segunda-feira, 23 de maio de 2011

Dominique Strauss-Kahn, o precoce?

No Estadão Online:
O DNA do ex-diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, foi encontrado na roupa da camareira do hotel Sofitel que o acusou de tentativa de estupro.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 23, pelas redes de TV ABC e NBC, dos Estados Unidos, onde Strauss-Kahn está em prisão domiciliar após deixar a prisão na sexta-feira.
A Justiça e a polícia de Nova York, contudo, não negaram nem sequer confirmaram a informação sobre o DNA, segundo a AFP.
A agência também lembra que a divulgação dos resultados dos exames de DNA eram esperados para o começo desta semana.
Segundo a Efe, a NBC teria citado fontes ligadas à investigação do caso e teria dito que os exames de DNA nas roupas da funcionária do hotel deram positivo para a informação genética do ex-chefe do FMI.
Ainda segundo a TV, a investigação ainda continua, e “outras provas” estariam sendo analisadas, retiradas do quarto do Sofitel onde, no dia 14 de maio, Strauss-Kahn teria tentado estuprar a camareira.
Gola
A polícia colheu amostras de DNA ao prender o ex-chefe do FMI, que renunciou ao cargo na semana passada após sofrer forte pressão. O material colhido teria sido comparado com o encontrado na gola da camisa da camareira, uma imigrante de 32 anos da Guinea.
Ainda segundo a Efe, jornais americanos como o New York Times teriam confirmado que sêmen de DSK, como o ex-chefe do FMI de 62 anos é conhecido na França, foi encontrado na roupa da funcionária.
O jornal publicou também a informação de que a polícia de Nova York já teria notificado as autoridades francesas sobre o resultado dos exames. Strauss-Kahn é francês.
Sexo consensual
Um porta-voz da Procuradoria em Nova York, Erin Duggan, disse à AFP na manhã desta segunda-feira que detalhes sobre as investigações não seriam revelados.
A agência informa que Duggan manteve sua posição de não revelar informações à tarde. A presença do DNA de Strauss-Kahn nas roupas da camareira pode confirmar se houve ou não relação sexual entre os dois. Mas, segundo analistas, é mais difícil provar se houve violência. A defesa do ex-chefe do FMI insiste que houve sexo consensual com a camareira.
Tornozeleira
Strauss-Kahn renunciou ao cargo no FMI após ter sido preso sob acusação de crimes sexuais, em Nova York, no sábado, 21.
Ele foi colocado em prisão domiciliar após o pagamento de fiança de US$ 1 milhão e de deixar garantias no valor de US$ 5 milhões para assegurar que não fugiria do país.
Como parte do acordo com a Promotoria, ele usa uma tornozeleira para informar sua localização à polícia e precisou entregar os documentos de viagem às autoridades.
COMENTÁRIO DE REINALDO AZEVEDO:
Ai, ai, ai… Eu sei que esses casos que geram, assim, unanimidade não permitem nem mesmo a alguém íntimo da lógica propor algumas questões relevantes.
Parece que o tal DSK não é mesmo flor que se cheire, certo?
E não serei eu a defendê-lo, não.
Mas ou os leitores ignoram, digamos, a mecânica dos corpos e ainda não sabem — ou já esqueceram — como é brincar “daquilo naquilo”, ou a história da “tentativa de estupro” se enfraqueceu substancialmente.
Tá. Uma coisa é sair peladão do banheiro, agarrar a moça, tentar lhe tirar a meia-calça, forçar o sexo oral, aquela coisa toda que ela denunciou.
Entendia-se que ela tinha resistido, lutado com o cara, caído fora.
Desesperado, ele colocou a roupa e se mandou.
Mas sêmen? Na gola?
A suposição de que houve, sim, sexo oral, não simples tentativa, é evidente.
E, digamos, DSK não se fez de rogado.
Em que circunstâncias essa moça estaria ao menos impedida de gritar (sem piadinhas, tá?)?
Ou, não sendo sexo consensual, a depender do estímulo que o teria levado a ejacular, ela poderia ter causado um dano e tanto àquilo que um ministro do STF chamara “regalo”, “bônus da natureza”, do sátiro, certo?
Claro, sempre há hipótese de DSK ser o famoso ligeirinho: mal começou, já terminou.
Uma luta rápida com a moça foi o bastante para fazê-lo atingir o paroxismo.
Mas na gola?
Coisa semelhante quase derrubou um presidente dos EUA — naquele caso, sexo claramente consensual; ou “não-sexo”, né?
Bill Clinton deixou claro que, para ele, só vale “aquilo naquilo” — aquilo naquele outro não…
As circunstâncias, considerando quem é ele e quem é ela, estão contra o ex-chefão do FMI, independentemente do que tenha acontecido.
Mas a esmagadora maioria dos leitores aqui sabe do que estamos falando, não?
O politicamente correto, o mulheristicamente correto, o camareiristicamente correto, o oprimidiscamente correto, o americanamente correto e afins podem impedir que se constate o óbvio, que continua, não obstante, a ser óbvio: a versão da tentativa de estupro está bem mais fraca agora, ainda que o tal DSK, tudo indica, se deixe abrasar até pelas pernas de uma mesa se esta se lhe afigurar sestrosa…
DSK já foi destruído. Pode ser que a gola o livre de passar os restos de seus dias na cadeia. Vamos ver.
PS - Huuummm, é o tipo de texto que dá um trabalho danado à moderação…
Metade dos comentários, no mínimo, tem de ser cortada. Conto com vocês.
* Fonte: Reinaldo Azevedo

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