sábado, 13 de dezembro de 2014

É bom parar antes de começar, Dilma!

Denúncias atingem Jaques Wagner, candidato a ser um dos homens fortes de Dilma no futuro governo
O governador da Bahia, Jaques Wagner, candidato a ser um dos homens fortes do segundo governo Dilma, pode ser engolfado pelo caso Petrobras. Não custa lembrar que ele é originário do sindicalismo petroleiro. 
Reproduzo trecho de texto da Folha sobre as denúncias feitas por Venina Velosa da Fonseca (leia posts anteriores).
*
A ex-gerente também alertou a atual presidente da estatal, Graça Foster, e o atual diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza — que substituiu o delator Paulo Roberto Costa —, de acordo com mensagens internas da Petrobras a que o “Valor” teve acesso. Venina prestará depoimento ao MPF (Ministério Público Federal) em Curitiba, no âmbito na Operação Lava Jato, na próxima semana.
A Petrobras divulgou nota nesta sexta-feira em que afirma que todas as informações enviadas pela funcionária foram apuradas. A empresa não confirma se Foster e Cosenza receberam os e-mails publicados pelo jornal. Os alertas são referentes a desvios em três áreas da empresa.
Relembrando
Conforme a Folha publicou na ocasião, Venina denunciou naquele ano [em 2009] que o então gerente de Comunicação da área de Abastecimento, Geovane de Morais, havia autorizado irregularmente gastos milionários sem qualquer comprovação da efetiva prestação de serviços, com fortes indícios de desvio de recursos. Baiano de Paramirim, Morais é ligado ao grupo político petista oriundo do movimento sindical de químicos e petroleiros do Estado, do qual fazem parte Wagner e Rosemberg Pinto, então assessor especial do presidente de Sérgio Gabrielli, que também é da Bahia.
Após as denúncias divulgadas pela Folha, uma auditoria interna realizada na Petrobras constatou as suspeitas de fraudes e desvio de recursos nos pagamentos autorizados por Morais. Duas produtoras de vídeo que trabalharam nas campanhas do ex-governador Jaques Wagner e de duas prefeitas do PT receberam R$ 4 milhões da Petrobras em 2008, sem licitação, em projetos autorizados por Morais.
Como gerente de Comunicação da área de Abastecimento, Morais era subordinado ao ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, delator e pivô do atual escândalo de corrupção na Petrobras.
(…)
*Por Reinaldo Azevedo.

O incêndio da corrupção na Petrobras.

Não foi nenhum oposicionista, nenhum representante da imprensa, nenhum defensor de golpe, mas o procurador-geral da República Rodrigo Janot que disse ontem, com todas as letras, que a corrupção devasta a Petrobras como um grande incêndio e sua diretoria deve ser substituída.
"Corruptos e corruptores precisam conhecer o cárcere e devolver ganhos espúrios que engordaram suas contas às custas da esqualidez do Tesouro Nacional e do bem-estar do povo", afirmou Janot.
Ninguém da oposição disse, mas o próprio responsável por anos pela Controladoria Geral da União, Jorge Hage, que as estatais brasileiras não estão sob controle dos órgãos de fiscalização. Essa falha, inclusive, foi um dos motivos de seu pedido de demissão.
"É preciso trazer as estatais para o foco do controle porque atualmente elas têm sistema de licitações próprio, no caso da Petrobrás, não utilizam o sistema corporativo do governo, o que faz com que fique fora do alcance dessas atividades", disse.
Não foi nenhum antipetista militante, mas o próprio juiz representante pela operação Lava-Jato, Sérgio Moro, quem afirmou que o esquema de desvios pode ir além da Petrobras.
"Embora a investigação deva ser aprofundada quanto a este fato, é perturbadora a apreensão desta tabela nas mãos de Alberto Youssef, sugerindo que o esquema criminoso de fraude à licitação, sobrepreço e propina vai muito além da Petrobras", disse, com base na lista de 750 obras pública apreendidas com o doleiro Youssef.
Não foi nenhum economista antipático ao petismo, mas os próprios acionistas da Petrobras nos EUA que entraram na justiça contra a empresa por perdas elevadas devido a contaminação da empresa pela corrupção. A lama foi escondida dos investidores.
Segundo um dos advogados, a Petrobras "falhou em expor um alto nível de corrupção na companhia, incluindo um esquema multibilionário de propina e lavagem de dinheiro”, além de ter superfaturado equipamentos e propriedades em suas demonstrações financeiras. (O Globo)
Não é nenhum pessimista de plantão, mas fontes do próprio governo que afirmam que houve redução de bilhões em investimentos na estatal devido ao processo de corrupção.
Não foi nenhum oposicionista mal-intencionado, mas 68% da população brasileira que acha que a presidente Dilma Rousseff tem responsabilidade sobre o desvio na Petrobras.
*Via Democratas

A Petrobras no inferno – Justiça obriga Petrobras a pagar R$ 135 milhões a funcionários de Abreu e Lima.

Por Luís Lima, na VEJA.com
A Petrobras terá de pagar 135 milhões de reais em rescisões e multas contratuais a funcionários da Alumni (antiga Alusa), que presta serviços para a estatal na refinaria de Abreu e Lima. A decisão foi tomada após audiência na 191ª Vara do Trabalho de Ipojuca, em Pernambuco, conduzida pela juíza Josimar Mendes da Silva. Com o acordo, a estatal arcará com os encargos trabalhistas de funcionários que deixaram de receber porque a estatal parou de pagar os fornecedores da obra. Na quarta-feira, a Petrobras fez um depósito de 44 milhões de reais para o pagamento parcial dos encargos, o que deve aliviar a situação de cerca de 4.800 trabalhadores da refinaria.

A ação foi movida pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem de Pernambuco (Sintepav), que representa os mais de 40.000 funcionários que já passaram pela obra. A Petrobras tem até o dia 17 deste mês para depositar os 89 milhões de reais restantes. Caso contrário, a juíza poderá entrar com uma sentença responsabilizando a petroleira pelo atraso na concessão dos benefícios.
A Petrobras bloqueou os pagamentos de todos os seus contratos em refinarias no Brasil e no exterior. Como consequência, começa a ser alvo de ações judiciais. A última delas foi protocolada pela Odebrecht e envolve os serviços prestados pela empreiteira à operação chilena da estatal. No caso da Alusa, o Ministério Público do Trabalho (MPT) entende que a Petrobras não agiu como mera dona da obra. Segundo o MPT, a estatal gerenciou todos os contratos e documentos provam que cabia a ela escolher quem entrava e saía das obras. “Isso se aplica às regras de terceirização. A estatal, neste caso, foi uma tomadora de serviços de todas as empresas e consórcios envolvidos”, disse a procuradora Débora Tito, do MPT de Pernambuco.
Para o presidente do Sintepav, Aldo Amaral, os 44 milhões de reais depositados amenizam a situação desalentadora à qual muitos trabalhadores se submeteram. Segundo ele, houve casos de funcionários que passaram fome e saques em supermercados de Ipojuca. “Além disso, as carteiras de trabalho já estão sendo liberadas, bem como o seguro-desemprego e os próprios crachás da Petrobras, para que os trabalhadores possam buscar outro emprego”, afirmou.
Segundo o Sintepav, o principal temor é que as demais empresas sigam o caminho da Alusa e deixem de pagar os salários, fundo de garantia, ou as rescisões.
*Via Reinaldo Azevedo

Aloysio Nunes responde para Lula: não há papel higiênico suficiente no mundo para limpar a sujeira do PT.

