quarta-feira, 5 de março de 2014

Á Venezuela resta rezar.

                     PARA QUE O PAÍS NÃO AFUNDE DE VEZ NA MISÉRIA COMUNISTA

O tiranete da vez na Venezuela, o colombiano Nicolas Maduro, que ocupa, sabe Deus como, o Palacio de Miraflores em Caracas e leva o pais para o fosso socialista.


            Há um monte de razões para que nos preocupemos com a Venezuela. Um país com as maiores reservas de petróleo em terra firme do mundo agora também consegue derrotar o mundo em inflação, criminalidade, e falta de produtos essenciais de consumo. A resposta do seu atual governo consiste em prisões de seus ativistas opositores, expulsões de diplomatas estadunidenses, e propaganda feroz de uma suposta ameaça de um “golpe fascista” ou de uma invasão dos EUA.
            O aspecto mais desencorajador da agonia da Venezuela, no entanto, é o amplo isolamento do país, até mesmo no âmbito dos países latinoamericanos que têm governos que ainda se iludem com o socialismo. Mesmo entre eles, não há nenhum que queira se tornar uma nova Venezuela…
            Enquanto os diplomatas europeus e estadunidenses se ocupam quase que totalmente da Ucrânia e o Presidente Obama gasta horas no telefone a papear com seu colega russo Vladi­mir Putin, a angustiante crise na Venezuela passou a ser amplamente esquecida e ignorada pelo mundo exterior, como algo que não merece sequer ser citado. Nada de enviados a visitar Caracas nas últimas semanas; mesmo as batalhas de rua que estão ocorrendo por lá entre as milícias governistas e os opositores do regime, parece interessar menos à grande mídia do que os conflitos na Ucrânia ou na Síria. O único a se manifestar que poderia programar um voo até lá, talvez em abril próximo, é o veterano quase eneagenário ex-presidente americano Jimmy Carter, de 89 anos de idade.
            Tal negligência não ocorre por causa de uma suposta insignificância atribuída a esse país sulamericano, de cerca 26 milhões de habitantes. Além de a Venezuela ser o quarto maior fornecedor de petróleo aos EUA, o país sustenta em grande parte a paupérrima e improdutiva economia comunista de Cuba, país insular sob o domínio da ditadura dos irmãos Castro, com o qual faz fronteira no Caribe, da mesma forma que a Colômbia. Já é a sede do maior trânsito do tráfico de drogas do mundo. O colapso da Venezuela ao caos poderá desestabilizar a região inteira em pleno quintal dos EUA.
            Existe um nítido papel a ser desempenhado lá pelos forasteiros. A Venezuela está totalmente polarizada entre os seguidores do falecido caudilho Hugo Chávez, de um lado, e do outro, por uma maciça oposição, que se acredita hoje abrange mais da metade de sua população adulta. No entanto, essa oposição se manifesta basicamente através dos estudantes, que começaram a levantar barricadas nas ruas de Caracas e demais cidades venezuelanas. Ambos os lados não são mais capazes do que são os combatentes ucranianos de dialogar para chegar a um acordo que favoreça seu próprio país. E é notório que algum tipo de acordo, de pacto, precisa desesperadamente ser firmado.
            A menos que medidas drásticas sejam tomadas para estabilizar a economia, a Venezuela em breve poderá perder a capacidade de pagar pela comida que come – a maior parte dela importada – com uma renda quase que exclusivamente oriunda da extração e exportação de petróleo cru em franco declínio, não pela exaustão de seus campos de petróleo, mas sim, tragicamente, pela situação progressivamente calamitosa em que se encontra a estatal venezuelana de petróleo, a PDVSA, que não consegue fazer a manutenção de seu parque industrial petroleiro, em grande parte pelo êxodo da mão de obra especializada (como ocorre reconhecidamente nos regimes socialistas).
            As próximas eleições serão no final de 2015, e assim a urna eleitoral não fornecerá os meios para resolver o conflito.
            Há vinte anos, um grupo ‘ad hoc’ de presidentes estrangeiros e ministros de relações exteriores dos países próximos se movimentaram no sentido de lançarem um esforço de mediação, em grande parte como a União Europeia fez em relação à Ucrânia. Há uma dúzia de anos, o Secretário Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) levaram meses obstinadamente a negociar um pacto entre o governo de Hugo Chávez e seus opositores, pacto esse que o regime de Caracas, subsequentemente, passou a não respeitar.
