,79% em dezembro. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice foi para 6,69%, acima do teto da meta de inflação, que é de 6,5%. 

Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o item carnes liderou os principais impactos individuais do mês, com 0,09 ponto percentual e alta de 3,24%. Além deste, outros itens que exerceram pressão, como batata-inglesa (32,86%) e feijão carioca (24,25%), levaram o grupo Alimentação e Bebidas, com alta de 1,45%, a ser responsável por 40% do IPCA-15 de janeiro, com impacto de 0,36 ponto percentual.

A energia elétrica teve o segundo maior impacto do mês com 0,08 ponto percentual e alta de 2,60%. À exceção da região metropolitana de Fortaleza (-4,82%) e de Salvador (-1,91%), cujas contas tiveram queda na parcela referente ao PIS/Cofins, as demais apresentaram alta, com destaque para Porto Alegre, que chegou a 11,80% tendo em vista o reajuste de 22,41% em uma das concessionárias desde 8 de dezembro.

Neste mês de janeiro, em todas as regiões, foi apropriada parte do efeito do Sistema de Bandeiras Tarifárias, modelo de cobrança do gasto com usinas térmicas, que passou a vigorar a partir de 1º de janeiro. Além da energia, os gastos com Habitação, que subiram 1,23%, foram influenciados pelos seguintes itens: aluguel residencial (1,26%); mão-de-obra para pequenos reparos (0,95%); condomínio (0,81%); e taxa de água e esgoto (0,77%).

Os ônibus urbanos tiveram o terceiro maior impacto de janeiro, com 0,07 ponto percentual e alta de 2,85%, tendo em vista reajustes nas passagens. As maiores altas dos ônibus urbanos ocorreram no Rio de Janeiro (4,67%), com reajuste de 13,34% em 2 de janeiro; Belo Horizonte (4,21%), com 8,77% em 29 de dezembro; São Paulo (4%), com 16,66% em 6 de janeiro; Salvador (2,31%), com 7% em 2 de janeiro; e Recife (1%), com 13,50% em 11 de janeiro.

Houve, também, aumento nas tarifas dos intermunicipais, que ficou em 3,89%, sob pressão do Rio de Janeiro (2,89%), com reajuste de 12,46% em 10 de janeiro; Belo Horizonte (9%), com 9,31% em 17 de dezembro; São Paulo (8,46%), com 16,60% em 6 de janeiro; e Fortaleza (6,72%%), com 11% em 29 de dezembro.

No grupo das Despesas Pessoais, que teve alta de 1,39%, o destaque ficou com o item empregado doméstico, que subiu 1,49%, além de outros serviços como cabeleireiro (1,54%) e manicure (1,82%). Além disso, foi registrada variação de 3,02% nos cigarros, reflexo do reajuste praticado pelas indústrias.

Dentre os índices regionais, o maior foi o do Rio de Janeiro (1,35%), sob pressão dos alimentos (1,96%) e das tarifas de ônibus urbano (4,67%). O menor índice foi o de Salvador (0,49%), onde os combustíveis tiveram queda 1,56%, além da energia elétrica que também apresentou queda (-1,91%) em função de redução das alíquotas do PIS/Cofins.

O IPCA-15 de janeiro coletou preços entre 13 de dezembro de 2014 e 13 de janeiro de 2015. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Por to Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

domingo, 25 de janeiro de 2015

José Dirceu prepara sua mudança para o exterior.

EX-MINISTRO CONDENADO POR CHEFIAR O MENSALÃO PLANEJA VIVER NO EXTERIOR.
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Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Ex-ministro José Dirceu confidenciou a correligionários do PT que quer sair do Brasil.
Ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, que cumpre pena de prisão domiciliar, José Dirceu segredou a dirigentes do PT que pretende sair do Brasil tão logo sua situação legal o permitir. Ele planeja fixar residência na Europa, e gosta muito das opções França e Portugal. Mas também considera uma temporada em Havana, animado com o reatamento de relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos.
Preso desde novembro de 2013, Zé Dirceu deseja voltar a viver como cidadão comum, livre, o que no Brasil, segundo ele, não seria possível.
Dirceu quer acompanhar de perto o crescimento da filha mais nova, 6 anos, seu xodó. A distância dela o martirizou, nos 11 meses de prisão.
O desejo de José Dirceu de ir para o exterior surpreendeu dirigentes do PT, com os quais tem articulado o comando de nova facção no PT.
Como aprecia os sabores locais, sobretudo os vinhos (Barca Velha é o seu favorito), é provável de Zé Dirceu escolha Portugal para morar. 

