Por Reinaldo Azevedo:
O Jornal Nacional deu início hoje à série de entrevistas com os presidenciáveis. A primeira foi a petista Dilma Rousseff; amanhã, será a vez de Marina Silva, do PV; na quarta, o tucano José Serra. Vocês sabem que a principal diferença entre “nós” e “eles” é o compromisso com a verdade.
Mais ainda: não tentamos impor censura a ninguém e consideramos que a crítica é parte do exercício democrático.
Eles não! Da difamação à Justiça, recorrem a todos os expedientes a seu alcance para tentar silenciar a divergência.
Vamos lá. Dilma foi bem? Foi, sim — o que não quer dizer que não tenha dito algumas barbaridades. Já chego lá. Mas os petistas têm motivos para comemorar seu desempenho. Com algum humor, diria que a Dilma do debate da Band era a “candidata sem-lítio”; a do Jornal Nacional, a “com-lítio”. As perguntas colaboraram para seu bom desempenho?
Em parte, sim, o que não quer dizer que tenha sido esse o propósito de William Bonner e Fátima Bernardes. Analiso resultado, não intenções. O jornalista lembrou que ela nunca disputou eleição e foi escolhida de modo mais ou menos arbitrário por Lula, sem consultar o partido. Estaria ela preparada para governar? As quatro perguntas seguintes disseram respeito a seu temperamento difícil, duro. Lembraram que o próprio presidente chegou a dizer que ela maltratava ministros. Ora, essas duas questões são, vamos dizer, sombras na candidatura Dilma. Com efeito, ela só disputa a Presidência pelo PT em razão do dedaço de Lula. E carrega a fama, justificada, de ter um temperamento irascível. As cinco perguntas, embora não tenham uma aparência necessariamente simpática, foram muito úteis para Dilma. Na primeira resposta, ficou claro que ela não tem interesse em se desvencilhar de Lula, é claro. Nas quatro seguintes, negou maltratos etc, mas alimentou a fama da “mulher enérgica”, como a mãe ocupada em fazer com que tudo dê certo. Em suma, a fama de “durona” não é exatamente ruim para ela. Ao contrário até. Já escrevi aqui um longo texto sobre como os brutos podem ser confundidos com os sérios e competentes. E eu acho que Dilma está naquele grupo de pessoas competentes em criar a fama de que são competentes… De todo modo, ele se saiu, televisivamente falando, muito bem. Para quem presta atenção ao conteúdo, Dilma se embananou um pouco ao responder a pergunta sobre os aliados incômodos, nominados: Jader Barbalho, Renan Calheiros, José Sarney, Fernando Collor — antes inimigos jurados do PT, agora aliados. Quando o PT teria errado? Antes ou agora? Ora, petista que é, a candidata disse que nem antes nem agora. Na verdade, preferia dizer onde o partido acertou: ao descobrir que é preciso fazer alianças para governar. Uau! Eles criticavam as feitas por FHC, né? As suas são legítimas. Numa entrevista com mais tempo, seria o caso de indagar se eram aquelas as melhores alianças etc. Dilma deu a entender que foram os outros que aderiam ao padrão petista, não o contrário. Huuummm… Pode até ser: aquela gente toda carrega seus defeitos originais mais os que adquiriu no contato com o PT… Bonner e Fátima falaram, em seguida, que o crescimento brasileiro foi menor do que o de vizinhos sul-americanos e de países emergentes. Para Dilma, o crescimento do país é respeitável porque também não houve uma recessão aprofundada aqui e tal. A resposta é insuficiente, evidentemente. O resultado do Brasil é muito inferior ao da Índia e da China por exemplo. Mas a petista usou a questão para fazer proselitismo contra o governo anterior, afirmando que Lula assumiu o país com a inflação fora do controle, o que é mentira, e com o FMI vindo “aqui dizer o que devíamos fazer”, o que é uma cascata ridícula. Aproveitou a oportunidade para exaltar a criação de empregos no governo Lula. Sem resposta mesmo ficou a questão do saneamento, que teve um avanço ridículo no governo Lula. Dilma prometeu que os números que virão em futuro breve revelarão que não é bem assim etc e tal. Na mensagem final, reafirmou seus vínculo com o chefe e se disse a continuidade. Cada um tem uma entrevista na cabeça. Alguém poderia dizer: “Ah, faltou perguntar sobre as Farc, os dossiês feitos pelos petistas, o Irã…” É, faltou. Mas isso não quer dizer que, desta vez, ela não tenha executado em público boa parte da performance que seus treinadores esperavam dela. Desta vez, ela não esqueceu o texto.
