domingo, 29 de novembro de 2015

Uma sapa "mais ou menos".

Ela sempre foi uma sapa atirada, desde "sapinha". Tinha uma vida mais ou menos. Sua infância pobre foi, mais ou menos, permeada de sonhos safados. Sua adolescência foi coalhada de liberalidades, safadezas e sexo inconsequente com inúmeros parceiros e parceiras. Sempre gostando das coisas mais fúteis, gostos mais ou menos, bregas e insípidos, cercando-se de gente mais ou menos e convivendo com gente mais ou menos, quando não de quinta categoria.
Teve momentos de pura sorte já que ainda jovem tinha um corpo mais ou menos. Arranjou um parceiro mais ou menos, e até procriou. 
O pai da cria não era um sapo de respeito. O animal nada mais era que um sapo ladrãozinho, mais ou menos imbecil, e logo se escafedeu. O sapo bandido, de quinta categoria, logo foi definitivamente queimado do rol dos vivos.
Ela tornara-se uma sapa mãe, mais ou menos. Viu-se sem nada que mais ou menos pudesse sobreviver. Passou a viver sob o patrocínio da família que procurou educa-la, mas ela aprendeu mais ou menos. Era pura arrogância do nada, preguiça e antipatia. Seu rebento, então, foi criado pela família já que uma mãe mais ou menos só poderia educar mais ou menos.
Teve a chance de, patrocinada, trilhar um caminho de aprendizado e crescimento, mas se portou mais ou menos como mulher, estudou quase nada, só que usufruiu e abusou demais das oportunidades e benesses que encontrou no brejo. Foi infiel, ardilosa e mentirosa. Tentou dar o golpe do bucho, não prosperou. Abusou.
De repente, ela queria a explosão das aventuras e das paixões, queria retratar a vida da forma mais deturpada possível porque esta era sua visão de mundo. Entre parceiros e parceiras de cama, nada a contentava. Preferia se integrar a um bando de invertidos, que perseverar na busca de um caminho mais sólido, cuja chegada poderia estar próxima.
Mas ela seguiu se achando. Crê despertar paixões e libido, mas desperta só curiosidade. De alguns pena, de outros asco. Este ser cujo corpo fenece entre inúmeras estrias, pele maltratada e “h.pylori” que a corrói, teima em ser personagem principal mesmo que à la “Geni e o zepelin”.
Quem é este ser batráquio que se traveste com pinturas exóticas e que sai a caça de oportunidades, buscando incautos e incautas que confundam seus trejeitos góticos chinfrim com exotismo ordinariamente comum? 
Uma sapa notívaga, gótica, sem amor próprio, incapaz de amar, cuidar ou respeitar, nem de sua própria reputação. Tem a vaidade burra, o obscurantismo cultural, a mediocridade pessoal, usura e inveja.
Ela desconhece a verdade. Sua vida é uma mentira. Quando, propositadamente, se mostra grata exala hipocrisia. Tem sorte, mas não aproveita pois, sem caráter, afasta a quem com boas intenções se aproxima. Seu universo é mais ou menos uma história escatológica.
Ela odeia o altruísmo, se acha o máximo porque não se vê, como realmente é. Segue pelo pântano que a vida se lhe oferece. 
Não adianta orientá-la ou ajuda-la. Ela é uma nulidade. Diz buscar a explosão das paixões e, de cara pintada, segue a falar que despreza a si própria, posto que não passa de uma carcaça de sapa, usada, manjada, marcada... E sendo nada, diz que não suporta quem não comunga com sua promiscuidade. São gente “mais ou menos”, diz.
Por mais que corra, nunca sai do lugar. Seus objetivos são abjetos, nojentos, nocivos,vulgares.
Mas corre SAPA GÓTICA, antes que o verão acabe. Depois, volta ao teu brejo, ou se “exploda de paixões” equivocadas antes que teu falso brilho se torne eternamente mórbido.
* A sapa gótica, é personagem fictícia do blog.

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