É um absurdo que em um país com a Saúde Pública sucateada, onde pacientes são criminosamente “amontoados” pelos corredores da maioria dos hospitais de pronto atendimento, e que, por exemplo, doentes com câncer podem levar até seis meses esperando para marcar uma cirurgia, um ato de pura irresponsabilidade demagógica permita que as trocas das próteses de silicone de todas as pacientes que estejam enfrentando problemas com os produtos implantados, mesmo aquelas que se submeteram ao procedimento cirúrgico exclusivamente por questões estéticas, sejam custeadas pelo erário.
Quer dizer que as dondocas resolvem “turbinar” os seios, e ao ficar comprovado que adquiriram produtos de má qualidade, ao invés dos governantes” obrigarem os fornecedores a arcarem com as despesas decorrentes dos vazamentos ocorridos nas “tranqueiras” que venderam no mercado brasileiro, simplesmente resolve “abrir a caixa de bondades”, e “quebrar o galho” para fabricantes e distribuidores, arcando com todas as despesas? Alguém tem dúvida de que as trocas deveriam ser feitas, assim como ocorre com qualquer outro produto que apresente defeito de fabricação, às expensas de quem fabricou e/ou efetuou a venda?
Diante de todo esse “festival de bondades”, alguns começam a desconfiar de que essa pressa dos órgãos governamentais em resolver o problema, mesmo com nítidos prejuízos para os cofres públicos, não passaria de uma “estratégia de abafa”, visando evitar que, através de investigações competentes, venham à tona alguns tenebrosos esquemas de “maracutaias” que possam ter resultado na obtenção das licenças para importação e comercialização dessas “próteses bichadas”.
*Júlio Ferreira - Recife – PE
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