Dilma e Lula sabiam de Tudo e participavam do esquema de corrupção, diz doleiro Alberto Yousseff.

A matéria bomba da Veja da última sexta-feira (24) foi alvo de ataques de “amiguinhos petistas” que picharam e jogaram partes da edição da revista picotadas na porta da Editora Abril.
Os comentaristas da Revista comentaram a essência da matéria, que divulgou parte da delação do doleiro Alberto Yousseff, que levou Dilma e Lula direto para o centro do esquema de propinas de compra de apoio político e uso de verbas para campanhas petistas.

Amigo íntimo de Lula é peça-chave do petrolão.

Surgem indícios do envolvimento profundo do empresario José Carlos Bumlai com o escândalo que sangrou a Petrobras. Ele tinha acesso livre ao Palácio do Planalto na gestão de Lula e até hoje resolve problemas de sua familia.

Rodrigo Rangel e Adriano Ceolin
SUPERCREDENCIAL - José Carlos Bumlai, amigo íntimo do presidente Lula, estava autorizado a entrar quando quisesse, na hora em que bem entendesse
SUPERCREDENCIAL - José Carlos Bumlai, amigo íntimo do presidente Lula, estava autorizado a entrar quando quisesse, na hora em que bem entendesse.(Foto: Cristiano Mariz/VEJA)
Um dos grandes pecuaristas do país, José Carlos Bumlai conta que visualizou em sonho sua aproximação com Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele era apenas aspirante à Presidência. Com a ajuda de um amigo comum, Bumlai conheceu o petista e o sonho se realizou. O pecuarista tornou-se íntimo de Lula. O sonho embutia uma profecia que ele só confidenciou a poucos: a aproximação renderia excelentes resultados para ambos. Assim foi. Lula chegou ao Planalto, e Bumlai, bom de negócios, bem-sucedido e rico, tornou-se fiel seguidor do presidente, resolvedor de problemas de toda espécie e, claro, receptador de dividendos que uma ligação tão estreita com o poder sempre proporciona. No governo, só duas pessoas entravam no gabinete presidencial sem bater na porta. Bumlai era uma delas. A outra, Marisa Letícia, mulher de Lula.
Desde 2005, sabia-se em Brasília que Bumlai também tinha delegação para tratar de interesses que envolvessem a Petrobras. Foi ele, por exemplo, um dos responsáveis por chancelar o nome do hoje notório Nestor Cerveró, um desconhecido funcionário da estatal, para o posto de diretor internacional da empresa. Em sua missão de conjugar interesses públicos e privados, Bumlai tinha seus parceiros diletos, aos quais dedicava atenção especial. Não demorou para que começassem a chegar ao governo queixas de empresários descontentes com “privilégios incompreensíveis” concedidos aos amigos do amigo do presidente.
Uma das reclamações mais frequentes envolvia justamente a Petrobras e uma empreiteira pouco conhecida até então, a UTC, que de repente passou a assinar contratos milionários com a estatal, ao mesmo tempo em que surgia como uma grande doadora de campanhas, principalmente as do PT. Gigantes da construção civil apontavam Bumlai como responsável pelos “privilégios” que a UTC estava recebendo da Petrobras. Hoje, a escalada dos negócios da UTC é uma peça importante da Operação Lava-Jato, que está desvendando o ultrajante esquema de corrupção montado no coração da estatal para abastecer as contas bancárias de políticos e partidos. A cada depoimento, a cada busca, a cada prova que se encontra, aos poucos as peças vão se encaixando. A última revelação pode ser a chave do quebra-cabeça. Bumlai, o amigo íntimo do ex-presidente que tinha entrada livre ao Palácio do Planalto, está envolvido até o pescoço no escândalo de corrupção montado na Petrobras durante o governo petista.

O programa de índio de Dilma no país da cocaína e o cinismo de Marco Aurélio Garcia sobre o tráfico.

