Seguindo à risca o conselho de vários governadores eleitos e reeleitos, em reunião na terça-feira (dia 5) em Brasília, o presidente Lula mandou reabrir os cofres para o pagamento de emendas parlamentares, cujos desembolsos estavam retidos desde o início de agosto, devido às dificuldades para o cumprimento da meta fiscal.
O governo usará as emendas para reforçar o apoio de prefeitos da base aliada à candidatura de Dilma Rousseff, do PT, neste segundo turno das eleições presidenciais.
Dos governadores, Lula ouviu um relato de descontentamento, uma vez que muitas prefeituras estão com obras empenhadas no Orçamento, mas o dinheiro, que vinha sendo liberado a conta-gotas, praticamente secou depois que a equipe econômica se deu conta de que, mesmo com a arrecadação recorde de impostos, estava impossível cumprir a prometida meta de superávit primário de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
A decisão de Lula de adoçar a boca de prefeitos, deputados e senadores da base aliada ficou mais fácil, graças à capitalização da Petrobras, que permitirá ao BNDES, por meio de uma engenharia financeira das mais escandalosas, repassar cerca de R$ 30 bilhões ao Tesouro Nacional como pagamento de ações da estatal.
Para o governo, a prioridade, agora, é eleger Dilma. Mesmo que a fatura seja enorme. Foi o que avisou a Casa Civil a todos os ministérios que têm vínculos com emendas de parlamentares. Os cofres públicos vão ser usados sem constrangimento para detonar o candidato da oposição, José Serra (PSDB), e a "elite" que votou em Marina Silva e forçou o segundo turno.
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