Já está se tornando um hábito, a presença das Forças Armadas, em particular a do Exército, com maior ou menor sucesso, ora em operações policiais como no Rio de Janeiro, ora na manutenção de um mínimo de ordem pública quando das seguidas greves levadas a cabo pelas PMs de alguns Estados. Sem discutir a forma pela qual se dá tal emprego, vale a pena examinar, ainda que superficialmente, a “greve” da PM da Bahia (as aspas se explicam pelo fato de uma organização sujeita, ainda que teoricamente, à disciplina militar, empreender um movimento paredista).
Algumas manchetes:
- Greve leva caos à Bahia (O Globo, 04 Fev);
- PMs grevistas ocupam até Assembléia, há arrastões e saques; shows são cancelados (O Globo, 04 Fev);
- Governador manda prender 12 ligados à greve (Folha de S. Paulo, 04 Fev);
- City tours e shows, incluindo de Ivete Sangalo, são cancelados às vésperas do Carnaval baiano. Lojas do centro histórico de Salvador fecham as portas mais cedo com medo de saques e assaltos (Folha de S. Paulo, 04 Fev);
- Criminosos e vândalos aproveitam greve da PM para agir na capital baiana. Força Nacional e Exército chegam ao Estado após madrugada violenta (Folha de S. Paulo, 04 Fev). Sem idéia de fazer intriga, qual a razão da Força Nacional ser mencionada antes do Exército?
Na raiz de tudo, para variar, está a reivindicação salarial assumida por uma facção que, segundo o noticiário do dia, é ligada ao PSOL. Vale tomar conhecimento do que, a respeito, publicou a Folha de S. Paulo (os grifos são meus): “O homem que jogou a Bahia de Jaques Wagner na atual crise de segurança despontou no sindicalismo com a bênção e o apoio material do PT, partido do governador.
Soldado expulso por indisciplina, o líder da greve da PM baiana, Marco Prisco, 42, fez sua estréia política ao comandar a tomada do Corpo de Bombeiros, onde trabalhava, durante a paralisação dos policiais realizada em 2001.
Naquele ano, policiais e bombeiros enfrentaram o então governador César Borges (à época no PFL), membro do grupo liderado por Antonio Carlos Magalhães (1927-2007).
... Na oposição ao carlismo, o partido de Jaques Wagner apoiou a paralisação policial de duas semanas.”
Hoje, o PT está provando um pouco do seu próprio veneno ao ver, no governo de um dos seus enfant gaté, Lojas saqueadas, ônibus bloqueando avenidas, agências bancárias atingidas por tiros, arrastões em vários pontos de Salvador, comércio fechando mais cedo. O clima de medo vem aumentando a cada dia na capital baiana e em várias cidades do interior, desde que parte da tropa da Polícia Militar decretou greve por tempo indeterminado, na última terça-feira, reivindicando aumento salarial de 50% e melhores condições de trabalho.
A situação até o momento é um pouco menos grave que a paralisação de13 dias deflagrada pela tropa em 2001, quando César Borges, ex-PFL (atual DEM), governava a Bahia. Naquela paralisação, deputados do PT e do PCdoB, além da Central Única os Trabalhadores (CUT), deram apoio político e logístico aos grevistas. Agora, condenam a greve feita contra o petista Jaques Wagner.
Pena que as Forças Armadas tenham de ser empregadas para compensar os erros do PT.
*Por Osmar José de Barros Ribeiro - averdadesufucada
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