"Será que essa dupla quer salvar o planeta com drogas?"
A presidente Dilma Rousseff trocou a reunião anual do World Economic Forum na cidade de Davos, nos Alpes suíços, pela terceira posse consecutiva do companheiro bolivariano Evo Morales, que chamou o capitalismo de “filosofia de morte”, disse que “não existe o primeiro mundo, nem o segundo, nem o terceiro, nem o quarto”, e que só o “povo originário, o povo milenário poderá salvar o planeta Terra e acabar com o imperialismo e o capitalismo”.
Enquanto o ministro figurante da Fazenda, Joaquim Levy, debate a “filosofia da morte” em Davos, Dilma marca presença no quinto mundo de Morales, onde a cúpula da Assembleia Plurinacional exibiu em junho do ano passado um novo relógio com os ponteiros girando para a esquerda, em sentido anti-horário, o que implicou a inversão da ordem dos números. Isto para “mudar os polos, de modo que o Sul esteja ao Norte, e o Norte, ao Sul”, como explicou o deputado Marcelo Elío, um dos bolivarianos da turma do presidente.
Morales é aquele que em 2006, como lembrou Ricardo Setti, mandou tropas do Exército ocupar instalações da Petrobras, depois “nacionalizadas” na marra, recebendo em troca afagos de “compreensão” do então presidente Lula, que, lembro eu, posaria com um colar de coca ao lado dele em 2009. O boliviano orgulha-se de ser um incentivador das plantações da matéria-prima de mais da metade da cocaína e do crack consumidos no Brasil, alegando que as folhas servem para produzir chás e remédios tradicionais; mas apenas um terço da coca plantada em seu país atende a essa demanda inofensiva, segundo estimativa das Nações Unidas. O restante abastece o narcotráfico e contribui para corroer a vida de milhões de brasileiros e de suas famílias.
O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína no mundo e, muito provavelmente, o maior consumidor de produtos que têm a cocaína como base, como o crack, segundo o relatório de setembro do ano passado do Departamento de Estado dos Estados Unidos sobre as estratégias internacionais de controle de narcóticos. A principal rota da droga que sai da Bolívia de Morales, da Colômbia e do Peru com destino à Europa, passando pelo oeste da África, é o Brasil.
Em junho de 2012, VEJA teve acesso a relatórios produzidos por uma unidade de inteligência da polícia boliviana que revelavam uma conexão direta entre o homem de confiança de Morales, o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, e um traficante brasileiro que atualmente cumpre pena na penitenciária federal de segurança máxima em Catanduvas, no Paraná. Em janeiro de 2013, uma reportagem do SBT mostrou também como o trânsito e o tráfico são livres em áreas de fronteira dos dois países. Morales está no poder desde 2006. O PT de Dilma, desde 2002.
Mesmo assim, o assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio “Top Top” Garcia, disse nesta quinta-feira que “nós temos também com a Bolívia uma cooperação muito grande na questão da repressão ao narcotráfico”. Pois é. Só se for “na questão” de não reprimi-lo, coisa em que Garcia é veterano. Em março de 2008, o então assessor especial do presidente Lula declarou ao jornal Le Figaro:
“Eu lhes lembro que o Brasil tem uma posição neutra sobre as Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia]: nós não as qualificamos nem de grupo terrorista nem de força beligerante. Acusá-las de terrorismo não serve pra nada quando a gente quer negociar.”
Era verdade, afinal o PT “negociava” com as Farc a conquista do poder na América Latina em assembleias secretas do Foro de São Paulo, como confessaram Hugo Chávez e o então número 2 do grupo narcotraficante, Raúl Reyes – aquele em cujo computador foram encontrado e-mails com menção a Garcia, segundo a revista colombiana Cambio. Em pelo menos duas dessas assembleias, Lula reconheceu o trabalho de seu assessor:
“Em função da existência do Foro de São Paulo, o companheiro Marco Aurélio [Garcia] tem exercido uma função extraordinária nesse trabalho de consolidação daquilo que começamos em 1990″, disse o ex-presidente em 2 de julho de 2005, nos 15 anos do Foro. “Não posso desmerecer o trabalho do companheiro Marco Aurélio Garcia, que hoje está no governo, não está aqui, mas que participou de quase todas as reuniões do Foro de São Paulo”, acrescentou Lula em 2011, na 17ª reunião do Foro. Ambas estão registradas em vídeo.
O programa de índio de Dilma na Bolívia foi apenas mais uma celebração petista do narcotráfico. No relógio dessa gente de quinto mundo, os ponteiros estão sempre girando para a esquerda. Aqui
*Felipe Moura Brasil - Veja Online