quinta-feira, 31 de março de 2011

Excrescências políticas

Entre as excrescências que certos políticos pretendem enxertar na Constituição e, sobretudo, estabelecer a chamada "reforma política" está o voto em lista.
Vejamos o que diz o jornalista Reinaldo Azevedo, em seu site:
O caso mais evidente é o chamado “voto em lista”. Vejam que coisa formidável! Esses caras se dizem “movimento social”. Logo, haveríamos de supor que mobilizam a massa, que estão presentes pra valer no dia a dia da sociedade.
Uma ova! A maioria fala em nome dos militantes da causa apenas. É evidente que a esmagadora maioria da população não tem a mais remota noção do que seja “voto em lista”.
Se a proposta for aprovada, a brasileirada terá cassado o seu direito de escolher seus deputados antes que dê uma piscadela.
E o que querem os petistas? Justamente o voto em lista, defendido com ardor pelo Apedeuta e aprovada ontem pelos representantes do PT na comissão do Senado que elabora propostas para a reforma política. Os tucanos se abstiveram e vão apresentar proposta alternativa com o voto distrital misto. É ruim também, mas menos deletério. Para dar um verniz mais “democrático” à tese, os ditos movimentos sociais reivindicam que a lista alterne homens e mulheres, mas se levando em conta também as questões de gênero, raça etc e tal.
Digam-me cá: os líderes dos movimentos negros, se realmente representativos, não teriam como ser eleitos por sua base, o mesmo valendo para os movimentos gays, das mulheres e outros tantos?
Se falam, de fato, em nome de um grupo representativo, por que precisam de uma medida quase cartorial para se eleger?
Será que essa gente não conta e que estou perdendo tempo? Vejo ali entre os promotores do tal site a Abong, a associação das ONGs. Boa parte das entidades, hoje em dia, é financiada por dinheiro público. Outros tantos movimentos acabam recebendo capilé estatal. São franjas do “Partido do Poder” atuando, entendo, em favor de uma tese que frauda a democracia.
Sim, leitores! No fim das contas, a única coisa que interessa para a turma é o “voto em lista”; a única coisa que interessa aos “movimentos” é criar um sistema eleitoral em que seus “representantes” possam passar por representantes do povo também, mesmo que este não saiba disso — mais ou menos como o Congresso da… China!

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