Os ataques a oposição feitos na noite de quarta-feira pelo ex-presidente Lula em discurso na abertura da segunda etapa do 5º Congresso do PT, foram rebatidos na tarde desta quinta-feira, na tribuna do Senado, pelo líder do PSDB , Aloysio Nunes Ferreira (SP). O tucano chamou as declarações de Lula de “pérolas” e disse que ele subestima o sentimento de indignação da grande maioria dos brasileiros do bem que não aceitam a corrupção e querem um Brasil decente.
— Não senhor ex-presidente! Não nos interessa saber a cor do papel higiênico que se usa nos palácios. Mas eu lhe digo que nem todo papel higiênico do mundo seria capaz de limpar a sujeira que fizeram na Petrobras nesses últimos 12 anos — respondeu Aloysio.
O líder admitiu que está pessimista diante da grande crise política e econômica que deve ser deflagrada quando os nomes dos envolvidos na operação Lava-Jato vierem a público. Lembrou que Lula exaltou a criação de instrumentos de controle como uma distinção dos governos do PT, três dias depois de o ex-ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, ter se despedido do cargo dizendo que os sistemas de fiscalização das estatais são extremamente frouxos e deficientes.
Depois também de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter dito que a Petrobras - que tinha a presidente Dilma à frente do Conselho de Administração - teve uma administração desastrosa 
— E a base do governo continua agindo como se estivesse tudo bem: nada viu, nada acontece, está tudo normal. Aí vem Lula, na sua condição de totem dessa religião idólatra em que se transformou o PT, lançar suas bênçãos sobre a história recente do país — ironizou Aloysio Nunes Ferreira, completando: — Outra pérola de Lula em seu discurso foi dizer que a indignação contra a corrupção é coisa da direita. Como se fosse de esquerda roubar dinheiro público.
Sobre a declaração de Lula de que “os tucanos arrecadam dinheiro como se fosse Criança Esperança. Não tem empresário”, o líder do PSDB disse que a legislação permitindo a doação de empresas privadas foi aprovada após a CPI que levou ao impeachment do ex-presidente Collor. Segundo o tucano, essa é a legislação em vigor, mas que o problema do PT é a corrupção política, que pratica a modalidade de sujar dinheiro limpo, e limpar dinheiro sujo.
O problema, disse, não advém do financiamento de campanha, “se transformou numa modalidade de exercício do poder: compra de apoios através do mensalão e agora do petrolão”. — Em todas as formas de financiamento existem pessoas desonestas. Na análise das contas da presidente Dilma descobriram um pagamento de R$ 24 milhões a uma empresa de eventos que tinha como sócio um motorista que ganha R$ 2 mil e mora numa casa de subúrbio e tem entre os seus clientes os Correios e a Petrobras. O dono dessa empresa já tinha recebido dinheiro do celebérrimo Marcos Valério — criticou Aloysio Nunes.
( O Globo )

Porque hoje é Sábado uma bela mulher.

A bela e rebelde Miley Cyrus

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Gerente da Petrobras diz ter alertado Graça sobre abusos na empresa.

Gerente apresentará ao MPF emails e documentos que comprovam alertas ignorados pela estatal
BRASÍLIA - Defendida pela presidente Dilma Rousseff, a atual diretoria da Petrobras recebeu diversos alertas de irregularidades em contratos da estatal muito antes do início da Operação Lava-Jato, em março deste ano, e não apenas deixou de agir para conter desvios que ultrapassaram bilhões de reais como destituiu os cargos daqueles que trabalharam para investigar as ilicitudes e chegou a mandar uma denunciante para fora do país.

As irregularidades foram comprovadas através de centenas de documentos internos da estatal obtidos pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor. Elas envolvem o pagamento de R$ 58 milhões para serviços que não foram realizados na área de comunicação, em 2008, passam por uma escalada de preços que elevou de US$ 4 bilhões para mais de US$ 18 bilhões os custos da Refinaria Abreu e Lima e atingem contratações atuais de fornecedores de óleo combustível das unidades da Petrobras no exterior que subiram em até 15% os custos.

As constatações de problemas nessas áreas foram comunicadas para a presidente da estatal, Graça Foster, e para José Carlos Cosenza, que substituiu o delator Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento e é responsável pela Comissão Interna de Apuração de desvios na estatal.

Para Graça foram enviados e-mails e documentos comunicando irregularidades ocorridas tanto antes de ela assumir a presidência, em 2012, quanto depois. A presidente foi informada a respeito de contratações irregulares na área de comunicação da Diretoria de Abastecimento, sob o comando de Paulo Roberto Costa, e de aditivos na Abreu e Lima, envolvendo o "pool" de empreiteiras da Operação Lava-Jato. Em 2014, foram remetidas a Graça denúncias envolvendo os escritórios da estatal no exterior. Nenhuma providência foi tomada com relação a esse último caso, ocorrido sob a sua presidência.

Cosenza, que em depoimento à CPI mista da Petrobras, em 29 de outubro passado, declarou nunca ter ouvido falar em desvios de recursos na estatal em seus 34 anos na empresa, também recebeu, nos últimos cinco anos, diversos e-mails e documentos com alertas a respeito dos mesmos problemas.

As advertências de que os cofres da Petrobras estavam sendo assaltados partiram de uma gerente que foi transferida para a Ásia. Venina Velosa da Fonseca está na estatal desde 1990, onde ocupou diversos cargos. Ela começou a apresentar denúncias quando era subordinada a Paulo Roberto como gerente executiva da Diretoria de Abastecimento, entre novembro de 2005 e outubro de 20009. Afastada da estatal, em 19 de novembro, Venina vai depor ao Ministério Público, em Curitiba, onde tramita o processo da Lava-Jato.

As suspeitas da geóloga tiveram início em 2008, quando ela verificou que os contratos de pequenos serviços - chamados de ZPQES no jargão da estatal - atingiram R$ 133 milhões entre janeiro e 17 de novembro daquele ano. O valor ultrapassou em muito os R$ 39 milhões previstos para 2008 e a gerente procurou Costa para reclamar dos contratos que eram lançados em diferentes centros de custos, o que dificultava o rastreamento. Segundo ela, o então diretor de Abastecimento apontou o dedo para o retrato do presidente Lula e perguntou se ela queria "derrubar todo mundo". Em seguida, Costa disse que a gerente deveria procurar o diretor de comunicação, Geovanne de Morais, que cuidava desses contratos.

