Ricardo Lewandowsk i, a lavagem de dinheiro e por que seu voto, se triunfar, passa a mão na cabeça de políticos corruptos.
Por Reinaldo Azevedo
Ricardo Lewandowski deve absolver todo mundo do crime de lavagem de dinheiro. Segundo o ministro, para que pudesse haver lavagem de dinheiro, seria necessário que aquele que recebeu o dinheiro agisse de modo deliberado para escondê-lo. Sem isso, diz, seria punir alguém duas vezes pelo mesmo crime, o tal “bis in idem”. Diz ainda que o recebedor dos recursos teria de saber que o dinheiro tinha origem ilícita — e não haveria provas disso, diz ele.
É uma consideração que tem consequências. Boa parte dos políticos é acusada de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Três condenações podem levar um réu à cadeia, mas duas não. Lewandowski deu ainda pistas de que pode inocentá-los também de formação de quadrilha.
A tese de que aqueles que recebiam dinheiro não sabiam necessariamente de sua origem ilícita é, para dizer pouco, risível. Diz que se trata de mera ilação. Ora, se o dinheiro não tinha origem ilícita, por que todas aquelas heterodoxias para sacá-lo? Tenham paciência!
Em tempo: Lewandowski condenou Pedro Correa por corrupção passiva, mas inocentou Pedro Henry. Só tratará da lavagem de dinheiro ao fim do seu voto.
Seu voto, embora severo na questão da corrupção passiva — mas sempre deixando claro que está seguindo o tribunal, sugerindo que seu entendimento é outro —, se triunfante, passa a mão na cabeça dos políticos.
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