O
Brasil deverá viver, neste domingo, um dos momentos mais marcantes da sua
história política recente. A mobilização em defesa da ética e contra a
corrupção incrustada no poder pelo PT tende a ser um marco das mobilizações
pela cidadania e pela democracia no país.
As
manifestações devem ocorrer em pelo menos 62 cidades. Têm caráter apartidário e
caracterizam-se, principalmente, por expressar a legítima indignação dos
brasileiros quanto ao estado geral das coisas no país, à flagrante inépcia do
governo do PT em prover melhores condições de vida à população e à deterioração
moral e ética percebida por todos.
Os atos
de domingo deverão deixar claro que a insatisfação une todo o país: pobres,
ricos, trabalhadores, empresários, moradores do Nordeste e do Sudeste,
estudantes, aposentados. Por uma razão muito simples: não há, como sustenta o
PT, um Brasil dividido; há brasileiros em busca de um país melhor, mais justo e
honesto, onde as instituições e o Estado de Direito são respeitados.
A data
escolhida para as manifestações coincide com a que marcou o fim do governo
militar, quando Tancredo Neves deveria assumir a presidência da República, em
1985. Não é mera coincidência que os organizadores tenham escolhido uma
efeméride de tanto simbolismo para os que defendem e prezam pela democracia no
Brasil.
O
movimento pela cidadania convocado para domingo diferencia-se em quase tudo dos
atos convocados para hoje por entidades-satélites do PT. Mas mesmo as
manifestações pró-governo da CUT e do MST também expressam insatisfações quanto
aos rumos que Dilma Rousseff vem dando ao país – e tornam a presidente cada dia
mais sitiada, como ficou claro com o cancelamento da agenda que ela teria hoje
em Belo Horizonte.
A
partir de domingo, restará claro, de uma vez por todas, que o PT não detém o
monopólio da vontade dos brasileiros, nem poderá mais usar o povo como massa de
manobra. Sobrará ao petismo continuar esperneando contra seus adversários,
sempre tentando rotular qualquer manifestação crítica como “golpismo”.
É
crucial – e assim expressam os grupos envolvidos na sua organização – que os
atos de domingo transcorram dentro dos limites da democracia, da lei e da
ordem. Pacificamente. Serão mais uma demonstração do inequívoco vigor e da
desejável participação cidadã dos brasileiros no processo político do país.
Neste domingo, as ruas do país estarão tomadas por milhares de brasileiros
que, exercendo a livre manifestação de opinião, de pensamento e de crítica e o
sagrado direito constitucional à expressão, lutam por um país melhor. Em paz,
pela democracia, pela ética, pela liberdade e pela cidadania. Estamos juntos.
*Instituto Teotonio Vilela
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