Venina encaminhou a denúncia ao então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli. Ele instalou comissão sob a presidência de Rosemberg Pinto para apurar o caso. Assim como Geovanne, Gabrielli e Rosemberg são do PT da Bahia. Esse último foi eleito deputado estadual pelo partido. O relatório da comissão apurou que foram pagos R$ 58 milhões em contratos de comunicação para serviços não realizados. Além disso, foram identificadas notas fiscais com o mesmo número para diversos serviços, totalizando R$ 44 milhões. Dois fornecedores de serviços tinham o mesmo endereço. São as empresas R. A. Brandão Produções Artísticas e Guanumbi Promoções e Eventos. Ambas na rua Guanumbi, 628, em Jacarepaguá, no Rio. O caso foi remetido para a Auditoria. Geovanne foi demitido, mas entrou em licença médica, o que evitou que fosse desligado imediatamente da Petrobras, onde permaneceu por mais cinco anos.

Em 3 de abril de 2009, Venina enviou um e-mail para Graça Foster pedindo ajuda para concluir um texto sobre problemas identificados na estatal. Na época, Graça era Diretora de Gás e Energia.

Paralelamente aos problemas na área de comunicação com contratos milionários sem execução de serviços, Venina verificou uma escalada nos preços para as obras em Abreu e Lima que elevou os custos para US$ 18 bilhões e fomentou dezenas de aditivos para empreiteiras. Os contratos para as obras na refinaria continham cláusulas pelas quais a Petrobras assumia os riscos por eventuais problemas nas obras e arcava com custos extras. Para executá-las, eram feitos aditivos e as empreiteiras suspeitas de cartel no setor venceram boa parte das concorrências.

Apenas na fase 2 das obras da refinaria havia a previsão de contratações de US$ 4 bilhões junto a empreiteiras. Num ofício de 4 de maio de 2009, Venina criticou a forma de contratação que, em pelo menos quatro vezes naquela etapa, dispensou as licitações e, em várias ocasiões, beneficiou as empresas da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), entidade que tem firmas acusadas na Lava-Jato como associadas, como a UTC Engenharia e a Toyo Setal. "Entendemos que não devemos mitigar o problema, mas resolvê-lo pela adoção de medidas corretas, ou seja, com o início das licitações em Abreu e Lima", disse a gerente.

Documento interno da Petrobras de 2009 mostra que Venina fez 107 Solicitações de Modificação de Projetos (SMPs), o que resultaria numa economia de R$ 947,7 milhões nas obras da refinaria. Mas as sugestões da gerente não foram aceitas.

Outra sugestão não atendida foi a de acrescentar uma cláusula chamada "single point responsibility" nos contratos pela qual a construtora se tornaria responsável por eventuais problemas nas obras da refinaria, devendo arcar com os gastos. Mas a área de Serviços, comandada, na época, por Renato Duque, manteve os contratos no formato antigo, sem essa cláusula, transferindo os ônus para a estatal. Duque foi preso pela Polícia Federal na Lava-Jato e Pedro Barusco, seu ex-subordinado na estatal, que também é citado em vários documentos, fez um acordo de delação premiada para devolver US$ 97 milhões obtidos no esquema.

As obras de terraplanagem da refinaria levaram a gastos exponenciais. Elas foram contratadas, em junho de 2007, por R$ 429 milhões junto a um consórcio formado por Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Construtora Queiroz Galvão e Construtora Norberto Odebrecht. Em seguida, vários aditivos foram autorizados pela Diretoria de Engenharia da Petrobras e assinados por Cosenza, presidente do Conselho da Refinaria. Um e-mail obtido pelo Valor PRO mostra que ele foi alertado sobre o aumento nos custos das obras de terraplanagem em Abreu e Lima.

O desgaste de fazer as denúncias e não obter respostas fez com que Venina deixasse o cargo de gerente de Paulo Roberto, em outubro de 2009. No mês seguinte, a fase 3 de Abreu e Lima foi autorizada. Em fevereiro de 2010, a geóloga foi enviada para trabalhar na unidade da Petrobras em Cingapura. Chegando lá, lhe pediram que não trabalhasse e foi orientada a fazer um curso de especialização.

Em 7 de outubro de 2011, Venina escreveu para Graça Foster, na época, diretora de Gás e Energia: "Do imenso orgulho que eu tinha pela minha empresa passei a sentir vergonha". "Diretores passam a se intitular e a agir como deuses e a tratar pessoas como animais. O que aconteceu dentro da Abast (Diretoria de Abastecimento) na área de comunicação e obras foi um verdadeiro absurdo. Técnicos brigavam por formas novas de contratação, processos novos de monitoramento das obras, melhorias nos contratos e o que acontecia era o esquartejamento do projeto e licitações sem aparente eficiência".

Na mensagem, Venina diz que, após não ver mais alternativas para mudar a situação, iria buscar outros meios e sugere apresentar a documentação que possui a Graça. "Parte dela eu sei que você já conhece. Gostaria de te ouvir antes de dar o próximo passo", completa, dirigindo-se à então diretora de Energia e Gás.

Em 2012, a geóloga voltou ao Rio, onde ficou por cinco meses sem nenhuma atribuição. A alternativa foi retornar a Cingapura, agora, como chefe do escritório.

Em 25 de março de 2014, Venina encaminhou um e-mail a Cosenza sobre perdas financeiras em operações internacionais da estatal que ela identificou a partir do trabalho em Cingapura. A Petrobras comercializa combustível para navios, denominados bunkers. As unidades da estatal no exterior recebem óleo combustível feito no Brasil e fazem a mistura com outros componentes para atender à exigências de qualidade para vendê-los a outros países. As perdas ocorrem quando previsões no ponto de carga não refletem o que foi descarregado. Além desse problema de medição das quantidades de combustível, Venina verificou outro fato ainda mais grave. Negociadores de bunkers estavam utilizando padrões anormais para a venda à estatal. Eles compravam bunkers a um preço e revendiam a valores muito maiores para a Petrobras. A geóloga contratou um escritório em Cingapura que obteve cópias das mensagens das tratativas entre os bunkers com "fortes evidências" de desvios. Mesmo após a denúncia dessas práticas, esses negociadores não foram descredenciados. Pelo contrário, eles mantiveram privilégios junto à estatal, como garantia de vendas para a Petrobras mesmo quando estavam ausentes ou em férias.

