A Comissão Mista do Orçamento (CMO) aprovou nesta terça-feira o destaque que inclui nas receitas do Orçamento de 2016 a previsão de arrecadação de 12,7 bilhões de reais com a CPMF no próximo ano. O texto, apresentado pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), considera a aprovação do "imposto do cheque" em definitivo até junho e sua aplicação a partir de setembro. O imposto ainda precisa ser recriado pelo Congresso Nacional.
A estimativa do governo era de que o tributo tivesse tramitação mais rápida e gerasse receitas de cerca de 32 bilhões de reais no ano que vem. Assim, a decisão da CMO pode ser mais um obstáculo para o Executivo tentar registrar superávit primário no próximo ano, a fim de buscar colocar as contas públicas do país em ordem.
O mega petralha Paulo Pimenta, deputado do PT gaúcho foi quem apresentou o pedido da deletéra CPMF, vulgo "imposto do cheque".
A recriação da CPMF, que incidirá sobre operações financeiras, é bastante polêmica e tem sido criticada por muitos parlamentares, inclusive da base aliada. O cenário de recessão econômica e de inflação e desemprego elevados dificultam sua aprovação.
Mais cedo nesta terça, o governo tinha encaminhado ao relator das receitas de 2016, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), ofício solicitando que incluísse em seu relatório a previsão de arrecadação de 32,24 bilhões de reais com a CPMF, levando em conta o cenário de que a volta do tributo fosse aprovada neste mês, começando a valer a partir de abril de 2016. O pedido não foi aceito e, assim, a recriação da CPMF foi votada por meio de destaque, mas com menor previsão de receita.
VAMOS DERRUBAR MAIS ESSA SACANAGEM DO PT
A eventual recriação da CPMF terá um processo longo, passando pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) até chegar no plenário do Congresso.
Após a votação sobre as receitas, o Orçamento do próximo ano ainda terá outras etapas, como apresentação do relatório geral -- cuja relatoria está com o deputado Ricardo Barros (PP-PR) -- até chegar ao plenário do Congresso. Ou seja, a previsão de receitas com a CPMF pode ser derrubada ainda durante esse caminho.
O governo quer que o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais) alcance superávit primário de 43,8 bilhões de reais no ano que vem, montante equivalente a 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme definido no texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada na CMO. Desse total, 34,4 bilhões de reais viriam do governo central (governo federal, Banco Central e INSS) e 9,4 bilhões de reais dos Estados e municípios.
O país vive uma das piores recessões em décadas, tendo fechado o terceiro trimestre com o PIB encolhendo 1,7% em comparação com os três meses anteriores, sem sinal de recuperação em breve, o que acaba afetando a arrecadação e, consequentemente, as contas públicas.
A sessão da CMO nesta terça foi encerrada sem que outros destaques das receitas de 2016 fossem votados. Novo encontro dos parlamentares na comissão deve ocorrer nesta quarta-feira, a partir das 13h. (Com Veja.com e Aluizio Amorim)
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