O Instituto Nacional de Formação e Assessoria Sindical da Agricultura Familiar Sebastião Rosa da Paz (Ifas) foi condenado pela Justiça Federal de Goiás a devolver R$ 7 milhões aos cofres públicos. O Ministério Público Federal em Goiás havia detectado irregularidades em repasses de convênio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O instituto tem como um dos seus criadores Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, expulso do partido por causa do escândalo do mensalão, em 2005. Na época da contratação do convênio, ele não tinha mais ligação com a entidade. As unidades da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) no Distrito Federal e Entorno, Bahia, Pernambuco, Pará, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Mato Grosso, beneficiárias finais dos repasses, também foram condenadas por responsabilidade solidária. Elas terão que devolver R$ 330 mil dos R$ 7 milhões. A sentença é do dia 12 de julho, mas foi divulgada apenas nesta segunda-feira pelo Ministério Público. Na decisão do juiz Juliano Taveira Bernardes, ele destacou que são "inúmeras as incongruências a macular a regularidade da execução do convênio firmado entre o Incra e o IFAS", destacando-se "nesse cipoal de maracutaias", a falta de contrapartida por parte do Ifas no convênio. No endereço da sede do Ifas, havia uma casa fechada e abandonada em Goiânia, sem estrutura condizente com a contrapartida de R$ 768 mil que o instituto deveria oferecer na forma de bens e serviços.
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