COMENTO: Ora Tio Rei, não tão ruim assim. Olha que ela até que disse alguma coisa muito interessante. Quer um exemplo? Para provar que a mulher é um horror ela disse conhecer profundamente o Brasil e lascou um "Baixada Santista do Rio".
Mais ainda: não tentamos impor censura a ninguém e consideramos que a crítica é parte do exercício democrático.
Eles não! Da difamação à Justiça, recorrem a todos os expedientes a seu alcance para tentar silenciar a divergência.
Vamos lá. Dilma foi bem? Foi, sim — o que não quer dizer que não tenha dito algumas barbaridades. Já chego lá. Mas os petistas têm motivos para comemorar seu desempenho. Com algum humor, diria que a Dilma do debate da Band era a “candidata sem-lítio”; a do Jornal Nacional, a “com-lítio”. As perguntas colaboraram para seu bom desempenho?
Em parte, sim, o que não quer dizer que tenha sido esse o propósito de William Bonner e Fátima Bernardes. Analiso resultado, não intenções. O jornalista lembrou que ela nunca disputou eleição e foi escolhida de modo mais ou menos arbitrário por Lula, sem consultar o partido. Estaria ela preparada para governar? As quatro perguntas seguintes disseram respeito a seu temperamento difícil, duro. Lembraram que o próprio presidente chegou a dizer que ela maltratava ministros. Ora, essas duas questões são, vamos dizer, sombras na candidatura Dilma. Com efeito, ela só disputa a Presidência pelo PT em razão do dedaço de Lula. E carrega a fama, justificada, de ter um temperamento irascível. As cinco perguntas, embora não tenham uma aparência necessariamente simpática, foram muito úteis para Dilma. Na primeira resposta, ficou claro que ela não tem interesse em se desvencilhar de Lula, é claro. Nas quatro seguintes, negou maltratos etc, mas alimentou a fama da “mulher enérgica”, como a mãe ocupada em fazer com que tudo dê certo. Em suma, a fama de “durona” não é exatamente ruim para ela. Ao contrário até. Já escrevi aqui um longo texto sobre como os brutos podem ser confundidos com os sérios e competentes. E eu acho que Dilma está naquele grupo de pessoas competentes em criar a fama de que são competentes… De todo modo, ele se saiu, televisivamente falando, muito bem. Para quem presta atenção ao conteúdo, Dilma se embananou um pouco ao responder a pergunta sobre os aliados incômodos, nominados: Jader Barbalho, Renan Calheiros, José Sarney, Fernando Collor — antes inimigos jurados do PT, agora aliados. Quando o PT teria errado? Antes ou agora? Ora, petista que é, a candidata disse que nem antes nem agora. Na verdade, preferia dizer onde o partido acertou: ao descobrir que é preciso fazer alianças para governar. Uau! Eles criticavam as feitas por FHC, né? As suas são legítimas. Numa entrevista com mais tempo, seria o caso de indagar se eram aquelas as melhores alianças etc. Dilma deu a entender que foram os outros que aderiam ao padrão petista, não o contrário. Huuummm… Pode até ser: aquela gente toda carrega seus defeitos originais mais os que adquiriu no contato com o PT… Bonner e Fátima falaram, em seguida, que o crescimento brasileiro foi menor do que o de vizinhos sul-americanos e de países emergentes. Para Dilma, o crescimento do país é respeitável porque também não houve uma recessão aprofundada aqui e tal. A resposta é insuficiente, evidentemente. O resultado do Brasil é muito inferior ao da Índia e da China por exemplo. Mas a petista usou a questão para fazer proselitismo contra o governo anterior, afirmando que Lula assumiu o país com a inflação fora do controle, o que é mentira, e com o FMI vindo “aqui dizer o que devíamos fazer”, o que é uma cascata ridícula. Aproveitou a oportunidade para exaltar a criação de empregos no governo Lula. Sem resposta mesmo ficou a questão do saneamento, que teve um avanço ridículo no governo Lula. Dilma prometeu que os números que virão em futuro breve revelarão que não é bem assim etc e tal. Na mensagem final, reafirmou seus vínculo com o chefe e se disse a continuidade. Cada um tem uma entrevista na cabeça. Alguém poderia dizer: “Ah, faltou perguntar sobre as Farc, os dossiês feitos pelos petistas, o Irã…” É, faltou. Mas isso não quer dizer que, desta vez, ela não tenha executado em público boa parte da performance que seus treinadores esperavam dela. Desta vez, ela não esqueceu o texto.
COMENTO: Ora Tio Rei, não tão ruim assim. Olha que ela até que disse alguma coisa muito interessante. Quer um exemplo? Para provar que a mulher é um horror ela disse conhecer profundamente o Brasil e lascou um "Baixada Santista do Rio".
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