quinta-feira, 23 de julho de 2009

Sarney erra, o namorado da neta é quem paga

Após a divulgação de grampos da Polícia Federal que indicariam que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negociou a contratação de Henrique Dias Bernardes, namorado de sua neta, a Diretoria Geral da Casa informou que o servidor deve ser demitido. Bernardes é um dos 218 funcionários identificados pela comissão que foi criada por Sarney para analisar anulação dos atos secretos. A demissão depende do cruzamento de dados da lista de atos secretos com os diários do Senado. Nesta semana, a diretoria geral identificou que, das 663 decisões administrativas mantidas em sigilo, 119 estavam publicadas no "Diário do Senado", cumprindo parte das exigências constitucionais.
Caso a nomeação de Bernardes for encontrada no "Diário do Senado", a exoneração deixa de ser imediata e dependerá do diretor-geral Haroldo Tajra. Apesar de ter sido nomeado para trabalhar no órgão central de coordenação e execução da Diretoria Geral, Bernardes estaria lotado no Serviço Médico do Senado. Ele foi contratado pelo então diretor-geral Agaciel Maia e recebe um salário de R$ 2.700 por mês do Senado.
A contratação de Bernardes complicou a situação de Sarney. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), promete apresentar a quarta denúncia contra o peemedebista no Conselho de Ética pela interferência a favor da nomeação dele. Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização judicial, durante a Operação Boi Barrica, mostra que o empresário Fernando Sarney, filho do senador, diz à filha, Maria Beatriz Sarney, que mandou o ex-diretor-geral Agaciel Maia reservar uma vaga para o namorado dela.

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