segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pelo menos 17 milhões de eleitores já venderam voto, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha divulgada na edição deste domingo (4) do jornal “Folha de S. Paulo” revela que cerca de 17 milhões de eleitores admitem já ter trocado voto por emprego, dinheiro ou presente. A pesquisa ouviu 2.122 pessoas em 150 municípios. Ela indica que, entre os entrevistados que admitiram ter vendido seu voto, 10% o fizeram em troca de emprego ou favor, 6% em troca de dinheiro e 5% em troca de presente. O estudo revela, ainda, que 12% dos entrevistados dizem estar dispostos a mudar seu voto por dinheiro, 79% acreditam que os brasileiros vendem voto e 33% concordam com a ideia de que não é possível fazer política sem um pouco de corrupção. Além disso, 92% dos entrevistados disseram acreditar que existe corrupção no Congresso Nacional e nos partidos políticos. Para 88%, há corrupção na Presidência da República e nos ministérios.
A pesquisa mostra ainda que 94% dos entrevistados consideram errado oferecer propina, e 94% concordam ser repreensível vender voto. No Brasil, 13% ouviram pedido de propina, e 36% destes pagaram; 5% ofereceram propina a funcionário público; 4% pagaram para serem atendidos antes em serviço público de saúde; 2% compraram carteira de motorista; 1%, diploma. Entre os entrevistados, 83% admitiram ao menos uma prática ilegítima ao responder a pesquisa (7% reconheceram a prática de 11 ou mais ações ilegítimas, admissão considerada "pesada"; 28% dizem ter praticado de 5 a 10 ações; 49% tiveram uma conduta "leve", com até quatro irregularidades).
A pesquisa mostra que 31% dos entrevistados colaram em provas ou concursos (49% entre os jovens); 27% receberam troco a mais e não devolveram; 26% admitiram passar o sinal vermelho; 14% assumiram parar carro em fila dupla. Dos entrevistados, 68% compraram produtos piratas; 30% compraram contrabando; 27% baixaram música da internet sem pagar; 18% compraram de cambistas; 15% baixaram filme da internet sem pagar.
São os mais ricos e mais estudados os que têm as maiores taxas de infrações (97% dos que ganham mais de dez mínimos assumem ter cometido infrações e 93% daqueles que têm ensino superior também), sendo que 17% dos mais ricos assumem frequência pesada de irregularidades (11 ou mais atos). Entre os mais pobres, 76% assumem infrações; dos que têm só o ensino fundamental, 74% afirmam o mesmo. Apesar disso, 74% dizem que sempre respeitam as leis, mesmo se perderem oportunidades. E 56% afirmam que a maioria tentaria tirar proveito de si, caso tivesse chance.

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