sábado, 8 de agosto de 2009

Lula prega apologia ao golpismo

Lula participou do encerramento de um seminário internacional promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e mandou ver: “Uma coisa que acho importante deixar como legado para quem vier depois de mim é um novo paradigma: a pessoa terá de fazer mais do que nós fizemos. Se fizer menos, terá uma vida muito curta no governo“. É retórica golpista. Além de mistificadora. Notem que não bastará ao próximo presidente nem mesmo fazer o mesmo que ele fez — será preciso fazer “mais”. Ou, diz, “terá vida curta”. Vida curta? Certamente Lula está pensando num presidente de oposição. Talvez não confie tanto assim na sua candidata à Presidência. A fala sai da boca do presidente que mobilizou uma máquina formidável para manter José Sarney, o ético, à frente do Senado. A Sarney, ele garante vida longa. Os puxa-sacos e mistificadores vão botar panos quentes. “O presidente está querendo dizer que o futuro presidente pode não se reeleger”. Conversa mole. Cumprir um mandato não quer dizer “vida curta”. “Vida curta” corresponde a ter o mandato interrompido, abreviado. Lula está, na verdade, anunciando que pretende pôr na rua os seus tontons-maCUTs caso não faça seu sucessor. Ademais, em democracia não existe “vida curta”, a menos que o mandatário tente fraudar o sistema — como vez Manuel Zelaya em Honduras. O mesmo Manel Zelaya a quem Lula pretende garantir sobrevida. De resto, será impossível o próximo presidente, seja Dilma ou Serra, fazer mais do que LULA DIZ TER FEITO. Porque é fato sabido, notório, comprovado, que ele infla as próprias realizações; que ele falta com a verdade de modo deliberado, organizado, sistemático, quando se refere aos próprios feitos. A maior das falcatruas oficiais é o PAC: saíram do papel apenas 30% dos projetos. Do dinheiro que a União prometeu aplicar, foram gastos apenas 3%. O resto ou é conversa mole ou é investimento privado ou de estatais, que faz parte do andamento normal das empresas. A fala é o que é: retórica golpista, tornada tão comum, tão freqüente, tão corriqueira na América Latina.
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