TAMBÉM NA
MIRA DA LAVA JATO, RENAN AMEAÇA IR À JUSTIÇA CONTRA BUSCAS DA PF NAS CASAS
FUNCIONAIS DE SENADORES (FOTO: MARCELO CAMARGO/ABR).
Numa
retaliação ao governo Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), anunciou nesta quinta-feira (16) que tomará decisões que podem levar
à criação de duas CPIs delicadas para o Palácio do Planalto. Renan afirmou que
vai indicar os integrantes da CPI dos Fundos de Pensão nesta quinta, se o PT
não o fizer. Por outro lado, marcou para agosto, na volta do recesso
parlamentar, o dia da leitura do requerimento de criação da CPI do BNDES. O
anúncio foi feito dois dias depois de a Polícia Federal realizar buscas e
apreensões em casas de políticos da base aliada, como o senador Fernando Collor
(PTB-AL), no âmbito da Operação Politeia.
No caso da
CPI dos Fundos de Pensão, a comissão de inquérito foi criada no início de maio,
mas, desde então, partidos não têm indicado os integrantes para que ela possa
efetivamente iniciar os trabalhos. No momento, só falta o PT fazer a indicação.
Com amparo no regimento, a oposição pressiona Renan para que, caso o PT não
indique os nomes, ele o faça por conta própria.
"Nós
hoje vamos indicar os nomes que faltam da CPI dos Fundos de Pensão. Só falta um
partido e, se não indicar, eu farei", ameaçou Renan, no último dia de
votações do Senado.
Também
pressionado pela oposição desde o início do ano, o presidente do Senado agendou
para o dia 6 de agosto a leitura do requerimento de criação da CPI do BNDES. O
pedido foi apresentado no início de maio pela oposição com 27 assinaturas de
apoio, mas Renan vem adiando a leitura do requerimento para sua criação. O
presidente do BNDES, Luciano Coutinho, chegou a se encontrar com o presidente
do Senado e pediu para conversar com senadores sobre a real necessidade de
instalação da CPI.
Embora seja
mais uma pressão que o presidente do Senado faz ao governo, a leitura do
requerimento não é garantia de instalação da CPI. No dia em que ela for
realizada por Renan, senadores poderão retirar os apoios. Se o governo
conseguir retirar assinaturas e elas forem inferiores a 26, a comissão não será
instalada. Em abril, o Palácio do Planalto montou uma operação para retirar
assinaturas e barrou, à época, a abertura da CPI. (AE)
*Via http://bit.ly/1I7KcUP
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