            Nenhum esforço como aquele está agora em vias de ser levado a efeito e, ao contrário, os países da região preferem falar muito sobre como a América Latina mudou na era Chávez e como os Estados Unidos perderam quase toda a alavancagem e influência na região. A propaganda corrente nos países sob a influência do chamado Foro de São Paulo prefere escolher os EUA como o bode expiatório pelo fracasso do regime, cujo resultado social é trágico numa economia em queda livre e com sinais gravíssimos de deterioração do tecido social.
            Os outros vizinhos da Venezuela se situam em dois campos diferentes. Países como Colômbia, México e Peru, que se opõem ao "chavezismo", mantêm dela distâncias que consideram seguras, cuidadosos para não entrarem em conflito com um regime que se exibe como belicista e que gastou o que tinha e o que não tinha para aumentar o seu poderio militar, enquanto o povo foi atirado a uma pobreza galopante. Os EUA, tornados, pela propaganda, no cara do chicote a açoitar o regime chavezista, e que tem respondido basicamente com um desdém incompreensível. A atitude estadunidense para com a Venezuela comunista tem sido considerada por muitos analistas como a mais irresponsável que Washington poderia adotar.   
            No outro campo, se situam os governos mais simpáticos ao regime de Caracas, liderados pelo Brasil, que quase sempre – pelo menos quando lhe interessa – cita o alto princípio de não intervenção: “O Brasil não comenta nem se intromete na situação interna de qualquer país”, disse a Presidente Dilma Rousseff numa recente declaração. Isso certamente é uma grande mentira, pois quando o presidente esquerdopata de Honduras, Manuel Zelaya, foi deposto legalmente pela suprema corte de justiça com a aprovação do Legislativo e até mesmo com o aval de seu próprio partido, em 2009, o Brasil liderou a acusação para expulsão de Honduras da OEA. Mais tarde, quando o Parlamento do Paraguai votou legalmente o impeachment do seus presidente populista e demagogo, Fernando Lugo, também socialista, em 2012, Dilma Rousseff, conhecida ex-guerrilheira comunista, fez das tripas coração e forçou a saída do Paraguai do MERCOSUL. Sorte do Paraguai, que agora foi admitido na Aliança do Pacífico como observador e ao final deste ano se tornará um de seus membros plenos.
            Todo mundo sabe que o motivo real do Brasil no episódio foi ideológico e visou forçar a entrada pela janela do oportunismo ilegal da Venezuela no bloco, que de comercial não tem quase nada, e que de há muito se transformou numa corriola política de países de esquerda na América do Sul.
            “Para o Brasil, é muito importante que a Venezuela seja sempre olhada do ponto de vista de seus ‘avanços’(?!)... Na educação, na saúde para o povo”, disse Dilma Rousseff, como a retratar um país oposto ao que a Venezuela do “socialismo bolivariano” tem se tornado. Ou seja, a intervenção em assuntos internos da vizinhança só é válida quando beneficia os regimes de esquerda.
            Tal visão é compartilhada pelo Secretário Gerald a OEA, o chileno socialista José Miguel Insulza. Há cinco anos, Insulza pessoalmente embarcou num avião venezuelano e levou o presidente hondurenho deposto, Manuel Zelaya, numa tola (e desastrada) tentativa de reconduzi-lo ao poder, mesmo contra a vontade das valorosas e independentes instituições democrática de Honduras. Agora ele orgulhosamente diz, numa declaração ao jornal espanhol El País, que “nenhuma autoridade — nenhum governo, nenhuma organização internacional — considerou intervir na Venezuela”.
            O Panamá, o único país a desafiar abertamente o “socialismo chavezista”, convocou na semana passada uma reunião especial de ministros da OEA para considerar exatamente tal situação. Mas o embaixador da Venezuela conseguiu adiar a votação e o Brasil se opôs a ela, tornando provavelmente inviável qualquer iniciativa, a partir da OEA, que intervenha para resolver o conflito venezuelano.
            Destarte, será que a Venezuela vai ser deixada à própria sorte para que resolva sua desdita por si mesma? Autoridades dos EUA que acreditam que uma mediação externa seja essencial, esperam que o primeiro Papa de Roma latinoamericano tome a iniciativa. Na semana passada, o Papa Francisco fez um apelo emocionado e inusitado para que haja um “diálogo sincero e construtivo na Venezuela”, em homilia do Vaticano. Se, talvez, uma mediação for feita pelo Vaticano através da Igreja Católica venezuelana, é possível que ambos os lados achem difícil rejeitá-la.
            Em suma, os venezuelanos que assistem a queda livre de seu país em direção a um estado de miséria e pobreza como o de Cuba, devem mais do que nunca se dedicar mais às suas rezas.

