André Vargas, o lulista roxo, e a grosseria com Joaquim Barbosa em favor dos mensaleiros.
É aquele senhor, vocês devem se lembrar, que, na abertura do ano legislativo, na presença do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo e convidado para a solenidade, ergueu o punho esquerdo, cerrado, um gesto que virou símbolo dos mensaleiros.
Em março do ano passado, reportagem da revista VEJA revelou que um militante petista chamado André Guimarães, especializado em montar perfis falsos nas redes sociais para atacar pessoas, era funcionário de Vargas. Esse tal Guimarães foi, por exemplo, o criador da RedePT13, uma organização virtual formada por gente que não existe e blogs apócrifos, usados para alvejar aqueles que são considerados inimigos do partido. O rapaz ganhou tal expertise no trabalho de difamação que, acreditem!, saía Brasil afora oferecendo o seu método para estados e prefeituras. O pacote oferecido, a depender do serviço, podia custar de R$ 2 mil a R$ 30 mil por mês.
André Guimarães e seu chefe: especialista em perfis falsos
Reportagem da Andréia Sadi na Folha desta terça informa que André Vargas pegou emprestado um avião com o doleiro Alberto Youssef, principal investigado da operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Youssef, que está preso, é acusado de envolvimento com um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado R$ 10 bilhões.
A viagem a João Pessoa, informa a Folha, “foi discutida em uma conversa entre os dois por um serviço de mensagem de texto, no dia 2 de janeiro, segundo documentos da investigação da PF”. Não fica claro se o avião pertence ao doleiro, que desejou ao deputado “boa viagem e boas férias”. Indagado pela Folha a respeito da conversa, adivinhem qual foi a resposta de Vargas ao jornal…
Reproduzo: “Eu não sabia com quem eu estava me relacionando. Não tenho nenhuma relação com os crimes que ele eventualmente cometeu.” Não sabia, embora admita que conhecia o doleiro há 20 anos.
É a segunda vez que o nome do doleiro aparece ligado a um figurão do PT.Reportagem da VEJA publicada no dia 23 de março informa que uma empresa chamada Labogen assinou com o Ministério da Saúde um contrato de R$ 150 milhões para o fornecimento de remédios, R$ 31 milhões desse dinheiro são destinados à compra de citrato de sildenafila, o princípio ativo do Viagra, substância usada no tratamento de uma doença grave: a hipertensão arterial pulmonar.
Pois é…
A PF descobriu que essa “empresa” não tem planta industrial e que os remédios seriam fabricados por outro laboratório, ao qual a Lobogen repassaria 40% do contrato. Ou por outra: segundo a Polícia, a turma pagaria R$ 60 milhões pelo produto e embolsaria nada menos de R$ 90 milhões.
Uma beleza!
E o que isso tem a ver com o doleiro?
Segundo a polícia, a Lobogen, que tem capital de apenas R$ 28 mil, é um dos instrumentos de lavagem de dinheiro de Youssef. Só essa empresa teria remetido ilegalmente para o exterior US$ 37 milhões. O contrato foi celebrado pelo então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo.
Ah, sim: a polícia federal descobriu também outro diálogo entre André Vargas, que é um dos braços de Lula no PT, e o doleiro. Sobre avião? Não! Vargas diz ao doleiro que a reunião com o Gadhella foi “boa demais”. Num outro momento, cheio de intimidade, diz: “O Gadha vai nos ajudar”.
Quem é Gadhelha, o Gadha?
Conto pra vocês: é o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério da Saúde, um dos responsáveis pela compra de… remédios.
Não é lindo?
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