sexta-feira, 8 de outubro de 2010

E se o PT decidisse dizer a verdade?

Por Reinaldo Azevedo:
Epa!
Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais — das não-institucionais, pelo visto, quem cuidava era a gangue dos menudos e da “tia” que operava na Casa Civil — , afirma que o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff têm a mesma opinião sobre o aborto: os dois seriam “contra”.
Não, não, não…
Serra é contra. Dilma concedeu várias entrevistas defendendo a descriminação.
Em seguida, Padilha, que tirou férias das Relações Institucionais (espero que não esteja se dedicando ao contrário), tentou lançar o tema da “privatização”, afirmando severas (porém falsas) contradições entre os dois candidatos.
O mais fascinante da abordagem petista é justamente isto: o partido precisa mentir uma vez sobre a opinião da própria candidata num tema e mentir outra vez sobre a opinião do adversário em outro para que a sua postulação pare de pé.
Como seria o PT dizendo a verdade num caso e noutro? O que aconteceria se Padilha admitisse o que Dilma realmente pensa sobre o aborto e o que Serra realmente pensa sobre a privatização?
Sei… A pergunta é ingênua. Se há verdade, não pode haver petismo.
É por isso que um ministro de “Relações Institucionais” tira férias…
Quer descansar das… relações institucionais.
Relações institucionais cansam, né, Padilha!?

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