sábado, 22 de agosto de 2015

Cunha e as provas contra ele.

Para ocupar a mente, estou escrevendo um parecer para um cliente. Parei um pouco para descansar a cabeça e reli a denúncia contra Cunha. Quanto mais a leio, mas me intrigo. Uma peça primária, frágil, que apenas terá efeito político. Lendo o livro "As lógicas das provas no processo", de Deltan Martinazzo Dallagnol, fiquei com a certeza que a Força-Tarefa de Curitiba não participou da redação daquela peça. Vejam como qualquer estudante de Direito dissecaria a denúncia e, ao final, o que restaria dela:
Proposição A: Cunha teria mandado dar dinheiro de propina à Assembleia de Deus.
Provas: - a) O pastor beneficiado seria amigo/parente do pastor de que Cunha seria amigo; b) O doador - delator - seria católico!
Proposição B: - Cunha teria se reunido com o delator e Fernando Baiano para ajustar propina.
Provas: - Na torre de celular no local em que teria havido a reunião constavam vários telefonemas de... Fernando Baiano. Nenhum telefonema de Cunha fora apontado!
Proposição C: - Cunha teria Fernando Baiano como seu braço direito.
Provas: - A palavra do delator, que mudou de versão após três depoimentos anteriores.
Proposição D: - Cunha teria chantageado o delator mediante pedidos de documentos através da Câmara dos Deputados.
Provas: - O requerimento de pedido de documentos havia sido preparado com a identificação digital do seu gabinete e estaria logado na rede, embora o requerimento tenha sido feito por outra deputada, colocada - inexplicavelmente - como Ré na ação.
É ou não é uma denúncia criminal com nítido caráter político?

*Texto por Adriano Soares da Costa, via Facebook

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