Por Julia Duailibi - O Estado de S.Paulo:
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conduzirá o programa do PSDB em cadeia nacional de TV, que irá ao ar na próxima quinta-feira, dentro de uma arena, de onde responderá perguntas feitas por uma plateia, num estilo "programa de auditório". Depois de ter sido "escondido" na campanha eleitoral para a Presidência da República, FHC foi tratado no filme como a principal estrela do partido pela direção tucana. Nem José Serra, candidato derrotado à Presidência, nem o senador mineiro Aécio Neves falarão no filme.
O programa, gravado neste final de semana numa produtora de São Paulo, tornou-se mais um capítulo do embate interno no PSDB, num momento em que alas do partido disputam o controle da legenda. Os tucanos tiveram dificuldade de chegar a um consenso em torno do tom das críticas do programa em relação ao governo federal e chegaram a discutir o adiamento do filme.
Serra defendia um programa mais crítico à gestão Dilma Rousseff - o tucano tem batido na gestão petista, principalmente pela internet - e que não houvesse depoimentos de lideranças tucanas. Mas venceu a tese dos marqueteiros do partido de propagar o legado da era FHC e fazer um balanço eleitoral de como a legenda se saiu nos Estados depois da campanha de 2010.
O programa foi basicamente feito pelo ex-coordenador de comunicação da campanha de Serra, o jornalista Marcio Aith, que agora trabalha com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Assessorou a produção o marqueteiro Eduardo Guedes, que faz esse tipo de comerciais para o PSDB há cerca de três anos - ele esteve envolvido no escândalo do mensalão mineiro.
Aparecem ainda no programa Alckmin, representando os governadores tucanos, e o presidente nacional do partido, Sérgio Guerra. Os líderes na Câmara, Duarte Nogueira (SP), e no Senado, Álvaro Dias (PR), gravaram participação. Durante asgravações, FHC comentou temas variados, citando, inclusive, o compositor e cantor Chico Buarque.
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