Esses problemas da Petrobras no exterior foram comunicados em outro e-mail a Cosenza, em 10 de abril de 2014. Nele, está escrito que as perdas podem chegar a 15% do valor da carga de petróleo e óleo combustível. Esse percentual equivale a milhões de dólares, considerando que apenas o escritório de Cingapura pagou dividendos de US$ 200 milhões, em 2013. O lucro líquido da unidade atingiu US$ 122 milhões até outubro deste ano. Novamente, não houve resposta por parte do diretor sobre o que fazer com relação a perdas de milhões de dólares.

Na tentativa de obter uma orientação da direção da estatal, Venina fez, em 27 de maio, uma apresentação na sede da Petrobras, no Rio, sobre as perdas envolvendo a comercialização de combustível no exterior. Nela, foi alertado que a prática se disseminou pelas unidades da estatal, atingindo vários países. Em junho, Venina propôs a criação de uma área de controle de perdas nos escritórios da empresa no exterior. Nada foi feito.

Uma última mensagem sobre o assunto foi enviada em 17 de novembro. Dois dias depois, a direção da Petrobras afastou Venina do cargo. Após fazer centenas de alertas e recomendações sobre desvios na empresa, ela foi destituída pela atual diretoria, sem saber qual a razão, ao lado de vários funcionários suspeitos na Operação Lava-Jato. A notícia lhe chegou pela imprensa, em 19 de novembro.

Um dia depois, a geóloga escreveu um e-mail para Graça Foster. "Desde 2008, minha vida se tornou um inferno, me deparei com um esquema inicial de desvio de dinheiro, no âmbito da Comunicação do Abastecimento. Ao lutar contra isso, fui ameaçada e assediada. Até arma na minha cabeça e ameaça às minhas filhas eu tive." A geóloga não detalhou no e-mail para Graça o que aconteceu, mas teve a arma apontada para si, no bairro do Catete. Não lhe levaram um tostão, mas houve a recomendação de que ficasse quieta.

"Tenho comigo toda a documentação do caso, que nunca ofereci à imprensa em respeito à Petrobras, apesar de todas as tentativas de contato de jornalistas. Levei o assunto às autoridades competentes da empresa, inclusive o Jurídico e a Auditoria, o que foi em vão", continuou.

Em seguida, ela reitera que se opôs ao esquema de aditivos na Abreu e Lima. "Novamente, fui exposta a todo tipo de assédio. Ao deixar a função, eu fui expatriada, e o diretor, hoje preso, levantou um brinde, apesar de dizer ser pena não poder me exilar por toda a vida", disse, referindo-se a Costa.

"Agora, em Cingapura, me deparei com outros problemas, tais como processos envolvendo a área de bunker e perdas, e mais uma vez agi em favor da empresa (...). Não chegaram ao meu conhecimento ações tomadas no segundo exemplo citado, dando a entender que houve omissão daqueles que foram informados e poderiam agir." A geóloga termina a mensagem fornecendo seu telefone a Graça.

O Valor PRO perguntou à Petrobras quais providências foram tomadas com relação às denúncias, mas a estatal não respondeu até o fechamento dessa edição.
Por: Juliano Basile - Valor Econômico

Papéis apreendidos em construtoras mostram registros de doações que teriam sido feitas a políticos e partidos.

Documentos foram encontrados na Queiroz Galvão e na Engevix e relacionam nomes e legendas.

*Por Vinicius Sassine, Eduardo Bresciani e Francisco Leali em 
O Globo



BRASÍLIA - Documentos apreendidos nas sedes das construtoras Queiroz Galvão e Engevix, investigadas por suspeita de envolvimento no cartel para fatiar obras da Petrobras e cujos diretores foram presos pela Polícia Federal (PF), revelam registros de repasses que teriam sido feito pelas empresas a políticos e partidos que participaram das eleições deste ano. Não há confirmação de que os pagamentos foram efetivamente feitos e, em caso afirmativo, se foram feitos legalmente ou não.

Nos registros constam nomes de candidatos tanto do governo quanto da oposição. Em pelo menos um desses papéis, apreendido na sede da Engevix, aparecem registros de alguns valores que não foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como doações de campanha neste ano.


Um manuscrito apreendido na sede da Queiroz Galvão, em São Paulo, lista diferentes candidatos com valores anotados ao lado. São os casos de “Padilha”, numa suposta referência ao candidato do PT ao governo de São Paulo Alexandre Padilha; “Lindinho”, em possível alusão a Lindberg Farias, concorrente do PT no Rio; “Pé Grande”, que pode ter relação com o governador reeleito pelo PMDB, Luiz Fernando Pezão.



Também há o registro de "Picciani", possível referência a Jorge Picciani, presidente do PMDB do Rio ou a seu filho, Leonardo Picciani, eleito deputado federal. Os valores anotados não guardam correlação aparente com as doações registradas no TSE.



Padilha, que aparece no papel apreendido na sede da Queiroz Galvão com a inscrição “750,00” ao lado, não recebeu recursos da empreiteira conforme os registros do TSE.



O senador Lindbergh Farias, derrotado no primeiro turno na disputa, recebeu R$ 1,42 milhão da empreiteira por meio de repasse da direção nacional do PT. Pezão foi financiado com R$ 255 mil por meio do comitê financeiro único do PMDB.



Jorge Picciani foi reeleito deputado estadual e não aparece nos registros do TSE como beneficiário de doação da Queiroz Galvão. Mas o filho dele, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), eleito deputado federal, recebeu R$ 199 mil da construtora via direção estadual do partido.



A anotação ainda traz a inscrição “PMDB nacional”. Pelos dados do TSE, o partido foi financiado com R$ 15,8 milhões da Queiroz Galvão na disputa eleitoral deste ano. O “PR nacional” também está no manuscrito. O partido recebeu R$ 2 milhões, conforme o TSE.



Na anotação aparece também "R. Jucá". O senador Romero Jucá (PMDB-RR) ainda está no meio do mandato de oito anos e não disputou cargo eletivo neste ano. Mas seu filho Rodrigo Jucá foi candidato a vice-governador na chapa de Francisco Rodrigues (PSB), que recebeu R$ 928 mil da Queiroz Galvão. O diretório do PMDB de Roraima, que é presidido pelo senador, recebeu outros R$ 2,2 milhões via diretório nacional.



"Rodrigo Garcia", "Milton Leite", "Police Neto", "Bitar", "João Paulo" e "Jilmar Tato" são os outros nomes que estão na anotação à mão. Para o deputado federal reeleito Rodrigo Garcia (DEM-SP), conforme os registros do TSE, só aparece um repasse de R$ 285 da Queiroz Galvão Alimentos. Milton Leite (DEM) é vereador em São Paulo e não disputou eleição neste ano. Candidato a deputado estadual de São Paulo, Police Neto (PSD) não recebeu doação da Queiroz Galvão.



O deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ) buscou neste ano a reeleição, mas não obteve sucesso. Na sua prestação de contas entregue ao TSE, Bittar registrou o recebimento de R$ 190 mil da Queiroz Galvão via diretório nacional do PT. O deputado federal João Paulo (PT-PE) perdeu a eleição ao Senado em seu estado. Ele recebeu contribuições de R$ 485 mil da empreiteira. Jilmar Tatto também aparece na planilha. Ele é secretário municipal de transportes e não foi candidato.



Uma outra planilha – esta digitada e com algumas anotações a mão – registra um cronograma de supostos ao PSDB nacional, de agosto a novembro deste ano. A planilha registra R$ 8,6 milhões como “valor total”. Os registros do TSE mostram repasses de R$ 4,4 milhões ao partido e de R$ 2,1 milhões ao comitê da candidatura à Presidência de Aécio Neves. A PF apreendeu ainda recibos de doações eleitorais ao PSDB em 2010, além de uma carta de agradecimento pelos repasses assinada pelo vice-presidente executivo do PSDB na ocasião, Eduardo Jorge Caldas Pereira. Há recibos também de doação ao PSD.



No apartamento de Ildefonso Colares Filho, ex-presidente da Queiroz Galvão, foi encontrada uma planilha relativa às eleições de 2012. São listadas cinco doações que teriam sido feitas ao diretório nacional do PP e outras cinco ao diretório nacional do PR. As doações foram feitas durante as eleições municipais daquele ano. Para o PP, foram direcionados R$ 2,7 milhões. Para o PR, outros R$ 3,2 milhões. As doações que constam no documento aparecem na prestação de contas dos dois diretórios no site do TSE.



DEPUTADOS ESTÃO EM LISTA
Na sede da construtora Engevix, em Barueri (SP), foi apreendida também uma lista manuscrita com os nomes de políticos do PT e valores. A lista não tem data, mas consta dela um político que foi candidato a deputado federal pela primeira vez neste ano, Nilto Tatto (PT-SP). Dos políticos citados, apenas a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) declarou ter recebido recursos da empreiteira em suas prestações de contas ao TSE. No manuscrito, o nome dela aparece ao lado da inscrição “35”. No site do TSE consta que ela recebeu R$ 145 mil da “Engemix” via diretório nacional. O CNPJ, porém, é da Engevix.



Aparecem na lista manuscrita o deputado federal Vicente Cândido (SP), o candidato a federal Tatto, e os candidatos a deputado estadual Enio Tatto (SP), Altemir Tortelli (RS), Marcos Daneluz (RS) e Nelsinho Metalurgico (SP). Para Cândido o valor relacionado é “30”. No caso dos demais, há um valor de “25” riscado e uma inscrição de “20”. Na prestação de contas de nenhum deles, porém, há o registro de doações da Engevix. Há ainda na lista o nome “Miriam”, com a descrição de “35”. O GLOBO não conseguiu identificar quem seria a candidata.



Carta de agradecimento e um cartão do comitê de Dilma
Na sede da Galvão Engenharia, em São Paulo, foi apreendido um cartão de um integrante do comitê financeiro da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição. O cartão de Manoel Araújo, da coordenação do comitê, tem como inscrição de e-mail o domínio dilma2014.com.br, usado pela campanha presidencial neste ano. A Galvão Engenharia, segundo a prestação de contas entregue pelo PT ao TSE, doou R$ 2 milhões para a campanha presidencial.



Uma carta de agradecimento da senadora Ana Amélia (PP), que disputou o governo gaúcho neste ano, foi encontrada no avião de José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS, preso pela PF na última etapa da Operação Lava-Jato, em 14 de novembro. Ana Amélia fez ainda anotações a mão agradecendo a “Leo Pinheiro”, apelido do executivo, e elogios à Arena do Grêmio, construída pela OAS.



Na prestação de contas da senadora, porém, não há registro de doação recebida pela empreiteira ou por suas subsidiárias. Em resposta ao GLOBO, ela afirmou que esteve com um outro executivo da OAS, Carlos Henrique Lemos, em 1º de setembro durante visita ao estádio do Grêmio. Afirmou que estava junto com o presidente do PP gaúcho, Celso Bernardi. A doação, de R$ 400 mil, foi então realizada por meio da Construtekma. O dinheiro, no entanto, foi direcionado pelo PP para campanhas de deputados estaduais. Ana Amélia disse não conhecer pessoalmente Pinheiro e que o agradecimento se deve a essa doação.



“Enviei carta de agradecimento a todos que, de alguma forma, ajudaram a cumprir o desafio de concorrer em uma campanha majoritária no quinto maior colégio eleitoral do país, obedecendo a legislação em vigor, relativa ao financiamento das campanhas eleitorais”, disse a senadora.



OUTRO LADO



Em nota, a Queiroz Galvão disse que recebe diversas solicitações de vários departamentos da empresa para variados partidos.



“Todos os anos a Construtora Queiroz Galvão recebe diversas solicitações de vários departamentos da empresa para diferentes partidos. Essas solicitações são avaliadas e não refletem a decisão final da companhia. As tabelas apreendidas são estudos preliminares com base nas solicitações recebidas pelas diversas áreas da empresa.



Os números não necessariamente se converteram em doações já que a decisão final da companhia levou em consideração a disponibilidade de orçamento, limite estipulado em Lei para doações eleitorais e a posição dos partidos em relação ao desenvolvimento do País em cada estado. Após análise, as quantias aprovadas compuseram o valor total das doações legalmente feitas aos comitês dos partidos.”



Procurada, a Engevix afirma que prestará os esclarecimentos necessários à Justiça, por meio de seus advogados. A Galvão Engenharia respondeu que não irá se pronunciar. E a OAS afirma que "todas as doações eleitorais realizadas são feitas nas formas previstas em lei".



Integrante do comitê financeiro da campanha de Dilma, Manoel Araújo confirmou por e-mail que visitou "diversas empresas" com o propósito de pedir doação eleitoral e que deixou em muitas delas o cartão de identificação como integrante do comitê. "Visitei diversas empresas, com o objetivo de solicitar doação eleitoral à campanha, conforme estabelece a legislação", afirmou Manoel.



Partidos citados nos papéis apreendidos sustentam que as doações feitas foram legais e registradas no TSE. "Não há nenhuma ilegalidade nessas doações", sustenta o PMDB, por meio da assessoria de imprensa. É o mesmo posicionamento do PSDB, que informou que "todas as doações recebidas pelo partido estão registradas em suas prestações de contas encaminhadas ao TSE".



A direção nacional do PR, por sua vez, afirmou que não comenta a "atividade financeira de terceiros". "A legenda republicana desconhece os critérios adotados pelos doadores quando os mesmos decidem pela doação", cita a assessoria de imprensa. "Todas as doações recebidas foram realizadas dentro da lei, conforme registro do TSE."



