terça-feira, 16 de março de 2010

O irrevogável amedrontado

Recentemente, o senador Aloizio Mercadante (PT) convidou para uma conversa a ex-prefeita Marta Suplicy (PT). Estava preocupado com a escolha pelo PT do candidato à sucessão do governador José Serra (PSDB).
- Sabe, Marta, minha reeleição é praticamente garantida. Mas Lula está fazendo muita questão de que eu dispute o governo.
- Sei, Mercadante.
- A eleição para o governo será uma aventura. E nós sabemos que dificilmente venceremos - continuou Mercadante.
Marta concordou com ele.
- Será um sacrifício enorme da minha parte trocar um mandato certo de senador por uma derrota quase certa para o governo.
Marta nada disse. Esperou que Mercadante concluísse seu raciocínio.
- É por isso que eu gostaria de discutir desde já com você a eleição para prefeito de São Paulo em 2012.
- Discutir o quê? 2012 é outra eleição. Está muito longe.
- Se eu perder o governo quero me candidatar a prefeito - adiantou Mercadante.
- A prefeito eu também quero - retrucou Marta.
- Bem, nesse caso eu posso desistir de sair candidato ao governo.
- Eu topo ser candidata ao governo.
O candidato ao governo será Mercadante. Porque Lula quer - e isso bastaria.
Mas também porque a maior parte do PT paulista quer. E porque para ele é melhor colher uma derrota previsível disputando o governo do que uma derrota inesperada concorrendo ao Senado.
Discretamente, Mercadante está se reunindo com deputados estaduais e outros líderes do PT de São Paulo para tratar de sua candidatura.
Não parece feliz.
*Li o texto no blog do Ricardo Noblat

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