Vejam bem: eu acho que faz sentido o governo tratar com mais generosidade política, desde que não faça chantagem com dinheiro público, os seus aliados fiéis e coisa e tal.
Mas fazer ameaças é coisa de gente truculenta. Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, tem aquele ar de faxineiro de sacristia, mas não se enganem: sabe ser um Savonarola se preciso.
Hoje, no Rio Grande do Sul, Carvalho elogiou o senador Paulo Paim (PT-RS), que estava decidido a votar em favor dos R$ 560, mas recuou e ficou com o governo. Além do elogio, o ministro avançou um tantinho:
“Vamos sempre valorizar muito o gesto do Paim, que deu um passo extraordinário para ser um senador que vai muito além do salário mínimo, que será chamado para tratar grandes temas com o governo. Valorizamos muito os que foram fiéis a nós. Os que não foram, eles mesmos sabem dos problemas que vão enfrentar”.
Entenderam?
Em seguida, resolveu dar um assopradinha: “Queremos continuar contando com os senadores. Vamos manter uma boa relação com eles, sem problemas”.
Ontem, o senador Pedro Taques (PDT-MT), que votou contra o governo e afirmou que considera o projeto inconstitucional, deixou claro que ameaçaram tirá-lo da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, além, claro, de ignorar as suas emendas.
*Texto por Reinaldo Azevedo
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