Por email, a assessoria do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) disse que todas as doações foram feitas dentro da lei:



"Todas as doações recebidas por nós foram feitas rigorosamente na forma da lei e estão em nossas prestações de contas ao TSE".



O senador Lindbergh Farias afirmou que a doação para sua campanha foi feita por meio de repasse do diretório nacional do PT e que respeitou a legislação eleitoral. Ao amargar a lanterna na disputa pelo governo do Rio, o petista enfrentou problemas de caixa e teve dificuldade para conseguir doadores.



- A doação foi legal, veio do partido, não houve qualquer ilegalidade. Foi tudo feito dentro da lei - disse ele.

A falsa verdade.

A comissão dita da “verdade” perdeu a oportunidade histórica de produzir um documento em prol da democracia, direitos humanos e da dignidade humana se não fora seu viés seletivo.
O relato é do que se chama de “memória seletiva”, cuja gênese é a sociopatologia criminosa, vulgarmente conhecida como comunismo.
Forjou-se uma “guerra de versões” e com esse desiderato engendrado pela narrativa falsificada da História, ativa e persistente campanha midiática e até propagandaenganosa, foram e são reiteradamente ‘denunciados’ sob o rótulo de crimes da ditadura, torturas, prisões, omitindo-se perversamente os crimes das organizações subversivas, de tendência comunista que pretendiam implantar uma ditadura totalitária nos países  países do Cone Sulmodelo cubano.
Segundo esta nova visão, esquerdista – somente os “militares” cometeram crimes e com essa percepção distorcida passam a ‘identificar e a denunciar’ retrospectivamente cada vez mais os ‘excessos da ditadura militar’, superdimensionados unilateralmente para forjar uma “nova memória” - MEMÓRIA SELETIVA em que não teria havido excessos equivalentes que devem ser perdoados reciprocamente por Lei de Anistia.
Assim, movidos pelo ódio revanchista querem erigir como ‘verdade’, verdade única,  a existência de um só excesso, um só ‘demônio’, cuja recordação falsificada querem manter permanentemente....

*Por RIVADÁVIA ROSA

Gilberto Carvalho, às portas do desemprego, parte para a delinquência política.


Gilberto Carvalho, essa mistura exótica de stalinismo com água benta, expôs uma vez mais a sua verdadeira natureza. Ainda que esteja prestes a perder o emprego — e espero que Dilma não tenha a irresponsabilidade de mantê-lo no governo —, ele ainda é ministro de Estado. O secretário-geral da Presidência está obrigado a manter certo decoro. Mas ele não tem nenhum. Nunca teve.
Num encontro com cooperativas de agricultores orgânicos e extrativistas sustentáveis, Carvalho referiu-se ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), que disputou a eleição presidencial e ficou a menos de quatro pontos da vitória, nestes termos:
“O momento de hoje é de felicidade, a gente celebra essa junção fecunda, adequada entre a sociedade e o governo que tem essa orientação. E é isso, gente, que esteve em disputa agora nas eleições. Eu morria de medo de o playboyzinho ganhar a eleição porque eu tinha clareza que ia acabar essa energia que está aqui nesta sala. Isso não tinha condição de continuar porque não está nesse projeto”.
Isso não é linguagem que se empregue na democracia. Isso não é linguagem que se empregue no estado de direito. Isso não é linguagem que se empregue em relações políticas civilizadas. Isso é pistolagem política. Isso é conversa de bolivariano. Isso é papo de autoritário.
Até uma besta ao quadrado sabe que, no regime democrático, o que legitima o governo é a oposição. Não para Carvalho, o bolivariano prestes a perder o emprego. E ele falou sobre corrupção? Falou. Assim:
“O que está em jogo agora não é esse negócio de corrupção que sempre teve no país e que nós estamos tendo a coragem de combater. Tudo isso que eles estão denunciando agora é o medo que eles têm de perder a hegemonia do Estado brasileiro. O resto é propaganda, o resto é conversa e maledicência. Porque nunca eles tiveram coragem de pôr o dedo na ferida como nós estamos pondo agora cortando na própria carne como se verifica na questão da corrupção.”
O governo petista entregou a Petrobras a uma súcia, e Carvalho quer que aplaudamos o seu partido porque a Polícia Federal, e não o PT, desalojou os bandidos de lá.
Acho bom, no fim das contas, que ele se revele. Por muito tempo, a sua fala mansa disfarçou a sua delinquência política. 
*Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Parece que a solução do nosso problema pode vir de onde menos se espera! Da Petrobrás!

"Parece que a solução do nosso problema pode vir de onde menos se espera! Da Petrobrás! A Justiça Americana vai acabar fazendo o serviço que a do Brasil não tem coragem de fazer!"
*Maria Aparecida Fraga Ferreira, via Turma do Bafômetro
Enquanto isso..."Dilma ainda não se deu conta da gravidade da ação contra a Petrobras nos EUA e manda seu Ministro da Justiça conceder entrevistas patéticas."
*Reinaldo Azevedo - Blog da Veja.com

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

André Vargas, enfim, é cassado pela Câmara dos Deputados.



















*http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/12/camara-cassa-o-mandato-do-deputado-federal-andre-vargas.html

Delação premiada de Youssef chega à mesa de Teori Zavascki.

