O fim de ano se aproxima e, com ele, a estação de maior consumo de energia. Dada a fragilidade do setor elétrico no país, especialistas preveem, para os meses de dezembro a março, um recorde de interrupções no fornecimento de energia.
Falta de melhorias nas redes de distribuição expõe fragilidade do sistema elétrico e aumenta o risco de uma nova onda de cortes de energia no período do verão, quando o consumo tende a subir
A escalada de apagões, iniciada nos últimos dois anos e acelerada no mês passado, confirmará 2011 como ano recorde de interrupções no fornecimento de energia, eliminando qualquer dúvida sobre a fragilidade do setor elétrico do país.
O auge dessa crise, alertam especialistas ouvidos pelo Correio, deverá ser o próximo verão. Eles temem que as temperaturas elevadas de dezembro a março e uma forte demanda adicional por energia puxada pelo uso de aparelhos de ar-condicionado não encontrem o investimento necessário em linhas de transmissão (nacionais) e de distribuição (locais), estimado em R$ 20 bilhões. O descompasso,
acreditam, deve-se à ausência de fiscalização sobre as concessionárias. Os transtornos recentes justificam essa preocupação, embora o governo nem sequer admita o termo apagão para definir grandes blecautes, por entender que a escassez energética está superada. O fato é que sucessivas falhas na distribuição e, sobretudo, na transmissão estão deixando cada vez mais brasileiros no prejuízo. Este ano, o consumidor deverá ficar 20 horas sem luz, superando a marca de 18,82 horas de 2009 e bem acima da média histórica de 16 horas. "O que mais impressiona é que um único raio ou parafuso defeituoso pode deixar 60 milhões de pessoas no escuro por horas seguidas", diz Célio Bermann, do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade de São Paulo (USP).
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