A corrupção no governo Dilma é diretamente proporcional a sua incompetência. Fazendo vistas grossas para a corrupção, pela via da abertura dos cofres do dinheiro público em troca do apoio incondicional, as decisões e exigências do governo são aceitas pelos congressistas independente de serem ou não positivas para a população/país. O Congresso esta sendo pago para calar diante do desgoverno e da ineficiência. Ou seja, esta sendo pago para votar contra os interesses do povo (exemplos: aprovação do mínimo, aumento salários congressistas, Belo Monte, etc.) É desnecessário dizer, ou escrever, que um governo com programa definido, atuação transparente e administração eficaz, comprometida com a qualidade de vida e o futuro da população dispensa ações obscuras apoiadas no mau uso do dinheiro do contribuinte.
Não há mais nada a acrescentar sobre a baixeza moral, desorganização e ineficácia do governo Dilma, assim como de seu antecessor. O que se pode esperar de um ministério escolhido para servir ao governo/partido e não ao país? O que se pode esperar de uma governante cujo poder é ilegítimo, pois todos sabemos que os votos não foram para ela? Ela tem o cargo, mas não detém o poder, e sem o poder não se governa.
Neste contexto, escândalos de corrupção, quedas mensais de ministros, ausência de crescimento econômico, o crack tomando conta da infância e juventude, o retrocesso na educação e na saúde, o descrédito do judiciário, o atraso na infraestrutura, projetos mediáticos de gestão medíocre, fraudes eleitorais, etc,etc,etc, não passam de variações sobre o mesmo tema: a falência do PT enquanto partido e governo.
Do outro lado temos a oposição que se mantém no posto há quase dez anos, a qual na minha humilde opinião perdeu as últimas eleições majoritárias simplesmente porque não soube fazer oposição, ou seja, assumir o seu papel deixando claro o lado que está.
Observando com um olhar mais atento pode-se dizer que a oposição não consegue desvencilhar-se do complexo da autoridade, dos resquícios do coronelismo, ou seja, baixa a cabeça frente ao poder. Segue o modelo tão ibérico, e por extensão brasileiro, no qual a elite política busca sempre estar próxima ao poder, as siglas partidárias são meras burocracias, as idéias e compromissos que porventura existam não superam a força de atração (materializadas em prestigio e benesses potenciais) que exerce o poder. Esta postura encontra-se nos políticos, mas também no povo. Nós, os brasileiros, também baixamos a cabeça para a autoridade. Faz pouco tempo que isto começou a mudar, e apenas em algumas regiões. É difícil para a maioria criticar, questionar, manifestar-se contra o poder instituído. Temos um retorno pífio do Estado na relação impostos/serviços e investimentos públicos na qualidade de vida do cidadão, mas pouquíssimos levantam a voz. O peso da tradição é forte.
Esclareço que ao ver na oposição um reflexo da atitude popular não pretendo justificar sua postura, mas demonstrar que a submissão ao poder tem raízes mais profundas, o que talvez nos ajude a compreender nossa atual realidade política. Se fizermos uma análise semelhante na situação veremos que embora apresente algumas diferenças, existe da mesma forma um servilismo ao poder, neste caso representado pela figura do partido e seu líder.
No entanto, para mim é difícil entender como figuras como FHC, Serra, Aécio, Marisa Serrano, Roberto Freire, Raul Jungmann entre outros, caem nesta armadilha, sobretudo o ex-governador de Minas o qual se mostra especialmente identificado com este comportamento político. Trata-se, logicamente, de uma postura arcaica e antidemocrática, que não condiz com a experiência, conhecimento e objetivos democráticos destes profissionais da política. E é aí que esta, a meu ver, um dos aspectos mais nefastos desta realidade: as pessoas que pareciam ter uma visão contemporânea e inovadora de política com capacidade de romper com os resíduos ainda existentes do coronelismo atuam de forma a manter o modelo anacrônico, neste caso não como administradores, mas exatamente como políticos.
A questão é que ao assumirem tal postura se tornam além de coniventes com a desastrosa gestão petista cujas consequências são funestas, (como por exemplo, as centenas de mortes diárias que se costuma contar no período de chuvas de verão resultantes da imprevisibilidade do governo), deixam a população indefesa, frente às ações de um poder que não recebe criticas, fiscalização......limites. Atualmente, o povo brasileiro esta jogado a sua própria sorte, à mercê de um governo comprovadamente corrupto e desinteressado com os problemas da população. As estâncias oficiais criadas para proteger a população dos abusos de poder não assumem sua responsabilidade (oposição e justiça). Neste contexto de barbárie, quase metade da população brasileira acompanha impotente e chocada os acontecimentos diários, incrédula tanto com a capacidade infinita da situação de surpreender constantemente pela ausência de valores morais, planejamento e serviço à população, quanto pela insensibilidade da oposição de reconhecer e agir frente aos anseios que pulsam neste grande contingente populacional.
O tema sobre o qual adentrei é complexo, e para ele não tenho uma conclusão. Apenas desejo apontar dois aspectos que entendo como derivações do exposto: Primeiro, demonstrar que o problema do Brasil hoje, mais do que econômico é político. Crescemos economicamente, mas seguimos imaturos politicamente. Acreditamos que nos tornando um país rico (que ainda ñ somos), todos os problemas estariam resolvidos. Ledo engano, hoje temos dinheiro, mas seguimos vivendo mal. Estamos aprendendo que o amadurecimento político do conjunto da população é fundamental para a melhoria da qualidade de vida e aprofundamento da democracia. Neste sentido, por exemplo, o debate deve privilegiar não a capacidade de compra do povo, mas sua condição e possibilidade de intervir na política e nos rumos do país.
Em segundo lugar gostaria de apontar o compromisso da oposição (entendo que sobre a situação não há mais expectativas), como força política com alguma dignidade, de moralizar-se e mobilizar-se no resgate da ética, da governabilidade e no estimulo ao debate popular através do exercício de uma política de oposição ética, firme, profissional e constante, cujo discurso seja acessível, didático, e difundido nos diversos meios de comunicação. Uma oposição, com nomes como FHC, José Agripino, Serra, Arthur Virgílio, Roberto Freire e Jungmann, deve este serviço ao país.
*Mara Kramer, via blog do horaciocb
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