Nem Marina Silva, nem Aécio Neves, nem Eduardo Campos.
O principal adversário da
presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, é Luiz Inácio Lula da Silva –
por cinco vezes candidato a presidente, eleito em 2002, reeleito em 2006, e
agora aspirante ao terceiro mandato.
Não acredite se Lula voltar a dizer
que não deseja subir outra vez a rampa do Palácio do Planalto. Simplesmente não
acredite.
Dilma e Lula travam uma batalha de
morte para Dilma e de adiamento de um sonho para Lula.
Caso não concorra a um segundo
mandato - ou concorra e acabe derrotada -, o mais provável é que Dilma saia de
cena. Política não é a praia dela – pelo menos a política do “me empresta seu
jatinho que eu lhe ajudo a fazer negócios com o governo”.
Lula preferiu ser sucedido por Dilma ao imaginar que isso
facilitaria sua volta. Afinal, ela lhe seria grata para sempre. Outro nome do
PT que o sucedesse, talvez não.
Passados
quatro anos, Dilma cederia o lugar a Lula sem oferecer resistência. Quem mais
do PT seria capaz de se comportar assim? É o que Lula deve ter pensado.
De
resto, Dilma nunca foi do PT. Foi do PDT de Leonel Brizola. Por conveniência,
filiou-se ao PT. Mas nunca se reconheceu como uma petista de verdade. Nem o PT
a reconhece como tal.
Ocorre
que Dilma gostou do poder. E quer provar que não é um poste que Lula acende ou
apaga ao seu gosto. Compreensível, pois não. Daí...
Daí
a batalha surda que travam. Por ora essa é a batalha que importa.
Marina como vice de Eduardo, Aécio e Eduardo ainda não entraram no ringue.
Preparam-se para entrar. Dilma está no meio do ringue. E defende-se sozinha.
Lula? Só finge que a defende. O PT? Nem isso. Os demais partidos torcem pelo
fim do seu governo.
Com
poucos telefonemas, se quisesse, Lula enterraria de vez o movimento “Volta,
Lula”, que recrudescerá depois da queda de Dilma na mais recente pesquisa
Datafolha sobre intenção de voto.
Ela
caiu seis pontos percentuais, embora ainda se reeleja no primeiro turno. O mais
preocupante para Dilma: aumentou a vontade dos brasileiros por mudanças.
Pouco
mais de 70% querem que o próximo presidente aja de maneira diferente da maneira
de Dilma. E
m cerca de um ano cresceu de 34% para 63% o percentual dos que dizem que Dilma
faz pelo país menos do que eles esperavam.
O
fantasma do desemprego assombra mais gente. Assim como o pessimismo com o poder
de compra.
O
enfraquecimento de Dilma favorece a volta de Lula, mas um enfraquecimento em
excesso atrapalha ou inviabiliza.
Quer
dizer então que Dilma não foi melhor administradora do que ele? Lula garantiu
que ela seria. A culpa é de quem? De Dilma que jamais cogitou de ser candidata
a presidente? Ou de Lula que cogitou por ela?
Termina
em 30 de junho o prazo para que os partidos indiquem seus candidatos às
eleições deste ano. Se até lá se convencer de que será derrotada, Dilma
abdicará da reeleição.
Lula
não poderá esperar tanto tempo. A costura das alianças políticas nos Estados
está avançada ou quase pronta. Lula teria dificuldades para desmanchá-la.
Enquanto
isso...
A
revelação de que a Petrobras fez negócios podres atinge os dois governos de
Lula. O PT sofre com a revelação de que um dos seus dirigentes foi parceiro de
um doleiro preso. E não falta munição contra Lula e o PT.
Dilma
nada tem a ver com isso - nada. E a tudo assiste desolada...
*Texto de Ricardo Noblat
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