Manifestantes reclamam da inflação, da falta de segurança e da proposta de mais um mandato para Cristina Kirchner, que evitou falar sobre o protesto.
Argentinos lotam principal avenida de Buenos Aires para protestar contra o governo Cristina Kirchner .(Reuters )
Centenas de milhares de pessoas lotam as ruas centrais de Buenos Aires para protestar contra o governo Cristina Kirchner. Há registros ainda de concetração popular em Córdoba, Mendoza, Rosário e Bariloche. A mobilização foi convocada pelas redes sociais e tem o mesmo espírito do protesto realizado em 13 de setembro. A manifestação foi apelidada de 8N, uma referência ao dia 8 de novembro, uma ironia ao 7D, sigla escolhida pela presidente para se referir a 7 de dezembro, data que ela impôs para que as empresas de comunicação se adaptassem à nova legislação.
Para a manifestação, o trânsito foi interrompido em uma das principais avenidas da capital, a 9 de Julho, onde fica o Obelisco, informou o jornal La Nación. Os cartazes exibem críticas à alta inflação, à falta de segurança, aos casos de corrupção e à proposta de permitir que a presidente se candidate mais uma vez à reeleição.
Antes da data marcada para o protesto, grupos ligados ao governo acusaram a oposição e a imprensa de incentivar a marcha. A maior parte dos opositores deu seu aval à manifestação, mas resolveu não participar, para não tirar a legitimidade do movimento, segundo o jornal Clarín.
Citando fontes do governo, o jornal informou que a segurança foi reforçada na Praça de Maio, onde fica a Casa Rosada, sede do Poder Executivo, e na residência presidencial de Olivos, na província de Buenos Aires, de onde Cristina Kirchner deverá acompanhar o movimento dos manifestantes.
A presidente, que participou de dois eventos nesta quinta, evitou falar sobre o panelaço. O mais perto que chegou de mencionar a manifestação foi ao inaugurar um espaço cultural que leva o nome do seu marido Néstor Kirchner, morto em 2010. Ela disse que Néstor lhe deixou a lição de que é preciso lutar sempre, mesmo nos “piores momentos”. “É nos piores momentos que se conhecem os verdadeiros dirigentes de um país”.
A expectativa é que evento, que está sendo organizado desde outubro, reúna pelo menos 500 mil pessoas em Buenos Aires.
Argentinos residentes em outros países também realizaram manifestações nesta quinta em lugares como Itália, França, Austrália, Holanda, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Azerbaijão, Canadá e Áustria.
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