quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Empreiteiras e o poder...

Charge de Glauco
Tiago Pariz, no Correio Braziliense:
Empresas que prestam serviços para o governo federal contribuíram com quase a metade das doações recebidas pelo Diretório Nacional do PT durante a campanha eleitoral. Dos R$ 113,9 milhões que entraram no caixa do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, R$ 51,1 milhões vieram de 43 empresas que mantêm contratos com a administração pública neste ano.
A maior parte do dinheiro veio de empreiteiras que participam de grandes obras estruturantes do país, como a Ferrovia Norte-Sul, as hidrelétricas do Rio Madeira, recuperações de favelas no Rio de Janeiro, construção de estádios para a Copa de 2014, habitações do programa Minha Casa, Minha Vida e projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Não por acaso, os dois últimos foram as principais bandeiras da presidente recém-eleita, Dilma Rousseff, durante a corrida pelo Palácio do Planalto.
As 43 empresas faturaram R$ 2,1 bilhões do governo federal neste ano e doaram menos de 2,5% do total. Dessas, 23 são empresas de construção civil que abasteceram o caixa petista com R$ 32,3 milhões. A maior doadora é a Andrade Gutierrez, responsável pela Ferrovia Norte-Sul, que aplicou R$ 10 milhões no Diretório Nacional do partido. Em seguida aparece a Queiroz Galvão, que desenvolve obras de agricultura irrigada, com R$ 5,8 milhões. Juntas, as duas receberam, só neste ano, R$ 363,8 milhões em dinheiro federal. “As doações a partidos políticos realizadas pelo Grupo Andrade Gutierrez foram feitas de forma oficial, de acordo com a legislação vigente e com as normas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, disse, por meio da assessoria de imprensa. As empresas negaram irregularidade nos repasses com fins eleitorais.
A Delta Construções, a maior beneficiada por repasses federais, doou R$ 1,15 milhão ao PT. Até outubro, a empreiteira recebeu R$ 467,5 milhões. A maior parte dos recursos vem do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para a recuperação, a manutenção e a construção de trechos rodoviários. A empresa também realiza obras da transposição do Rio São Francisco, sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional.
As empreiteiras são historicamente as maiores doadoras das campanhas eleitorais ao lado das instituições financeiras. Na reeleição do presidente Lula em 2006, por exemplo, os dois setores contribuíram com pouco menos de 30% do total recebido. Na época, a Camargo Corrêa foi a maior doadora da campanha. Executivos da empresa foram alvo da Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal. Grampos gravados com autorização judicial mostraram que havia um suposto esquema de doação “por fora” para políticos e partidos. Dessa vez, a Camargo Corrêa injetou no Diretório Nacional petista R$ 4,5 milhões, ficando atrás de concorrentes e de outras instituições financeiras.
COMENTO: Sugiro a leitura do relatório recente no TCU, sobre as obras do tal PAC e outras...as notícias veiculadas na imprensa dizem alguma coisa mas...
É bom ler o relatório e tirar algumas conclusões. Mas não esqueça de tapar o nariz!

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