segunda-feira, 29 de junho de 2009

Oposição ganha na Argentina

Após a dura derrota sofrida pelos governistas na eleição legislativa deste domingo, Mauricio Macri, direitista do partido União-Pro e prefeito de Buenos Aires, pediu nesta segunda-feira que o governo da presidente Cristina Kirchner abra um maior diálogo com a oposição já que Kirchner perdeu o controle do Congresso.
"Os governistas têm uma responsabilidade a frente, deveria refletir e mudar de atitude, abrindo-se ao diálogo com a oposição", afirmou Macri, em entrevista coletiva na sede da Prefeitura. O partido governista, presidido pelo ex-presidente e candidato a deputado Néstor Kirchner, perdeu nos cinco maiores distritos do país nas eleições legislativas deste domingo. Com cerca de 30% dos votos, o governo de Cristina perde 22 deputados, segundo cálculos do jornal argentino "Clarín", e pode ficar sem governabilidade no Congresso. Para Macri, o revés eleitoral de Kirchner marca uma momento decisivo em seu mandato, no qual perde a maioria no poder.
"É uma mensagem contundente, em um momento decisivo, espero que o governo saiba analisar e refletir porque o povo disse que basta o mau trato, a confrontação desnecessária e as mensagens carregadas de ressentimentos", disse o prefeito.
Macri cumprimentou a vitória de sua vice, Gabriela Michetti, que obteve uma cadeira como deputada pela capital argentina e foi vencedora das eleições no distrito com 31,09% dos votos, em dados oficiais correspondentes a 99,65% das urnas apuradas. O prefeito, sócio político de Francisco De Narváez, principal rosto da oposição, também destacou a vitória do amigo. De Narváez, milionário de origem colombiana, venceu por cerca de 3% a disputa contra Nestor Kirchner na Província de Buenos Aires. O casal Kirchner, que desenhou a campanha eleitoral como um plebiscito ao modelo estadista e pró-industrial de governo, sofreu fortes retrocessos na capital e na Província de Buenos Aires, Santa Fé, Córdoba e Mendoza. O peronismo governante perdeu assim a maioria na Câmara dos Deputados, onde somava mais de uma centena de cadeiras de um total de 257. Já no Senado, perdeu quatro cadeiras e soma 36 das 72 disponíveis.

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