 *Francisco PARA QUE O PAÍS NÃO AFUNDE DE VEZ NA MISÉRIA COMUNISTA
O tiranete da vez na Venezuela, o colombiano Nicolas Maduro, que ocupa, sabe Deus como, o Palacio de Miraflores em Caracas e leva o pais para o fosso socialista.

            Há um monte de razões para que nos preocupemos com a Venezuela. Um país com as maiores reservas de petróleo em terra firme do mundo agora também consegue derrotar o mundo em inflação, criminalidade, e falta de produtos essenciais de consumo. A resposta do seu atual governo consiste em prisões de seus ativistas opositores, expulsões de diplomatas estadunidenses, e propaganda feroz de uma suposta ameaça de um “golpe fascista” ou de uma invasão dos EUA.
            O aspecto mais desencorajador da agonia da Venezuela, no entanto, é o amplo isolamento do país, até mesmo no âmbito dos países latinoamericanos que têm governos que ainda se iludem com o socialismo. Mesmo entre eles, não há nenhum que queira se tornar uma nova Venezuela…
            Enquanto os diplomatas europeus e estadunidenses se ocupam quase que totalmente da Ucrânia e o Presidente Obama gasta horas no telefone a papear com seu colega russo Vladi­mir Putin, a angustiante crise na Venezuela passou a ser amplamente esquecida e ignorada pelo mundo exterior, como algo que não merece sequer ser citado. Nada de enviados a visitar Caracas nas últimas semanas; mesmo as batalhas de rua que estão ocorrendo por lá entre as milícias governistas e os opositores do regime, parece interessar menos à grande mídia do que os conflitos na Ucrânia ou na Síria. O único a se manifestar que poderia programar um voo até lá, talvez em abril próximo, é o veterano quase eneagenário ex-presidente americano Jimmy Carter, de 89 anos de idade.
            Tal negligência não ocorre por causa de uma suposta insignificância atribuída a esse país sulamericano, de cerca 26 milhões de habitantes. Além de a Venezuela ser o quarto maior fornecedor de petróleo aos EUA, o país sustenta em grande parte a paupérrima e improdutiva economia comunista de Cuba, país insular sob o domínio da ditadura dos irmãos Castro, com o qual faz fronteira no Caribe, da mesma forma que a Colômbia. Já é a sede do maior trânsito do tráfico de drogas do mundo. O colapso da Venezuela ao caos poderá desestabilizar a região inteira em pleno quintal dos EUA.
            Existe um nítido papel a ser desempenhado lá pelos forasteiros. A Venezuela está totalmente polarizada entre os seguidores do falecido caudilho Hugo Chávez, de um lado, e do outro, por uma maciça oposição, que se acredita hoje abrange mais da metade de sua população adulta. No entanto, essa oposição se manifesta basicamente através dos estudantes, que começaram a levantar barricadas nas ruas de Caracas e demais cidades venezuelanas. Ambos os lados não são mais capazes do que são os combatentes ucranianos de dialogar para chegar a um acordo que favoreça seu próprio país. E é notório que algum tipo de acordo, de pacto, precisa desesperadamente ser firmado.
            A menos que medidas drásticas sejam tomadas para estabilizar a economia, a Venezuela em breve poderá perder a capacidade de pagar pela comida que come – a maior parte dela importada – com uma renda quase que exclusivamente oriunda da extração e exportação de petróleo cru em franco declínio, não pela exaustão de seus campos de petróleo, mas sim, tragicamente, pela situação progressivamente calamitosa em que se encontra a estatal venezuelana de petróleo, a PDVSA, que não consegue fazer a manutenção de seu parque industrial petroleiro, em grande parte pelo êxodo da mão de obra especializada (como ocorre reconhecidamente nos regimes socialistas).
            As próximas eleições serão no final de 2015, e assim a urna eleitoral não fornecerá os meios para resolver o conflito.
            Há vinte anos, um grupo ‘ad hoc’ de presidentes estrangeiros e ministros de relações exteriores dos países próximos se movimentaram no sentido de lançarem um esforço de mediação, em grande parte como a União Europeia fez em relação à Ucrânia. Há uma dúzia de anos, o Secretário Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) levaram meses obstinadamente a negociar um pacto entre o governo de Hugo Chávez e seus opositores, pacto esse que o regime de Caracas, subsequentemente, passou a não respeitar.
