Por Ulf Laessing e Cynthia Johnston - Reuters:
A polícia saudita fez na quinta-feira disparos para o ar a fim de dispersar um protesto xiita, e três pessoas ficaram feridas no incidente, segundo testemunhas e ativistas, na véspera de um dia de manifestações convocadas por redes sociais no país. Tiros foram ouvidos perto do local do protesto, que reuniu cerca de 200 xiitas na cidade de Qatif, na Província Oriental, onde ficam alguns dos maiores campos petrolíferos do mundo, e onde existe uma importante minoria xiita. “Houve tiros, mas foram esporádicos”, disse uma testemunha, acrescentando que outros ruídos eram de bombas de efeito moral.
Um porta-voz do Ministério do Interior saudita disse que a polícia disparou para o alto depois de a multidão ter atacado um policial que documentava o protesto. As autoridades relataram que dois manifestantes e um policial ficaram feridos. Temendo que a onda de protestos do mundo árabe chegue ao país, a monarquia absolutista sunita proíbe qualquer manifestação, argumentando que elas são contra a religião islâmica. Testemunhas deram relatos conflitantes sobre se a polícia usou balas de borracha ou munição real. Um participante do protesto disse que um ativista foi atingido de raspão.
COMENTÁRIO: A Arábia Saudita regula o fluxo de petróleo do mundo. Pouco importa a natureza e a origem das crises, o país atende aos apelos do Ocidente — leia-se: Estados Unidos — e, em caso de aperto, aumenta a sua produção. A monarquia absolutista vigente no país constitui um dos regimes mais fechados do planeta. Pois é… Ecos da chamada revolta árabe parecem ter chegado por lá, mas, por enquanto, com uma característica particular, que também marca os protestos do Bahrein: trata-se de uma manifestação de xiitas contra o governo sunita. A diferença é que, nas ilhotas do Bahrein, que mal se vêem no mapa abaixo (procurem a capital, Manama, para localizar o país), os xiitas são maioria; na Arábia Saudita, minoria. ( Reinaldo Azevedo)
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