quinta-feira, 23 de julho de 2009

Lula quer Ministério Público sem pirotecnia

Ao dar posse ao novo procurador-geral da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que jamais fez um pedido pessoal ao Ministério Público e jamais colocará um "alfinete" para atrapalhar qualquer investigação. O presidente alertou que é preciso preservar a instituição para que não ocorra o "castramento" da liberdade do Ministério Público.
O presidente defendeu uma atuação independente e sem pirotecnia e ainda afirmou que prefere dividir com a categoria o peso da escolha pelo chefe da Procuradoria Geral da República a indicar um amigo.
Lula cobrou cautela e lisura nas investigações para evitar a condenação de inocentes. "Jamais farei um pedido pessoal ou colocarei um alfinete para atrapalhar uma investigação. O Ministério Público tem o direito de agir com a máxima seriedade. Agora, tem que pensar não apenas na biografia de quem está investigando, mas na de quem também está sendo investigado. Porque não temos o direito de cometer erros no Brasil porque, dependendo da carga de manchete da imprensa, a pessoa já está condenada. Por isso o Ministério Público precisa trabalhar com a maior lisura", afirmou.
Segundo o presidente, os integrantes do Ministério Publico precisam agir com discrição para preservar a liberdade de investigação. "Não joguem fora essa liberdade porque um dia vai aparecer alguém que vai achar que vocês são demais e vai propor mudanças no Congresso Nacional. Sabemos que a mudança nunca será por mais liberdade e sim por mais castramento", disse. O presidente afirmou que é preciso aguardar o julgamento final para preservar o Ministério Público. "A única coisa que dará tranquilidade aos membros da PGR, o único fator de pressão e balizador da consciência são as garantias constitucionais porque, ao contrário disso, estaremos absolvendo os culpados e culpando os inocentes. Qualquer ser humano não pode fazer de sua vida profissional um show de pirotecnia. Não podem existir shows de pirotecnia, não pode haver culpados antes de o processo final ter sido julgado, apurado", disse.
*Com informações da Folha Online

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