Cerca de 60 políticos estão relacionados como beneficiários na roubalheira montada pelo PT na Petrobras.
A delação premiada do doleiro Alberto Youssef já está na mesa do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele deve decidir sobre a homologação do documento nas próximas semanas. Ao menos 60 políticos foram mencionados por Youssef como participantes em supostos desvios de recursos da Petrobras. O número é similar ao fornecido pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e ambas as listas têm dezenas de nomes em comum.
Zavascki homologou a delação de Costa no dia 30 de setembro. Ao validar a colaboração do delator assentiu, ainda que indiretamente, haver indícios de envolvimento de parlamentares no escândalo bilionário da Petrobras. O ministro terá de analisar, caso a caso, os políticos citados por Costa e por Youssef, caso homologue a delação premiada do doleiro.
Alguns dos parlamentares mencionados devem ficar sem mandato a partir da próxima legislatura, que começa em fevereiro - não se sabe quantos, pois a lista de delatados é sigilosa. Não há, entretanto, uma definição clara no meio jurídico sobre o que acontecerá com os parlamentares apontados como envolvidos no esquema de corrupção e que vão ficar sem mandato; pode ser que sejam submetidos ao julgamento do STF ou que tenham seus processos remetidos à primeira instância e julgados por Sergio Moro, juiz federal da 13ª Vara Criminal de Curitiba. A Procuradoria-Geral da República não comenta o assunto e tampouco informa a data em que oferecerá denúncia criminal contra os parlamentares delatados.
O ex-presidente do STF, Carlos Velloso, avalia que a jusrisprudência do Supremo está pacificada sobre a questão. "Depois do dia 31 de janeiro, quando termina a atual legislatura, os deputados deixam de ter o mandato. Portanto, se a denúncia for apresentada pelo procurador-geral da República até essa data limite, o parlamentar responderá ao processo no STF. Já se a acusação for formalizada a partir de fevereiro, aí o parlamentar será julgado pelo juízo de primeira instância."
"O que marca não é a [data da homologação da] delação, e sim, uma eventual denúncia do procurador-geral da República", diz o advogado Márcio Kayatt. Para o especialista em direito constitucional e empresarial, é possível que os parlamentares em fim de mandato tenham foro privilegiado, caso sejam denunciados em janeiro.
Eloísa Machado, coordenadora do projeto Supremo em Pauta, da Fundação Getulio Vargas, diz que "o STF não disse ainda com clareza nos vários casos em que julgou, quando cessa o acesso do parlamentar ao foro privilegiado". Ela cita o ex-deputado Natan Donadon (RO), expulso do PMDB e o ex-senador e ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), envolvidos em escândalos de corrupção. Donadon renunciou, mas o caso seguiu no STF; o processo de Azeredo foi remetido à primeira instância, depois de ele abrir mão do mandato. "Não dá para ter certeza de como o Supremo vai agir no caso dos parlamentares que têm mandato agora e não terão no ano que vem."
Eloísa diz que o julgamento do mensalão travou a pauta do Supremo por um ano e meio, e então os ministros perceberam que não há estrutura para julgar um caso tão grande. Por isso, a tendência, em sua opinião, é que o STF não julgue casos de parlamentares sem foro privilegiado.
Já para o ex-ministro Velloso, casos como o de Donadon e Azeredo são exceções à regra: "Na minha opinião isso está pacificado. Nos anos 1990 o Supremo reformulou sua jurisprudência e alterou a súmula que garantia o foro privilegiado por competência ou função. Não creio ser diferente agora".
A delação de Youssef foi enviada ao STF há dez dias, conforme antecipou o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, na sexta-feira. O trabalho resulta de 55 depoimentos do doleiro num total de 120 horas. Paulo Roberto Costa era o operador político do esquema na diretoria de abastecimento da estatal, segundo a Lava-Jato. Está em prisão domiciliar. Já Youssef era o operador financeiro do PP e continua em prisão preventiva na Superintendência da PF em Curitiba.
(Valor Econômico)

E a corrupção de espalha pelo setor elétrico, no Governo Petista.



Ao encontrar uma planilha de custos da obra da hidrelétrica de Jirau na casa do #Doleiro Youssef, a PF identifica tentáculos do esquema do #Petrolão também no #SetorElétrico.
Ao cumprir mandado de busca e apreensão na casa do doleiro, a polícia encontrou uma planilha com 750 projetos. Do total, apenas 19 correspondem a contratos com a #Petrobras. O restante refere-se à atuação do doleiro no setor elétrico, em #Infraestruturae até na área de Defesa.

Cemitério de Obras Superfaturadas.

Não bastasse as obras nunca terminarem, no Brasil dos anos petistas a carteira de empreendimentos superfaturados do governo também serve para alimentar a corrupção
Nos anos recentes, o país acostumou-se com o padrão petista de iniciar e nunca terminar obras dentro do prazo. O programa criado para acelerar o crescimento do país tornou-se pródigo em jamais entregar o que promete. Com as investigações do "petrolão", estamos vendo que o quadro é mais grave:
o cemitério de obras inacabadas também é superfaturado.

Conforme as investigações da Operação Lava Jato avançam, vai ficando explícito que a teia de falcatruas envolvendo obras públicas montada pelo PT e seus aliados vai bastante além da carteira de encomendas da Petrobras. É algo, para ficar na síntese de um de seus principais operadores, que se espalha "pelo país inteiro".
Reportagem publicada pelo jornal O Globo no sábado forneceu contornos mais nítidos sobre o alcance da roubalheira. O esquema criminoso de desvio de recursos estruturado a partir da Petrobras abarca 747 obras públicas e envolve nada menos que 170 empresas, conforme consta de planilha do doleiro Alberto Youssef apreendida pela Polícia Federal.
Até agora, trabalhava-se com a hipótese de a rede de drenagem de dinheiro sujo para alimentar partidos políticos, o PT à frente, ter movimentado R$ 10 bilhões. Pelo documento encontrado agora pela PF, o valor é ainda maior: 
R$ 11,5 bilhões, dos quais 59% envolvem a Petrobras como cliente final.

Há suspeitas para todos os lados. 
Até o programa de concessões pode ter sido pilhado pela quadrilha: 
obras em cinco dos aeroportos privatizados pela presidente Dilma Rousseff também constam das planilhas de Youssef, de acordo com O Estado de S. Paulo, e estão no foco das investigações do juiz Sérgio Moro.

É nítido, mais uma vez, que estamos diante da maior organização criminosa que um dia ousou assaltar o Estado brasileiro. As cifras que surgem a cada dia deixam o mensalão com carinha de piada de salão - exatamente como Delúbio Soares, o tesoureiro condenado à prisão por aquelas tenebrosas transações, previra...
No depoimento que deu à CPI da Petrobras na semana passada, Paulo Roberto Costa disse que as falcatruas em torno do esquema criminoso envolviam a contratação de obras em "rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, hidrelétricas". Pelo jeito, o leque é bem mais amplo e alcança até mesmo obras no exterior, como o porto de Mariel, em Cuba, viabilizado por meio de secretíssimo financiamento concedido pelo BNDES.
É ruim quando um governo inicia obras necessárias para o país e não as entrega à população. É pior ainda quando, além disso, usa sua carteira de empreendimentos como fonte de dinheiro para a corrupção. O Brasil dos anos petistas tem as duas coisas.
*Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela.

PF indicia cúpula das empreiteiras do cartel da Petrobrás.

