Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras preso pela Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro, tinha contato direto com Lula, relata o deputado federal baiano Mário Negromonte, do PP.
Ex-ministro das Cidades na gestão Dilma Rousseff , o parlamentar conta que, no mundo partidário, as relações de Costa não se restringiam ao PP, legenda que o apadrinhou na diretoria de Abastecimento da estatal petroleira. O preso se dava também com o PMDB e o PT, disse Negromonte, em entrevista ao repórter Adriano Ceolin. A conversa foi veiculada por Veja. Vai reproduzida abaixo:
Como era a relação de Paulo Roberto com o PP?Quem indicou o Paulo Roberto, na época, foi [José] Janene [ex-líder do PP, mensaleiro, morto em 2010]. Mas o Paulo Roberto tinha um relacionamento muito bom no Congresso com todos os partidos, PMDB, PT, PP
De onde veio essa relação? Ele comandava uma diretoria muito importante. Havia muitos interesses. Todo mundo tinha um problema.
Problema? Por exemplo: havia um deputado que tinha posto de gasolina. Outro tinha uma usina de álcool. Então, a gente tinha contato direto com a Petrobras para falar.
Mas agora ele está preso Isso foi uma surpresa muito desagradável para a gente. Ninguém esperava um negócio desse.
Quem era o principal interlocutor de Paulo Roberto?Quem tinha contato direto com ele era o Lula. É isso que a gente sabe.
Onde eram os encontros com o ex-diretor? Aqui em Brasília. Eu só estive na Petrobras uma vez. Houve encontros na casa dos deputados José Janene (PP-PR), João Pizzolatti (PP-PR) e Luiz Fernando (PP-MG). Acho que Paulo Roberto pode ter ido à minha casa. Não sou muito de fazer festa.
O que se discutia nessas reuniões? Era um bate-papo, para mostrar prestígio, que a gente tinha um diretor. Não era nada específico. Ele também frequentava a casa de outros deputados, do PMDB, do PT.
Qual partido tinha mais ascendência sobre ele? Teve briga com o PMDB, que se dizia padrinho dele. A briga era com o Renan [Calheiros], Eduardo Cunha [líder do PMDB], Henrique Eduardo Alves.
Disputavam o apadrinhamento? Por causa de poder.
*Jornalista Josias de Souza
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