Dilma Rousseff
não só acredita em vida depois da morte como crê que é esta que ela está
vivendo. Suposta presidente da República, Dilma já não tem capacidade nem para
projetar as aparências do poder. Para evitar que outras forças políticas dêem
um golpe, o PT decidiu implementar um impeachment companheiro. Articula a
conversão de Dilma em ex-presidente ainda no exercício da Presidência. Só falta
decidir o que o partido fará com o vácuo que herdará de si mesmo.
Lula passará o
final de semana refletindo sobre a conveniência de assumir um ministério sob
Dilma, informou Rui
Falcão, presidente do PT, ao discursar na noite desta quinta-feira para uma
plateia de cerca de 300 militantes de movimentos sociais. Lula não está
interessado no escudo do foro privilegiado, assegurou Falcão. Não, não.
Absolutamente. A ideia é que ele vá à Esplanada para “salvar o nosso
projeto.” Bom, muito bom. Pode criar algo inteiramente novo. Caos não
falta.
Na saída do
evento, Falcão afirmou que a decisão de Lula pode sair no próprio final de
semana ou demorar mais alguns dias. “Essa é uma decisão dele. Lula está
tranquilo e sereno.” Noutros tempos, a escolha de ministros era decisão
exclusiva de presidentes. Mas Dilma não se importará se Lula decidir se
autonomear. Ela o deixou à vontade para escolher a
pasta. O PT quer vê-lo na Casa Civil. Funciona no 4º andar do Planalto, em sala
que fica imediatamente acima do gabinete presidencial, situado no 3º piso.
Não é difícil
imaginar a cena: na antessala do neo-ministro, congressistas e empresários se
acotovelando por uma audiência. Na sala de espera da pseudo-presidente, o
silêncio do vazio. No interior do gabinete, o nada. Inútil tentar alcançar
Dilma com os olhos. O olhar atravessa o nada e vai bater no couro do espaldar
da poltrona. Lula queria um sucessor invisível, que não lhe fizesse sombra.
Exagerou!
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