Foto: Roberto Schmidt/AFP/Getty Images
Ultimamente, devido a outros acontecimentos internacionais, o noticiário sobre a Líbia ficou em segundo plano. Mas dentro do território do país norte africano há uma sangrenta guerra civil em curso.
De fora, a impressão que se tem é que o ditador Muamar Kadhafi, no poder há 42 anos, está minando eficientemente a resistência dos rebeldes e retoma gradualmente o controle do país. O ditador líbio está usando o exército regular, inclusive a força aérea, mais mercenários estrangeiros, sem economizar em violência ou ferocidade, para esmagar os revoltosos.
A resistência está em desvantagem numérica e luta sem armamento suficiente com um exército improvisado, mesclado de desertores das forças armadas líbia e cidadãos que pegam nas armas pela primeira vez.
As últimas notícias dão conta que depois de retomar a cidade de Ras Lanuf, importante porto petrolífero e reduto rebelde mais avançado na região leste da Líbia, as forças fiéis ao ditador Muamar Kadhafi partiu em direção a Bengazi, outro importante reduto em poder rebelde.
Assegura-se que em 24 horas, as forças de Kadhafi avançaram 150 km, retomando Al-Uqaila, a cidade portuária de Ras Lanuf, a 650 km de Trípoli e Brega. Nesta terça-feira a forças aéreas fiel ao ditador bombardearam novamente a cidade de Ajdabiya, a última grande cidade em poder dos rebeldes.
A televisão estatal anunciou ontem que "a calma já foi restabelecida" nos portos e pediu que empresas estrangeiras voltem a enviar seus navios petroleiros ao país.
Segundo agências de notícias, aos gritos de "Alá é grande!", rebeldes abandonavam a cidade de Brega em veículos que transportavam baterias antiaéreas para se posicionar nos arredores de Ajdabiya. A televisão estatal líbia anunciava ontem a "limpeza" de Brega.
A Liga Árabe, no último fim de semana, decidiu pedir ao Conselho de Segurança da ONU a adoção de uma zona de exclusão aérea na Líbia, o que impediria que aviões e helicópteros fossem usados contra os opositores do governo de Muamar Kadhafi. As tropas governamentais continuam a ganhar terreno e cercaram Ajdabiya. Misrata, a oeste, foi também alvo de ofensivas terrestres e as tropas de Kadhafi preparam-se para tomar de assalto a capital rebelde, Benghazi.
Saif al-Islam Kadhafi, filho mais velho de Muammar Kadhafi e mais provável sucessor do pai, disse ontem que "tudo terá acabado em 48 horas", em entrevista à Euronews.
Saif al-Islam acusa ainda o presidente francês, Nicolas Sarkozy, a mais forte voz contra o regime de Kadhafi, de ter usado dinheiro líbio para financiar a campanha presidencial de 2007 e ameaça que se não lhe devolver o dinheiro divulgará as provas das transferências bancárias.
"Nós financiámos (a campanha). Temos todos os pormenores e estamos prontos para revelar tudo. A primeira coisa que queremos que esse palhaço faça é devolver o dinheiro aos líbios", disse Saif al-Islam à estação francesa de televisão. O governo Frances não comentou as acusações.
*Fonte: Toinho de passira
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