Embora tenha sido embaixador em Cuba no primeiro mandato de Lula, ele agora não o poupa de críticas por ter imposto a candidata
Ele é suplente do ex-governador Aécio Neves (PSDB), que lidera com folga a corrida por uma vaga de senador por Minas Gerais, mas não vota no tucano José Serra para presidente. Tilden Santiago, 70 anos, o padre operário que trocou a batina pela guerrilha urbana e ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN) depois do golpe militar de 1964, também não está fechado com a chapa Dilmasia, que prega o voto em Antonio Anastasia (PSDB) para governador, e Dilma Rousseff, para presidente.
Embora o presidente Lula o tenha nomeado embaixador brasileiro em Havana, cargo que exerceu nos primeiros quatro anos da administração petista, Tilden não poupa de críticas o padrinho. "Se Lula queria ser sucedido por uma mulher, podia ter apresentado o nome de Marina Silva (presidenciável do PV). Mas não falou com ninguém e impôs a Dilma", reclama.
Tilden lembra que tem um passado comum com a candidata petista. Refere-se a ela como "irmã de arma", apesar de os dois terem lutado em regiões diferentes do País - ele no Nordeste, e ela no Sudeste. Observa, no entanto, que não é como "muitos, que votam em Dilma porque Lula impõe ou porque ela é uma gerentona".
Não que a hipótese de optar pela candidata de seu partido - o PSB - esteja totalmente descartada. Ao contrário, Tilden afirma que ainda está "dividido". Mas é à candidata do PV à Presidência, e não a Dilma, que ele dirige elogios. "Sou ambientalista, amicíssimo de Marina, e acho que ela é uma iluminada, erguida pelas mãos do Poderoso."
Tilden também fez reparos à performance de Lula em recente comício em Juiz de Fora, quando pela primeira vez o presidente desferiu ataques a Aécio. Em sua fala, dez dias atrás, Lula não só criticou a "arrogância tucana", como disse que Aécio se comporta como se fosse "dono" do Estado e trata Minas como seu "quintal".
"Lula saiu do tom, mostrou ousadia muito forte e que tem um projeto de poder muito forte", observou Tilden, para completar: "Lula não tem um projeto de Estado ou de Nação. Tem projeto de poder."
Não é a primeira vez que o ex-embaixador contesta o presidente Lula e o PT. Depois que deixou a Embaixada do Brasil em Cuba e retornou ao País em 2007, foi nomeado por Aécio assessor especial da presidência da Companhia Energética de Minas Gerais. Foi assim que, depois de fundar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e contabilizar 28 anos de filiação ao PT, que Tilden deixou o partido para evitar a expulsão.
Também não foi por acaso que resolveu ingressar no PSB. Como os socialistas são aliados de Aécio no Estado, foi esta a alternativa para continuar em um partido de esquerda e se deslocar oficialmente para a base do governo tucano.
Uma vez no PSB, Tilden tentou, sem sucesso, obter o posto de vice na chapa de Antonio Anastasia ao governo do Estado. No jogo de pressão, contou com o apoio do companheiro de partido e prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Mas quem ficou com o cargo de candidato a vice foi o PP do presidente da Assembleia, Alberto Pinto Coelho.
Tilden levou a segunda suplência de Aécio como uma espécie de prêmio de consolação. O primeiro suplente é o deputado estadual Elmiro Nascimento. Líder do DEM na Assembleia, Elmiro está no quinto mandato parlamentar e já foi prefeito de Patos de Minas, no Alto Paranaíba.
*Christiane Samarco - O Estado de S.Paulo
Ele é suplente do ex-governador Aécio Neves (PSDB), que lidera com folga a corrida por uma vaga de senador por Minas Gerais, mas não vota no tucano José Serra para presidente. Tilden Santiago, 70 anos, o padre operário que trocou a batina pela guerrilha urbana e ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN) depois do golpe militar de 1964, também não está fechado com a chapa Dilmasia, que prega o voto em Antonio Anastasia (PSDB) para governador, e Dilma Rousseff, para presidente.
Embora o presidente Lula o tenha nomeado embaixador brasileiro em Havana, cargo que exerceu nos primeiros quatro anos da administração petista, Tilden não poupa de críticas o padrinho. "Se Lula queria ser sucedido por uma mulher, podia ter apresentado o nome de Marina Silva (presidenciável do PV). Mas não falou com ninguém e impôs a Dilma", reclama.
Tilden lembra que tem um passado comum com a candidata petista. Refere-se a ela como "irmã de arma", apesar de os dois terem lutado em regiões diferentes do País - ele no Nordeste, e ela no Sudeste. Observa, no entanto, que não é como "muitos, que votam em Dilma porque Lula impõe ou porque ela é uma gerentona".
Não que a hipótese de optar pela candidata de seu partido - o PSB - esteja totalmente descartada. Ao contrário, Tilden afirma que ainda está "dividido". Mas é à candidata do PV à Presidência, e não a Dilma, que ele dirige elogios. "Sou ambientalista, amicíssimo de Marina, e acho que ela é uma iluminada, erguida pelas mãos do Poderoso."
Tilden também fez reparos à performance de Lula em recente comício em Juiz de Fora, quando pela primeira vez o presidente desferiu ataques a Aécio. Em sua fala, dez dias atrás, Lula não só criticou a "arrogância tucana", como disse que Aécio se comporta como se fosse "dono" do Estado e trata Minas como seu "quintal".
"Lula saiu do tom, mostrou ousadia muito forte e que tem um projeto de poder muito forte", observou Tilden, para completar: "Lula não tem um projeto de Estado ou de Nação. Tem projeto de poder."
Não é a primeira vez que o ex-embaixador contesta o presidente Lula e o PT. Depois que deixou a Embaixada do Brasil em Cuba e retornou ao País em 2007, foi nomeado por Aécio assessor especial da presidência da Companhia Energética de Minas Gerais. Foi assim que, depois de fundar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e contabilizar 28 anos de filiação ao PT, que Tilden deixou o partido para evitar a expulsão.
Também não foi por acaso que resolveu ingressar no PSB. Como os socialistas são aliados de Aécio no Estado, foi esta a alternativa para continuar em um partido de esquerda e se deslocar oficialmente para a base do governo tucano.
Uma vez no PSB, Tilden tentou, sem sucesso, obter o posto de vice na chapa de Antonio Anastasia ao governo do Estado. No jogo de pressão, contou com o apoio do companheiro de partido e prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Mas quem ficou com o cargo de candidato a vice foi o PP do presidente da Assembleia, Alberto Pinto Coelho.
Tilden levou a segunda suplência de Aécio como uma espécie de prêmio de consolação. O primeiro suplente é o deputado estadual Elmiro Nascimento. Líder do DEM na Assembleia, Elmiro está no quinto mandato parlamentar e já foi prefeito de Patos de Minas, no Alto Paranaíba.
*Christiane Samarco - O Estado de S.Paulo
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