segunda-feira, 30 de março de 2009

Praia da Baixada Santista é alvo de disputa


O verde de Itaguaré vai da praia até a serra do Mar sem interrupção. Com cerca de 3 km2, a última praia totalmente preservada na Baixada Santista, frequentada por surfistas e ecoturistas, é hoje o principal ponto de uma disputa ferrenha entre o mercado imobiliário e ambientalistas no Conselho Estadual do Meio Ambiente.
Isso porque o Consema, como é conhecido o órgão ambiental paulista, deve finalizar a discussão sobre o novo zoneamento ecológico-econômico da região, que já dura 11 anos. A ideia é que, até o final de abril, uma minuta de decreto seja apresentada para avaliação do governador José Serra (PSDB), estabelecendo o que pode e o que não pode ser feito no que restou de mata atlântica na Baixada Santista.

As construtoras, com apoio das prefeituras, acham que é possível erguer condomínios de alto padrão na região sem agredir o ambiente. O "verdes" defendem que o local seja transformado em um parque.
Os ambientalistas, no caso de Itaguaré, têm o apoio do secretário estadual Xico Graziano (Meio Ambiente), que preside o Consema. "Realmente é uma área que não pode sofrer. Não sei quanto influenciarei no caso de uma votação, mas não vou deixar perder aquilo ali."
O mercado imobiliário e a administração municipal, porém, avaliam que ocupar 20% da área total de Itaguaré com condomínios, como é o proposto, não causaria graves prejuízos ambientais.
Mais uma questão polêmica nas discussões sobre o zoneamento da Baixada é o projeto de ampliação do porto de Santos, defendido pela prefeitura.
O projeto, que dobraria a capacidade do porto, permite a construção de instalações nas ilhas Barnabé e Piaçaguera, o que afetaria, segundo ambientalistas, mangues e áreas verdes preservadas. O mangue é uma espécie de berçário para peixes e crustáceos.

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