Enquanto um ex-presidente bufão, através de um assessor especial de poha nenhuma, já que não é mais presidente, declara à imprensa que está "iradíssimo" com o que considera injusta classificação do Brasil na 84ª posição em Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH; enquanto um bando de vândalos que se diz de estudantes invade, depreda, ocupa a reitoria da USP como forma de protesto pela presença da política militar no campus para assegurar a segurança daquela comunidade acadêmica, ao tempo em que isso os impede de fumar maconha.
Enquanto a imprensa genuflexa voluntária segue carimbando a ideia de que dona presidente não executa nenhum projeto de fato, desde que tomou posse, porque é "meticulosa" e vão cobrindo a sua incompetência administrativa e falta de interesse; enquanto vendem graciosamente a ideia de que a presidente é rigorosa no combate à corrupção que assola seu desgoverno, herdada do ExPirado que é cada vez menos ex, porque se vê obrigada a encenar pedidos de demissão de 5 ministros pela prática de corrupção, em 10 meses de mandato; enquanto o MEC dá mais um vexame na desorganização do ENEM e lá se vão expostas as fragilidades da educação numa ideologia totalitária de governo que sabe que, para se firmar, é necessário que não haja formação educacional de fato, exceto a de sua doutrina.
Enquanto tudo isso segue em paralelo, o modus operandi da promiscuidade entre o desgoverno da Idade das Trevas e as ONGs vai se descortinando, corroborado pela atuação flagrante de delito do governador do Distrito Federal, o petista ex-comunista do PCdoB, que foi ex-petista antes. Ali, no Esportegate que envolveu o caído Orlando Silva e diz respeito diretamente às operações nada abonadoras de Agnelo, está registrada uma das formas com que a corrupção foi sistematizada por essa gente, desde que ela aportou no poder. Replicada, ipsis litteris, Esplanada afora, vide Ministério do Trabalho, o penúltimo da vez. O último é sempre o próximo, que é certo que virá.
Todo dinheiro moral é racional. Aquele conquistado pela própria capacidade, esforço, coroado com a honestidade de quem apenas pretende obter, exclusivamente sem prejuízo de terceiros, o melhor para si e para os seus. Fora isso, qualquer outro é imoral e irracional. Mais, até. Qualquer dinheiro obtido fora da moral e da racionalidade, é fruto de atividade criminosa. Uma coisa puxa a outra: dinheiro para poder, poder para dinheiro, ambos para o sucesso e, sob a bandeira da estrela vermelha, o meio é a corrupção. Tudo gira em torno do vil metal, e da permanência do poder para mais adquiri-lo.
Assim que alçam à posição de poder, tornam-se dependentes dele. E da vontade da fortuna. Nada do que é descortinando, graças à parcela não-genuflexa da imprensa, aos nossos olhos, não se deve a outra coisa que não apenas à isso: obter dinheiro para si, direto da fonte inesgotável dele: os cofres públicos, de onde não para de brotar o resultado do recolhimento dos impostos do trabalho honesto, à beira da marca de R$ 1.3 trilhão de reais. É dinheiro demais, dando sopa. Essa ambição é um estado que cresce rapidamente, como as coisas da natureza, e cria raízes. Tronco e ramos são destruídos em algum temporal, como nos ministérios dos Esportes, Turismo, Agricultura, Transportes e Fazenda. Mas as raízes, longas, estão lá, sob a terra, segurando-os e pior, esparramando-os.
Não há apuração que baste. Não há demissão que baste. Não há punição que baste. Porque não há, a rigor, nada disso. Só nos são apresentados frágeis jogos de cena. E a cena segue livre para mais jogos de poder, de ambição pelo sucesso para obter mais dinheiro. Só temos jogos de corrupção. É o único, grande, verdadeiro espetáculo do crescimento nestepaiz. É tudo pelo dinheiro, mesmo. E só pelo dinheiro.
*Texto por Velvet Poison
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