A Polícia Federal indiciou todos os executivos presos pela Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato, que desmantelou o cartel de empreiteiras na Petrobrás. A PF atribui aos indiciados os crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, falsidade ideológica e falsificação de documento.
Os indiciamentos foram realizados pela delegada Erika Mialik Marena. Ela destacou, em relatório à Justiça Federal, que na sede da Queiroz Galvão foi apreendido “grande volume de recibos oficiais de doações para partidos políticos diversos”.
A delegada ponderou que “em razão da exiguidade do tempo” não foi possível analisar toda a documentação apreendida nas empreiteiras investigadas por formação de cartel na estatal petrolífera. Foi indiciada a cúpula da OAS – Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor; José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, presidente; Mateus Coutinho de Sá Oliveira, vice presidente do Conselho de Administração; Alexandre Portela Barbosa, advogado da construtora; e José Ricardo Nogueira Breghirolli.
Também foram indiciados executivos do primeiro escalão da Galvão Engenharia e da Queiroz Galvão – Erton Medeiros Fonseca, Othon Zanoide de Moraes Filho e Ildefonso Colares Filho. Da empreiteira Mendes Jr foram indiciados quatro executivos: Sérgio Cunha Mendes, Angelo Alves Mendes, Flávio Sá Motta Pinheiro e Rogério Cunha de Oliveira.
A delegada Érika Mialik Marena anotou que os indícios de que a Mendes Jr estaria utilizando os esquemas de lavagem de dinheiro de Alberto Youssef surgiram inicialmente da análise do material apreendido no escritório do doleiro da Lava Jato. Segundo a PF, esses documentos apontaram para a existência de contratos de fachada entre a empreiteira e a GFD Investimentos, “em valores substanciais”. A GFD é uma das empresas de fachada que o doleiro usou para repassar propinas a políticos.
No relatório final do capítulo Mendes Jr, a PF destacou. “O esquema criminoso vinha sendo bem sucedido em razão de a ele ter aquiescido uma série de personagens, desde os ‘meros’ courriers até os grandes pagadores de propinas, cujo objetivo era a obtenção de facilidades nos contratos com a Petrobrás.”Segundo a delegada Érika, “para que tudo funcionasse a contento, e assim funcionou por um bom tempo, muitas ações criminosas tiveram que ser praticadas”.
”Constatamos a abertura de contas bancárias em nome de interpostas pessoas, o fluxo mascarado de dinheiro, a celebração de contratos de ‘papel’ para esquentar a saída de dinheiro na contabilidade dos corruptores, o uso de doleiros para propiciar a disponibilização de valores fora do País aos corruptos, e a falta de uma concorrência efetiva nos certames da Petrobrás, visto que a empreiteira a ser contratada já vinha adrede escolhida pelo grupo criminoso”, afirma a Polícia Federal.
*Por Ricardo Brandt, Ricardo Chapola, Fausto Macedo e Julia Affonso

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Documentos revelam que Camargo Corrêa pagou R$ 886 mil a empresa de José Dirceu.

Em busca e apreensão na sede da empreiteira, há três semanas, a PF encontrou um contrato confidencial de "consultoria", fechado em 2010. Além dos comprovantes de pagamento a ele, logo após o contrato, a Camargo Corrêa firmou com a Petrobras dois contratos de serviços na refinaria Abreu e Lima, no valor de R$ 4,7 bilhões.


DIEGO ESCOSTEGUY
Revista Época
  
José Dirceu, em novembro 
(Foto: Pedro Silveira/Folhapress)


Uma empresa do petista José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, condenado por corrupção no escândalo do mensalão e político mais influente na Petrobras nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu R$ 886 mil da empreiteira Camargo Corrêa entre 2010 e 2011. Na época, ele já era réu no processo mensalão e exercia influência na Petrobras. No mesmo mês em que assinou o contrato com a empresa de Dirceu, a Camargo obteve dois contratos com a Petrobras para prestar serviços na refinaria Abreu e Lima. Os contratos somam R$ 4,7 bilhões e, segundo os depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, foram fechados mediante pagamento de propina ao PT e ao PP. Embora negue, foi Dirceu quem indicou Renato Duque, então diretor de Serviços da estatal e responsável pelos contratos da Camargo, acusado por Costa, Youssef e por um empreiteiro de cobrar propina para o PT. 


As provas da relação secreta entre Dirceu e a Camargo foram descobertas pela PF há três semanas, durante buscas na sede da Camargo. No mesmo dia, apelidado pelos investigadores de "Juízo Final", houve buscas em outras oito empreiteiras, nas casas de executivos dessas empresas e em escritórios de lobistas. Na semana passada, ÉPOCA obteve acesso exclusivo à íntegra desses documentos. São milhares e milhares de páginas, que se somam às já dezenas de milhares de documentos apreendidos desde o começo da operação Lava Jato, em março. Elas expõem a relação promíscua entre as grandes empreiteiras do país e os políticos que detêm influência em estatais como a Petrobras. Reforçam, com fortes evidências, a acusação de que essas empreiteiras formavam um cartel para assegurar os maiores contratos da Petrobras. Apontam novos casos de corrupção em outros órgãos do governo - e até no exterior. Nos próximos dias, fundamentados em larga medida nesses documentos apreendidos, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato denunciarão à Justiça os empreiteiros acusados de montar o cartel. 



O contrato entre a Camargo e a empresa de Dirceu, chamada JD Assessoria, foi assinado em 21 de fevereiro de 2010. Não tinha um objeto claro. Previa apenas que Dirceu faria análise de “aspectos sociológicos e políticos do Brasil” e prestaria "assessoria na Integração dos países da América do Sul”. Dirceu também deveria, de acordo com o contrato, divulgar o nome da Camargo na comunidade nacional e internacional, além de fazer palestras e seminários em assuntos de interesse dela. O contrato é marcado como sigiloso. Dirceu deveria receber R$ 75 mil por mês. Durante dez meses, segundo os comprovantes encontrados, recebeu mesmo. Entre maio de 2010 e fevereiro de 2011, a JD faturou R$ 886.500 com base no contrato. O primeiro pagamento foi retroativo e abarcou três meses de "consultoria".



Cópia do contrato da Camargo Corrêa com a JD Consultoria, apreendido pela Polícia Federal. O ex-ministro José Dirceu foi contratado para prestar consultoria à empreiteira em ano de campanha eleitoral(Foto: Época)



Não se sabe por que um gigante como a Camargo precisava da capacidade de divulgação de Dirceu no Brasil e na América do Sul. Nem o valor de suas análises políticas e sociológicas. Sabe-se, porém, que Dirceu exercia forte influência na Petrobras, mesmo após deixar o governo Lula, no auge do mensalão, em 2005. Indicara Duque para a Diretoria de Serviços e mantinha petistas em cargos estratégicos da estatal. Sabe-se, também, que, no mesmo mês em que Dirceu assinou o contrato com a Camargo, o Consórcio CNCC, de que a Camargo faz parte, ganhou dois contratos para fazer "serviços de implantação de unidade de coqueamento" na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Eles somam R$ 4,7 bilhões. Com base nas evidências documentais e nos depoimentos de testemunhas e delatores, os procuradores e a Polícia Federal suspeitam que os contratos da Abreu e Lima tenham sido superfaturados e fechados à base de propina. 

Por meio de sua assessoria, a JD afirma que " prestou consultoria na área internacional à Camargo Corrêa, entre maio de 2010 e fevereiro de 2011”. “Por razões de confidencialidade contratual, a JDA não pode se manifestar sobre a natureza nem os resultados dos serviços prestados", diz a assessoria da JD. A Camargo Corrêa confirmou a “existência do contrato”, mas não quis fazer comentário a respeito. 


Tabela de pagamentos da Camargo Corrêa para a JD Consultoria. A empreiteira pagou R$ 886.500 para Dirceu em dez meses (Foto: Época)