quinta-feira, 8 de março de 2012

É um condor? Uma águia? Não: é a galinha do PT

O mundo começa a se desiludir com as perspectivas de crescimento do Brasil de Lula e Dilma Rousseff. Traduzo o Financial Times de hoje:
Enquanto o crescimento econômico da China segue o padrão de um condor, alçando-se a grandes altitudes nas correntes ascendentes mesmo ao passar pelo que se considera uma desaceleração, o do Brasil nos últimos anos parece o vôo interrompido de uma galinha.
Justamente quando a economia do Brasil parece prestes a decolar, ela despenca novamente na medida em que o superaquecimento obriga o banco central a acionar os freios.
Isso é o que mostram os números do PIB de 2011. No fim de 2010, a economia brasileira estava crescente a uma taxa anualisada de 7,5%. O crescimento era alimentado por medidas de estímulo tomadas pelo governo em 2009 para se contrapor à recessão da crise financeira global. A isso se seguiu a prodigalidade política em 2010, ano de eleições presidenciais.
Mas com o crescimento veio a inflação. O banco central foi obrigado a jogar os juros para cima rapidamente, somente para descobrir, no meio do ano, que a economia, que parecia tão forte há apenas seis meses, de repente estava perdendo sustentação. A interrupção abrupta do crescimento decorreu de uma mistura de altas taxas de juros, taxa de câmbio apreciada em relação ao dólar que derrubava a indústria local ao estimular importações baratas, e o sentimento negativo da crise do euro.
A galinha, que começara a parecer quase confiante em vôo em 2010, mergulho no terceiro trimestre de 2011, quando a economia se contraiu ligeiramente.
A Goldman Sachs, citada pelo FT, não aposta na recuperação esperada por Dilma Rousseff e o PT em 2012. Acaba de reduzir sua previsão de crescimento do PIB brasileiro de 3,5% para 3,1%.
A galinha pode um dia virar condor, ou pelo menos uma águia? A resposta é não - pelo menos por enquanto. As ineficiências do Brasil, como seu orçamento público inchado que não consegue investir apesar de todo o gasto, impedirão o país de crescer a taxas mais altas até que alguém comece a pensar em reformas.
Em resumo, burocracia e impostos vão manter as asas da galinha cortadas.
Desgraça das desgraças: ultimamente, o PT e seu governo nem ao menos conseguem cacarejar tão bem…
*EDUARDO GRAEFF

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