"Aquele que conhece o inimigo e a si mesmo lutará cem batalhas sem perigo de derrota; para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou para a derrota serão iguais; aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas". ( Sun Tzu)
Por Eduardo Bisotto:
Eu e o amigo André Henrique, autor do excelente blog Via Política temos debatido a exaustão no MSN o atual estágio em que o Brasil se encontra. Discutimos desde a bundãozice nojenta da "oposição" oficial, explicada por seu absoluto alinhamento ideológico com o governo petista, até a tal da nova direita, ou nova oposição, que se encastela principalmente em grupos no Twitter e no Facebook.
Neste texto vou ficar na tal da nova direita ou nova oposição, como prefiram. Da "oposição" oficial não espero absolutamente nada. Por isso vou tratar do caldo cultural da onde imagino possa sair algo que preste.
Grosso modo, estes "militantes" virtuais dividem-se em duas categorias:
1) Rebelde sem causa. Odeia os petistas, que chama o tempo inteiro de petralhas, ataca-os o tempo inteiro, xinga até a 5ª geração da mãe da Dilma e não passa disso. Geralmente estão entre a classe média e a média alta. Não raras vezes transpiram preconceito. Nas eleições apóiam o PSDB de maneira tão entusiasmada que quem vê juraria que um abismo ideológico separa o PT do PSDB. O mundo deles é dividido entre os petralhas e o PSDB. Diria que são os piores e os que mais impedem a formação de um grupo político (não necessariamente partidário, deixo claro) minimamente coeso de resistência a atual hegemonia esquerdista.
2) O grupo do "não há mais salvação". Este grupo já leu e estudou um pouquinho mais do que o primeiro. Consegue fazer o diagnóstico correto da situação. Percebe a hegemonia esquerdista e a absoluta homogeneidade ideológica entre PT e PSDB. O problema deste grupo é o fatalismo. Para os seus integrantes, nada mais pode ser feito. Tá tudo perdido e o certo mesmo era arrumar as malas e ir embora do Brasil. Política, para eles, é um bicho de sete cabeças. Algo que assusta e que por isso mesmo eles não tem a menor vontade de praticar.
Um traço central une os dois: um ódio beirando a cegueira daquilo que eles chamam de petralhas. O ódio é tão grande, mas tão grande, que nunca, jamais, em hipótese alguma, ouse se referir de maneira positiva ao petismo (ou aos petralhas, como eles preferem). E isso vale até mesmo para análises. Nunca diagnostique que o governo Lula foi um sucesso político. Não interessa que ele tenha sido reeleito e feito a sucessora. Constatar o óbvio é crime punível até mesmo com a fogueira.
Falei anteriormente de preconceito. Sim, esta é uma das facetas mais nojentas. Você diz que o Lula é um gênio político, o que é evidente e comprovado pelos fatos. Prepare-se: virão pedradas de todos os lados. Não interessa que o cara tenha fundado um partido político do nada, chegado ao segundo turno já na primeira eleição presidencial disputada, monopolizado a oposição durante toda a década de 1990, até chegar no poder em 2002 em uma brilhante engenharia política. Aliás, para os militantes da web, a eleição de 2002 parece não ter existido, já que para eles o petismo só se mantém no poder porque compra o nordeste inteiro do país com bolsas. Outra mostra de grosso preconceito.
Feito o diganóstico dos militantes da web, vamos ao que eu penso do petismo. Considero-o o agrupamento político mais pernicioso da história brasileira. Por um singelo motivo: seu DNA totalitário. Considero que o petismo tem que ser combatido em todas as frentes, até a sua derrota.
Como derrotá-los? Este é um outro bom debate. Sinceramente, o petismo não será derrotado com tags no Twitter ou comunidades no Facebook. E também não será derrotado com passeatas. Tá na moda movimentos de "indignados" mundo afora e "revoluções do Twitter e do Facebook" no Oriente Médio. Eu, que até sou novinho em idade, já tenho um certo trechinho de vivência política para saber que isso não existe.
Os "indignados" da Europa são mobilizados por agrupamentos de esquerda com longuíssima tradição de mobilização de massas e de movimentos de rua. No Oriente Médio os cordões da Irmandade Muçulmana estão sobre o movimento, puxando o carro. Só não enxerga quem não quer.
O que significa que para combater o petismo (ou os petralhas, como prefiram) o que nós precisamos é de PO-LÍ-TI-CA. A boa e velha política. Precisamos de quadros, que organizem a bagunça. Quadros com formação teórica sólida e vivência prática. Precisamos de militância, igualmente capacitada teoricamente e com vivência prática. E só então conseguiremos chegar ao estágio de influenciar as massas e abalar o poder do petismo.
Fora disso, pratica-se a arte do onanismo político, teórico e intelectual.
Encerro relembrando o milenar Sun Tzu, citado no começo deste texto. Ou conhecemos o adversário (e sua infinita superioridade política, claramente materializada hoje) e nós mesmos (e nossa debilidade gritante, sem quadros, sem militância e longe, muito longe de chegar até a massa) ou estaremos condenados a derrotas intermináveis.
PS: Será que fui claro ou aparecerá alguém me acusando de petista, petralha, lulista et caterva? Se acontecer, apenas confirma o diagnóstico do texto.
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