A presidente Dilma Rousseff irritou-se e demonstrou mal estar numa entrevista a radialistas das cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE)
Os repórteres, numa conversa com a presidente, questionaram o atraso nas obras de transposição do Rio São Francisco.
Dilma voltou a soltar um velho bordão conhecido de seus assessores para demonstrar irritação:
"Meu querido, a transposição não está parada! Você vai me desculpar, mas não está parada".
Depois, ela admitiu que "algumas parcelas" estão com obras interrompidas.
O outro momento de irritação de Dilma, durante a entrevista, ocorreu quando ela exaltava o Programa Minha Casa Minha Vida, que entregará hoje em Juazeiro 1.500 unidades.
Quando Dilma falava das unidades habitacionais, que têm 44 metros quadrados cada, um repórter chamou as unidades de "casinhas".
"Você é quem está dizendo. Imagino que sua casa seja grande", disse a presidente.
Continuando a irritação, Dilma disse: "o povo brasileiro não tinha nem casinha. Morava em casa de papel, em palafita".
Depois a presidente recorreu ao velho estilo do antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao falar do ineditismo de suas ações na área habitacional. "Não há nenhum outro momento na história desse país que tínhamos tantos contratos (para construção de casas)".
Ao final da entrevista, sobrou para o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que tem a região de Petrolina como reduto eleitoral.
Dilma reclamou ao microfone que o ministro estava insistindo para ela falar da terceira etapa do projeto de transposição.
Nessa etapa, está previsto um canal que chegará até Petrolina. Dilma ponderou que esse não é o momento de discutir ainda a terceira etapa. Ela disse que o governo está empenhado em buscar "sistematicamente" a conclusão das obras, que deverão ser entregues em etapas.
Ao explicar o atraso nas obras, ela disse que foi preciso fazer alguns ajustes. "Até o final de agosto, vamos ter condições de informar aos ouvintes que as obras no São Francisco andarão integralmente.
Hoje, estão andando, mas faltam algumas parcelas", disse.
* Por Leonencio Nossa no Estadão
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