Foto: Leandro Moraes/UOL
Cada vez mais próximo de Dilma Rousseff, Fernando Henrique Cardoso distancia-se o mais que pode de Lula, o patrono dela.
Nesta terça (23), após fazer uma palestra a empresários, FHC conversou rapidamente com os repórteres. Falou sobre corrupção.
Sem citar o nome de Lula, o grão-tucano responsabilizou-o pela sistematização dos malfeitos:
“[É preciso] acabar com a corrupção sistêmica que, na verdade, foi o que foi sendo consolidado no governo anterior [de Lula]. Isso é uma tarefa de todos nós.”
Instado a comentar a ciumeira que sua aproximação com Dilma ateou no tucanato e no petismo, FHC ironizou:
“A essa altura da vida vou despertar ciúmes de alguém? Tá louco? Isso é conversa fiada.”
Disse que mantém com Dilma “uma relação de respeito mútuo, só isso. Uma relação civilizada, como tem que ser. Acho que é uma coisa normal.”
Antes, na palestra aos empresários, FHC também despejara sobre o microfone meia dúzia de palavras sobre corrupção:
“Não se consegue mais exercer o poder sem a corrupção, fruto desse jogo do toma-lá-dá-cá…”
“…Ou me dá isso ou não voto em você. E aí não se discute quais são as políticas para o país.”
FHC se absteve de recordar que, nos seus dois reinados, também vigorou o regime de toma-lá-dá-cá que fomenta a cleptocracia brasileira.
Recorde-se que, sob FHC, Jader Barbalho mandou e, sobretudo, desmandou na $udam. Renan Calheiros foi ministro da Justiça.
Nessa matéria, excetuando-se Tancredo Neves, salvo pela morte, nenhum presidente do Brasil pós-redemocratização livrou-se da lógica franciscana. Dilma mantém a tradição.
* Escrito por Josias de Souza
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