Dos 853 municípios de Minas Gerais, mais da metade (430) não possui delegado de Polícia Civil. Com um salário inicial de R$ 5.714,35, o 4º pior do Brasil, os titulares das delegacias que deveriam investigar os crimes estão abandonando os cargos. Dos 166 policiais que pediram exoneração da função em 2008, 27 eram delegados da Polícia Civil de Minas.
Nas cidades de Simão Pereira, Belmiro Braga, Piraúba e Chácara, na Zona da Mata, não há delegados nem mesmo agentes para investigar os crimes. A denúncia é do chefe da polícia da cidade de Coronel Pacheco. “As pessoas estão ficando reféns do bandidos. Sem a presença de um delegado ou um detetive, os criminosos se sentem livres para cometer delitos. Sabem que os roubos e assassinatos não serão investigados da forma que deveriam”, denunciou o morador de Simão Pereira, José Carlos Aguiar, 45 anos. Com medo da violência, ele pensa em mudar para a área rural.
“No mês de maio, fui três vezes à delegacia de Bela Vista de Minas para emplacar meu carro, mas os policiais não apareceram para trabalhar. Ninguém apareceu para dar uma explicação. Mais de dez pessoas estavam na fila aguardando atendimento”, denunciou o vendedor Ricardo Amaral Souza, 32 anos, morador do Bairro Lajes.
O diretor jurídico do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindipol), delegado Christiano Xavier, lembra que, até o mês passado, o salário de Minas era o pior do Brasil, somando R$ 4.900. Segundo ele, a grande debandada dos servidores da segurança pública se deve aos baixos salários e à precariedade das condições de trabalho.
O diretor jurídico do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindipol), delegado Christiano Xavier, lembra que, até o mês passado, o salário de Minas era o pior do Brasil, somando R$ 4.900. Segundo ele, a grande debandada dos servidores da segurança pública se deve aos baixos salários e à precariedade das condições de trabalho.
Os delegados do interior são os que mais sofrem com a falta de efetivo na Polícia Civil. “Muitos são obrigados a assumir o cargo de diretor das cadeias e a responder por cinco, dez cidades, como aconteceu comigo em 2006.
O delegado Christiano Xavier alerta que os pedidos de exoneração podem continuar aumentado. Segundo ele, os concursos para promotores, defensores públicos e para a Polícia Federal têm atraído os delegados da Polícia Civil de Minas. “Os delegados são submetidos a plantões desumanos, respondendo por ampliação de competência por várias outras cidades, sem receber qualquer tipo de adicional, durante 24 horas, sem qualquer tipo de reposição. Toda essa jornada de trabalho exaustiva, somada aos baixos salários e ao grande nível de exigência intelectual e de produtividade a que estão expostos, acarreta com esse elevado índice de evasão na carreira”, disse Christiano Xavier.
*Fonte: Hojeemdia.com.br
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