Para Dilma e Lula, Marina é descartável

A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, defende uma votação plenária para definir se seu partido apoiará algum candidato no segundo turno. Para a candidata, a plenária no partido é necessária para ouvir todos os "núcleos sociais" envolvidos no PV.

O fato de haver conquistado o terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais, com 19% dos votos válidos, foi motivo de festejos pelo PV, devido à ascensão da candidata nas últimas semanas e ao peso que seus votos poderão significar no segundo turno.

Para alguns especialistas em política seria estrategicamente correto para Marina assumir uma posição de neutralidade no segundo turno, mesmo que o PV declare apoio a um ou outro candidato. Crêem que a candidata poderá deixar parte considerável de seu eleitorado insatisfeita caso decida apoiar um concorrente específico no segundo turno.

Mas se observarmos a conduta de Marina, na sua trajetória política, poderemos sentir no seu discurso, e atos, uma clara proximidade com o PT. Praticamente desconsiderada pelo partido, de onde saiu, concomitantemente exonerou-se do Ministério do Meio ambiente. Descartada, Marina se viu na possibilidade de se abrigar e liderar o PV. Deu certo.

Hoje, em razão de sua performance nas urnas, vê seu posionamento como objeto de cobiça pela oposição e por seu antigo partido.

Evidente que Dilma não quer Marina em seu governo. Fica claro que tudo que Dilma e Lula querem, agora, é que Marina não declare apoio a ninguém. A sua simples omissão será um trunfo para a candidatura do governo que possui um conhecido “rolo compressor”, caracterizado pelo abuso de poder.

Assim, com a omissão de Marina, o governo atropelará a tudo e a todos que ousar enfrentar o batalhão montado por Lula. Creio que para Dilma e Lula, Marina é tão descartável quanto lhes parecem ser a ética, a Constituição e as Leis eleitorais.