Uma empresa que fabrica válvulas começou a perder mercado para os chineses há dois anos.
“Eu perdi grande parte da minha clientela eu perdi em função de eu não ter condições de manter o preço que os outros concorrentes importam de outros países”, fala o presidente da empresa, Pedro Lúcio.
“Eu perdi grande parte da minha clientela eu perdi em função de eu não ter condições de manter o preço que os outros concorrentes importam de outros países”, fala o presidente da empresa, Pedro Lúcio.
“Continuar desse jeito que está nós vamos ser um país unicamente exclusivamente revendedor. Não vamos produzir mais nada”, avisa Lúcio.
É um sentimento de muitos setores da indústria brasileira. Os números mostram que há algum fundamento nessa preocupação.
Desde 2007, o chamado déficit tecnológico cresce cerca de 20% ao ano e em 2011 pode chegar a ultrapassar os 100 bilhões de dólares. O prejuízo é o resultado de uma conta simples: o que exportamos de produtos com alguma tecnologia é menor do que importamos.
“Significa o seguinte: que se antes uma indústria fabricava todo o produto até o final, ele começa a dar, a quebrar essa cadeia produtiva, a importar componentes porque o produto chinês é mais barato naquele item e aos poucos vai perdendo a fabricação nacional”, explica Roberto Nicolsky, diretor da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec).
O Brasil tem recebido investimentos estrangeiros vultosos. No primeiro trimestre deste ano, foram quase US$ 17,5 bilhões. Mesmo assim o déficit tecnológico não para de crescer. A explicação está no modelo das fábricas que são montadas no país. “Os estrangeiros montam empresas que são montadoras. Elas importam componentes de fora”, explica o economista-chefe do Iedi, Rogério Cezar de Souza.
“Temos que facilitar a nossa abertura no ponto de vista de conhecimento de alta tecnologia. Caso contrário, o Brasil vai ser um país importante, mas não irá liderar o próprio desenvolvimento econômico nacional”, fala o professor de economia da FGV, Ernesto Lozardo. (Portal G1)
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