            Nenhum esforço como aquele está agora em vias de ser levado a efeito e, ao contrário, os países da região preferem falar muito sobre como a América Latina mudou na era Chávez e como os Estados Unidos perderam quase toda a alavancagem e influência na região. A propaganda corrente nos países sob a influência do chamado Foro de São Paulo prefere escolher os EUA como o bode expiatório pelo fracasso do regime, cujo resultado social é trágico numa economia em queda livre e com sinais gravíssimos de deterioração do tecido social.
            Os outros vizinhos da Venezuela se situam em dois campos diferentes. Países como Colômbia, México e Peru, que se opõem ao "chavezismo", mantêm dela distâncias que consideram seguras, cuidadosos para não entrarem em conflito com um regime que se exibe como belicista e que gastou o que tinha e o que não tinha para aumentar o seu poderio militar, enquanto o povo foi atirado a uma pobreza galopante. Os EUA, tornados, pela propaganda, no cara do chicote a açoitar o regime chavezista, e que tem respondido basicamente com um desdém incompreensível. A atitude estadunidense para com a Venezuela comunista tem sido considerada por muitos analistas como a mais irresponsável que Washington poderia adotar.   
            No outro campo, se situam os governos mais simpáticos ao regime de Caracas, liderados pelo Brasil, que quase sempre – pelo menos quando lhe interessa – cita o alto princípio de não intervenção: “O Brasil não comenta nem se intromete na situação interna de qualquer país”, disse a Presidente Dilma Rousseff numa recente declaração. Isso certamente é uma grande mentira, pois quando o presidente esquerdopata de Honduras, Manuel Zelaya, foi deposto legalmente pela suprema corte de justiça com a aprovação do Legislativo e até mesmo com o aval de seu próprio partido, em 2009, o Brasil liderou a acusação para expulsão de Honduras da OEA. Mais tarde, quando o Parlamento do Paraguai votou legalmente o impeachment do seus presidente populista e demagogo, Fernando Lugo, também socialista, em 2012, Dilma Rousseff, conhecida ex-guerrilheira comunista, fez das tripas coração e forçou a saída do Paraguai do MERCOSUL. Sorte do Paraguai, que agora foi admitido na Aliança do Pacífico como observador e ao final deste ano se tornará um de seus membros plenos.
            Todo mundo sabe que o motivo real do Brasil no episódio foi ideológico e visou forçar a entrada pela janela do oportunismo ilegal da Venezuela no bloco, que de comercial não tem quase nada, e que de há muito se transformou numa corriola política de países de esquerda na América do Sul.
            “Para o Brasil, é muito importante que a Venezuela seja sempre olhada do ponto de vista de seus ‘avanços’(?!)... Na educação, na saúde para o povo”, disse Dilma Rousseff, como a retratar um país oposto ao que a Venezuela do “socialismo bolivariano” tem se tornado. Ou seja, a intervenção em assuntos internos da vizinhança só é válida quando beneficia os regimes de esquerda.
            Tal visão é compartilhada pelo Secretário Gerald a OEA, o chileno socialista José Miguel Insulza. Há cinco anos, Insulza pessoalmente embarcou num avião venezuelano e levou o presidente hondurenho deposto, Manuel Zelaya, numa tola (e desastrada) tentativa de reconduzi-lo ao poder, mesmo contra a vontade das valorosas e independentes instituições democrática de Honduras. Agora ele orgulhosamente diz, numa declaração ao jornal espanhol El País, que “nenhuma autoridade — nenhum governo, nenhuma organização internacional — considerou intervir na Venezuela”.
            O Panamá, o único país a desafiar abertamente o “socialismo chavezista”, convocou na semana passada uma reunião especial de ministros da OEA para considerar exatamente tal situação. Mas o embaixador da Venezuela conseguiu adiar a votação e o Brasil se opôs a ela, tornando provavelmente inviável qualquer iniciativa, a partir da OEA, que intervenha para resolver o conflito venezuelano.
            Destarte, será que a Venezuela vai ser deixada à própria sorte para que resolva sua desdita por si mesma? Autoridades dos EUA que acreditam que uma mediação externa seja essencial, esperam que o primeiro Papa de Roma latinoamericano tome a iniciativa. Na semana passada, o Papa Francisco fez um apelo emocionado e inusitado para que haja um “diálogo sincero e construtivo na Venezuela”, em homilia do Vaticano. Se, talvez, uma mediação for feita pelo Vaticano através da Igreja Católica venezuelana, é possível que ambos os lados achem difícil rejeitá-la.
            Em suma, os venezuelanos que assistem a queda livre de seu país em direção a um estado de miséria e pobreza como o de Cuba, devem mais do que nunca se dedicar mais às suas rezas.
*Francisco Vianna

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